Antigos trilhos de bonde são achados durante obras em calçadões do centro de SP; veja fotos


Estruturas de moradias do início do século passado e trilhos foram encontrados; Prefeitura planeja manter parte dos achados no local

Por Priscila Mengue
Atualização:

Dois sítios arqueológicos foram encontrados durante as obras de remodelação das calçadas e dos calçadões do centro velho da cidade de São Paulo, também chamado de Triângulo Histórico. Os achados envolvem antigos trilhos da rede de bondes elétricos da Light e estruturas de moradias do início do século 20.

Os trabalhos mais aprofundados de limpeza e levantamento arqueológico estão em etapa inicial, segundo a Prefeitura. A gestão Ricardo Nunes (MDB) planeja a manutenção de parte dos trilhos no local, como um registro histórico.

Os sítios foram batizados de “Trilhos da Light” e “Rua Senador Paulo Egídio”. Ambos foram descobertos por volta de abril e homologados mês passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao todo, São Paulo tem mais de 100 sítios arqueológicos registrados.

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As obras nos calçadões envolvem a troca do piso atual (de pedra portuguesa e outros materiais) por uma nova pavimentação de concreto, além de outras intervenções de drenagem, paisagismo, iluminação e mobiliário urbano, segundo a Prefeitura. Os canteiros de obras estão na Praça do Patriarca e nos Largos de São Francisco e São Bento.

Um dos pontos destacados pela equipe arqueológica é que os trilhos encontrados são de uma das principais operações da rede de bondes paulistanos. “A Rua José Bonifácio junto à Rua Direita formava uma das áreas mais importantes no âmbito do transporte férreo, sendo um dos primeiros trechos a ser concebida a instalação de bondes na capital paulista”, diz o relatório.

O material salienta que são remanescentes com características únicas. “Apresentam característica diferencial em relação aos demais trilhos já verificados em outros pontos da cidade. Tratam-se de segmentos que apresentam as interligações internas entre perfis, que poderiam estar associadas a mecanismos para mudança de curso dos bondes.”

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Imagens apresentadas em relatório arqueológico sobre a descoberta do sítio Trilhos da Light Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

O primeiro a ser identificado foi o sítio Trilhos da Light, localizado na Rua José Bonifácio, no trecho entre as Ruas São Bento e Quintino Bocaiuva. As estruturas datam do início dos anos 1900 e atendiam às linhas Avenida e Tamandaré (via Liberdade), de acordo com relatórios da equipe arqueológica.

Os trilhos encontrados até o momento serão em parte mantidos no local, como testemunhos da memória ferroviária e da São Paulo do século passado. A avaliação é de que uma parte está em bom estado de conservação. “Em algumas porções os trilhos estavam em parte preservados, instalados junto aos paralelepípedos. Já em outros, percebe-se um grau de deterioração maior”, diz o parecer.

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Segundo o relatório, esses trilhos foram implantados no início do século 20, pois estão no mapa da cidade de 1905. A recomendação da equipe especializada é que sejam mantidos no local, com a sinalização histórica.

Para tanto, a indicação é a aplicação de uma resina translúcida, que permita a visualização e o fluxo de pedestres. Além disso, como os trilhos estavam abaixo do piso atual, precisarão ser removidos para uma realocação para a mesma altura do calçadão.

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O sítio abrange uma área de cerca de 423 m², embora se tenha a expectativa de encontrar mais remanescentes das linhas de bonde. O processo de identificação será importante para registro e coleta de amostragens, porém, a princípio, novos trilhos serão mantidos apenas se tiverem características diferenciadas. Caso contrário, serão registrados em fotografias e croquis e, depois, removidos.

Após a identificação do sítio, enquanto aguardava a autorização de Iphan para trabalhos mais aprofundados, a equipe decidiu aterrar temporariamente os achados e redirecionar parte da obra para outro trecho. A medida foi tomada como uma forma de “proteção dos vestígios contra possíveis danos”, visto se tratar de um local de grande circulação de pedestres.

Já o sítio Rua Senador Paulo Egídio abrange “estruturas de edificações” datadas da primeira metade do século 20, localizadas na via de mesmo nome antes da abertura do arruamento (o que foi realizado em 1930), segundo a Prefeitura. Tratam-se de alicerces de antigas moradias.

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“Foram verificadas três estruturas em alvenaria, uma delas tratando-se de uma base de blocos de granito encimada por tijolos argamassados com sedimento arenoso, acinzentado e material construtivos menores”, descreve o relatório.

Imagem de relatório técnico sobre o Sítio Trilhos da Light, no centro de São Paulo Foto: A Lasca Arqueologia via Siurb

Segundo o parecer, o sítio está a cerca de 25 cm de profundidade, abaixo de uma camada de aterro, em uma área de 164 m². No local, também foram encontradas peças de diferentes tipos de cerâmica com características do período colonial.

