Youtubers, deputado e blogueiros: os bolsonaristas alvos da PF nesta terça


Ao todo, a PF faz 21 buscas em cinco Estados e do DF; entre os alvos estão o deputado Daniel Silveira, o blogueiro Allan dos Santos, o empresário Luís Felipe Belmonte e o publicitário Sérgio Lima, ligados ao Aliança pelo Brasil

Por Redação
Atualização:

Entre os alvos da Operação Lume, deflagrada nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte e o publicitário Sérgio Lima, além de youtubers apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

Ao todo, a PF faz 21 buscas em cinco Estados e no DF. Leia mais sobre alguns dos bolsonaristas que estão na mira da corporação nesta terça:

Daniel Silveira (PSL-RJ)

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O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) Foto: Câmara dos Deputados

Único político com foro junto ao Supremo que é alvo da Polícia Federal na operação desta terça-feira, Daniel Silveira tem 37 anos, é deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro e está em seu primeiro mandato no cargo.

Foi durante a campanha de outubro de 2018 que o deputado, então candidato, ficou conhecido ao destruir, junto com seu colega de partido Rodrigo Amorim, uma placa de rua que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março daquele ano. 

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Alvo da operação da PF desta terça, o parlamentar confirmou em sua conta no Twitter pela manhã que a Polícia Federal estave em seu apartamento.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome.  No último domingo de maio, quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiram a orla de Copacabana, o deputado fez uma transmissão ao vivo enquanto se aproximava do cordão de isolamento que dividia os grupos. Ao pedir a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Silveira comemorou a iniciativa.  O deputado também está na lista de parlamentares investigados no inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes do STF e seus familiares.

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Allan dos Santos

PF faz buscas na casa do blogueiro Allan do Santos no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Empresário e um dos sócios do site conservador Terça Livre, já mencionado nas postagens do presidente Bolsonaro nas redes sociais, Allan Lopes dos Santos é um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo.

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Alvo da Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito de um inquérito de investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, o blogueiro também é um dos investigados no inquérito das fake news, e  foi alvo de mandado de busca e apreensão em 27 de maio, quando a PF cumpriu cumpriu ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mirando nomes ligados ao ‘gabinete do ódio’ e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Seguidor do escritor Olavo de Carvalho e crítico da imprensa tradicional, Allan dos Santos foi um dos principais mobilizadores digitais nos ataques contra a repórter Constança Rezende, do Estadão, em março de 2019.

Luís Felipe Belmonte

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Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Empresário e advogado, Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar o papel. Milionário, Belmonte já foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que foi condenado a uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Conforme mostrou reportagem do Estadão, Belmonte já auxiliou na organização de atos antidemocráticos em Brasília, como o que ocorreu em 3 de maio, um domingo. Na ocasião, o Aliança pelo Brasil foi a ponte, o contato entre as lideranças de grupos e movimentos de direita, que se organizaram para mobilizar os bolsonaristas em todo o País para participarem da manifestação. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido. 

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Sérgio Lima

Marqueteiro do Aliança pelo Brasil, Sérgio Lima também foi alvo da operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Publicitário, Lima foi uma das pessoas que estiveram presentes na comitiva do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos em março deste ano, e foi uma das mais de vinte pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus após a viagem. Antes da pandemia, ‘Serginho’ – como é conhecido entre governistas –, chegou a ser incentivado por alguns bolsonaristas a disputar a Prefeitura de SP.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo, Lima, mineiro que não cursou faculdade e se diz autodidata, foi o responsável pela identidade visual do partido Aliança pelo Brasil, e também pela criação do site da legenda.

​Otavio Fakhoury

Investidor, financiador do site conservador Crítica Nacional e um dos alvos da operação da PF desta terça, Otavio Fakhoury também é investigado no inquérito das fake news,pelo qual foi alvo de busca e apreensão no dia 27 de maio.

Fakhoury já admitiu publicamente ter financiado manifestações pró-Bolsonaro. O empresário também já afirmou ter feito o mesmo nos atos pró-impeachment de Dilma Rousseff e na campanha de 2018.

Em resposta à operação da PF desta terça, a defesa do empresário negou que ele tenha sido responsável por qualquer ato ilícito.

Valter César Silva Oliveira

Um dos alvos da operação, Valter César Silva Oliveira é proprietário do canal Nação Patriota que está no YouTube, Instagram e Twitter. Porém é no YouTube onde possui maior audiência. São 431 mil usuários inscritos no canal que apoia agenda bolsonarista.

