Zeca Dirceu: ‘O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria na Câmara’


Na data de aniversário do PT, líder da legenda na Câmara diz que, em 20 anos, a sigla está ‘mais calejada e resistente’ em um ‘ambiente político contaminado’

Por Pedro Venceslau
Atualização:
Foto: Estadão
Entrevista comZeca Dirceulíder do PT na Câmara

Escolhido pela bancada de 69 deputados federais do PT como novo líder do partido na Câmara, o deputado federal Zeca Dirceu (PR), de 44 anos, defendeu o acordo que ajudou eleger o ex-bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa. “O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria”, afirmou o deputado em entrevista ao Estadão nesta sexta-feira, 10, em que o PT completa 43 anos. “Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.”

Zeca Dirceu confirmou ainda que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa, será presidida pelo deputado Rui Falcão (SP). Confira os principais trechos da entrevista:

Foi difícil para o PT apoiar o Arthur Lira para a presidência da Câmara?

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O desejo de qualquer militante do PT era que o partido tivesse um candidato viável para presidir a Câmara, mas o eleitor não quis isso e não elegeu uma ampla maioria de deputados de esquerda e mais próximos ao presidente Lula. O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria. O fizemos foi o mais razoável. Aproveitamos a eleição da Câmara para reacomodar o PT nos espaços que ele tem direito pelo seu tamanho proporcionalmente entre os 513 deputados. Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.

Deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara. Foto: Beto Oliveira/Estadão

O deputado Rui Falcão vai presidir a CCJ?

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Sim. Foi um acordo. Nós não tínhamos esse direito. Na proporcionalidade teríamos a 3° pedida, e o PL a 1° e a 2°. Mas nesse acordo que colocou o Lira como presidente e a Maria do Rosário na 2° secretaria, a gente conseguiu avançar bastante. A partir do ano que vem, dentro de um rodízio, vamos presidir outras comissões importantes, como a do orçamento. O PT vai voltar a ter espaço institucional no comando da Casa pelo acordo com o Lira. Ele escolheu o Reginaldo Lopes para coordenar o grupo de trabalho da reforma tributária. O Lira combinou com a gente que o PT terá protagonismo na Câmara.

Pelo menos três presidenciáveis competitivos de outros partidos estão dentro do governo Lula - Geraldo Alckmin, Marina Silva e Simone Tebet. O PT pode apoiar algum deles em 2026?

Sempre é possível, mas todo partido grande como o PT tem que ter candidato à Presidência, governador e prefeito. Mas devemos ter a humildade de avaliar os cenários e tomar a decisão de dar um passo adiante ou para trás. É muito cedo para se estabelecer esse debate. Neste momento ele é ruim para o governo, para o Lula e para o País.

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Está pacificado no PT que Lula vai disputar a reeleição?

Não está pacificado nem que sim nem que não. Isso não é tema do partido nem prioridade do governo. Esse debate só atrapalha. Não vou me alongar nele.

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O que mudou no PT entre 2003 e 2023?

O partido está muito mais experiente e tem muito mais o que apresentar. Cometeu erros, mas tem um número infinitamente maior de acertos. Os acertos do PT são infinitamente maiores que os erros. O PT está também muito mais calejado e resistente. Ganhar uma eleição do jeito que ganhamos agora não é pouca coisa.

Quais foram esses erros?

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Os adversários é que têm que dizer. Eu conheço os erros e discuto eles internamente com o PT. Não acho razoável que alguém do PT fique fazendo propaganda disso.

O 5° governo do PT está mais à esquerda que os anteriores?

Não acho. É um governo que chega em um cenário de ameaças de golpe. Os adversários estão armados e são ligados às milícias. É um contexto de extrema dificuldade. O ambiente político está contaminado.

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Foi o antibolsonarismo que elegeu o Lula. Mas por outro lado o antipetismo é um sentimento muito forte. Quais são as raízes do antipetismo e como o partido pretende combatê-lo?