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“Diante do fato das estruturas localizadas serem um testemunho da configuração e utilização do centro histórico do município de São Paulo no início/primeira metade do século XX, entende-se estas como como um sítio arqueológico”, destaca o relatório.

Nesse caso, após as escavações, será elaborado um croqui esquemático da planta baixa da moradia, “de modo a registrar a disposição, dimensão e orientação geográfica das estruturas”, segundo o relatório. Em complemento, será executado o escaneamento 3D, para a geração de um modelo virtual.

Estrutura de antiga moradia encontrada em sítio arqueológico no centro velho Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

As estruturas serão registradas e, posteriormente, demolidas. “Após os procedimentos de evidenciação/escavação das estruturas e feitos todos os registros gráficos, será efetuada a demolição da porção necessária para o andamento da obra, sempre com o devido acompanhamento arqueológico”, destaca o documento.

Durante esse procedimento, será feita a coleta amostral de tijolos e argamassa, “considerando variabilidade, estado de conservação e potencialidade para obtenção de dados diagnósticos (tipo de tijolo, queima, alterações tafonômicas, dimensões, formato, composição e coloração da pasta, inscrição, etc.)”, destaca o documento.

Por causa das descobertas, parte da obra dos calçadões foi paralisada nos dois trechos até a homologação do sítio. Essa liberação é necessária para o desenvolvimento dos trabalhos de resgate arqueológico.

Estrutura de antiga moradia encontrada no centro velho durante obras nos calçadões Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

A paralisação parcial trouxe insatisfação para uma parte dos comércios do entorno. Em carta assinada de agosto, um representante da São Paulo Obras pede celeridade ao Iphan, pois a situação teria causado “desconforto com os comerciários e transeuntes locais”, até com perdas econômicas.

O acompanhamento arqueológico da obra dos calçadões começou no fim de 2022. O centro paulistano é considerado de grande potencial arqueológico.

“A possibilidade de identificação de sítios arqueológicos é muito alta, pois o território foi ocupado continuamente, seja pelos povos originários, seja posteriormente com implantação do aldeamento jesuíta e da Vila de São Paulo de Piratininga”, destacou a Prefeitura em nota.

Trecho onde foram encontrados trilhos de bonde no centro paulistano Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

Outros artefatos foram identificados ao longo das escavações, mas foram apenas registrados em imagens e tiveram amostras retiradas, como alguns tijolos. Parte desses itens envolve estruturas de canalização em cerâmica ainda em funcionamento pela rede.

Além dos achados recentes durante as obras nos calçadões, São Paulo passa por outros processos de acompanhamento arqueológico recentes. Alguns dos principais envolvem as obras da Linha 7-Laranja, de metrô, com a identificação de ao menos 12 sítios arqueológicos e milhares de peças em locais como o entorno do Sesc Pompeia e a Água Branca.

Um dos sítios mais recentes foi encontrado na região do antigo caminho do Lavapés. O caso de maior repercussão é o do Sítio Saracura-14 Bis, identificado durante as obras da Estação de mesmo nome, junto à antiga sede do Vai-Vai. Há indícios que o local tenha remanescentes do antigo Quilombo Saracura.

Dois sítios arqueológicos foram encontrados durante as obras de remodelação das calçadas e dos calçadões do centro velho da cidade de São Paulo, também chamado de Triângulo Histórico. Os achados envolvem antigos trilhos da rede de bondes elétricos da Light e estruturas de moradias do início do século 20.

Os trabalhos mais aprofundados de limpeza e levantamento arqueológico estão em etapa inicial, segundo a Prefeitura. A gestão Ricardo Nunes (MDB) planeja a manutenção de parte dos trilhos no local, como um registro histórico.

Os sítios foram batizados de “Trilhos da Light” e “Rua Senador Paulo Egídio”. Ambos foram descobertos por volta de abril e homologados mês passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao todo, São Paulo tem mais de 100 sítios arqueológicos registrados.

As obras nos calçadões envolvem a troca do piso atual (de pedra portuguesa e outros materiais) por uma nova pavimentação de concreto, além de outras intervenções de drenagem, paisagismo, iluminação e mobiliário urbano, segundo a Prefeitura. Os canteiros de obras estão na Praça do Patriarca e nos Largos de São Francisco e São Bento.

Um dos pontos destacados pela equipe arqueológica é que os trilhos encontrados são de uma das principais operações da rede de bondes paulistanos. “A Rua José Bonifácio junto à Rua Direita formava uma das áreas mais importantes no âmbito do transporte férreo, sendo um dos primeiros trechos a ser concebida a instalação de bondes na capital paulista”, diz o relatório.

O material salienta que são remanescentes com características únicas. “Apresentam característica diferencial em relação aos demais trilhos já verificados em outros pontos da cidade. Tratam-se de segmentos que apresentam as interligações internas entre perfis, que poderiam estar associadas a mecanismos para mudança de curso dos bondes.”