Seu primeiro vídeo foi em novembro de 2019 dias criticando a soltura do ex-presidente Lula. Em maio, publicou vídeo criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes, que estaria tentando calar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Em recente publicação no dia 15 de junho, Valter diz que a guerra está declarada ao STF e pede ajuda financeira para um movimento que será realizado dia 20 de junho em Brasília.

Valter é sócio de uma empresa de engenharia na cidade de Imperatriz, sul do Maranhão. A Construre Construções e Reformas Ltda foi fundada em 2015 e possui um capital de R$150 mil. O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Valter. 

Ravox

Alvo da Polícia Federal no inquérito que apura atos antidemocráticos em Santa Catarina, o youtuber Adilson Dini usou as redes sociais para comunicar a apreensão dos seus equipamentos de gravação e transmissão, além do celular. Adilson é ex-corretor de imóveis, carreira que abriu mão depois que passou a comandar o canal Ravox Brasil, no YouTube, onde tem 340 mil seguidores.

Recentemente, o youtuber publicou vídeo pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes. “O presidente Bolsonaro deveria dar ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal”, disse ele, sugerindo ainda que o ministro teria relações políticas com o PSDB. “Está provado que as nossas escolhas não valem de nada, nessa nossa linda democracia”, continuou.

Em seus vídeos, Dini ainda utiliza palavras ofensivas para se referir a governadores considerados inimigos políticos do presidente, como Wilson Witzel (PSC-RJ) e João Doria (PSDB-SP).

Em outros vídeos, ele já citou o polêmico artigo 142 da Constituição e com a interpretação de que as Forças Armadas teriam prerrogativas para destituir os demais Poderes. Em 2019, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, ao lado de outros youtubers. O grupo, que na época esteve na capital federal para manifestações a favor do governo e da Lava Jato, disse que arrecadou dinheiro para viagem com doações.

O mandado de busca da PF na casa de Adilson Dini foi cumprido por volta das 5h30, em Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Ele também deverá comparecer nesta quarta-feira, 17, na Superintendência da PF em Itajaí para prestar depoimentos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do youtuber.

reference

Alberto Silva

Alberto Silva é blogueiro do Canal Giro de Notícias. Com 1,16 milhão de inscritos, o canal faz críticas ao STF, defende o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a intervenção militar, e já foi responsável por veicular informações falsas. Nesta manhã, Silva publicou vídeo em que registra a viatura da PF na porta e sua casa e ainda mostra o mandado de busca expedido por Alexandre de Moraes.

Camila Abdo

Blogueira, é ex-assessora do gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL-SP). Desde 2013, possui um canal no youtube intitulado “Direto aos Fatos”, no qual conta com menos de 100 mil seguidores. Nas redes sociais, publicou vídeo mostrando mandado de busca desta terça. Disse ainda que teve aparelhos apreendidos e que prestou depoimento à Polícia Federal. Em vídeo publicado no youtube, no entanto, a blogueira evitou fazer críticas à PF. "A Polícia Federal passou aqui em casa hoje e eu já fui depor. Eu não vou falar mal dos agentes, porque eles estão cumprindo ordens. Ilegais? Sim. Mas o que eles podem fazer?”, afirmou.

/COLABOROU DIEGO EMIR E FÁBIOS BISPO, ESPECIAIS PARA O ESTADO

Entre os alvos da Operação Lume, deflagrada nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte e o publicitário Sérgio Lima, além de youtubers apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

Ao todo, a PF faz 21 buscas em cinco Estados e no DF. Leia mais sobre alguns dos bolsonaristas que estão na mira da corporação nesta terça:

Daniel Silveira (PSL-RJ)

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) Foto: Câmara dos Deputados

Único político com foro junto ao Supremo que é alvo da Polícia Federal na operação desta terça-feira, Daniel Silveira tem 37 anos, é deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro e está em seu primeiro mandato no cargo.

Foi durante a campanha de outubro de 2018 que o deputado, então candidato, ficou conhecido ao destruir, junto com seu colega de partido Rodrigo Amorim, uma placa de rua que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março daquele ano. 

Alvo da operação da PF desta terça, o parlamentar confirmou em sua conta no Twitter pela manhã que a Polícia Federal estave em seu apartamento.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome.  No último domingo de maio, quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiram a orla de Copacabana, o deputado fez uma transmissão ao vivo enquanto se aproximava do cordão de isolamento que dividia os grupos. Ao pedir a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Silveira comemorou a iniciativa.  O deputado também está na lista de parlamentares investigados no inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes do STF e seus familiares.

Allan dos Santos

PF faz buscas na casa do blogueiro Allan do Santos no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Empresário e um dos sócios do site conservador Terça Livre, já mencionado nas postagens do presidente Bolsonaro nas redes sociais, Allan Lopes dos Santos é um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo.

