Zema muda postura e faz campanha para aliados fora de MG em busca de se consolidar para 2026


Governador mineiro diz que seu propósito é ajudar candidatos de centro-direita a derrotar esquerda, mas aliados apontam desejo de torná-lo conhecido nacionalmente para influenciar eleições presidenciais

Por Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

Depois de uma atuação tímida na eleição de 2020, Romeu Zema (Novo) mudou o comportamento e decidiu embarcar na campanha de candidatos aliados mesmo fora de Minas Gerais. O governador mineiro nega que o movimento tenha como objetivo cacifá-lo para a eleição de 2026 e diz que seu propósito é ajudar candidatos do Novo ou apoiados pela sigla.

Aliados, no entanto, afirmam que a estratégia mira o futuro político do chefe do Executivo mineiro. Sem poder se reeleger, a ideia é transformar Zema em um nome nacional com influência direta na disputa pela Presidência da República daqui a dois anos. O governador dizia que preferira apoiar outro nome em vez de ser ele o candidato de uma frente de centro-direita, mas desde a virada do ano passou a flertar abertamente com a possibilidade de encabeçar uma chapa presidencial, sem descartar a possibilidade de ser vice.

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“Nós temos que barrar o crescimento da esquerda”, disse Zema ao Estadão ao comentar sua atuação nas eleições municipais. Ele quer mostrar que o modelo de gestão pública liberal adotada por ele em Minas Gerais pode ser replicado nas prefeituras. “Eu tenho procurado dar apoio nas principais cidades onde os desempenhos de candidatos de centro-direita indicam que eles têm chances de sucesso”, explica.

Zema participa de evento da campanha de Fábio Palacio (Podemos) em São Caetano do Sul (SP) ao lado da presidente do Podemos, Renata Abreu Foto: Reprodução/@renataabreu.2020

O governador mineiro aproveitou agendas oficiais para fazer campanha em cinco cidades de São Paulo neste mês, além de já ter aparecido em eventos na capital paulista ao lado de Marina Helena (Novo), candidata a prefeita. Zema também foi ao Rio de Janeiro apoiar Carol Sponza (Novo) e gravou vídeos para mais de 1.000 candidatos a vereador espalhados pelo País.

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“Além de um papel proeminente do ponto de vista regional em Minas Gerais, nós precisamos fazer com que Zema tenha projeção nacional. Ele participará de forma decisiva do processo e das eleições de 2026. Não sei dizer se será como candidato a presidente, vice, ou ao Senado, mas sem dúvida ele é um dos principais atores políticos do cenário nacional”, disse Ricardo Alves, presidente do partido em São Paulo.

Ele acompanhou Zema em visitas a Taubaté, Osasco, Santos, São Caetano do Sul e Santo André. O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), diz que a direção do Novo lhe perguntou se ele e a sobrinha, Flávia Morando (União), candidata à sucessão na cidade, aceitariam uma agenda de campanha com o governador, que gostaria de fazer um “tour”. Os três se encontraram em um evento do Novo em Santo André, onde Edson Sardano (Novo) é candidato a prefeito pela sigla.

“Além de falar que consertou Minas Gerais, Zema afirmou que tem conversado com [os governadores] Tarcísio, Jorginho, Caiado, Eduardo Leite, Ratinho Júnior e Cláudio Castro. Ele disse que a ideia é formar uma frente [política de direita] e quem estiver melhor nas pesquisas irá liderar esse movimento em 2026″, declarou. “Ele também falou bastante que o Novo está deixando de ser um partido de caciques para ser um partido das bases e que está percorrendo muitos lugares”, acrescentou Orlando Morando.

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Auxiliares relatam um envolvimento maior de Zema na articulação política, algo que ele era pouco afeito nos anos anteriores e deixava a cargo dos dirigentes do Novo. O governador participou diretamente da negociação que selou o apoio a Mauro Tramonte (Republicanos) em Belo Horizonte — o Novo indicou uma ex-secretária de Zema como vice — e foi o responsável por comunicar ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e ao candidato Bruno Engler (PL) que não se aliaria ao bolsonarismo na eleição da capital mineira.

