O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltaram a trocar farpas nesta quarta-feira, 6, em meio aos debates sobre a solução para a dívida de R$ 165 bilhões de Minas Gerais com a União. O assunto se tornou arena de disputa política em meio às dificuldades de interlocução do governador com o governo Lula e à intenção de Pacheco de se candidatar ao governo mineiro em 2026.
Pela manhã, em visita a instalações de um sistema de wi-fi de escolas municipais, em Belo Horizonte, Zema cutucou a solução proposta por Pacheco, que inclui a federalização de estatais mineiras, como Cemig, de energia, Copasa, de saneamento, e Codemig, de extração de nióbio, e um novo Refis para Estados com descontos para pagamentos à vista.
“Toda alternativa é bem-vinda, mas a proposta do presidente do Congresso precisa ser apreciada pelo Ministério da Fazenda, pela Secretaria do Tesouro Nacional, e, até agora, ninguém apreciou. Então, ficou na falação até agora. Não teve nenhuma ação efetiva por parte do governo federal”, disparou o governador de Minas.
Não demorou para que Pacheco reagisse em nota, dizendo que está tentando fazer o que o governador não conseguiu em cinco anos no comando do Estado. Segundo ele, uma conversa com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, será feita nesta quinta-feira, 7.
“As ações possíveis, neste momento, estão sendo feitas. Amanhã, por exemplo, terei reunião com o ministro Fernando Haddad. Mais um passo importante no caminho da solução da dívida. Quero ajudar o governador a resolver o maior problema do governo dele. Mas o governador não pode querer para ontem algo que ele não conseguiu resolver em cinco anos. Há regras, negociações e um caminho para isso. Tudo ao seu tempo”, diz a nota divulgada por Pacheco.
Também nesta quarta-feira, 6, Zema informou que o governo do Estado, em conjunto com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), está pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extensão de prazo para que o governo volte a pagar dívida. A decisão atual obriga a retomada do pagamento das parcelas a partir de 20 de dezembro.
A proposta de Zema apresentada ao Tesouro e à ALMG, e rechaçada por Pacheco, propõe a privatização da Codemig, a proibição de concursos e a concessão de apenas duas recomposições inflacionárias, de 3% cada, nos próximos nove anos. A proposta, porém, enfrenta forte resistência do funcionalismo e do governo federal.