Imagens apresentadas em relatório arqueológico sobre a descoberta do sítio Trilhos da Light Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

O primeiro a ser identificado foi o sítio Trilhos da Light, localizado na Rua José Bonifácio, no trecho entre as Ruas São Bento e Quintino Bocaiuva. As estruturas datam do início dos anos 1900 e atendiam às linhas Avenida e Tamandaré (via Liberdade), de acordo com relatórios da equipe arqueológica.

Os trilhos encontrados até o momento serão em parte mantidos no local, como testemunhos da memória ferroviária e da São Paulo do século passado. A avaliação é de que uma parte está em bom estado de conservação. “Em algumas porções os trilhos estavam em parte preservados, instalados junto aos paralelepípedos. Já em outros, percebe-se um grau de deterioração maior”, diz o parecer.

Segundo o relatório, esses trilhos foram implantados no início do século 20, pois estão no mapa da cidade de 1905. A recomendação da equipe especializada é que sejam mantidos no local, com a sinalização histórica.

Para tanto, a indicação é a aplicação de uma resina translúcida, que permita a visualização e o fluxo de pedestres. Além disso, como os trilhos estavam abaixo do piso atual, precisarão ser removidos para uma realocação para a mesma altura do calçadão.

O sítio abrange uma área de cerca de 423 m², embora se tenha a expectativa de encontrar mais remanescentes das linhas de bonde. O processo de identificação será importante para registro e coleta de amostragens, porém, a princípio, novos trilhos serão mantidos apenas se tiverem características diferenciadas. Caso contrário, serão registrados em fotografias e croquis e, depois, removidos.

Após a identificação do sítio, enquanto aguardava a autorização de Iphan para trabalhos mais aprofundados, a equipe decidiu aterrar temporariamente os achados e redirecionar parte da obra para outro trecho. A medida foi tomada como uma forma de “proteção dos vestígios contra possíveis danos”, visto se tratar de um local de grande circulação de pedestres.

Já o sítio Rua Senador Paulo Egídio abrange “estruturas de edificações” datadas da primeira metade do século 20, localizadas na via de mesmo nome antes da abertura do arruamento (o que foi realizado em 1930), segundo a Prefeitura. Tratam-se de alicerces de antigas moradias.

“Foram verificadas três estruturas em alvenaria, uma delas tratando-se de uma base de blocos de granito encimada por tijolos argamassados com sedimento arenoso, acinzentado e material construtivos menores”, descreve o relatório.

Imagem de relatório técnico sobre o Sítio Trilhos da Light, no centro de São Paulo Foto: A Lasca Arqueologia via Siurb

Segundo o parecer, o sítio está a cerca de 25 cm de profundidade, abaixo de uma camada de aterro, em uma área de 164 m². No local, também foram encontradas peças de diferentes tipos de cerâmica com características do período colonial.

“Diante do fato das estruturas localizadas serem um testemunho da configuração e utilização do centro histórico do município de São Paulo no início/primeira metade do século XX, entende-se estas como como um sítio arqueológico”, destaca o relatório.

Nesse caso, após as escavações, será elaborado um croqui esquemático da planta baixa da moradia, “de modo a registrar a disposição, dimensão e orientação geográfica das estruturas”, segundo o relatório. Em complemento, será executado o escaneamento 3D, para a geração de um modelo virtual.

Estrutura de antiga moradia encontrada em sítio arqueológico no centro velho Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

As estruturas serão registradas e, posteriormente, demolidas. “Após os procedimentos de evidenciação/escavação das estruturas e feitos todos os registros gráficos, será efetuada a demolição da porção necessária para o andamento da obra, sempre com o devido acompanhamento arqueológico”, destaca o documento.

Durante esse procedimento, será feita a coleta amostral de tijolos e argamassa, “considerando variabilidade, estado de conservação e potencialidade para obtenção de dados diagnósticos (tipo de tijolo, queima, alterações tafonômicas, dimensões, formato, composição e coloração da pasta, inscrição, etc.)”, destaca o documento.

Por causa das descobertas, parte da obra dos calçadões foi paralisada nos dois trechos até a homologação do sítio. Essa liberação é necessária para o desenvolvimento dos trabalhos de resgate arqueológico.

Estrutura de antiga moradia encontrada no centro velho durante obras nos calçadões Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

A paralisação parcial trouxe insatisfação para uma parte dos comércios do entorno. Em carta assinada de agosto, um representante da São Paulo Obras pede celeridade ao Iphan, pois a situação teria causado “desconforto com os comerciários e transeuntes locais”, até com perdas econômicas.

O acompanhamento arqueológico da obra dos calçadões começou no fim de 2022. O centro paulistano é considerado de grande potencial arqueológico.

“A possibilidade de identificação de sítios arqueológicos é muito alta, pois o território foi ocupado continuamente, seja pelos povos originários, seja posteriormente com implantação do aldeamento jesuíta e da Vila de São Paulo de Piratininga”, destacou a Prefeitura em nota.