Quiseram ligar o partido aos casos de corrupção que existem em qualquer País. É como se o aquilo tivesse sido inventado pelo PT, e não é verdade. O partido foi bombardeado dia e noite como nenhum outro foi na história do mundo. Isso deixou um desgaste. A Lava Jato é um exemplo disso. Hoje muita gente que achava que a Lava Jato era meramente uma operação contra a corrupção tem clareza que não era. A derrocada da Lava Jato revelou as mentiras e distorções.

Qual o papel do seu pai, José Dirceu, no partido hoje?

Meu pai fez uma opção de dedicar grande parte de seu tempo para sua defesa nos julgamentos que ele ainda vai ter que enfrentar. A busca é pela anulação dos processos. Mas dentro do PT ele é uma liderança de alto quilate. Não tem uma reunião do PT que ele não seja lembrado. Apesar de ter decidido não participar da direção do partido e do governo, meu pai ainda é uma pessoa muito influente, mas não por iniciativa dele e sim da militância. Deputados, senadores, governadores e prefeitos se relacionam com ele diariamente por telefone, jantares, almoços e visitas.

Escolhido pela bancada de 69 deputados federais do PT como novo líder do partido na Câmara, o deputado federal Zeca Dirceu (PR), de 44 anos, defendeu o acordo que ajudou eleger o ex-bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa. “O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria”, afirmou o deputado em entrevista ao Estadão nesta sexta-feira, 10, em que o PT completa 43 anos. “Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.”

Zeca Dirceu confirmou ainda que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa, será presidida pelo deputado Rui Falcão (SP). Confira os principais trechos da entrevista:

Foi difícil para o PT apoiar o Arthur Lira para a presidência da Câmara?

O desejo de qualquer militante do PT era que o partido tivesse um candidato viável para presidir a Câmara, mas o eleitor não quis isso e não elegeu uma ampla maioria de deputados de esquerda e mais próximos ao presidente Lula. O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria. O fizemos foi o mais razoável. Aproveitamos a eleição da Câmara para reacomodar o PT nos espaços que ele tem direito pelo seu tamanho proporcionalmente entre os 513 deputados. Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.

Deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara. Foto: Beto Oliveira/Estadão

O deputado Rui Falcão vai presidir a CCJ?

Sim. Foi um acordo. Nós não tínhamos esse direito. Na proporcionalidade teríamos a 3° pedida, e o PL a 1° e a 2°. Mas nesse acordo que colocou o Lira como presidente e a Maria do Rosário na 2° secretaria, a gente conseguiu avançar bastante. A partir do ano que vem, dentro de um rodízio, vamos presidir outras comissões importantes, como a do orçamento. O PT vai voltar a ter espaço institucional no comando da Casa pelo acordo com o Lira. Ele escolheu o Reginaldo Lopes para coordenar o grupo de trabalho da reforma tributária. O Lira combinou com a gente que o PT terá protagonismo na Câmara.

Pelo menos três presidenciáveis competitivos de outros partidos estão dentro do governo Lula - Geraldo Alckmin, Marina Silva e Simone Tebet. O PT pode apoiar algum deles em 2026?

Sempre é possível, mas todo partido grande como o PT tem que ter candidato à Presidência, governador e prefeito. Mas devemos ter a humildade de avaliar os cenários e tomar a decisão de dar um passo adiante ou para trás. É muito cedo para se estabelecer esse debate. Neste momento ele é ruim para o governo, para o Lula e para o País.

Está pacificado no PT que Lula vai disputar a reeleição?

Não está pacificado nem que sim nem que não. Isso não é tema do partido nem prioridade do governo. Esse debate só atrapalha. Não vou me alongar nele.

O que mudou no PT entre 2003 e 2023?

O partido está muito mais experiente e tem muito mais o que apresentar. Cometeu erros, mas tem um número infinitamente maior de acertos. Os acertos do PT são infinitamente maiores que os erros. O PT está também muito mais calejado e resistente. Ganhar uma eleição do jeito que ganhamos agora não é pouca coisa.

Quais foram esses erros?

