Uma das regiões mais visitadas pela equipe do Bate-Volta SP do Estadão é a Serra da Mantiqueira, que se se espalha entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e conta com vasta lista de cidades turísticas encantadoras. Suas principais características são o clima das montanhas - que exibem suas belezas no horizonte -, boa gastronomia e produção artesanal.

A região é perfeita tanto para quem busca tranquilidade quanto para os apaixonados por turismo de aventura. Afinal, a serra oferece altitudes que ultrapassam dois mil metros, ideais para a prática de trilhas e montanhismo.
Confira abaixo algumas cidades da região que valem a pena a visita.
Monte Verde (MG)
Não tem como pensar em Minas Gerais e não salivar. E isso não é diferente em Camanducaia, mais especificamente no distrito de Monte Verde (a 165 quilômetros de São Paulo), conhecida como ‘Suíça mineira’.
Basta caminhar na Avenida Monte Verde, a principal da cidade, recheada de casinhas de madeira com arquitetura de estilo alpino e flores espalhadas nas ruas, para comprovar isso. Por ali, cada esquina tem um estabelecimento gastronômico que oferece opções de fondues a strudels para os visitantes - em muitos deles, amostras grátis são distribuídas para que a vontade seja ainda maior.
E, entre comilanças, não se esqueça de visitar lojinhas de artesanatos típicos da cidade. Em muitas delas, você encontrará a arte Bauer, técnica folclórica original da Alemanha que retrata a natureza de forma simples, com flores, arabescos e pássaros em cores vibrantes. Desde 2009, o estilo é reconhecido como patrimônio histórico e cultural local.
Para apreciar a vista da serra, não esqueça de fazer uma parada no Mirante Miguel Juliano, que fica na rodovia de acesso ao distrito, a cerca de 21 quilômetros da Vila, em frente à loja Queijo da Fazenda. A vista de 360º das montanhas, com imersão acústica dos passarinhos, é encantadora.
Seguindo viagem, o Parque Oschin, a seis minutos do centro, é uma alternativa para quem quer uma imersão rápida na natureza. Afinal, o espaço de 45 mil m² permite passeios entre araucárias, hortênsias, lagos, cascatas e animais da região.
Gonçalves (MG)
Receber o título de Pérola da Mantiqueira em uma região composta por gigantes do turismo e das belezas naturais não é tarefa fácil. Mas Gonçalves, no sul de Minas Gerais, a 182 quilômetros de São Paulo, faz parecer simples.
O carro é essencial para circular por ali. No centro, é possível encontrar algumas lojas e ateliês, mas são nas estradas de terra do entorno que as pousadas, cachoeiras e restaurantes se distribuem.
O forte de Gonçalves é a gastronomia, o contato com a natureza e a simpatia típica dos locais. Para muitos, é o suficiente para largar toda uma vida na cidade grande e se mudar de vez para esse refúgio nas montanhas.
Por ali é possível conhecer o Sítio Miralua, fazer o tour da propriedade e a degustação dos produtos fabricados ali. Ou no centro, visitar a lojinha A Senhora das Especiarias com geleias e chutneys diferentes de Fernanda Kurebayashi. E ainda aprender sobre o processo do café na Bendita Torra.
No distrito São Sebastião das 3 Orelhas ficam três das cachoeiras mais famosas da cidade: Sete Quedas e do Simão. No caso da Sete Quedas, é preciso deixar o carro na Pousada Trem das Cores e seguir para qual cachoeira quiser - de acordo com moradores, a primeira e a última, são as melhores para banho. Já a Simão tem estacionamento no local.
Santo Antônio do Pinhal (SP)
O charme de Santo Antônio do Pinhal, a 147 quilômetros de São Paulo, se divide entre os espaços naturais, com jardins e mirantes, e o centro, cheio de história e arte. Sem contar o romantismo do local. Decks de madeira para caminhadas perto do rio, rua decorada com guarda-chuvas coloridos, arranjos de flores espalhados pelo centro.
Não deixe de visitar a tríade gastronômica de Santo Antônio do Pinhal: o azeite, o vinho e a cerveja. Na Cervejaria Araukarien, a região é homenageada em cada um dos 15 estilos de cerveja, que se dividem entre sabores e intensidade.
Vale a pena também a parada na Vinícola Boutique Espaço Essenza, com opções de vinho e azeites premiados. Localizado a 14km do centro de Santo Antônio do Pinhal, o local fica a 1.200 metros de altitude e possui uma paisagem rodeada pela Mata Atlântica.
A cidade conta com diversos mirantes para observar a natureza do alto. O mais famoso deles é o Pico Agudo, elevação de 1700 metros que garante vista 360º para a Serra da Mantiqueira. É possível chegar por ali tranquilamente de carro - ainda que seja preciso passar por uma estrada de terra - ou aproveitar o passeio para fazer um trekking (uma trilha mais longa e intensa) de nível médio, com duração aproximada de 4h30 e percurso de 11 km (ida e volta).
Uma boa dica é ir lá durante o nascer ou o pôr do sol. Especialmente no outono que o céu costuma ficar lindo, vê-se um verdadeiro espetáculo. Para aproveitar, vários moradores levam cadeiras, cangas, vinhos e comidinhas para aproveitar a tarde.
Conheça outros pontos de interesse da cidade.
Pedra Bela (SP)
Em Pedra Bela, cidade entre Bragança Paulista e Socorro, no interior de São Paulo: é impossível fazer as atividades radicais típicas do local sem apreciar o entorno.