Trecho onde foram encontrados trilhos de bonde no centro paulistano Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

Outros artefatos foram identificados ao longo das escavações, mas foram apenas registrados em imagens e tiveram amostras retiradas, como alguns tijolos. Parte desses itens envolve estruturas de canalização em cerâmica ainda em funcionamento pela rede.

Além dos achados recentes durante as obras nos calçadões, São Paulo passa por outros processos de acompanhamento arqueológico recentes. Alguns dos principais envolvem as obras da Linha 7-Laranja, de metrô, com a identificação de ao menos 12 sítios arqueológicos e milhares de peças em locais como o entorno do Sesc Pompeia e a Água Branca.

Um dos sítios mais recentes foi encontrado na região do antigo caminho do Lavapés. O caso de maior repercussão é o do Sítio Saracura-14 Bis, identificado durante as obras da Estação de mesmo nome, junto à antiga sede do Vai-Vai. Há indícios que o local tenha remanescentes do antigo Quilombo Saracura.

Dois sítios arqueológicos foram encontrados durante as obras de remodelação das calçadas e dos calçadões do centro velho da cidade de São Paulo, também chamado de Triângulo Histórico. Os achados envolvem antigos trilhos da rede de bondes elétricos da Light e estruturas de moradias do início do século 20.

Os trabalhos mais aprofundados de limpeza e levantamento arqueológico estão em etapa inicial, segundo a Prefeitura. A gestão Ricardo Nunes (MDB) planeja a manutenção de parte dos trilhos no local, como um registro histórico.

Os sítios foram batizados de “Trilhos da Light” e “Rua Senador Paulo Egídio”. Ambos foram descobertos por volta de abril e homologados mês passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao todo, São Paulo tem mais de 100 sítios arqueológicos registrados.

As obras nos calçadões envolvem a troca do piso atual (de pedra portuguesa e outros materiais) por uma nova pavimentação de concreto, além de outras intervenções de drenagem, paisagismo, iluminação e mobiliário urbano, segundo a Prefeitura. Os canteiros de obras estão na Praça do Patriarca e nos Largos de São Francisco e São Bento.

Um dos pontos destacados pela equipe arqueológica é que os trilhos encontrados são de uma das principais operações da rede de bondes paulistanos. “A Rua José Bonifácio junto à Rua Direita formava uma das áreas mais importantes no âmbito do transporte férreo, sendo um dos primeiros trechos a ser concebida a instalação de bondes na capital paulista”, diz o relatório.

O material salienta que são remanescentes com características únicas. “Apresentam característica diferencial em relação aos demais trilhos já verificados em outros pontos da cidade. Tratam-se de segmentos que apresentam as interligações internas entre perfis, que poderiam estar associadas a mecanismos para mudança de curso dos bondes.”

Imagens apresentadas em relatório arqueológico sobre a descoberta do sítio Trilhos da Light Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

O primeiro a ser identificado foi o sítio Trilhos da Light, localizado na Rua José Bonifácio, no trecho entre as Ruas São Bento e Quintino Bocaiuva. As estruturas datam do início dos anos 1900 e atendiam às linhas Avenida e Tamandaré (via Liberdade), de acordo com relatórios da equipe arqueológica.

Os trilhos encontrados até o momento serão em parte mantidos no local, como testemunhos da memória ferroviária e da São Paulo do século passado. A avaliação é de que uma parte está em bom estado de conservação. “Em algumas porções os trilhos estavam em parte preservados, instalados junto aos paralelepípedos. Já em outros, percebe-se um grau de deterioração maior”, diz o parecer.

Segundo o relatório, esses trilhos foram implantados no início do século 20, pois estão no mapa da cidade de 1905. A recomendação da equipe especializada é que sejam mantidos no local, com a sinalização histórica.

Para tanto, a indicação é a aplicação de uma resina translúcida, que permita a visualização e o fluxo de pedestres. Além disso, como os trilhos estavam abaixo do piso atual, precisarão ser removidos para uma realocação para a mesma altura do calçadão.

O sítio abrange uma área de cerca de 423 m², embora se tenha a expectativa de encontrar mais remanescentes das linhas de bonde. O processo de identificação será importante para registro e coleta de amostragens, porém, a princípio, novos trilhos serão mantidos apenas se tiverem características diferenciadas. Caso contrário, serão registrados em fotografias e croquis e, depois, removidos.

Após a identificação do sítio, enquanto aguardava a autorização de Iphan para trabalhos mais aprofundados, a equipe decidiu aterrar temporariamente os achados e redirecionar parte da obra para outro trecho. A medida foi tomada como uma forma de “proteção dos vestígios contra possíveis danos”, visto se tratar de um local de grande circulação de pedestres.