Os adversários é que têm que dizer. Eu conheço os erros e discuto eles internamente com o PT. Não acho razoável que alguém do PT fique fazendo propaganda disso.

O 5° governo do PT está mais à esquerda que os anteriores?

Não acho. É um governo que chega em um cenário de ameaças de golpe. Os adversários estão armados e são ligados às milícias. É um contexto de extrema dificuldade. O ambiente político está contaminado.

Foi o antibolsonarismo que elegeu o Lula. Mas por outro lado o antipetismo é um sentimento muito forte. Quais são as raízes do antipetismo e como o partido pretende combatê-lo?

Quiseram ligar o partido aos casos de corrupção que existem em qualquer País. É como se o aquilo tivesse sido inventado pelo PT, e não é verdade. O partido foi bombardeado dia e noite como nenhum outro foi na história do mundo. Isso deixou um desgaste. A Lava Jato é um exemplo disso. Hoje muita gente que achava que a Lava Jato era meramente uma operação contra a corrupção tem clareza que não era. A derrocada da Lava Jato revelou as mentiras e distorções.

Qual o papel do seu pai, José Dirceu, no partido hoje?

Meu pai fez uma opção de dedicar grande parte de seu tempo para sua defesa nos julgamentos que ele ainda vai ter que enfrentar. A busca é pela anulação dos processos. Mas dentro do PT ele é uma liderança de alto quilate. Não tem uma reunião do PT que ele não seja lembrado. Apesar de ter decidido não participar da direção do partido e do governo, meu pai ainda é uma pessoa muito influente, mas não por iniciativa dele e sim da militância. Deputados, senadores, governadores e prefeitos se relacionam com ele diariamente por telefone, jantares, almoços e visitas.

Escolhido pela bancada de 69 deputados federais do PT como novo líder do partido na Câmara, o deputado federal Zeca Dirceu (PR), de 44 anos, defendeu o acordo que ajudou eleger o ex-bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa. “O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria”, afirmou o deputado em entrevista ao Estadão nesta sexta-feira, 10, em que o PT completa 43 anos. “Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.”

Zeca Dirceu confirmou ainda que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa, será presidida pelo deputado Rui Falcão (SP). Confira os principais trechos da entrevista:

Foi difícil para o PT apoiar o Arthur Lira para a presidência da Câmara?

O desejo de qualquer militante do PT era que o partido tivesse um candidato viável para presidir a Câmara, mas o eleitor não quis isso e não elegeu uma ampla maioria de deputados de esquerda e mais próximos ao presidente Lula. O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria. O fizemos foi o mais razoável. Aproveitamos a eleição da Câmara para reacomodar o PT nos espaços que ele tem direito pelo seu tamanho proporcionalmente entre os 513 deputados. Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.

Deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara. Foto: Beto Oliveira/Estadão

O deputado Rui Falcão vai presidir a CCJ?

Sim. Foi um acordo. Nós não tínhamos esse direito. Na proporcionalidade teríamos a 3° pedida, e o PL a 1° e a 2°. Mas nesse acordo que colocou o Lira como presidente e a Maria do Rosário na 2° secretaria, a gente conseguiu avançar bastante. A partir do ano que vem, dentro de um rodízio, vamos presidir outras comissões importantes, como a do orçamento. O PT vai voltar a ter espaço institucional no comando da Casa pelo acordo com o Lira. Ele escolheu o Reginaldo Lopes para coordenar o grupo de trabalho da reforma tributária. O Lira combinou com a gente que o PT terá protagonismo na Câmara.

Pelo menos três presidenciáveis competitivos de outros partidos estão dentro do governo Lula - Geraldo Alckmin, Marina Silva e Simone Tebet. O PT pode apoiar algum deles em 2026?

Sempre é possível, mas todo partido grande como o PT tem que ter candidato à Presidência, governador e prefeito. Mas devemos ter a humildade de avaliar os cenários e tomar a decisão de dar um passo adiante ou para trás. É muito cedo para se estabelecer esse debate. Neste momento ele é ruim para o governo, para o Lula e para o País.