Alvo da Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito de um inquérito de investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, o blogueiro também é um dos investigados no inquérito das fake news, e  foi alvo de mandado de busca e apreensão em 27 de maio, quando a PF cumpriu cumpriu ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mirando nomes ligados ao ‘gabinete do ódio’ e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Seguidor do escritor Olavo de Carvalho e crítico da imprensa tradicional, Allan dos Santos foi um dos principais mobilizadores digitais nos ataques contra a repórter Constança Rezende, do Estadão, em março de 2019.

Luís Felipe Belmonte

Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Empresário e advogado, Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar o papel. Milionário, Belmonte já foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que foi condenado a uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Conforme mostrou reportagem do Estadão, Belmonte já auxiliou na organização de atos antidemocráticos em Brasília, como o que ocorreu em 3 de maio, um domingo. Na ocasião, o Aliança pelo Brasil foi a ponte, o contato entre as lideranças de grupos e movimentos de direita, que se organizaram para mobilizar os bolsonaristas em todo o País para participarem da manifestação. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido. 

Sérgio Lima

Marqueteiro do Aliança pelo Brasil, Sérgio Lima também foi alvo da operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Publicitário, Lima foi uma das pessoas que estiveram presentes na comitiva do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos em março deste ano, e foi uma das mais de vinte pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus após a viagem. Antes da pandemia, ‘Serginho’ – como é conhecido entre governistas –, chegou a ser incentivado por alguns bolsonaristas a disputar a Prefeitura de SP.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo, Lima, mineiro que não cursou faculdade e se diz autodidata, foi o responsável pela identidade visual do partido Aliança pelo Brasil, e também pela criação do site da legenda.

​Otavio Fakhoury

Investidor, financiador do site conservador Crítica Nacional e um dos alvos da operação da PF desta terça, Otavio Fakhoury também é investigado no inquérito das fake news,pelo qual foi alvo de busca e apreensão no dia 27 de maio.

Fakhoury já admitiu publicamente ter financiado manifestações pró-Bolsonaro. O empresário também já afirmou ter feito o mesmo nos atos pró-impeachment de Dilma Rousseff e na campanha de 2018.

Em resposta à operação da PF desta terça, a defesa do empresário negou que ele tenha sido responsável por qualquer ato ilícito.

Valter César Silva Oliveira

Um dos alvos da operação, Valter César Silva Oliveira é proprietário do canal Nação Patriota que está no YouTube, Instagram e Twitter. Porém é no YouTube onde possui maior audiência. São 431 mil usuários inscritos no canal que apoia agenda bolsonarista.

Seu primeiro vídeo foi em novembro de 2019 dias criticando a soltura do ex-presidente Lula. Em maio, publicou vídeo criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes, que estaria tentando calar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Em recente publicação no dia 15 de junho, Valter diz que a guerra está declarada ao STF e pede ajuda financeira para um movimento que será realizado dia 20 de junho em Brasília.

Valter é sócio de uma empresa de engenharia na cidade de Imperatriz, sul do Maranhão. A Construre Construções e Reformas Ltda foi fundada em 2015 e possui um capital de R$150 mil. O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Valter. 

Ravox

Alvo da Polícia Federal no inquérito que apura atos antidemocráticos em Santa Catarina, o youtuber Adilson Dini usou as redes sociais para comunicar a apreensão dos seus equipamentos de gravação e transmissão, além do celular. Adilson é ex-corretor de imóveis, carreira que abriu mão depois que passou a comandar o canal Ravox Brasil, no YouTube, onde tem 340 mil seguidores.

Recentemente, o youtuber publicou vídeo pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes. “O presidente Bolsonaro deveria dar ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal”, disse ele, sugerindo ainda que o ministro teria relações políticas com o PSDB. “Está provado que as nossas escolhas não valem de nada, nessa nossa linda democracia”, continuou.

Em seus vídeos, Dini ainda utiliza palavras ofensivas para se referir a governadores considerados inimigos políticos do presidente, como Wilson Witzel (PSC-RJ) e João Doria (PSDB-SP).

Em outros vídeos, ele já citou o polêmico artigo 142 da Constituição e com a interpretação de que as Forças Armadas teriam prerrogativas para destituir os demais Poderes. Em 2019, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, ao lado de outros youtubers. O grupo, que na época esteve na capital federal para manifestações a favor do governo e da Lava Jato, disse que arrecadou dinheiro para viagem com doações.

