Zé Trovão ataca Lula na tribuna da Câmara, mas no Planalto diz que economia está ‘no rumo certo’


Em estratégia ‘morde-assopra’, deputado bolsonarista afirma que governo intimida parlamentares para retirar assinaturas da CPMI dos Atos Golpistas; horas antes, porém, havia elogiado gestão do PT em encontro com ministro

Por Levy Teles e Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - Sete horas antes de acusar o governo de coagir parlamentares novatos para que retirassem assinaturas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, nesta terça-feira, 7, o deputado bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) elogiou a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Em café da manhã no Palácio do Planalto, Trovão disse que o Brasil e a economia estão “no rumo certo”. Mais tarde, do outro lado da Praça dos Três Poderes, o discurso foi bem diferente: na tribuna da Câmara, Zé Trovão chamou o governo de “cara de pau” e sem “escrúpulo”.

Diante do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, porém, o deputado se definiu como “aberto” ao diálogo. “O Brasil precisa continuar no rumo certo. E o mais importante para o Brasil é nossa economia da maneira que ela está: em crescente”, destacou ele. O áudio do encontro no Planalto, que reuniu deputados de primeiro mandato, foi obtido pelo Estadão.

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Em estratégia 'morde-assopra', deputado bolsonarista afirma que governo 'intimida' parlamentares para retirar assinaturas da CPMI dos Atos Golpistas; antes, por

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Registrado como Marcos Antônio Pereira Gomes, Zé Trovão liderou os caminhoneiros e mobilizou manifestantes para atos antidemocráticos no 7 de Setembro de 2021. Em vídeos no YouTube, ele pedia a exoneração dos 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Após ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, fugiu para o México. Foi preso em outubro de 2021 e hoje usa tornozeleira eletrônica.

Preso em 2021 por insuflar atos antidemocráticos, Zé Trovão diz agora que oposição "consciente" respeita os limites da "boa convivência"  Foto: Instagram/Reprodu

“Eu sou oposição ao governo, e não ao Brasil”, disse Zé Trovão durante o café com Padilha, Alckmin e seus novos colegas. “Precisamos ser oposição, mas consciente, respeitando os limites da boa convivência e sempre pensando que é o povo brasileiro que precisa ser assistido”, completou. O deputado também aplaudiu a iniciativa de Lula de insistir na reforma tributária.

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No meio da tarde, porém, Zé Trovão subiu à tribuna da Câmara, com seu tradicional chapéu preto na cabeça, e fez um discurso inflamado contra o governo. Acusou o Planalto de condicionar o repasse de emendas a deputados novatos à retirada de assinaturas da CPMI, capitaneada por bolsonaristas. “E estou dizendo isso porque eu fui até lá hoje (terça-feira, 7), nessa reunião, para saber do que eles iam falar. E eles têm a cara de pau de querer coagir os novos deputados que chegaram à Casa, dizendo: ‘Ou você retira seu nome da CPMI, ou você não vai receber’”, afirmou o deputado. “Eu prefiro ficar sem um real para levar para o meu Estado a me acovardar diante desse governo que não tem caráter nem escrúpulo.”

Como mostrou o Estadão, o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reservaram a 219 deputados novatos o direito de definir onde devem ser aplicados cerca de R$ 3 bilhões do Orçamento. Cada parlamentar terá direito a uma quantia na casa dos R$ 13 milhões. Com o agrado, o governo pretende assegurar apoio e votos para propostas de seu interesse no Congresso.

O Planalto nega que esteja usando as emendas para barganha política. O deputado Rafael Pezenti (MDB-SC), também novato, participou do café com Padilha e Alckmin e disse não ter ouvido qualquer ameaça nem tentativa de intimidação. “Para nós, as eleições acabaram no segundo turno”, declarou o ministro das Relações Institucionais.

BRASÍLIA - Sete horas antes de acusar o governo de coagir parlamentares novatos para que retirassem assinaturas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, nesta terça-feira, 7, o deputado bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) elogiou a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Em café da manhã no Palácio do Planalto, Trovão disse que o Brasil e a economia estão “no rumo certo”. Mais tarde, do outro lado da Praça dos Três Poderes, o discurso foi bem diferente: na tribuna da Câmara, Zé Trovão chamou o governo de “cara de pau” e sem “escrúpulo”.

Diante do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, porém, o deputado se definiu como “aberto” ao diálogo. “O Brasil precisa continuar no rumo certo. E o mais importante para o Brasil é nossa economia da maneira que ela está: em crescente”, destacou ele. O áudio do encontro no Planalto, que reuniu deputados de primeiro mandato, foi obtido pelo Estadão.

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Registrado como Marcos Antônio Pereira Gomes, Zé Trovão liderou os caminhoneiros e mobilizou manifestantes para atos antidemocráticos no 7 de Setembro de 2021. Em vídeos no YouTube, ele pedia a exoneração dos 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Após ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, fugiu para o México. Foi preso em outubro de 2021 e hoje usa tornozeleira eletrônica.