Já o sítio Rua Senador Paulo Egídio abrange “estruturas de edificações” datadas da primeira metade do século 20, localizadas na via de mesmo nome antes da abertura do arruamento (o que foi realizado em 1930), segundo a Prefeitura. Tratam-se de alicerces de antigas moradias.

“Foram verificadas três estruturas em alvenaria, uma delas tratando-se de uma base de blocos de granito encimada por tijolos argamassados com sedimento arenoso, acinzentado e material construtivos menores”, descreve o relatório.

Imagem de relatório técnico sobre o Sítio Trilhos da Light, no centro de São Paulo Foto: A Lasca Arqueologia via Siurb

Segundo o parecer, o sítio está a cerca de 25 cm de profundidade, abaixo de uma camada de aterro, em uma área de 164 m². No local, também foram encontradas peças de diferentes tipos de cerâmica com características do período colonial.

“Diante do fato das estruturas localizadas serem um testemunho da configuração e utilização do centro histórico do município de São Paulo no início/primeira metade do século XX, entende-se estas como como um sítio arqueológico”, destaca o relatório.

Nesse caso, após as escavações, será elaborado um croqui esquemático da planta baixa da moradia, “de modo a registrar a disposição, dimensão e orientação geográfica das estruturas”, segundo o relatório. Em complemento, será executado o escaneamento 3D, para a geração de um modelo virtual.

Estrutura de antiga moradia encontrada em sítio arqueológico no centro velho Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

As estruturas serão registradas e, posteriormente, demolidas. “Após os procedimentos de evidenciação/escavação das estruturas e feitos todos os registros gráficos, será efetuada a demolição da porção necessária para o andamento da obra, sempre com o devido acompanhamento arqueológico”, destaca o documento.

Durante esse procedimento, será feita a coleta amostral de tijolos e argamassa, “considerando variabilidade, estado de conservação e potencialidade para obtenção de dados diagnósticos (tipo de tijolo, queima, alterações tafonômicas, dimensões, formato, composição e coloração da pasta, inscrição, etc.)”, destaca o documento.

Por causa das descobertas, parte da obra dos calçadões foi paralisada nos dois trechos até a homologação do sítio. Essa liberação é necessária para o desenvolvimento dos trabalhos de resgate arqueológico.

Estrutura de antiga moradia encontrada no centro velho durante obras nos calçadões Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

A paralisação parcial trouxe insatisfação para uma parte dos comércios do entorno. Em carta assinada de agosto, um representante da São Paulo Obras pede celeridade ao Iphan, pois a situação teria causado “desconforto com os comerciários e transeuntes locais”, até com perdas econômicas.

O acompanhamento arqueológico da obra dos calçadões começou no fim de 2022. O centro paulistano é considerado de grande potencial arqueológico.

“A possibilidade de identificação de sítios arqueológicos é muito alta, pois o território foi ocupado continuamente, seja pelos povos originários, seja posteriormente com implantação do aldeamento jesuíta e da Vila de São Paulo de Piratininga”, destacou a Prefeitura em nota.

Trecho onde foram encontrados trilhos de bonde no centro paulistano Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

Outros artefatos foram identificados ao longo das escavações, mas foram apenas registrados em imagens e tiveram amostras retiradas, como alguns tijolos. Parte desses itens envolve estruturas de canalização em cerâmica ainda em funcionamento pela rede.

Além dos achados recentes durante as obras nos calçadões, São Paulo passa por outros processos de acompanhamento arqueológico recentes. Alguns dos principais envolvem as obras da Linha 7-Laranja, de metrô, com a identificação de ao menos 12 sítios arqueológicos e milhares de peças em locais como o entorno do Sesc Pompeia e a Água Branca.

Um dos sítios mais recentes foi encontrado na região do antigo caminho do Lavapés. O caso de maior repercussão é o do Sítio Saracura-14 Bis, identificado durante as obras da Estação de mesmo nome, junto à antiga sede do Vai-Vai. Há indícios que o local tenha remanescentes do antigo Quilombo Saracura.

Dois sítios arqueológicos foram encontrados durante as obras de remodelação das calçadas e dos calçadões do centro velho da cidade de São Paulo, também chamado de Triângulo Histórico. Os achados envolvem antigos trilhos da rede de bondes elétricos da Light e estruturas de moradias do início do século 20.

Os trabalhos mais aprofundados de limpeza e levantamento arqueológico estão em etapa inicial, segundo a Prefeitura. A gestão Ricardo Nunes (MDB) planeja a manutenção de parte dos trilhos no local, como um registro histórico.

Os sítios foram batizados de “Trilhos da Light” e “Rua Senador Paulo Egídio”. Ambos foram descobertos por volta de abril e homologados mês passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao todo, São Paulo tem mais de 100 sítios arqueológicos registrados.