O mandado de busca da PF na casa de Adilson Dini foi cumprido por volta das 5h30, em Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Ele também deverá comparecer nesta quarta-feira, 17, na Superintendência da PF em Itajaí para prestar depoimentos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do youtuber.

reference

Alberto Silva

Alberto Silva é blogueiro do Canal Giro de Notícias. Com 1,16 milhão de inscritos, o canal faz críticas ao STF, defende o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a intervenção militar, e já foi responsável por veicular informações falsas. Nesta manhã, Silva publicou vídeo em que registra a viatura da PF na porta e sua casa e ainda mostra o mandado de busca expedido por Alexandre de Moraes.

Camila Abdo

Blogueira, é ex-assessora do gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL-SP). Desde 2013, possui um canal no youtube intitulado “Direto aos Fatos”, no qual conta com menos de 100 mil seguidores. Nas redes sociais, publicou vídeo mostrando mandado de busca desta terça. Disse ainda que teve aparelhos apreendidos e que prestou depoimento à Polícia Federal. Em vídeo publicado no youtube, no entanto, a blogueira evitou fazer críticas à PF. "A Polícia Federal passou aqui em casa hoje e eu já fui depor. Eu não vou falar mal dos agentes, porque eles estão cumprindo ordens. Ilegais? Sim. Mas o que eles podem fazer?”, afirmou.

/COLABOROU DIEGO EMIR E FÁBIOS BISPO, ESPECIAIS PARA O ESTADO

Entre os alvos da Operação Lume, deflagrada nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte e o publicitário Sérgio Lima, além de youtubers apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

Ao todo, a PF faz 21 buscas em cinco Estados e no DF. Leia mais sobre alguns dos bolsonaristas que estão na mira da corporação nesta terça:

Daniel Silveira (PSL-RJ)

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) Foto: Câmara dos Deputados

Único político com foro junto ao Supremo que é alvo da Polícia Federal na operação desta terça-feira, Daniel Silveira tem 37 anos, é deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro e está em seu primeiro mandato no cargo.

Foi durante a campanha de outubro de 2018 que o deputado, então candidato, ficou conhecido ao destruir, junto com seu colega de partido Rodrigo Amorim, uma placa de rua que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março daquele ano. 

Alvo da operação da PF desta terça, o parlamentar confirmou em sua conta no Twitter pela manhã que a Polícia Federal estave em seu apartamento.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome.  No último domingo de maio, quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiram a orla de Copacabana, o deputado fez uma transmissão ao vivo enquanto se aproximava do cordão de isolamento que dividia os grupos. Ao pedir a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Silveira comemorou a iniciativa.  O deputado também está na lista de parlamentares investigados no inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes do STF e seus familiares.

Allan dos Santos

PF faz buscas na casa do blogueiro Allan do Santos no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Empresário e um dos sócios do site conservador Terça Livre, já mencionado nas postagens do presidente Bolsonaro nas redes sociais, Allan Lopes dos Santos é um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo.

Alvo da Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito de um inquérito de investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, o blogueiro também é um dos investigados no inquérito das fake news, e  foi alvo de mandado de busca e apreensão em 27 de maio, quando a PF cumpriu cumpriu ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mirando nomes ligados ao ‘gabinete do ódio’ e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Seguidor do escritor Olavo de Carvalho e crítico da imprensa tradicional, Allan dos Santos foi um dos principais mobilizadores digitais nos ataques contra a repórter Constança Rezende, do Estadão, em março de 2019.

Luís Felipe Belmonte

Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Empresário e advogado, Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar o papel. Milionário, Belmonte já foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que foi condenado a uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Conforme mostrou reportagem do Estadão, Belmonte já auxiliou na organização de atos antidemocráticos em Brasília, como o que ocorreu em 3 de maio, um domingo. Na ocasião, o Aliança pelo Brasil foi a ponte, o contato entre as lideranças de grupos e movimentos de direita, que se organizaram para mobilizar os bolsonaristas em todo o País para participarem da manifestação. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido. 

Sérgio Lima

Marqueteiro do Aliança pelo Brasil, Sérgio Lima também foi alvo da operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Publicitário, Lima foi uma das pessoas que estiveram presentes na comitiva do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos em março deste ano, e foi uma das mais de vinte pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus após a viagem. Antes da pandemia, ‘Serginho’ – como é conhecido entre governistas –, chegou a ser incentivado por alguns bolsonaristas a disputar a Prefeitura de SP.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo, Lima, mineiro que não cursou faculdade e se diz autodidata, foi o responsável pela identidade visual do partido Aliança pelo Brasil, e também pela criação do site da legenda.

​Otavio Fakhoury

Investidor, financiador do site conservador Crítica Nacional e um dos alvos da operação da PF desta terça, Otavio Fakhoury também é investigado no inquérito das fake news,pelo qual foi alvo de busca e apreensão no dia 27 de maio.