Embora tenha feito campanha fora do Estado, Zema diz que seu foco até o final do primeiro turno será fazer campanha nas maiores cidades mineiras. Ele apoia candidatos de PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos, Avante e do próprio Novo em cidades como Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Uberaba, Betim, Montes Claros, Teófilo Otoni e Divinópolis. Na maioria dos casos, os adversários são nomes do PT ou de partidos que orbitam a sigla.

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O desafio mineiro

A preocupação com Minas tem explicação. Zema terá o desafio de eleger seu sucessor em um cenário que pode ter que enfrentar o bolsonarismo de Nikolas, Engler e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o grupo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Pacheco e Silveira caminham para ser o palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima eleição diante do enfraquecimento do PT no Estado.

Diferente da última eleição municipal, o Novo agora faz coligações e utiliza recursos públicos na campanha eleitoral. “O Novo mudou por completo. Há quatro anos nossa atividade eleitoral foi muito limitada. Com a mudança do diretório nacional [João Amoêdo saiu da presidência] e da mentalidade, nós temos hoje mais de 600 cidades no Brasil com candidatos a vereador e 150 com candidatos a prefeito”, disse Zema.

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O partido enxerga a eleição municipal como uma forma de ganhar capilaridade nas cidades brasileiras e construir bases para eleger o maior número possível de deputados federais em 2026, principal objetivo da legenda, e com isso conseguir superar a cláusula de barreira — condição para ter tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e receber recursos do Fundo Partidário.

“As grandes mudanças que esse país necessita serão realizadas pelo Legislativo. Hoje quem detém o poder de veto e de realizar [medidas] é o Congresso via Centrão”, resume Ricardo Alves, presidente do diretório paulista, ao falar sobre as prioridades políticas da sigla.

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Depois de uma atuação tímida na eleição de 2020, Romeu Zema (Novo) mudou o comportamento e decidiu embarcar na campanha de candidatos aliados mesmo fora de Minas Gerais. O governador mineiro nega que o movimento tenha como objetivo cacifá-lo para a eleição de 2026 e diz que seu propósito é ajudar candidatos do Novo ou apoiados pela sigla.

Aliados, no entanto, afirmam que a estratégia mira o futuro político do chefe do Executivo mineiro. Sem poder se reeleger, a ideia é transformar Zema em um nome nacional com influência direta na disputa pela Presidência da República daqui a dois anos. O governador dizia que preferira apoiar outro nome em vez de ser ele o candidato de uma frente de centro-direita, mas desde a virada do ano passou a flertar abertamente com a possibilidade de encabeçar uma chapa presidencial, sem descartar a possibilidade de ser vice.

“Nós temos que barrar o crescimento da esquerda”, disse Zema ao Estadão ao comentar sua atuação nas eleições municipais. Ele quer mostrar que o modelo de gestão pública liberal adotada por ele em Minas Gerais pode ser replicado nas prefeituras. “Eu tenho procurado dar apoio nas principais cidades onde os desempenhos de candidatos de centro-direita indicam que eles têm chances de sucesso”, explica.

Zema participa de evento da campanha de Fábio Palacio (Podemos) em São Caetano do Sul (SP) ao lado da presidente do Podemos, Renata Abreu Foto: Reprodução/@renataabreu.2020

O governador mineiro aproveitou agendas oficiais para fazer campanha em cinco cidades de São Paulo neste mês, além de já ter aparecido em eventos na capital paulista ao lado de Marina Helena (Novo), candidata a prefeita. Zema também foi ao Rio de Janeiro apoiar Carol Sponza (Novo) e gravou vídeos para mais de 1.000 candidatos a vereador espalhados pelo País.

“Além de um papel proeminente do ponto de vista regional em Minas Gerais, nós precisamos fazer com que Zema tenha projeção nacional. Ele participará de forma decisiva do processo e das eleições de 2026. Não sei dizer se será como candidato a presidente, vice, ou ao Senado, mas sem dúvida ele é um dos principais atores políticos do cenário nacional”, disse Ricardo Alves, presidente do partido em São Paulo.

Ele acompanhou Zema em visitas a Taubaté, Osasco, Santos, São Caetano do Sul e Santo André. O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), diz que a direção do Novo lhe perguntou se ele e a sobrinha, Flávia Morando (União), candidata à sucessão na cidade, aceitariam uma agenda de campanha com o governador, que gostaria de fazer um “tour”. Os três se encontraram em um evento do Novo em Santo André, onde Edson Sardano (Novo) é candidato a prefeito pela sigla.

