Ataque a escola em SP: estudantes voltam às aulas e terão apoio psicológico


Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, terá atividades voltadas para a saúde mental e pedagógica durante toda a semana; Polícia Militar deve fazer a segurança no local por pelo menos um mês

Por Giovanna Castro
Atualização:

A Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, voltou às suas atividades nesta segunda-feira, 10, após duas semanas fechada, desde que um estudante de 13 anos assassinou uma professora e deixou outras quatro pessoas feridas. Os portões, que foram abertos às 7 horas, receberam alunos de três turmas, seus responsáveis e funcionários para um dia de atividades voltadas para a saúde mental e pedagógica.

O clima era de tristeza de silêncio, mas alguns pais, como Maria da Ajuda Livramento, cozinheira e mãe de um dos alunos que presenciou o crime, demonstraram acreditar na importância da volta à rotina escolar para superar o acontecimento traumático. “A gente vai torcer para que não aconteçam mais esses crimes em escolas, para que tenhamos mais paz e mais amor”, disse Maria. “Vim para dar um abraço nas professoras e nos alunos.”

O filho de Maria, um garoto de 13 anos, era colega de turma do menino que cometeu os crimes e havia ajudado a apartar uma briga envolvendo-o uma semana antes do atentado. Ele machucou a perna no dia 27 de março ao tentar fugir da escola, mas não foi atingido. “Eu já estava tensa naquele dia e fiquei sabendo do ocorrido pela TV. Foi um susto”, conta a mãe.

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Mãe de aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro Foto: Giovanna Castro/ Estadão

Paula de Brito, farmacêutica e mãe de um aluno de 11 anos, afirma que o acompanhamento psicológico é essencial para todos. “Meu filho não presenciou o crime, apenas escutou os gritos e a correria, então, ficou assustado, mas não tanto quanto os que presenciaram. Mesmo assim, nessas duas semanas a gente conversou bastante e ele tem feito acompanhamento psicológico”, disse.

Um aluna do oitavo ano, de 13 anos, disse que é “chocante” retornar ao local. Ela conta que não estava na escola no dia do crime, mas chegou a passar mal quando soube do ocorrido e precisou ir até um hospital. “Para mim, está sendo muito ruim (voltar para a escola), porque sei que eu vou entrar na sala e não vou ver mais a professora Beth”, disse.

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‘Medo de tudo’

Duas das professoras que sobreviveram ao ataque, Ana Célia da Rosa e Rita de Cássia Reis, também estavam no local e relataram a emoção e a dificuldade em voltar para as salas de aula. “Ainda não penso em voltar. Preciso ainda de tratamento, preciso de um tempo em casa, absorver bem o que aconteceu, entender que foi um caso isolado e que os alunos não são assim, porque você fica com medo de tudo”, disse Rita.

“É emocionante, meu coração está disparado. Se eu falar que não está, estou mentindo. A nossa turminha é uma turminha bem equilibrada, são alunos que dá gosto de trabalhar”, disse Ana Célia.

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Retomada das aulas na escola Thomazia Montoro, na Vila Sonia, nesta segunda-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

Apoio psicológico e na segurança

As secretarias estaduais de Educação, Saúde, Justiça e Cidadania e Segurança Pública do Estado, com apoio da prefeitura e da ONG Instituto Superação, criaram uma série de ações para que as voltas às aulas na E. E. Thomazia Montoro sejam seguras e acolhedoras. Durante pelo menos um mês, a unidade escolar contará com reforço da Ronda Escolar e apoio do Gabinete Integrado de Segurança e do Programa Escola Mais Segura.

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Nesta segunda, o cronograma é totalmente voltado para atividades de apoio aos cerca de 90 alunos da três turmas selecionadas e seus responsáveis. Já na terça-feira, 11, as aulas voltarão para todas as turmas atendidas pela escola, mesclando com atividades.

