Acidente em Vinhedo: vizinhos da área onde o avião caiu abrem suas casas para apoiar bombeiros


Avião com 58 passageiros e quatro tripulantes caiu em um condomínio no bairro Capela; ninguém sobreviveu

Por Ítalo Lo Re, José Maria Tomazela, Hugo Henud e Gabriel de Sousa
Atualização:

Alguns dos moradores do Residencial Recanto Florido, onde a queda de um avião causou 62 mortes nesta sexta-feira, 9, abriram as próprias casas para dar suporte ao trabalho dos bombeiros e de outras autoridades. O condomínio, que fica em Vinhedo, interior de São Paulo, tem mais de 50 lotes, a maioria deles com chácaras.

ATR 72-500 da Voepass caiu em condomínio do bairro Capela, em Vinhedo, nesta sexta-feira, 9 Foto: Nelson Almeida/AFP

“Para qualquer coisa que a gente precisa, eles têm mantido as portas abertas. Em torno de duas ou três residências prestaram auxílio (de forma mais ampla). A gente é muito grato”, disse a tenente Olívia Perroni, do Corpo de Bombeiros do Estado.

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Alguns dos moradores têm oferecido água e café às equipes. “Quando a gente chegou, usou duas residências que estavam na frente do sinistro, principalmente para a logística do posto de comando”, explicou a tenente.

Segundo Perroni, apenas uma residência foi atingida pelo avião, sendo justamente onde o ATR despencou no quintal. A militar afirmou que os militares estão utilizado residências como postos de comando e agradeceu os moradores do condomínio.

“Alguns moradores, a gente até gostaria de agradecer à população do condomínio, cederam as suas casas para a logística dos órgãos que aqui estão. Se teve algum tipo de prejuízo para os moradores, foi esse prejuízo de logística, de entrada e saída do condomínio, que está prejudicado pelas viaturas. Inicialmente, para montar um posto de comando e depois para conseguir ter um pouco mais de controle da situação”, afirmou a porta-voz.

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As áreas externas também têm sido usadas como espaço de descanso das equipes de bombeiros, que fazem um trabalho praticamente incessante desde o acidente. Até o momento, 24 corpos foram removidos da aeronave e 12 deles encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo.

As casas que abriram suas portas, segundo a tenente, auxiliaram bastante, sobretudo diante da chuva quase incessante que atinge Vinhedo desde o acidente. “A gente possui computadores, rádios, tem também a alimentação. Isso ajudou”, disse.

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Segundo ela, os moradores dessas casas não chegaram a sair dos locais, uma vez que não havia risco de ficarem lá. Elas, então, receberam as equipes principalmente na parte externa das casas.

No fim da tarde desta sexta, a chegada de um caminhão do Corpo de Bombeiros facilitou a organização das equipes. “Prioritariamente, estamos usando esse caminhão como posto de comando, mas os moradores continuam sempre solícitos”, disse a tenente.

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Aeronave vindo de Cascavel (PR) caiu em área residencial da cidade do interior paulista

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Segundo ela, apenas três moradores do condomínio precisaram sair de casa após o acidente. São os que estavam na residência que teve o telhado atingido na queda do avião – ela não soube especificar para onde foram levados.

Comércio ajuda e moradores organizam orações

“O maior trabalho de todos é inclusive manter a segurança do local, porque aqui existem moradores que estão muito abalados”, disse a presidente da associação de moradores do condomínio, Roberta Henrique, de 38 anos.

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Ela contou que comércios da região também têm ajudado, em uma frente de solidariedade que se formou espontaneamente. “Padarias, restaurantes, muitos têm nos ajudado com mantimentos”, acrescentou. Por conta da movimentação, é até difícil para moradores saírem do local.