Fakhoury já admitiu publicamente ter financiado manifestações pró-Bolsonaro. O empresário também já afirmou ter feito o mesmo nos atos pró-impeachment de Dilma Rousseff e na campanha de 2018.

Em resposta à operação da PF desta terça, a defesa do empresário negou que ele tenha sido responsável por qualquer ato ilícito.

Valter César Silva Oliveira

Um dos alvos da operação, Valter César Silva Oliveira é proprietário do canal Nação Patriota que está no YouTube, Instagram e Twitter. Porém é no YouTube onde possui maior audiência. São 431 mil usuários inscritos no canal que apoia agenda bolsonarista.

Seu primeiro vídeo foi em novembro de 2019 dias criticando a soltura do ex-presidente Lula. Em maio, publicou vídeo criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes, que estaria tentando calar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Em recente publicação no dia 15 de junho, Valter diz que a guerra está declarada ao STF e pede ajuda financeira para um movimento que será realizado dia 20 de junho em Brasília.

Valter é sócio de uma empresa de engenharia na cidade de Imperatriz, sul do Maranhão. A Construre Construções e Reformas Ltda foi fundada em 2015 e possui um capital de R$150 mil. O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Valter. 

Ravox

Alvo da Polícia Federal no inquérito que apura atos antidemocráticos em Santa Catarina, o youtuber Adilson Dini usou as redes sociais para comunicar a apreensão dos seus equipamentos de gravação e transmissão, além do celular. Adilson é ex-corretor de imóveis, carreira que abriu mão depois que passou a comandar o canal Ravox Brasil, no YouTube, onde tem 340 mil seguidores.

Recentemente, o youtuber publicou vídeo pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes. “O presidente Bolsonaro deveria dar ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal”, disse ele, sugerindo ainda que o ministro teria relações políticas com o PSDB. “Está provado que as nossas escolhas não valem de nada, nessa nossa linda democracia”, continuou.

Em seus vídeos, Dini ainda utiliza palavras ofensivas para se referir a governadores considerados inimigos políticos do presidente, como Wilson Witzel (PSC-RJ) e João Doria (PSDB-SP).

Em outros vídeos, ele já citou o polêmico artigo 142 da Constituição e com a interpretação de que as Forças Armadas teriam prerrogativas para destituir os demais Poderes. Em 2019, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, ao lado de outros youtubers. O grupo, que na época esteve na capital federal para manifestações a favor do governo e da Lava Jato, disse que arrecadou dinheiro para viagem com doações.

O mandado de busca da PF na casa de Adilson Dini foi cumprido por volta das 5h30, em Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Ele também deverá comparecer nesta quarta-feira, 17, na Superintendência da PF em Itajaí para prestar depoimentos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do youtuber.

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Alberto Silva

Alberto Silva é blogueiro do Canal Giro de Notícias. Com 1,16 milhão de inscritos, o canal faz críticas ao STF, defende o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a intervenção militar, e já foi responsável por veicular informações falsas. Nesta manhã, Silva publicou vídeo em que registra a viatura da PF na porta e sua casa e ainda mostra o mandado de busca expedido por Alexandre de Moraes.

Camila Abdo

Blogueira, é ex-assessora do gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL-SP). Desde 2013, possui um canal no youtube intitulado “Direto aos Fatos”, no qual conta com menos de 100 mil seguidores. Nas redes sociais, publicou vídeo mostrando mandado de busca desta terça. Disse ainda que teve aparelhos apreendidos e que prestou depoimento à Polícia Federal. Em vídeo publicado no youtube, no entanto, a blogueira evitou fazer críticas à PF. "A Polícia Federal passou aqui em casa hoje e eu já fui depor. Eu não vou falar mal dos agentes, porque eles estão cumprindo ordens. Ilegais? Sim. Mas o que eles podem fazer?”, afirmou.

/COLABOROU DIEGO EMIR E FÁBIOS BISPO, ESPECIAIS PARA O ESTADO

Entre os alvos da Operação Lume, deflagrada nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte e o publicitário Sérgio Lima, além de youtubers apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

Ao todo, a PF faz 21 buscas em cinco Estados e no DF. Leia mais sobre alguns dos bolsonaristas que estão na mira da corporação nesta terça:

Daniel Silveira (PSL-RJ)

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) Foto: Câmara dos Deputados

Único político com foro junto ao Supremo que é alvo da Polícia Federal na operação desta terça-feira, Daniel Silveira tem 37 anos, é deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro e está em seu primeiro mandato no cargo.

Foi durante a campanha de outubro de 2018 que o deputado, então candidato, ficou conhecido ao destruir, junto com seu colega de partido Rodrigo Amorim, uma placa de rua que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março daquele ano. 