Está pacificado no PT que Lula vai disputar a reeleição?

Não está pacificado nem que sim nem que não. Isso não é tema do partido nem prioridade do governo. Esse debate só atrapalha. Não vou me alongar nele.

O que mudou no PT entre 2003 e 2023?

O partido está muito mais experiente e tem muito mais o que apresentar. Cometeu erros, mas tem um número infinitamente maior de acertos. Os acertos do PT são infinitamente maiores que os erros. O PT está também muito mais calejado e resistente. Ganhar uma eleição do jeito que ganhamos agora não é pouca coisa.

Quais foram esses erros?

Os adversários é que têm que dizer. Eu conheço os erros e discuto eles internamente com o PT. Não acho razoável que alguém do PT fique fazendo propaganda disso.

O 5° governo do PT está mais à esquerda que os anteriores?

Não acho. É um governo que chega em um cenário de ameaças de golpe. Os adversários estão armados e são ligados às milícias. É um contexto de extrema dificuldade. O ambiente político está contaminado.

Foi o antibolsonarismo que elegeu o Lula. Mas por outro lado o antipetismo é um sentimento muito forte. Quais são as raízes do antipetismo e como o partido pretende combatê-lo?

Quiseram ligar o partido aos casos de corrupção que existem em qualquer País. É como se o aquilo tivesse sido inventado pelo PT, e não é verdade. O partido foi bombardeado dia e noite como nenhum outro foi na história do mundo. Isso deixou um desgaste. A Lava Jato é um exemplo disso. Hoje muita gente que achava que a Lava Jato era meramente uma operação contra a corrupção tem clareza que não era. A derrocada da Lava Jato revelou as mentiras e distorções.

Qual o papel do seu pai, José Dirceu, no partido hoje?

Meu pai fez uma opção de dedicar grande parte de seu tempo para sua defesa nos julgamentos que ele ainda vai ter que enfrentar. A busca é pela anulação dos processos. Mas dentro do PT ele é uma liderança de alto quilate. Não tem uma reunião do PT que ele não seja lembrado. Apesar de ter decidido não participar da direção do partido e do governo, meu pai ainda é uma pessoa muito influente, mas não por iniciativa dele e sim da militância. Deputados, senadores, governadores e prefeitos se relacionam com ele diariamente por telefone, jantares, almoços e visitas.

Escolhido pela bancada de 69 deputados federais do PT como novo líder do partido na Câmara, o deputado federal Zeca Dirceu (PR), de 44 anos, defendeu o acordo que ajudou eleger o ex-bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa. “O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria”, afirmou o deputado em entrevista ao Estadão nesta sexta-feira, 10, em que o PT completa 43 anos. “Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.”

Zeca Dirceu confirmou ainda que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa, será presidida pelo deputado Rui Falcão (SP). Confira os principais trechos da entrevista:

Foi difícil para o PT apoiar o Arthur Lira para a presidência da Câmara?

O desejo de qualquer militante do PT era que o partido tivesse um candidato viável para presidir a Câmara, mas o eleitor não quis isso e não elegeu uma ampla maioria de deputados de esquerda e mais próximos ao presidente Lula. O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria. O fizemos foi o mais razoável. Aproveitamos a eleição da Câmara para reacomodar o PT nos espaços que ele tem direito pelo seu tamanho proporcionalmente entre os 513 deputados. Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.

Deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara. Foto: Beto Oliveira/Estadão

O deputado Rui Falcão vai presidir a CCJ?

Sim. Foi um acordo. Nós não tínhamos esse direito. Na proporcionalidade teríamos a 3° pedida, e o PL a 1° e a 2°. Mas nesse acordo que colocou o Lira como presidente e a Maria do Rosário na 2° secretaria, a gente conseguiu avançar bastante. A partir do ano que vem, dentro de um rodízio, vamos presidir outras comissões importantes, como a do orçamento. O PT vai voltar a ter espaço institucional no comando da Casa pelo acordo com o Lira. Ele escolheu o Reginaldo Lopes para coordenar o grupo de trabalho da reforma tributária. O Lira combinou com a gente que o PT terá protagonismo na Câmara.

