Uma avaliação dos nossos riscos

Opinião|País dos oportunistas


O cenário pós-eleitoral do Centrão e dos mercados assume poucas mudanças

Por William Waack

No atual momento de falta de lideranças políticas abrangentes e esgarçamento do tecido institucional prevalece quem tem um mínimo de organização e objetivos comuns bem delineados. É o caso da consolidação das forças do Centrão em torno das ferramentas de poder (orçamento secreto) – que o STF parece pouco propenso a enfrentar de verdade.

Há integrantes do STF que se queixam de “ingratidão” por parte dos políticos. “Afinal, nós devolvemos a política aos políticos”, dizem, nutrindo esperanças de retribuição pela obra de liquidação da Lava Jato.

Da perspectiva de agentes políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira, as coisas estão muito bem. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
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Mas onde estão esses ingratos, na hora em que o STF precisa de artilharia amiga no embate com um presidente que tem como principal tática político-eleitoral peitar os tribunais superiores e o sistema eleitoral?

Ora, fazendo política. No momento, isso significa fazer nada. Da perspectiva de agentes políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira, as coisas estão muito bem. O presidente da República é fraco e vulnerável e nem sabe mandar. O STF perdeu há tempos a noção de conjunto, está isolado e seus defensores apenas conseguem dizer “seria pior sem ele”.

O Centrão fez de conta que respeitou o Supremo na questão da “transparência” das emendas parlamentares, um gênio que, até aqui, nem Lula nem Bolsonaro disseram como pretendem que volte para a garrafa. E mandou recados duríssimos para os dois lados da polarização eleitoral.

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“Eu fui eleito seis vezes, essas urnas funcionam”, disse Lira, dirigindo-se a Bolsonaro. “O Brasil continuará um país de centro-direita independentemente do resultado das eleições presidenciais”, foi o recado dele a Lula, em nome do Centrão. Que terá a partir de 2 de outubro, anunciou, cerca de 300 deputados (entre 513) identificados com “essa corrente”.

Essas palavras foram ditas diante de plateia composta pela fina flor de agentes de mercado internacionais e nacionais e de líderes de relevantes segmentos da economia, à qual garantiu-se que o Legislativo está aprovando matérias que garantem uns R$ 800 bilhões em investimentos.

Por esses cálculos, que unem os “profissionais” da política e vastos setores dos mercados, o cenário pós-eleitoral já está dado nas linhas acima. O resto é reality show de campanha. Não há indicações de como o Brasil sairá da desigualdade, estagnação e atraso em relação às economias centrais.

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Nem como vai enfrentar seus dilemas fiscais e tributários de curto prazo. Sim, repete-se à exaustão como são imensas nossas oportunidades. Mas só se veem oportunistas.

No atual momento de falta de lideranças políticas abrangentes e esgarçamento do tecido institucional prevalece quem tem um mínimo de organização e objetivos comuns bem delineados. É o caso da consolidação das forças do Centrão em torno das ferramentas de poder (orçamento secreto) – que o STF parece pouco propenso a enfrentar de verdade.

Há integrantes do STF que se queixam de “ingratidão” por parte dos políticos. “Afinal, nós devolvemos a política aos políticos”, dizem, nutrindo esperanças de retribuição pela obra de liquidação da Lava Jato.

Da perspectiva de agentes políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira, as coisas estão muito bem. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Mas onde estão esses ingratos, na hora em que o STF precisa de artilharia amiga no embate com um presidente que tem como principal tática político-eleitoral peitar os tribunais superiores e o sistema eleitoral?

Ora, fazendo política. No momento, isso significa fazer nada. Da perspectiva de agentes políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira, as coisas estão muito bem. O presidente da República é fraco e vulnerável e nem sabe mandar. O STF perdeu há tempos a noção de conjunto, está isolado e seus defensores apenas conseguem dizer “seria pior sem ele”.