Alvo da operação da PF desta terça, o parlamentar confirmou em sua conta no Twitter pela manhã que a Polícia Federal estave em seu apartamento.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome.  No último domingo de maio, quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiram a orla de Copacabana, o deputado fez uma transmissão ao vivo enquanto se aproximava do cordão de isolamento que dividia os grupos. Ao pedir a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Silveira comemorou a iniciativa.  O deputado também está na lista de parlamentares investigados no inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes do STF e seus familiares.

Allan dos Santos

PF faz buscas na casa do blogueiro Allan do Santos no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Empresário e um dos sócios do site conservador Terça Livre, já mencionado nas postagens do presidente Bolsonaro nas redes sociais, Allan Lopes dos Santos é um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo.

Alvo da Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito de um inquérito de investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, o blogueiro também é um dos investigados no inquérito das fake news, e  foi alvo de mandado de busca e apreensão em 27 de maio, quando a PF cumpriu cumpriu ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mirando nomes ligados ao ‘gabinete do ódio’ e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Seguidor do escritor Olavo de Carvalho e crítico da imprensa tradicional, Allan dos Santos foi um dos principais mobilizadores digitais nos ataques contra a repórter Constança Rezende, do Estadão, em março de 2019.

Luís Felipe Belmonte

Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Empresário e advogado, Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar o papel. Milionário, Belmonte já foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que foi condenado a uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Conforme mostrou reportagem do Estadão, Belmonte já auxiliou na organização de atos antidemocráticos em Brasília, como o que ocorreu em 3 de maio, um domingo. Na ocasião, o Aliança pelo Brasil foi a ponte, o contato entre as lideranças de grupos e movimentos de direita, que se organizaram para mobilizar os bolsonaristas em todo o País para participarem da manifestação. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido. 

Sérgio Lima

Marqueteiro do Aliança pelo Brasil, Sérgio Lima também foi alvo da operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Publicitário, Lima foi uma das pessoas que estiveram presentes na comitiva do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos em março deste ano, e foi uma das mais de vinte pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus após a viagem. Antes da pandemia, ‘Serginho’ – como é conhecido entre governistas –, chegou a ser incentivado por alguns bolsonaristas a disputar a Prefeitura de SP.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo, Lima, mineiro que não cursou faculdade e se diz autodidata, foi o responsável pela identidade visual do partido Aliança pelo Brasil, e também pela criação do site da legenda.

​Otavio Fakhoury

Investidor, financiador do site conservador Crítica Nacional e um dos alvos da operação da PF desta terça, Otavio Fakhoury também é investigado no inquérito das fake news,pelo qual foi alvo de busca e apreensão no dia 27 de maio.

Fakhoury já admitiu publicamente ter financiado manifestações pró-Bolsonaro. O empresário também já afirmou ter feito o mesmo nos atos pró-impeachment de Dilma Rousseff e na campanha de 2018.

Em resposta à operação da PF desta terça, a defesa do empresário negou que ele tenha sido responsável por qualquer ato ilícito.

Valter César Silva Oliveira

Um dos alvos da operação, Valter César Silva Oliveira é proprietário do canal Nação Patriota que está no YouTube, Instagram e Twitter. Porém é no YouTube onde possui maior audiência. São 431 mil usuários inscritos no canal que apoia agenda bolsonarista.

Seu primeiro vídeo foi em novembro de 2019 dias criticando a soltura do ex-presidente Lula. Em maio, publicou vídeo criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes, que estaria tentando calar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Em recente publicação no dia 15 de junho, Valter diz que a guerra está declarada ao STF e pede ajuda financeira para um movimento que será realizado dia 20 de junho em Brasília.

Valter é sócio de uma empresa de engenharia na cidade de Imperatriz, sul do Maranhão. A Construre Construções e Reformas Ltda foi fundada em 2015 e possui um capital de R$150 mil. O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Valter. 

Ravox

Alvo da Polícia Federal no inquérito que apura atos antidemocráticos em Santa Catarina, o youtuber Adilson Dini usou as redes sociais para comunicar a apreensão dos seus equipamentos de gravação e transmissão, além do celular. Adilson é ex-corretor de imóveis, carreira que abriu mão depois que passou a comandar o canal Ravox Brasil, no YouTube, onde tem 340 mil seguidores.

Recentemente, o youtuber publicou vídeo pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes. “O presidente Bolsonaro deveria dar ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal”, disse ele, sugerindo ainda que o ministro teria relações políticas com o PSDB. “Está provado que as nossas escolhas não valem de nada, nessa nossa linda democracia”, continuou.

