CAMPINAS - Criminosos armados invadiram o terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, trocaram tiros com seguranças e assaltaram a transportadora de valores Brinks, na manhã desta quinta-feira, 17. Houve confronto, pânico na rua e fuga com reféns durante a ação, que terminou com três assaltantes mortos. Dois seguranças da empresa também foram baleados. Sem dar valores, a Brinks informou que a maior parte do dinheiro foi recuperada pela polícia. O aeroporto ficou fechado por 20 minutos para pousos e decolagens.
Um dos criminosos foi morto por um sniper, após invadir casas e fazer reféns no bairro Campina Verde, na periferia da cidade. Dos três reféns, entre eles uma criança, só uma se feriu levemente. Um major da Polícia Militar foi atingido, mas sem gravidade. À noite, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi ao batalhão local e cumprimentou os agentes pela ação. Segundo ele, bandido que reage com arma à polícia paulista vai “para o cemitério”.
O governador também cobrou mais segurança e ações preventivas nos aeroportos federais, lembrando o ataque anterior, em julho, em Guarulhos.
“Não são razoáveis situações como esta, com grau de aparente facilidade para ingresso de bandidos em área restrita. A polícia estadual cumpriu seu papel.”
Sobre a crítica do governador, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que, embora não seja responsável pela administração desses aeroportos, concedidos à iniciativa privada, entende que as questões de segurança em aeroportos são de responsabilidade compartilhada entre os governos federal, estaduais e locais.
Bandidos usaram veículo camuflado e arma antiaérea
Inicialmente, por volta das 9h30, a quadrilha, com cerca de 20 criminosos, ateou fogo a três caminhões na Rodovia Santos Dumont (SP-79), principal acesso ao aeroporto, e fugiu. As duas pistas foram bloqueadas. O tráfego era intenso e houve pânico entre os usuários da rodovia.
De acordo com a administração do terminal, os bandidos usaram um veículo com cores e características da Aeronáutica. Mesmo assim, a caminhonete foi parada, mas acelerou e rompeu o portão de acesso. Mesmo com os pneus estourados pela grade de segurança, os criminosos seguiram para o terminal e atiraram contra os seguranças.
Imagens de câmeras de segurança mostram que o carro-forte, carregado com o dinheiro, já adentrava a pista para se dirigir ao avião que receberia o montante – a ser enviado para um banco na Inglaterra. Os criminosos usaram uma metralhadora ponto 50, arma antiaérea, para obrigar o carro-forte a parar. Eles também portavam fuzis.
Na sequência, os criminosos foram surpreendidos por guardas municipais, após roubarem um caminhão de lixo na fuga – onde foi achado um malote. Houve novo confronto, quando atiraram para afastar a GM, mas foram seguidos por policiais militares. Foi quando começou a perseguição pelas casas do bairro na região do aeroporto.
Alessandra Girardi, advogada de suspeito morto por sniper
Marcos Galdino, corredor