As obras nos calçadões envolvem a troca do piso atual (de pedra portuguesa e outros materiais) por uma nova pavimentação de concreto, além de outras intervenções de drenagem, paisagismo, iluminação e mobiliário urbano, segundo a Prefeitura. Os canteiros de obras estão na Praça do Patriarca e nos Largos de São Francisco e São Bento.

Um dos pontos destacados pela equipe arqueológica é que os trilhos encontrados são de uma das principais operações da rede de bondes paulistanos. “A Rua José Bonifácio junto à Rua Direita formava uma das áreas mais importantes no âmbito do transporte férreo, sendo um dos primeiros trechos a ser concebida a instalação de bondes na capital paulista”, diz o relatório.

O material salienta que são remanescentes com características únicas. “Apresentam característica diferencial em relação aos demais trilhos já verificados em outros pontos da cidade. Tratam-se de segmentos que apresentam as interligações internas entre perfis, que poderiam estar associadas a mecanismos para mudança de curso dos bondes.”

Imagens apresentadas em relatório arqueológico sobre a descoberta do sítio Trilhos da Light Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

O primeiro a ser identificado foi o sítio Trilhos da Light, localizado na Rua José Bonifácio, no trecho entre as Ruas São Bento e Quintino Bocaiuva. As estruturas datam do início dos anos 1900 e atendiam às linhas Avenida e Tamandaré (via Liberdade), de acordo com relatórios da equipe arqueológica.

Os trilhos encontrados até o momento serão em parte mantidos no local, como testemunhos da memória ferroviária e da São Paulo do século passado. A avaliação é de que uma parte está em bom estado de conservação. “Em algumas porções os trilhos estavam em parte preservados, instalados junto aos paralelepípedos. Já em outros, percebe-se um grau de deterioração maior”, diz o parecer.

Segundo o relatório, esses trilhos foram implantados no início do século 20, pois estão no mapa da cidade de 1905. A recomendação da equipe especializada é que sejam mantidos no local, com a sinalização histórica.

Para tanto, a indicação é a aplicação de uma resina translúcida, que permita a visualização e o fluxo de pedestres. Além disso, como os trilhos estavam abaixo do piso atual, precisarão ser removidos para uma realocação para a mesma altura do calçadão.

O sítio abrange uma área de cerca de 423 m², embora se tenha a expectativa de encontrar mais remanescentes das linhas de bonde. O processo de identificação será importante para registro e coleta de amostragens, porém, a princípio, novos trilhos serão mantidos apenas se tiverem características diferenciadas. Caso contrário, serão registrados em fotografias e croquis e, depois, removidos.

Após a identificação do sítio, enquanto aguardava a autorização de Iphan para trabalhos mais aprofundados, a equipe decidiu aterrar temporariamente os achados e redirecionar parte da obra para outro trecho. A medida foi tomada como uma forma de “proteção dos vestígios contra possíveis danos”, visto se tratar de um local de grande circulação de pedestres.

Já o sítio Rua Senador Paulo Egídio abrange “estruturas de edificações” datadas da primeira metade do século 20, localizadas na via de mesmo nome antes da abertura do arruamento (o que foi realizado em 1930), segundo a Prefeitura. Tratam-se de alicerces de antigas moradias.

“Foram verificadas três estruturas em alvenaria, uma delas tratando-se de uma base de blocos de granito encimada por tijolos argamassados com sedimento arenoso, acinzentado e material construtivos menores”, descreve o relatório.

Imagem de relatório técnico sobre o Sítio Trilhos da Light, no centro de São Paulo Foto: A Lasca Arqueologia via Siurb

Segundo o parecer, o sítio está a cerca de 25 cm de profundidade, abaixo de uma camada de aterro, em uma área de 164 m². No local, também foram encontradas peças de diferentes tipos de cerâmica com características do período colonial.

“Diante do fato das estruturas localizadas serem um testemunho da configuração e utilização do centro histórico do município de São Paulo no início/primeira metade do século XX, entende-se estas como como um sítio arqueológico”, destaca o relatório.

Nesse caso, após as escavações, será elaborado um croqui esquemático da planta baixa da moradia, “de modo a registrar a disposição, dimensão e orientação geográfica das estruturas”, segundo o relatório. Em complemento, será executado o escaneamento 3D, para a geração de um modelo virtual.

Estrutura de antiga moradia encontrada em sítio arqueológico no centro velho Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

As estruturas serão registradas e, posteriormente, demolidas. “Após os procedimentos de evidenciação/escavação das estruturas e feitos todos os registros gráficos, será efetuada a demolição da porção necessária para o andamento da obra, sempre com o devido acompanhamento arqueológico”, destaca o documento.

Durante esse procedimento, será feita a coleta amostral de tijolos e argamassa, “considerando variabilidade, estado de conservação e potencialidade para obtenção de dados diagnósticos (tipo de tijolo, queima, alterações tafonômicas, dimensões, formato, composição e coloração da pasta, inscrição, etc.)”, destaca o documento.