“Além de falar que consertou Minas Gerais, Zema afirmou que tem conversado com [os governadores] Tarcísio, Jorginho, Caiado, Eduardo Leite, Ratinho Júnior e Cláudio Castro. Ele disse que a ideia é formar uma frente [política de direita] e quem estiver melhor nas pesquisas irá liderar esse movimento em 2026″, declarou. “Ele também falou bastante que o Novo está deixando de ser um partido de caciques para ser um partido das bases e que está percorrendo muitos lugares”, acrescentou Orlando Morando.

Auxiliares relatam um envolvimento maior de Zema na articulação política, algo que ele era pouco afeito nos anos anteriores e deixava a cargo dos dirigentes do Novo. O governador participou diretamente da negociação que selou o apoio a Mauro Tramonte (Republicanos) em Belo Horizonte — o Novo indicou uma ex-secretária de Zema como vice — e foi o responsável por comunicar ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e ao candidato Bruno Engler (PL) que não se aliaria ao bolsonarismo na eleição da capital mineira.

Embora tenha feito campanha fora do Estado, Zema diz que seu foco até o final do primeiro turno será fazer campanha nas maiores cidades mineiras. Ele apoia candidatos de PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos, Avante e do próprio Novo em cidades como Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Uberaba, Betim, Montes Claros, Teófilo Otoni e Divinópolis. Na maioria dos casos, os adversários são nomes do PT ou de partidos que orbitam a sigla.

O desafio mineiro

A preocupação com Minas tem explicação. Zema terá o desafio de eleger seu sucessor em um cenário que pode ter que enfrentar o bolsonarismo de Nikolas, Engler e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o grupo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Pacheco e Silveira caminham para ser o palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima eleição diante do enfraquecimento do PT no Estado.

Diferente da última eleição municipal, o Novo agora faz coligações e utiliza recursos públicos na campanha eleitoral. “O Novo mudou por completo. Há quatro anos nossa atividade eleitoral foi muito limitada. Com a mudança do diretório nacional [João Amoêdo saiu da presidência] e da mentalidade, nós temos hoje mais de 600 cidades no Brasil com candidatos a vereador e 150 com candidatos a prefeito”, disse Zema.

O partido enxerga a eleição municipal como uma forma de ganhar capilaridade nas cidades brasileiras e construir bases para eleger o maior número possível de deputados federais em 2026, principal objetivo da legenda, e com isso conseguir superar a cláusula de barreira — condição para ter tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e receber recursos do Fundo Partidário.

“As grandes mudanças que esse país necessita serão realizadas pelo Legislativo. Hoje quem detém o poder de veto e de realizar [medidas] é o Congresso via Centrão”, resume Ricardo Alves, presidente do diretório paulista, ao falar sobre as prioridades políticas da sigla.

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Depois de uma atuação tímida na eleição de 2020, Romeu Zema (Novo) mudou o comportamento e decidiu embarcar na campanha de candidatos aliados mesmo fora de Minas Gerais. O governador mineiro nega que o movimento tenha como objetivo cacifá-lo para a eleição de 2026 e diz que seu propósito é ajudar candidatos do Novo ou apoiados pela sigla.

Aliados, no entanto, afirmam que a estratégia mira o futuro político do chefe do Executivo mineiro. Sem poder se reeleger, a ideia é transformar Zema em um nome nacional com influência direta na disputa pela Presidência da República daqui a dois anos. O governador dizia que preferira apoiar outro nome em vez de ser ele o candidato de uma frente de centro-direita, mas desde a virada do ano passou a flertar abertamente com a possibilidade de encabeçar uma chapa presidencial, sem descartar a possibilidade de ser vice.

“Nós temos que barrar o crescimento da esquerda”, disse Zema ao Estadão ao comentar sua atuação nas eleições municipais. Ele quer mostrar que o modelo de gestão pública liberal adotada por ele em Minas Gerais pode ser replicado nas prefeituras. “Eu tenho procurado dar apoio nas principais cidades onde os desempenhos de candidatos de centro-direita indicam que eles têm chances de sucesso”, explica.