“Eles terão o apoio das equipes multiprofissionais de saúde e das atividades pedagógicas que serão desdobradas em oficinas de arte e grafitagem para repaginação da escola com todos os estudantes”, disse a dirigente de ensino da Diretoria Centro Oeste, Jane Rúbia Adami da Silva. Serão feitas rodas de conversas, oficinas de consciência corporal, jogos colaborativos, entre outras atividades.

Revitalização

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Antes da reabertura, a escola passou por uma reforma. Ao todo, foram investidos R$ 200 mil em manutenção, pintura e pequenos reparos por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Paulista).

A revitalização contou com um projeto arquitetônico que levou mais cores às dependências da escola e serão feitas ainda intervenções artísticas na fachada. Os estudantes devem participar da grafitagem, que será liderada pelo artista plástico Pagu, com a ação #EscolaÉParaBrilhar.

Reforma levou cores para a Escola Estadual Thomazia Montoro após estudante de 13 anos assassinar uma professora e deixar outras quatro pessoas feridas. Foto: Flávio Florido/Secretaria da Educação do Estado SP
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“No refeitório também teremos a revitalização do espaço pelas mãos do artista plástico, Carlos Matuck. Outro apoio solidário foi o recebimento de mais de 300 cartas em apoio aos alunos, professores e funcionários”, informou a Secretaria de Educação do Estado.

Relembre o caso

O ataque com faca provocado por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista, no dia 27 de março, deixou uma professora morta e três educadoras e um aluno feridos. Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que ensinava Ciência, morreu na sala de aula após ser golpeada pelas costas. Um segundo aluno precisou de atendimento por ficar em estado de choque.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local no dia do crime.

Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostraram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por duas professoras: Cinthia da Silva Barbosa, professora de Educação Física, aplicou um golpe chamado mata-leão e Sandra Pereira tirou a faca das mãos do aluno, enquanto uma terceira era atacada.

O adolescente já havia sido denunciado à Polícia Civil em fevereiro deste ano por “apresentar comportamento suspeito nas redes sociais” e postar “vídeos comprometedores” nos quais aparece “portando arma de fogo” e “simulando ataques violentos”.

Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 28 de fevereiro na delegacia eletrônica narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente “encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp” e “alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”.

O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram “convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar”, localizada em Taboão da Serra, “para que as providências cabíveis fossem tomadas”.

A Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, voltou às suas atividades nesta segunda-feira, 10, após duas semanas fechada, desde que um estudante de 13 anos assassinou uma professora e deixou outras quatro pessoas feridas. Os portões, que foram abertos às 7 horas, receberam alunos de três turmas, seus responsáveis e funcionários para um dia de atividades voltadas para a saúde mental e pedagógica.

O clima era de tristeza de silêncio, mas alguns pais, como Maria da Ajuda Livramento, cozinheira e mãe de um dos alunos que presenciou o crime, demonstraram acreditar na importância da volta à rotina escolar para superar o acontecimento traumático. “A gente vai torcer para que não aconteçam mais esses crimes em escolas, para que tenhamos mais paz e mais amor”, disse Maria. “Vim para dar um abraço nas professoras e nos alunos.”

O filho de Maria, um garoto de 13 anos, era colega de turma do menino que cometeu os crimes e havia ajudado a apartar uma briga envolvendo-o uma semana antes do atentado. Ele machucou a perna no dia 27 de março ao tentar fugir da escola, mas não foi atingido. “Eu já estava tensa naquele dia e fiquei sabendo do ocorrido pela TV. Foi um susto”, conta a mãe.

Mãe de aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro Foto: Giovanna Castro/ Estadão

Paula de Brito, farmacêutica e mãe de um aluno de 11 anos, afirma que o acompanhamento psicológico é essencial para todos. “Meu filho não presenciou o crime, apenas escutou os gritos e a correria, então, ficou assustado, mas não tanto quanto os que presenciaram. Mesmo assim, nessas duas semanas a gente conversou bastante e ele tem feito acompanhamento psicológico”, disse.