Por causa das descobertas, parte da obra dos calçadões foi paralisada nos dois trechos até a homologação do sítio. Essa liberação é necessária para o desenvolvimento dos trabalhos de resgate arqueológico.

Estrutura de antiga moradia encontrada no centro velho durante obras nos calçadões Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

A paralisação parcial trouxe insatisfação para uma parte dos comércios do entorno. Em carta assinada de agosto, um representante da São Paulo Obras pede celeridade ao Iphan, pois a situação teria causado “desconforto com os comerciários e transeuntes locais”, até com perdas econômicas.

O acompanhamento arqueológico da obra dos calçadões começou no fim de 2022. O centro paulistano é considerado de grande potencial arqueológico.

“A possibilidade de identificação de sítios arqueológicos é muito alta, pois o território foi ocupado continuamente, seja pelos povos originários, seja posteriormente com implantação do aldeamento jesuíta e da Vila de São Paulo de Piratininga”, destacou a Prefeitura em nota.

Trecho onde foram encontrados trilhos de bonde no centro paulistano Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

Outros artefatos foram identificados ao longo das escavações, mas foram apenas registrados em imagens e tiveram amostras retiradas, como alguns tijolos. Parte desses itens envolve estruturas de canalização em cerâmica ainda em funcionamento pela rede.

Além dos achados recentes durante as obras nos calçadões, São Paulo passa por outros processos de acompanhamento arqueológico recentes. Alguns dos principais envolvem as obras da Linha 7-Laranja, de metrô, com a identificação de ao menos 12 sítios arqueológicos e milhares de peças em locais como o entorno do Sesc Pompeia e a Água Branca.

Um dos sítios mais recentes foi encontrado na região do antigo caminho do Lavapés. O caso de maior repercussão é o do Sítio Saracura-14 Bis, identificado durante as obras da Estação de mesmo nome, junto à antiga sede do Vai-Vai. Há indícios que o local tenha remanescentes do antigo Quilombo Saracura.

Dois sítios arqueológicos foram encontrados durante as obras de remodelação das calçadas e dos calçadões do centro velho da cidade de São Paulo, também chamado de Triângulo Histórico. Os achados envolvem antigos trilhos da rede de bondes elétricos da Light e estruturas de moradias do início do século 20.

Os trabalhos mais aprofundados de limpeza e levantamento arqueológico estão em etapa inicial, segundo a Prefeitura. A gestão Ricardo Nunes (MDB) planeja a manutenção de parte dos trilhos no local, como um registro histórico.

Os sítios foram batizados de “Trilhos da Light” e “Rua Senador Paulo Egídio”. Ambos foram descobertos por volta de abril e homologados mês passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao todo, São Paulo tem mais de 100 sítios arqueológicos registrados.

As obras nos calçadões envolvem a troca do piso atual (de pedra portuguesa e outros materiais) por uma nova pavimentação de concreto, além de outras intervenções de drenagem, paisagismo, iluminação e mobiliário urbano, segundo a Prefeitura. Os canteiros de obras estão na Praça do Patriarca e nos Largos de São Francisco e São Bento.

Um dos pontos destacados pela equipe arqueológica é que os trilhos encontrados são de uma das principais operações da rede de bondes paulistanos. “A Rua José Bonifácio junto à Rua Direita formava uma das áreas mais importantes no âmbito do transporte férreo, sendo um dos primeiros trechos a ser concebida a instalação de bondes na capital paulista”, diz o relatório.

O material salienta que são remanescentes com características únicas. “Apresentam característica diferencial em relação aos demais trilhos já verificados em outros pontos da cidade. Tratam-se de segmentos que apresentam as interligações internas entre perfis, que poderiam estar associadas a mecanismos para mudança de curso dos bondes.”

Imagens apresentadas em relatório arqueológico sobre a descoberta do sítio Trilhos da Light Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

O primeiro a ser identificado foi o sítio Trilhos da Light, localizado na Rua José Bonifácio, no trecho entre as Ruas São Bento e Quintino Bocaiuva. As estruturas datam do início dos anos 1900 e atendiam às linhas Avenida e Tamandaré (via Liberdade), de acordo com relatórios da equipe arqueológica.

Os trilhos encontrados até o momento serão em parte mantidos no local, como testemunhos da memória ferroviária e da São Paulo do século passado. A avaliação é de que uma parte está em bom estado de conservação. “Em algumas porções os trilhos estavam em parte preservados, instalados junto aos paralelepípedos. Já em outros, percebe-se um grau de deterioração maior”, diz o parecer.

Segundo o relatório, esses trilhos foram implantados no início do século 20, pois estão no mapa da cidade de 1905. A recomendação da equipe especializada é que sejam mantidos no local, com a sinalização histórica.

Para tanto, a indicação é a aplicação de uma resina translúcida, que permita a visualização e o fluxo de pedestres. Além disso, como os trilhos estavam abaixo do piso atual, precisarão ser removidos para uma realocação para a mesma altura do calçadão.