Zema participa de evento da campanha de Fábio Palacio (Podemos) em São Caetano do Sul (SP) ao lado da presidente do Podemos, Renata Abreu Foto: Reprodução/@renataabreu.2020

O governador mineiro aproveitou agendas oficiais para fazer campanha em cinco cidades de São Paulo neste mês, além de já ter aparecido em eventos na capital paulista ao lado de Marina Helena (Novo), candidata a prefeita. Zema também foi ao Rio de Janeiro apoiar Carol Sponza (Novo) e gravou vídeos para mais de 1.000 candidatos a vereador espalhados pelo País.

“Além de um papel proeminente do ponto de vista regional em Minas Gerais, nós precisamos fazer com que Zema tenha projeção nacional. Ele participará de forma decisiva do processo e das eleições de 2026. Não sei dizer se será como candidato a presidente, vice, ou ao Senado, mas sem dúvida ele é um dos principais atores políticos do cenário nacional”, disse Ricardo Alves, presidente do partido em São Paulo.

Ele acompanhou Zema em visitas a Taubaté, Osasco, Santos, São Caetano do Sul e Santo André. O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), diz que a direção do Novo lhe perguntou se ele e a sobrinha, Flávia Morando (União), candidata à sucessão na cidade, aceitariam uma agenda de campanha com o governador, que gostaria de fazer um “tour”. Os três se encontraram em um evento do Novo em Santo André, onde Edson Sardano (Novo) é candidato a prefeito pela sigla.

“Além de falar que consertou Minas Gerais, Zema afirmou que tem conversado com [os governadores] Tarcísio, Jorginho, Caiado, Eduardo Leite, Ratinho Júnior e Cláudio Castro. Ele disse que a ideia é formar uma frente [política de direita] e quem estiver melhor nas pesquisas irá liderar esse movimento em 2026″, declarou. “Ele também falou bastante que o Novo está deixando de ser um partido de caciques para ser um partido das bases e que está percorrendo muitos lugares”, acrescentou Orlando Morando.

Auxiliares relatam um envolvimento maior de Zema na articulação política, algo que ele era pouco afeito nos anos anteriores e deixava a cargo dos dirigentes do Novo. O governador participou diretamente da negociação que selou o apoio a Mauro Tramonte (Republicanos) em Belo Horizonte — o Novo indicou uma ex-secretária de Zema como vice — e foi o responsável por comunicar ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e ao candidato Bruno Engler (PL) que não se aliaria ao bolsonarismo na eleição da capital mineira.

Embora tenha feito campanha fora do Estado, Zema diz que seu foco até o final do primeiro turno será fazer campanha nas maiores cidades mineiras. Ele apoia candidatos de PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos, Avante e do próprio Novo em cidades como Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Uberaba, Betim, Montes Claros, Teófilo Otoni e Divinópolis. Na maioria dos casos, os adversários são nomes do PT ou de partidos que orbitam a sigla.

O desafio mineiro

A preocupação com Minas tem explicação. Zema terá o desafio de eleger seu sucessor em um cenário que pode ter que enfrentar o bolsonarismo de Nikolas, Engler e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o grupo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Pacheco e Silveira caminham para ser o palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima eleição diante do enfraquecimento do PT no Estado.

Diferente da última eleição municipal, o Novo agora faz coligações e utiliza recursos públicos na campanha eleitoral. “O Novo mudou por completo. Há quatro anos nossa atividade eleitoral foi muito limitada. Com a mudança do diretório nacional [João Amoêdo saiu da presidência] e da mentalidade, nós temos hoje mais de 600 cidades no Brasil com candidatos a vereador e 150 com candidatos a prefeito”, disse Zema.

O partido enxerga a eleição municipal como uma forma de ganhar capilaridade nas cidades brasileiras e construir bases para eleger o maior número possível de deputados federais em 2026, principal objetivo da legenda, e com isso conseguir superar a cláusula de barreira — condição para ter tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e receber recursos do Fundo Partidário.

“As grandes mudanças que esse país necessita serão realizadas pelo Legislativo. Hoje quem detém o poder de veto e de realizar [medidas] é o Congresso via Centrão”, resume Ricardo Alves, presidente do diretório paulista, ao falar sobre as prioridades políticas da sigla.

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