Pelo menos três presidenciáveis competitivos de outros partidos estão dentro do governo Lula - Geraldo Alckmin, Marina Silva e Simone Tebet. O PT pode apoiar algum deles em 2026?

Sempre é possível, mas todo partido grande como o PT tem que ter candidato à Presidência, governador e prefeito. Mas devemos ter a humildade de avaliar os cenários e tomar a decisão de dar um passo adiante ou para trás. É muito cedo para se estabelecer esse debate. Neste momento ele é ruim para o governo, para o Lula e para o País.

Está pacificado no PT que Lula vai disputar a reeleição?

Não está pacificado nem que sim nem que não. Isso não é tema do partido nem prioridade do governo. Esse debate só atrapalha. Não vou me alongar nele.

O que mudou no PT entre 2003 e 2023?

O partido está muito mais experiente e tem muito mais o que apresentar. Cometeu erros, mas tem um número infinitamente maior de acertos. Os acertos do PT são infinitamente maiores que os erros. O PT está também muito mais calejado e resistente. Ganhar uma eleição do jeito que ganhamos agora não é pouca coisa.

Quais foram esses erros?

Os adversários é que têm que dizer. Eu conheço os erros e discuto eles internamente com o PT. Não acho razoável que alguém do PT fique fazendo propaganda disso.

O 5° governo do PT está mais à esquerda que os anteriores?

Não acho. É um governo que chega em um cenário de ameaças de golpe. Os adversários estão armados e são ligados às milícias. É um contexto de extrema dificuldade. O ambiente político está contaminado.

Foi o antibolsonarismo que elegeu o Lula. Mas por outro lado o antipetismo é um sentimento muito forte. Quais são as raízes do antipetismo e como o partido pretende combatê-lo?

Quiseram ligar o partido aos casos de corrupção que existem em qualquer País. É como se o aquilo tivesse sido inventado pelo PT, e não é verdade. O partido foi bombardeado dia e noite como nenhum outro foi na história do mundo. Isso deixou um desgaste. A Lava Jato é um exemplo disso. Hoje muita gente que achava que a Lava Jato era meramente uma operação contra a corrupção tem clareza que não era. A derrocada da Lava Jato revelou as mentiras e distorções.

Qual o papel do seu pai, José Dirceu, no partido hoje?

Meu pai fez uma opção de dedicar grande parte de seu tempo para sua defesa nos julgamentos que ele ainda vai ter que enfrentar. A busca é pela anulação dos processos. Mas dentro do PT ele é uma liderança de alto quilate. Não tem uma reunião do PT que ele não seja lembrado. Apesar de ter decidido não participar da direção do partido e do governo, meu pai ainda é uma pessoa muito influente, mas não por iniciativa dele e sim da militância. Deputados, senadores, governadores e prefeitos se relacionam com ele diariamente por telefone, jantares, almoços e visitas.

Escolhido pela bancada de 69 deputados federais do PT como novo líder do partido na Câmara, o deputado federal Zeca Dirceu (PR), de 44 anos, defendeu o acordo que ajudou eleger o ex-bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa. “O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria”, afirmou o deputado em entrevista ao Estadão nesta sexta-feira, 10, em que o PT completa 43 anos. “Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.”

Zeca Dirceu confirmou ainda que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa, será presidida pelo deputado Rui Falcão (SP). Confira os principais trechos da entrevista:

Foi difícil para o PT apoiar o Arthur Lira para a presidência da Câmara?

O desejo de qualquer militante do PT era que o partido tivesse um candidato viável para presidir a Câmara, mas o eleitor não quis isso e não elegeu uma ampla maioria de deputados de esquerda e mais próximos ao presidente Lula. O eleitor decidiu que os partidos de direita fossem a ampla maioria. O fizemos foi o mais razoável. Aproveitamos a eleição da Câmara para reacomodar o PT nos espaços que ele tem direito pelo seu tamanho proporcionalmente entre os 513 deputados. Nos últimos anos o PT presidiu poucas comissões e sempre as últimas que sobravam. Agora vamos presidir 4 comissões, tendo ainda mais duas para a federação. Uma vai para o PV e outra para o PCdoB.

Deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara. Foto: Beto Oliveira/Estadão

O deputado Rui Falcão vai presidir a CCJ?

Sim. Foi um acordo. Nós não tínhamos esse direito. Na proporcionalidade teríamos a 3° pedida, e o PL a 1° e a 2°. Mas nesse acordo que colocou o Lira como presidente e a Maria do Rosário na 2° secretaria, a gente conseguiu avançar bastante. A partir do ano que vem, dentro de um rodízio, vamos presidir outras comissões importantes, como a do orçamento. O PT vai voltar a ter espaço institucional no comando da Casa pelo acordo com o Lira. Ele escolheu o Reginaldo Lopes para coordenar o grupo de trabalho da reforma tributária. O Lira combinou com a gente que o PT terá protagonismo na Câmara.

Pelo menos três presidenciáveis competitivos de outros partidos estão dentro do governo Lula - Geraldo Alckmin, Marina Silva e Simone Tebet. O PT pode apoiar algum deles em 2026?

Sempre é possível, mas todo partido grande como o PT tem que ter candidato à Presidência, governador e prefeito. Mas devemos ter a humildade de avaliar os cenários e tomar a decisão de dar um passo adiante ou para trás. É muito cedo para se estabelecer esse debate. Neste momento ele é ruim para o governo, para o Lula e para o País.

Está pacificado no PT que Lula vai disputar a reeleição?

Não está pacificado nem que sim nem que não. Isso não é tema do partido nem prioridade do governo. Esse debate só atrapalha. Não vou me alongar nele.

O que mudou no PT entre 2003 e 2023?

O partido está muito mais experiente e tem muito mais o que apresentar. Cometeu erros, mas tem um número infinitamente maior de acertos. Os acertos do PT são infinitamente maiores que os erros. O PT está também muito mais calejado e resistente. Ganhar uma eleição do jeito que ganhamos agora não é pouca coisa.

Quais foram esses erros?

Os adversários é que têm que dizer. Eu conheço os erros e discuto eles internamente com o PT. Não acho razoável que alguém do PT fique fazendo propaganda disso.

O 5° governo do PT está mais à esquerda que os anteriores?

Não acho. É um governo que chega em um cenário de ameaças de golpe. Os adversários estão armados e são ligados às milícias. É um contexto de extrema dificuldade. O ambiente político está contaminado.

Foi o antibolsonarismo que elegeu o Lula. Mas por outro lado o antipetismo é um sentimento muito forte. Quais são as raízes do antipetismo e como o partido pretende combatê-lo?

Quiseram ligar o partido aos casos de corrupção que existem em qualquer País. É como se o aquilo tivesse sido inventado pelo PT, e não é verdade. O partido foi bombardeado dia e noite como nenhum outro foi na história do mundo. Isso deixou um desgaste. A Lava Jato é um exemplo disso. Hoje muita gente que achava que a Lava Jato era meramente uma operação contra a corrupção tem clareza que não era. A derrocada da Lava Jato revelou as mentiras e distorções.

Qual o papel do seu pai, José Dirceu, no partido hoje?

Meu pai fez uma opção de dedicar grande parte de seu tempo para sua defesa nos julgamentos que ele ainda vai ter que enfrentar. A busca é pela anulação dos processos. Mas dentro do PT ele é uma liderança de alto quilate. Não tem uma reunião do PT que ele não seja lembrado. Apesar de ter decidido não participar da direção do partido e do governo, meu pai ainda é uma pessoa muito influente, mas não por iniciativa dele e sim da militância. Deputados, senadores, governadores e prefeitos se relacionam com ele diariamente por telefone, jantares, almoços e visitas.

Entrevista por Pedro Venceslau

Repórter do Estadão e apresentador do programa Pedro em Série na rádio Eldorado

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