Vizinhos também se organizam em orações pelas vítimas. Lucimar de Lima, católica, deu testemunho aos fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes contando como temeu por sua vida e as dos familiares. “Quando ouvi um barulho e saí, vi o avião rodopiando em cima da casa do meu sogro, de 81 anos. Fechei os olhos e pedi: Nossa Senhora Aparecida, tenha misericórdia de nós. A sensação de estar ali viva era imensa. Então pensei nos que estavam no avião e na familia deles e falei, vamos rezar. Assim a comunidade toda está em oração pelas familas dos que se foram”, contou.

A aposentada Gertrudes Oliveira, de 72 anos, que mora ao lado do condomínio e é evangélica, disse que todas as igrejas estão orando pelas vítimas. “O que aconteceu está consumado, mas podemos pedir ao Senhor pelos que ficaram.” Ela conta que não consegue esquecer os momentos da tragédia. “Não dormi nada esta noite. Três horas da manhã eu estava fazendo chá e pensando nas famílias. Não é só isso: eu vi o avião caindo e achava que ia cair aqui em cima da gente. Depois que você deita, fica revendo as imagens e o sono foge”, relata.

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Curiosos aparecem

Com a redução dos bloqueios da policia nos acessos ao Recanto Florido na manhã deste sábado, muitos curiosos foram até perto do local da queda. A Rua Melhado Meireles, em frente ao condomínio, chegou a ficar congestionada. Houve até um acidente sem vitimas, atendido pela Policia Rodoviária. Os policiais foram obrigados a pedir que os veículos estacionados sobre as guias da sarjeta fossem retirados. Um homem, que se identificou apenas como Fábio, desceu do carro com a mulher e foi à frente do portão do condomínio, tentando enxergar alguma coisa. “Somos de Valinhos (cidade vizinha) e vou a outro bairro, mas viemos ver. Está tendo muita repercussão e ficamos curiosos, mas com pesar também pelas vítimas”, disse.

O serralheiro Humberto Cordeiro, que mora em Louveira, parou a moto e usou o celular para filmar a entrada do condomínio. “Vou mandar para um amigo que já trabalhou neste condomínio”, disse. Em alguns momentos, os policiais foram obrigados a organizar o trânsito, mas, diferentemente do dia anterior, as ruas não foram bloqueadas. Moradores ficaram incomodados com o movimento de curiosos. “O que essa gente que não tem a ver com nada está fazendo aqui hoje? Parecem urubus”, reclamou uma moradora que se identificou como Camila.

Alguns dos moradores do Residencial Recanto Florido, onde a queda de um avião causou 62 mortes nesta sexta-feira, 9, abriram as próprias casas para dar suporte ao trabalho dos bombeiros e de outras autoridades. O condomínio, que fica em Vinhedo, interior de São Paulo, tem mais de 50 lotes, a maioria deles com chácaras.

ATR 72-500 da Voepass caiu em condomínio do bairro Capela, em Vinhedo, nesta sexta-feira, 9 Foto: Nelson Almeida/AFP

“Para qualquer coisa que a gente precisa, eles têm mantido as portas abertas. Em torno de duas ou três residências prestaram auxílio (de forma mais ampla). A gente é muito grato”, disse a tenente Olívia Perroni, do Corpo de Bombeiros do Estado.

Alguns dos moradores têm oferecido água e café às equipes. “Quando a gente chegou, usou duas residências que estavam na frente do sinistro, principalmente para a logística do posto de comando”, explicou a tenente.

Segundo Perroni, apenas uma residência foi atingida pelo avião, sendo justamente onde o ATR despencou no quintal. A militar afirmou que os militares estão utilizado residências como postos de comando e agradeceu os moradores do condomínio.

“Alguns moradores, a gente até gostaria de agradecer à população do condomínio, cederam as suas casas para a logística dos órgãos que aqui estão. Se teve algum tipo de prejuízo para os moradores, foi esse prejuízo de logística, de entrada e saída do condomínio, que está prejudicado pelas viaturas. Inicialmente, para montar um posto de comando e depois para conseguir ter um pouco mais de controle da situação”, afirmou a porta-voz.