O Centrão fez de conta que respeitou o Supremo na questão da “transparência” das emendas parlamentares, um gênio que, até aqui, nem Lula nem Bolsonaro disseram como pretendem que volte para a garrafa. E mandou recados duríssimos para os dois lados da polarização eleitoral.

“Eu fui eleito seis vezes, essas urnas funcionam”, disse Lira, dirigindo-se a Bolsonaro. “O Brasil continuará um país de centro-direita independentemente do resultado das eleições presidenciais”, foi o recado dele a Lula, em nome do Centrão. Que terá a partir de 2 de outubro, anunciou, cerca de 300 deputados (entre 513) identificados com “essa corrente”.

Essas palavras foram ditas diante de plateia composta pela fina flor de agentes de mercado internacionais e nacionais e de líderes de relevantes segmentos da economia, à qual garantiu-se que o Legislativo está aprovando matérias que garantem uns R$ 800 bilhões em investimentos.

Por esses cálculos, que unem os “profissionais” da política e vastos setores dos mercados, o cenário pós-eleitoral já está dado nas linhas acima. O resto é reality show de campanha. Não há indicações de como o Brasil sairá da desigualdade, estagnação e atraso em relação às economias centrais.

Nem como vai enfrentar seus dilemas fiscais e tributários de curto prazo. Sim, repete-se à exaustão como são imensas nossas oportunidades. Mas só se veem oportunistas.

No atual momento de falta de lideranças políticas abrangentes e esgarçamento do tecido institucional prevalece quem tem um mínimo de organização e objetivos comuns bem delineados. É o caso da consolidação das forças do Centrão em torno das ferramentas de poder (orçamento secreto) – que o STF parece pouco propenso a enfrentar de verdade.

Há integrantes do STF que se queixam de “ingratidão” por parte dos políticos. “Afinal, nós devolvemos a política aos políticos”, dizem, nutrindo esperanças de retribuição pela obra de liquidação da Lava Jato.

Da perspectiva de agentes políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira, as coisas estão muito bem. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Mas onde estão esses ingratos, na hora em que o STF precisa de artilharia amiga no embate com um presidente que tem como principal tática político-eleitoral peitar os tribunais superiores e o sistema eleitoral?

Ora, fazendo política. No momento, isso significa fazer nada. Da perspectiva de agentes políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira, as coisas estão muito bem. O presidente da República é fraco e vulnerável e nem sabe mandar. O STF perdeu há tempos a noção de conjunto, está isolado e seus defensores apenas conseguem dizer “seria pior sem ele”.

O Centrão fez de conta que respeitou o Supremo na questão da “transparência” das emendas parlamentares, um gênio que, até aqui, nem Lula nem Bolsonaro disseram como pretendem que volte para a garrafa. E mandou recados duríssimos para os dois lados da polarização eleitoral.

“Eu fui eleito seis vezes, essas urnas funcionam”, disse Lira, dirigindo-se a Bolsonaro. “O Brasil continuará um país de centro-direita independentemente do resultado das eleições presidenciais”, foi o recado dele a Lula, em nome do Centrão. Que terá a partir de 2 de outubro, anunciou, cerca de 300 deputados (entre 513) identificados com “essa corrente”.

Essas palavras foram ditas diante de plateia composta pela fina flor de agentes de mercado internacionais e nacionais e de líderes de relevantes segmentos da economia, à qual garantiu-se que o Legislativo está aprovando matérias que garantem uns R$ 800 bilhões em investimentos.

Por esses cálculos, que unem os “profissionais” da política e vastos setores dos mercados, o cenário pós-eleitoral já está dado nas linhas acima. O resto é reality show de campanha. Não há indicações de como o Brasil sairá da desigualdade, estagnação e atraso em relação às economias centrais.

Nem como vai enfrentar seus dilemas fiscais e tributários de curto prazo. Sim, repete-se à exaustão como são imensas nossas oportunidades. Mas só se veem oportunistas.

Opinião por William Waack

Jornalista e apresentador do programa WW, da CNN

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