Em seus vídeos, Dini ainda utiliza palavras ofensivas para se referir a governadores considerados inimigos políticos do presidente, como Wilson Witzel (PSC-RJ) e João Doria (PSDB-SP).

Em outros vídeos, ele já citou o polêmico artigo 142 da Constituição e com a interpretação de que as Forças Armadas teriam prerrogativas para destituir os demais Poderes. Em 2019, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, ao lado de outros youtubers. O grupo, que na época esteve na capital federal para manifestações a favor do governo e da Lava Jato, disse que arrecadou dinheiro para viagem com doações.

O mandado de busca da PF na casa de Adilson Dini foi cumprido por volta das 5h30, em Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Ele também deverá comparecer nesta quarta-feira, 17, na Superintendência da PF em Itajaí para prestar depoimentos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do youtuber.

reference

Alberto Silva

Alberto Silva é blogueiro do Canal Giro de Notícias. Com 1,16 milhão de inscritos, o canal faz críticas ao STF, defende o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a intervenção militar, e já foi responsável por veicular informações falsas. Nesta manhã, Silva publicou vídeo em que registra a viatura da PF na porta e sua casa e ainda mostra o mandado de busca expedido por Alexandre de Moraes.

Camila Abdo

Blogueira, é ex-assessora do gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL-SP). Desde 2013, possui um canal no youtube intitulado “Direto aos Fatos”, no qual conta com menos de 100 mil seguidores. Nas redes sociais, publicou vídeo mostrando mandado de busca desta terça. Disse ainda que teve aparelhos apreendidos e que prestou depoimento à Polícia Federal. Em vídeo publicado no youtube, no entanto, a blogueira evitou fazer críticas à PF. "A Polícia Federal passou aqui em casa hoje e eu já fui depor. Eu não vou falar mal dos agentes, porque eles estão cumprindo ordens. Ilegais? Sim. Mas o que eles podem fazer?”, afirmou.

/COLABOROU DIEGO EMIR E FÁBIOS BISPO, ESPECIAIS PARA O ESTADO

Entre os alvos da Operação Lume, deflagrada nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, estão o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte e o publicitário Sérgio Lima, além de youtubers apoiadores do presidente Jair Bolsonaro

Ao todo, a PF faz 21 buscas em cinco Estados e no DF. Leia mais sobre alguns dos bolsonaristas que estão na mira da corporação nesta terça:

Daniel Silveira (PSL-RJ)

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) Foto: Câmara dos Deputados

Único político com foro junto ao Supremo que é alvo da Polícia Federal na operação desta terça-feira, Daniel Silveira tem 37 anos, é deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro e está em seu primeiro mandato no cargo.

Foi durante a campanha de outubro de 2018 que o deputado, então candidato, ficou conhecido ao destruir, junto com seu colega de partido Rodrigo Amorim, uma placa de rua que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março daquele ano. 

Alvo da operação da PF desta terça, o parlamentar confirmou em sua conta no Twitter pela manhã que a Polícia Federal estave em seu apartamento.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome.  No último domingo de maio, quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiram a orla de Copacabana, o deputado fez uma transmissão ao vivo enquanto se aproximava do cordão de isolamento que dividia os grupos. Ao pedir a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Silveira comemorou a iniciativa.  O deputado também está na lista de parlamentares investigados no inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes do STF e seus familiares.

Allan dos Santos

PF faz buscas na casa do blogueiro Allan do Santos no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Empresário e um dos sócios do site conservador Terça Livre, já mencionado nas postagens do presidente Bolsonaro nas redes sociais, Allan Lopes dos Santos é um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo.

Alvo da Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito de um inquérito de investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, o blogueiro também é um dos investigados no inquérito das fake news, e  foi alvo de mandado de busca e apreensão em 27 de maio, quando a PF cumpriu cumpriu ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mirando nomes ligados ao ‘gabinete do ódio’ e aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Seguidor do escritor Olavo de Carvalho e crítico da imprensa tradicional, Allan dos Santos foi um dos principais mobilizadores digitais nos ataques contra a repórter Constança Rezende, do Estadão, em março de 2019.

Luís Felipe Belmonte

Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Empresário e advogado, Luís Felipe Belmonte dos Santos é o segundo vice-presidente e principal operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar o papel. Milionário, Belmonte já foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que foi condenado a uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Conforme mostrou reportagem do Estadão, Belmonte já auxiliou na organização de atos antidemocráticos em Brasília, como o que ocorreu em 3 de maio, um domingo. Na ocasião, o Aliança pelo Brasil foi a ponte, o contato entre as lideranças de grupos e movimentos de direita, que se organizaram para mobilizar os bolsonaristas em todo o País para participarem da manifestação. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido. 