As áreas externas também têm sido usadas como espaço de descanso das equipes de bombeiros, que fazem um trabalho praticamente incessante desde o acidente. Até o momento, 24 corpos foram removidos da aeronave e 12 deles encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo.

As casas que abriram suas portas, segundo a tenente, auxiliaram bastante, sobretudo diante da chuva quase incessante que atinge Vinhedo desde o acidente. “A gente possui computadores, rádios, tem também a alimentação. Isso ajudou”, disse.

Segundo ela, os moradores dessas casas não chegaram a sair dos locais, uma vez que não havia risco de ficarem lá. Elas, então, receberam as equipes principalmente na parte externa das casas.

No fim da tarde desta sexta, a chegada de um caminhão do Corpo de Bombeiros facilitou a organização das equipes. “Prioritariamente, estamos usando esse caminhão como posto de comando, mas os moradores continuam sempre solícitos”, disse a tenente.

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Aeronave vindo de Cascavel (PR) caiu em área residencial da cidade do interior paulista

Segundo ela, apenas três moradores do condomínio precisaram sair de casa após o acidente. São os que estavam na residência que teve o telhado atingido na queda do avião – ela não soube especificar para onde foram levados.

Comércio ajuda e moradores organizam orações

“O maior trabalho de todos é inclusive manter a segurança do local, porque aqui existem moradores que estão muito abalados”, disse a presidente da associação de moradores do condomínio, Roberta Henrique, de 38 anos.

Ela contou que comércios da região também têm ajudado, em uma frente de solidariedade que se formou espontaneamente. “Padarias, restaurantes, muitos têm nos ajudado com mantimentos”, acrescentou. Por conta da movimentação, é até difícil para moradores saírem do local.

Vizinhos também se organizam em orações pelas vítimas. Lucimar de Lima, católica, deu testemunho aos fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes contando como temeu por sua vida e as dos familiares. “Quando ouvi um barulho e saí, vi o avião rodopiando em cima da casa do meu sogro, de 81 anos. Fechei os olhos e pedi: Nossa Senhora Aparecida, tenha misericórdia de nós. A sensação de estar ali viva era imensa. Então pensei nos que estavam no avião e na familia deles e falei, vamos rezar. Assim a comunidade toda está em oração pelas familas dos que se foram”, contou.

A aposentada Gertrudes Oliveira, de 72 anos, que mora ao lado do condomínio e é evangélica, disse que todas as igrejas estão orando pelas vítimas. “O que aconteceu está consumado, mas podemos pedir ao Senhor pelos que ficaram.” Ela conta que não consegue esquecer os momentos da tragédia. “Não dormi nada esta noite. Três horas da manhã eu estava fazendo chá e pensando nas famílias. Não é só isso: eu vi o avião caindo e achava que ia cair aqui em cima da gente. Depois que você deita, fica revendo as imagens e o sono foge”, relata.

Curiosos aparecem

Com a redução dos bloqueios da policia nos acessos ao Recanto Florido na manhã deste sábado, muitos curiosos foram até perto do local da queda. A Rua Melhado Meireles, em frente ao condomínio, chegou a ficar congestionada. Houve até um acidente sem vitimas, atendido pela Policia Rodoviária. Os policiais foram obrigados a pedir que os veículos estacionados sobre as guias da sarjeta fossem retirados. Um homem, que se identificou apenas como Fábio, desceu do carro com a mulher e foi à frente do portão do condomínio, tentando enxergar alguma coisa. “Somos de Valinhos (cidade vizinha) e vou a outro bairro, mas viemos ver. Está tendo muita repercussão e ficamos curiosos, mas com pesar também pelas vítimas”, disse.

O serralheiro Humberto Cordeiro, que mora em Louveira, parou a moto e usou o celular para filmar a entrada do condomínio. “Vou mandar para um amigo que já trabalhou neste condomínio”, disse. Em alguns momentos, os policiais foram obrigados a organizar o trânsito, mas, diferentemente do dia anterior, as ruas não foram bloqueadas. Moradores ficaram incomodados com o movimento de curiosos. “O que essa gente que não tem a ver com nada está fazendo aqui hoje? Parecem urubus”, reclamou uma moradora que se identificou como Camila.