Preso em 2021 por insuflar atos antidemocráticos, Zé Trovão diz agora que oposição "consciente" respeita os limites da "boa convivência"  Foto: Instagram/Reprodu

“Eu sou oposição ao governo, e não ao Brasil”, disse Zé Trovão durante o café com Padilha, Alckmin e seus novos colegas. “Precisamos ser oposição, mas consciente, respeitando os limites da boa convivência e sempre pensando que é o povo brasileiro que precisa ser assistido”, completou. O deputado também aplaudiu a iniciativa de Lula de insistir na reforma tributária.

No meio da tarde, porém, Zé Trovão subiu à tribuna da Câmara, com seu tradicional chapéu preto na cabeça, e fez um discurso inflamado contra o governo. Acusou o Planalto de condicionar o repasse de emendas a deputados novatos à retirada de assinaturas da CPMI, capitaneada por bolsonaristas. “E estou dizendo isso porque eu fui até lá hoje (terça-feira, 7), nessa reunião, para saber do que eles iam falar. E eles têm a cara de pau de querer coagir os novos deputados que chegaram à Casa, dizendo: ‘Ou você retira seu nome da CPMI, ou você não vai receber’”, afirmou o deputado. “Eu prefiro ficar sem um real para levar para o meu Estado a me acovardar diante desse governo que não tem caráter nem escrúpulo.”

Como mostrou o Estadão, o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reservaram a 219 deputados novatos o direito de definir onde devem ser aplicados cerca de R$ 3 bilhões do Orçamento. Cada parlamentar terá direito a uma quantia na casa dos R$ 13 milhões. Com o agrado, o governo pretende assegurar apoio e votos para propostas de seu interesse no Congresso.

O Planalto nega que esteja usando as emendas para barganha política. O deputado Rafael Pezenti (MDB-SC), também novato, participou do café com Padilha e Alckmin e disse não ter ouvido qualquer ameaça nem tentativa de intimidação. “Para nós, as eleições acabaram no segundo turno”, declarou o ministro das Relações Institucionais.

BRASÍLIA - Sete horas antes de acusar o governo de coagir parlamentares novatos para que retirassem assinaturas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, nesta terça-feira, 7, o deputado bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) elogiou a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Em café da manhã no Palácio do Planalto, Trovão disse que o Brasil e a economia estão “no rumo certo”. Mais tarde, do outro lado da Praça dos Três Poderes, o discurso foi bem diferente: na tribuna da Câmara, Zé Trovão chamou o governo de “cara de pau” e sem “escrúpulo”.

Diante do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, porém, o deputado se definiu como “aberto” ao diálogo. “O Brasil precisa continuar no rumo certo. E o mais importante para o Brasil é nossa economia da maneira que ela está: em crescente”, destacou ele. O áudio do encontro no Planalto, que reuniu deputados de primeiro mandato, foi obtido pelo Estadão.

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Em estratégia 'morde-assopra', deputado bolsonarista afirma que governo 'intimida' parlamentares para retirar assinaturas da CPMI dos Atos Golpistas; antes, por

Registrado como Marcos Antônio Pereira Gomes, Zé Trovão liderou os caminhoneiros e mobilizou manifestantes para atos antidemocráticos no 7 de Setembro de 2021. Em vídeos no YouTube, ele pedia a exoneração dos 11 integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Após ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, fugiu para o México. Foi preso em outubro de 2021 e hoje usa tornozeleira eletrônica.

Preso em 2021 por insuflar atos antidemocráticos, Zé Trovão diz agora que oposição "consciente" respeita os limites da "boa convivência"  Foto: Instagram/Reprodu

“Eu sou oposição ao governo, e não ao Brasil”, disse Zé Trovão durante o café com Padilha, Alckmin e seus novos colegas. “Precisamos ser oposição, mas consciente, respeitando os limites da boa convivência e sempre pensando que é o povo brasileiro que precisa ser assistido”, completou. O deputado também aplaudiu a iniciativa de Lula de insistir na reforma tributária.

No meio da tarde, porém, Zé Trovão subiu à tribuna da Câmara, com seu tradicional chapéu preto na cabeça, e fez um discurso inflamado contra o governo. Acusou o Planalto de condicionar o repasse de emendas a deputados novatos à retirada de assinaturas da CPMI, capitaneada por bolsonaristas. “E estou dizendo isso porque eu fui até lá hoje (terça-feira, 7), nessa reunião, para saber do que eles iam falar. E eles têm a cara de pau de querer coagir os novos deputados que chegaram à Casa, dizendo: ‘Ou você retira seu nome da CPMI, ou você não vai receber’”, afirmou o deputado. “Eu prefiro ficar sem um real para levar para o meu Estado a me acovardar diante desse governo que não tem caráter nem escrúpulo.”

Como mostrou o Estadão, o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reservaram a 219 deputados novatos o direito de definir onde devem ser aplicados cerca de R$ 3 bilhões do Orçamento. Cada parlamentar terá direito a uma quantia na casa dos R$ 13 milhões. Com o agrado, o governo pretende assegurar apoio e votos para propostas de seu interesse no Congresso.

O Planalto nega que esteja usando as emendas para barganha política. O deputado Rafael Pezenti (MDB-SC), também novato, participou do café com Padilha e Alckmin e disse não ter ouvido qualquer ameaça nem tentativa de intimidação. “Para nós, as eleições acabaram no segundo turno”, declarou o ministro das Relações Institucionais.

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