Sérgio Lima

Marqueteiro do Aliança pelo Brasil, Sérgio Lima também foi alvo da operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Publicitário, Lima foi uma das pessoas que estiveram presentes na comitiva do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos em março deste ano, e foi uma das mais de vinte pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus após a viagem. Antes da pandemia, ‘Serginho’ – como é conhecido entre governistas –, chegou a ser incentivado por alguns bolsonaristas a disputar a Prefeitura de SP.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo, Lima, mineiro que não cursou faculdade e se diz autodidata, foi o responsável pela identidade visual do partido Aliança pelo Brasil, e também pela criação do site da legenda.

​Otavio Fakhoury

Investidor, financiador do site conservador Crítica Nacional e um dos alvos da operação da PF desta terça, Otavio Fakhoury também é investigado no inquérito das fake news,pelo qual foi alvo de busca e apreensão no dia 27 de maio.

Fakhoury já admitiu publicamente ter financiado manifestações pró-Bolsonaro. O empresário também já afirmou ter feito o mesmo nos atos pró-impeachment de Dilma Rousseff e na campanha de 2018.

Em resposta à operação da PF desta terça, a defesa do empresário negou que ele tenha sido responsável por qualquer ato ilícito.

Valter César Silva Oliveira

Um dos alvos da operação, Valter César Silva Oliveira é proprietário do canal Nação Patriota que está no YouTube, Instagram e Twitter. Porém é no YouTube onde possui maior audiência. São 431 mil usuários inscritos no canal que apoia agenda bolsonarista.

Seu primeiro vídeo foi em novembro de 2019 dias criticando a soltura do ex-presidente Lula. Em maio, publicou vídeo criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes, que estaria tentando calar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Em recente publicação no dia 15 de junho, Valter diz que a guerra está declarada ao STF e pede ajuda financeira para um movimento que será realizado dia 20 de junho em Brasília.

Valter é sócio de uma empresa de engenharia na cidade de Imperatriz, sul do Maranhão. A Construre Construções e Reformas Ltda foi fundada em 2015 e possui um capital de R$150 mil. O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Valter. 

Ravox

Alvo da Polícia Federal no inquérito que apura atos antidemocráticos em Santa Catarina, o youtuber Adilson Dini usou as redes sociais para comunicar a apreensão dos seus equipamentos de gravação e transmissão, além do celular. Adilson é ex-corretor de imóveis, carreira que abriu mão depois que passou a comandar o canal Ravox Brasil, no YouTube, onde tem 340 mil seguidores.

Recentemente, o youtuber publicou vídeo pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes. “O presidente Bolsonaro deveria dar ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal”, disse ele, sugerindo ainda que o ministro teria relações políticas com o PSDB. “Está provado que as nossas escolhas não valem de nada, nessa nossa linda democracia”, continuou.

Em seus vídeos, Dini ainda utiliza palavras ofensivas para se referir a governadores considerados inimigos políticos do presidente, como Wilson Witzel (PSC-RJ) e João Doria (PSDB-SP).

Em outros vídeos, ele já citou o polêmico artigo 142 da Constituição e com a interpretação de que as Forças Armadas teriam prerrogativas para destituir os demais Poderes. Em 2019, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, ao lado de outros youtubers. O grupo, que na época esteve na capital federal para manifestações a favor do governo e da Lava Jato, disse que arrecadou dinheiro para viagem com doações.

O mandado de busca da PF na casa de Adilson Dini foi cumprido por volta das 5h30, em Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Ele também deverá comparecer nesta quarta-feira, 17, na Superintendência da PF em Itajaí para prestar depoimentos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do youtuber.

reference

Alberto Silva

Alberto Silva é blogueiro do Canal Giro de Notícias. Com 1,16 milhão de inscritos, o canal faz críticas ao STF, defende o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a intervenção militar, e já foi responsável por veicular informações falsas. Nesta manhã, Silva publicou vídeo em que registra a viatura da PF na porta e sua casa e ainda mostra o mandado de busca expedido por Alexandre de Moraes.

Camila Abdo

Blogueira, é ex-assessora do gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL-SP). Desde 2013, possui um canal no youtube intitulado “Direto aos Fatos”, no qual conta com menos de 100 mil seguidores. Nas redes sociais, publicou vídeo mostrando mandado de busca desta terça. Disse ainda que teve aparelhos apreendidos e que prestou depoimento à Polícia Federal. Em vídeo publicado no youtube, no entanto, a blogueira evitou fazer críticas à PF. "A Polícia Federal passou aqui em casa hoje e eu já fui depor. Eu não vou falar mal dos agentes, porque eles estão cumprindo ordens. Ilegais? Sim. Mas o que eles podem fazer?”, afirmou.

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