São duas horas de viagem da capital paulista até o local, repleto de verde e pássaros para receber os visitantes. É uma das cidades mais altas do Estado, com 1.470 metros, na região da Serra da Mantiqueira.
Ainda da estrada, aliás, é possível ver o ponto turístico mais famoso: a Pedra do Santuário. Para chegar lá é necessário subir 314 degraus. Um sacrifício que vale a pena não só pela vista, mas pela história.
Segundo o administrador do espaço, João Pedro Souza, a Mega Tirolesa de Pedra Bela tem 1,9 mil metros de extensão, a 127 metros do chão e é possível atingir até 120 km/h na descida (velocidade varia conforme o peso de quem está voando).
Outra opção de passeio
A queda dura cerca de dois minutos, mas o passeio todo tem duração de meia hora, para incluir o deslocamento, colocar a vestimenta e ouvir as explicações.
Veja outros passeios para fazer na cidade.
Socorro (SP)
A cidade vizinha, Socorro, a cerca de 140 quilômetros de São Paulo, atrações naturais, rurais, de aventura e religiosas se dividem por 11 rotas.
O título de “cidade de bem-estar” foi dado pelo movimento CittaSlow, rede internacional com 231 municípios espalhados pelo mundo. A iniciativa foi criada na Itália em 1999 e defende ampliar a filosofia “slow”, de “maior atenção às coisas boas da vida, à integração entre gerações e à preservação da natureza, das tradições e da sabedoria local com a ajuda da tecnologia”.
Para se tornar membro da associação, Socorro atendeu a 72 critérios sobre governabilidade, segurança, políticas ambientais, qualidade de vida, hospitalidade e “coesão social”. Em toda a América Latina, apenas outros dois municípios na Colômbia, Pijao e Marulanda, fazem parte do movimento.
Opção recomendada para começar o dia bem, o café caipira servido no Rancho Pompeia reúne todos os quitutes orgânicos típicos de uma fazenda no interior, como pães caseiros, bolos, sucos, queijos, doces, geleias e os especialíssimos mini-bolinhos-de-chuva.
Em uma área de 3 mil m², a Pousada Gruta do Anjo tem o principal programa para quem curte aventura com segurança e um dos cenários mais particulares da região. Parada rápida, mas obrigatória, a Maria Fumaça 208 voltou em 2017 a Socorro, onde passava até meados do século passado para transportar café e visitantes.
Veja outros passeios em Socorro para incluir no seu roteiro.
São Francisco Xavier (SP)
Pertencente ao município de São José dos Campos, o distrito de São Francisco Xavier, próximo à divisa de São Paulo com Minas Gerais, é um destino de tranquilidade, sossego e paisagens verdes para quem busca opções de viagens rápidas para o fim de semana ou feriado prolongado. A cerca de 150 quilômetros da capital paulista, o que dá de três a quatro horas de carro, dependendo do trânsito, “São Xico”, como é conhecido, é cercado pela riqueza ecológica da Serra da Mantiqueira, responsável pelas trilhas e cachoeiras, suas principais atrações.
O Mirante da Pedra de São Francisco é uma homenagem a São Francisco de Assis. A mais de mil metros de altitude, o espaço abre de quinta-feira a domingo e está inscrito oficialmente no município de Monteiro Lobato, mas fica na divisa com São Francisco Xavier. De lá, é possível subir de escada em algumas pedras, deixar fitinhas com pedidos para o santo e também fazer piqueniques.
Por lá, é possível também se divertir com a tirolesa, as trilhas para as cachoeiras (cerca de 2h30 para ida e volta) e passeios a cavalo, que podem ser feitos inclusive pelas crianças. A vista de tirar o fôlego (pela beleza e pela altura) do espaço tem atraído até turistas de outros países pelo posicionamento privilegiado de 360 graus para a Serra da Mantiqueira.
Veja outras opções de passeio na cidade.
Joanópolis (SP)
A cerca de 120 quilômetros de São Paulo e na divisa com Minas Gerais, o município de Joanópolis mantém há séculos uma lenda que permanece desde sua fundação, ainda no século 19: a cidade é a capital brasileira do lobisomem.
Tudo teria começado com histórias passadas de geração em geração sobre um dos fundadores de Joanópolis ter sido, na verdade, um lobisomem. Para explorar a lenda, logo na entrada da cidade é possível ver a figura enorme de um lobisomem com roupas caipiras, olhar amigável e a língua de fora, mais em tom de brincadeira que de ameaça. Outras versões em maior ou menor tamanho do modelo criado pelo artista André Collins estão espalhadas pelos bancos, lojas e pontos turísticos da cidade.
Mesmo que as novas gerações não mantenham a mesma crença inabalável que Seu Bento defende sobre a existência de lobisomens, é inegável que a popularização da lenda se tornou o carro-chefe do turismo em Joanópolis.
Mesmo quem não se interessa tanto assim por lendas e folclore consegue encontrar na cidade alguns dos pontos de turismo ecológico mais exuberantes de São Paulo, principalmente pelas cachoeiras. A principal delas é a Cachoeira dos Pretos, que fica a 18 quilômetros do centro e é a segunda maior de todo o Estado, com 154 metros.
A cidade também conta com hospedagens diferentonas, como o domos geodésicos, espécies de esferas de madeira que permitem integração maior com o verde ou a montanha, e o flutuante da empresa Altar de 46 m² conta com quarto de casal, banheiro, cozinha equipada e integrada com a sala de estar e varanda. Veja outras opções aqui.