Alguns dos moradores do Residencial Recanto Florido, onde a queda de um avião causou 62 mortes nesta sexta-feira, 9, abriram as próprias casas para dar suporte ao trabalho dos bombeiros e de outras autoridades. O condomínio, que fica em Vinhedo, interior de São Paulo, tem mais de 50 lotes, a maioria deles com chácaras.

ATR 72-500 da Voepass caiu em condomínio do bairro Capela, em Vinhedo, nesta sexta-feira, 9 Foto: Nelson Almeida/AFP

“Para qualquer coisa que a gente precisa, eles têm mantido as portas abertas. Em torno de duas ou três residências prestaram auxílio (de forma mais ampla). A gente é muito grato”, disse a tenente Olívia Perroni, do Corpo de Bombeiros do Estado.

Alguns dos moradores têm oferecido água e café às equipes. “Quando a gente chegou, usou duas residências que estavam na frente do sinistro, principalmente para a logística do posto de comando”, explicou a tenente.

Segundo Perroni, apenas uma residência foi atingida pelo avião, sendo justamente onde o ATR despencou no quintal. A militar afirmou que os militares estão utilizado residências como postos de comando e agradeceu os moradores do condomínio.

“Alguns moradores, a gente até gostaria de agradecer à população do condomínio, cederam as suas casas para a logística dos órgãos que aqui estão. Se teve algum tipo de prejuízo para os moradores, foi esse prejuízo de logística, de entrada e saída do condomínio, que está prejudicado pelas viaturas. Inicialmente, para montar um posto de comando e depois para conseguir ter um pouco mais de controle da situação”, afirmou a porta-voz.

As áreas externas também têm sido usadas como espaço de descanso das equipes de bombeiros, que fazem um trabalho praticamente incessante desde o acidente. Até o momento, 24 corpos foram removidos da aeronave e 12 deles encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo.

As casas que abriram suas portas, segundo a tenente, auxiliaram bastante, sobretudo diante da chuva quase incessante que atinge Vinhedo desde o acidente. “A gente possui computadores, rádios, tem também a alimentação. Isso ajudou”, disse.

Segundo ela, os moradores dessas casas não chegaram a sair dos locais, uma vez que não havia risco de ficarem lá. Elas, então, receberam as equipes principalmente na parte externa das casas.

No fim da tarde desta sexta, a chegada de um caminhão do Corpo de Bombeiros facilitou a organização das equipes. “Prioritariamente, estamos usando esse caminhão como posto de comando, mas os moradores continuam sempre solícitos”, disse a tenente.

Seu navegador não suporta esse video.

Aeronave vindo de Cascavel (PR) caiu em área residencial da cidade do interior paulista

Segundo ela, apenas três moradores do condomínio precisaram sair de casa após o acidente. São os que estavam na residência que teve o telhado atingido na queda do avião – ela não soube especificar para onde foram levados.

Comércio ajuda e moradores organizam orações

“O maior trabalho de todos é inclusive manter a segurança do local, porque aqui existem moradores que estão muito abalados”, disse a presidente da associação de moradores do condomínio, Roberta Henrique, de 38 anos.

Ela contou que comércios da região também têm ajudado, em uma frente de solidariedade que se formou espontaneamente. “Padarias, restaurantes, muitos têm nos ajudado com mantimentos”, acrescentou. Por conta da movimentação, é até difícil para moradores saírem do local.

Vizinhos também se organizam em orações pelas vítimas. Lucimar de Lima, católica, deu testemunho aos fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes contando como temeu por sua vida e as dos familiares. “Quando ouvi um barulho e saí, vi o avião rodopiando em cima da casa do meu sogro, de 81 anos. Fechei os olhos e pedi: Nossa Senhora Aparecida, tenha misericórdia de nós. A sensação de estar ali viva era imensa. Então pensei nos que estavam no avião e na familia deles e falei, vamos rezar. Assim a comunidade toda está em oração pelas familas dos que se foram”, contou.