O sítio abrange uma área de cerca de 423 m², embora se tenha a expectativa de encontrar mais remanescentes das linhas de bonde. O processo de identificação será importante para registro e coleta de amostragens, porém, a princípio, novos trilhos serão mantidos apenas se tiverem características diferenciadas. Caso contrário, serão registrados em fotografias e croquis e, depois, removidos.

Após a identificação do sítio, enquanto aguardava a autorização de Iphan para trabalhos mais aprofundados, a equipe decidiu aterrar temporariamente os achados e redirecionar parte da obra para outro trecho. A medida foi tomada como uma forma de “proteção dos vestígios contra possíveis danos”, visto se tratar de um local de grande circulação de pedestres.

Já o sítio Rua Senador Paulo Egídio abrange “estruturas de edificações” datadas da primeira metade do século 20, localizadas na via de mesmo nome antes da abertura do arruamento (o que foi realizado em 1930), segundo a Prefeitura. Tratam-se de alicerces de antigas moradias.

“Foram verificadas três estruturas em alvenaria, uma delas tratando-se de uma base de blocos de granito encimada por tijolos argamassados com sedimento arenoso, acinzentado e material construtivos menores”, descreve o relatório.

Imagem de relatório técnico sobre o Sítio Trilhos da Light, no centro de São Paulo Foto: A Lasca Arqueologia via Siurb

Segundo o parecer, o sítio está a cerca de 25 cm de profundidade, abaixo de uma camada de aterro, em uma área de 164 m². No local, também foram encontradas peças de diferentes tipos de cerâmica com características do período colonial.

“Diante do fato das estruturas localizadas serem um testemunho da configuração e utilização do centro histórico do município de São Paulo no início/primeira metade do século XX, entende-se estas como como um sítio arqueológico”, destaca o relatório.

Nesse caso, após as escavações, será elaborado um croqui esquemático da planta baixa da moradia, “de modo a registrar a disposição, dimensão e orientação geográfica das estruturas”, segundo o relatório. Em complemento, será executado o escaneamento 3D, para a geração de um modelo virtual.

Estrutura de antiga moradia encontrada em sítio arqueológico no centro velho Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

As estruturas serão registradas e, posteriormente, demolidas. “Após os procedimentos de evidenciação/escavação das estruturas e feitos todos os registros gráficos, será efetuada a demolição da porção necessária para o andamento da obra, sempre com o devido acompanhamento arqueológico”, destaca o documento.

Durante esse procedimento, será feita a coleta amostral de tijolos e argamassa, “considerando variabilidade, estado de conservação e potencialidade para obtenção de dados diagnósticos (tipo de tijolo, queima, alterações tafonômicas, dimensões, formato, composição e coloração da pasta, inscrição, etc.)”, destaca o documento.

Por causa das descobertas, parte da obra dos calçadões foi paralisada nos dois trechos até a homologação do sítio. Essa liberação é necessária para o desenvolvimento dos trabalhos de resgate arqueológico.

Estrutura de antiga moradia encontrada no centro velho durante obras nos calçadões Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

A paralisação parcial trouxe insatisfação para uma parte dos comércios do entorno. Em carta assinada de agosto, um representante da São Paulo Obras pede celeridade ao Iphan, pois a situação teria causado “desconforto com os comerciários e transeuntes locais”, até com perdas econômicas.

O acompanhamento arqueológico da obra dos calçadões começou no fim de 2022. O centro paulistano é considerado de grande potencial arqueológico.

“A possibilidade de identificação de sítios arqueológicos é muito alta, pois o território foi ocupado continuamente, seja pelos povos originários, seja posteriormente com implantação do aldeamento jesuíta e da Vila de São Paulo de Piratininga”, destacou a Prefeitura em nota.

Trecho onde foram encontrados trilhos de bonde no centro paulistano Foto: A Lasca Arqueologia via SIURB

Outros artefatos foram identificados ao longo das escavações, mas foram apenas registrados em imagens e tiveram amostras retiradas, como alguns tijolos. Parte desses itens envolve estruturas de canalização em cerâmica ainda em funcionamento pela rede.

Além dos achados recentes durante as obras nos calçadões, São Paulo passa por outros processos de acompanhamento arqueológico recentes. Alguns dos principais envolvem as obras da Linha 7-Laranja, de metrô, com a identificação de ao menos 12 sítios arqueológicos e milhares de peças em locais como o entorno do Sesc Pompeia e a Água Branca.

Um dos sítios mais recentes foi encontrado na região do antigo caminho do Lavapés. O caso de maior repercussão é o do Sítio Saracura-14 Bis, identificado durante as obras da Estação de mesmo nome, junto à antiga sede do Vai-Vai. Há indícios que o local tenha remanescentes do antigo Quilombo Saracura.

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