A aposentada Gertrudes Oliveira, de 72 anos, que mora ao lado do condomínio e é evangélica, disse que todas as igrejas estão orando pelas vítimas. “O que aconteceu está consumado, mas podemos pedir ao Senhor pelos que ficaram.” Ela conta que não consegue esquecer os momentos da tragédia. “Não dormi nada esta noite. Três horas da manhã eu estava fazendo chá e pensando nas famílias. Não é só isso: eu vi o avião caindo e achava que ia cair aqui em cima da gente. Depois que você deita, fica revendo as imagens e o sono foge”, relata.

Curiosos aparecem

Com a redução dos bloqueios da policia nos acessos ao Recanto Florido na manhã deste sábado, muitos curiosos foram até perto do local da queda. A Rua Melhado Meireles, em frente ao condomínio, chegou a ficar congestionada. Houve até um acidente sem vitimas, atendido pela Policia Rodoviária. Os policiais foram obrigados a pedir que os veículos estacionados sobre as guias da sarjeta fossem retirados. Um homem, que se identificou apenas como Fábio, desceu do carro com a mulher e foi à frente do portão do condomínio, tentando enxergar alguma coisa. “Somos de Valinhos (cidade vizinha) e vou a outro bairro, mas viemos ver. Está tendo muita repercussão e ficamos curiosos, mas com pesar também pelas vítimas”, disse.

O serralheiro Humberto Cordeiro, que mora em Louveira, parou a moto e usou o celular para filmar a entrada do condomínio. “Vou mandar para um amigo que já trabalhou neste condomínio”, disse. Em alguns momentos, os policiais foram obrigados a organizar o trânsito, mas, diferentemente do dia anterior, as ruas não foram bloqueadas. Moradores ficaram incomodados com o movimento de curiosos. “O que essa gente que não tem a ver com nada está fazendo aqui hoje? Parecem urubus”, reclamou uma moradora que se identificou como Camila.

Alguns dos moradores do Residencial Recanto Florido, onde a queda de um avião causou 62 mortes nesta sexta-feira, 9, abriram as próprias casas para dar suporte ao trabalho dos bombeiros e de outras autoridades. O condomínio, que fica em Vinhedo, interior de São Paulo, tem mais de 50 lotes, a maioria deles com chácaras.

ATR 72-500 da Voepass caiu em condomínio do bairro Capela, em Vinhedo, nesta sexta-feira, 9 Foto: Nelson Almeida/AFP

“Para qualquer coisa que a gente precisa, eles têm mantido as portas abertas. Em torno de duas ou três residências prestaram auxílio (de forma mais ampla). A gente é muito grato”, disse a tenente Olívia Perroni, do Corpo de Bombeiros do Estado.

Alguns dos moradores têm oferecido água e café às equipes. “Quando a gente chegou, usou duas residências que estavam na frente do sinistro, principalmente para a logística do posto de comando”, explicou a tenente.

Segundo Perroni, apenas uma residência foi atingida pelo avião, sendo justamente onde o ATR despencou no quintal. A militar afirmou que os militares estão utilizado residências como postos de comando e agradeceu os moradores do condomínio.

“Alguns moradores, a gente até gostaria de agradecer à população do condomínio, cederam as suas casas para a logística dos órgãos que aqui estão. Se teve algum tipo de prejuízo para os moradores, foi esse prejuízo de logística, de entrada e saída do condomínio, que está prejudicado pelas viaturas. Inicialmente, para montar um posto de comando e depois para conseguir ter um pouco mais de controle da situação”, afirmou a porta-voz.

As áreas externas também têm sido usadas como espaço de descanso das equipes de bombeiros, que fazem um trabalho praticamente incessante desde o acidente. Até o momento, 24 corpos foram removidos da aeronave e 12 deles encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo.

As casas que abriram suas portas, segundo a tenente, auxiliaram bastante, sobretudo diante da chuva quase incessante que atinge Vinhedo desde o acidente. “A gente possui computadores, rádios, tem também a alimentação. Isso ajudou”, disse.

Segundo ela, os moradores dessas casas não chegaram a sair dos locais, uma vez que não havia risco de ficarem lá. Elas, então, receberam as equipes principalmente na parte externa das casas.

No fim da tarde desta sexta, a chegada de um caminhão do Corpo de Bombeiros facilitou a organização das equipes. “Prioritariamente, estamos usando esse caminhão como posto de comando, mas os moradores continuam sempre solícitos”, disse a tenente.

Seu navegador não suporta esse video.

Aeronave vindo de Cascavel (PR) caiu em área residencial da cidade do interior paulista

Segundo ela, apenas três moradores do condomínio precisaram sair de casa após o acidente. São os que estavam na residência que teve o telhado atingido na queda do avião – ela não soube especificar para onde foram levados.

Comércio ajuda e moradores organizam orações

“O maior trabalho de todos é inclusive manter a segurança do local, porque aqui existem moradores que estão muito abalados”, disse a presidente da associação de moradores do condomínio, Roberta Henrique, de 38 anos.

Ela contou que comércios da região também têm ajudado, em uma frente de solidariedade que se formou espontaneamente. “Padarias, restaurantes, muitos têm nos ajudado com mantimentos”, acrescentou. Por conta da movimentação, é até difícil para moradores saírem do local.

Vizinhos também se organizam em orações pelas vítimas. Lucimar de Lima, católica, deu testemunho aos fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes contando como temeu por sua vida e as dos familiares. “Quando ouvi um barulho e saí, vi o avião rodopiando em cima da casa do meu sogro, de 81 anos. Fechei os olhos e pedi: Nossa Senhora Aparecida, tenha misericórdia de nós. A sensação de estar ali viva era imensa. Então pensei nos que estavam no avião e na familia deles e falei, vamos rezar. Assim a comunidade toda está em oração pelas familas dos que se foram”, contou.

A aposentada Gertrudes Oliveira, de 72 anos, que mora ao lado do condomínio e é evangélica, disse que todas as igrejas estão orando pelas vítimas. “O que aconteceu está consumado, mas podemos pedir ao Senhor pelos que ficaram.” Ela conta que não consegue esquecer os momentos da tragédia. “Não dormi nada esta noite. Três horas da manhã eu estava fazendo chá e pensando nas famílias. Não é só isso: eu vi o avião caindo e achava que ia cair aqui em cima da gente. Depois que você deita, fica revendo as imagens e o sono foge”, relata.

Curiosos aparecem

Com a redução dos bloqueios da policia nos acessos ao Recanto Florido na manhã deste sábado, muitos curiosos foram até perto do local da queda. A Rua Melhado Meireles, em frente ao condomínio, chegou a ficar congestionada. Houve até um acidente sem vitimas, atendido pela Policia Rodoviária. Os policiais foram obrigados a pedir que os veículos estacionados sobre as guias da sarjeta fossem retirados. Um homem, que se identificou apenas como Fábio, desceu do carro com a mulher e foi à frente do portão do condomínio, tentando enxergar alguma coisa. “Somos de Valinhos (cidade vizinha) e vou a outro bairro, mas viemos ver. Está tendo muita repercussão e ficamos curiosos, mas com pesar também pelas vítimas”, disse.

O serralheiro Humberto Cordeiro, que mora em Louveira, parou a moto e usou o celular para filmar a entrada do condomínio. “Vou mandar para um amigo que já trabalhou neste condomínio”, disse. Em alguns momentos, os policiais foram obrigados a organizar o trânsito, mas, diferentemente do dia anterior, as ruas não foram bloqueadas. Moradores ficaram incomodados com o movimento de curiosos. “O que essa gente que não tem a ver com nada está fazendo aqui hoje? Parecem urubus”, reclamou uma moradora que se identificou como Camila.

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