Um aluna do oitavo ano, de 13 anos, disse que é “chocante” retornar ao local. Ela conta que não estava na escola no dia do crime, mas chegou a passar mal quando soube do ocorrido e precisou ir até um hospital. “Para mim, está sendo muito ruim (voltar para a escola), porque sei que eu vou entrar na sala e não vou ver mais a professora Beth”, disse.

‘Medo de tudo’

Duas das professoras que sobreviveram ao ataque, Ana Célia da Rosa e Rita de Cássia Reis, também estavam no local e relataram a emoção e a dificuldade em voltar para as salas de aula. “Ainda não penso em voltar. Preciso ainda de tratamento, preciso de um tempo em casa, absorver bem o que aconteceu, entender que foi um caso isolado e que os alunos não são assim, porque você fica com medo de tudo”, disse Rita.

“É emocionante, meu coração está disparado. Se eu falar que não está, estou mentindo. A nossa turminha é uma turminha bem equilibrada, são alunos que dá gosto de trabalhar”, disse Ana Célia.

Retomada das aulas na escola Thomazia Montoro, na Vila Sonia, nesta segunda-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

Apoio psicológico e na segurança

As secretarias estaduais de Educação, Saúde, Justiça e Cidadania e Segurança Pública do Estado, com apoio da prefeitura e da ONG Instituto Superação, criaram uma série de ações para que as voltas às aulas na E. E. Thomazia Montoro sejam seguras e acolhedoras. Durante pelo menos um mês, a unidade escolar contará com reforço da Ronda Escolar e apoio do Gabinete Integrado de Segurança e do Programa Escola Mais Segura.

Nesta segunda, o cronograma é totalmente voltado para atividades de apoio aos cerca de 90 alunos da três turmas selecionadas e seus responsáveis. Já na terça-feira, 11, as aulas voltarão para todas as turmas atendidas pela escola, mesclando com atividades.

“Eles terão o apoio das equipes multiprofissionais de saúde e das atividades pedagógicas que serão desdobradas em oficinas de arte e grafitagem para repaginação da escola com todos os estudantes”, disse a dirigente de ensino da Diretoria Centro Oeste, Jane Rúbia Adami da Silva. Serão feitas rodas de conversas, oficinas de consciência corporal, jogos colaborativos, entre outras atividades.

Revitalização

Antes da reabertura, a escola passou por uma reforma. Ao todo, foram investidos R$ 200 mil em manutenção, pintura e pequenos reparos por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Paulista).

A revitalização contou com um projeto arquitetônico que levou mais cores às dependências da escola e serão feitas ainda intervenções artísticas na fachada. Os estudantes devem participar da grafitagem, que será liderada pelo artista plástico Pagu, com a ação #EscolaÉParaBrilhar.

Reforma levou cores para a Escola Estadual Thomazia Montoro após estudante de 13 anos assassinar uma professora e deixar outras quatro pessoas feridas. Foto: Flávio Florido/Secretaria da Educação do Estado SP

“No refeitório também teremos a revitalização do espaço pelas mãos do artista plástico, Carlos Matuck. Outro apoio solidário foi o recebimento de mais de 300 cartas em apoio aos alunos, professores e funcionários”, informou a Secretaria de Educação do Estado.

Relembre o caso

O ataque com faca provocado por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista, no dia 27 de março, deixou uma professora morta e três educadoras e um aluno feridos. Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que ensinava Ciência, morreu na sala de aula após ser golpeada pelas costas. Um segundo aluno precisou de atendimento por ficar em estado de choque.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local no dia do crime.

Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostraram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por duas professoras: Cinthia da Silva Barbosa, professora de Educação Física, aplicou um golpe chamado mata-leão e Sandra Pereira tirou a faca das mãos do aluno, enquanto uma terceira era atacada.

O adolescente já havia sido denunciado à Polícia Civil em fevereiro deste ano por “apresentar comportamento suspeito nas redes sociais” e postar “vídeos comprometedores” nos quais aparece “portando arma de fogo” e “simulando ataques violentos”.

Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 28 de fevereiro na delegacia eletrônica narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente “encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp” e “alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”.

O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram “convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar”, localizada em Taboão da Serra, “para que as providências cabíveis fossem tomadas”.

A Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, voltou às suas atividades nesta segunda-feira, 10, após duas semanas fechada, desde que um estudante de 13 anos assassinou uma professora e deixou outras quatro pessoas feridas. Os portões, que foram abertos às 7 horas, receberam alunos de três turmas, seus responsáveis e funcionários para um dia de atividades voltadas para a saúde mental e pedagógica.

O clima era de tristeza de silêncio, mas alguns pais, como Maria da Ajuda Livramento, cozinheira e mãe de um dos alunos que presenciou o crime, demonstraram acreditar na importância da volta à rotina escolar para superar o acontecimento traumático. “A gente vai torcer para que não aconteçam mais esses crimes em escolas, para que tenhamos mais paz e mais amor”, disse Maria. “Vim para dar um abraço nas professoras e nos alunos.”

O filho de Maria, um garoto de 13 anos, era colega de turma do menino que cometeu os crimes e havia ajudado a apartar uma briga envolvendo-o uma semana antes do atentado. Ele machucou a perna no dia 27 de março ao tentar fugir da escola, mas não foi atingido. “Eu já estava tensa naquele dia e fiquei sabendo do ocorrido pela TV. Foi um susto”, conta a mãe.

Mãe de aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro Foto: Giovanna Castro/ Estadão

Paula de Brito, farmacêutica e mãe de um aluno de 11 anos, afirma que o acompanhamento psicológico é essencial para todos. “Meu filho não presenciou o crime, apenas escutou os gritos e a correria, então, ficou assustado, mas não tanto quanto os que presenciaram. Mesmo assim, nessas duas semanas a gente conversou bastante e ele tem feito acompanhamento psicológico”, disse.

Um aluna do oitavo ano, de 13 anos, disse que é “chocante” retornar ao local. Ela conta que não estava na escola no dia do crime, mas chegou a passar mal quando soube do ocorrido e precisou ir até um hospital. “Para mim, está sendo muito ruim (voltar para a escola), porque sei que eu vou entrar na sala e não vou ver mais a professora Beth”, disse.

‘Medo de tudo’

Duas das professoras que sobreviveram ao ataque, Ana Célia da Rosa e Rita de Cássia Reis, também estavam no local e relataram a emoção e a dificuldade em voltar para as salas de aula. “Ainda não penso em voltar. Preciso ainda de tratamento, preciso de um tempo em casa, absorver bem o que aconteceu, entender que foi um caso isolado e que os alunos não são assim, porque você fica com medo de tudo”, disse Rita.

“É emocionante, meu coração está disparado. Se eu falar que não está, estou mentindo. A nossa turminha é uma turminha bem equilibrada, são alunos que dá gosto de trabalhar”, disse Ana Célia.

Retomada das aulas na escola Thomazia Montoro, na Vila Sonia, nesta segunda-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

Apoio psicológico e na segurança

As secretarias estaduais de Educação, Saúde, Justiça e Cidadania e Segurança Pública do Estado, com apoio da prefeitura e da ONG Instituto Superação, criaram uma série de ações para que as voltas às aulas na E. E. Thomazia Montoro sejam seguras e acolhedoras. Durante pelo menos um mês, a unidade escolar contará com reforço da Ronda Escolar e apoio do Gabinete Integrado de Segurança e do Programa Escola Mais Segura.

Nesta segunda, o cronograma é totalmente voltado para atividades de apoio aos cerca de 90 alunos da três turmas selecionadas e seus responsáveis. Já na terça-feira, 11, as aulas voltarão para todas as turmas atendidas pela escola, mesclando com atividades.

“Eles terão o apoio das equipes multiprofissionais de saúde e das atividades pedagógicas que serão desdobradas em oficinas de arte e grafitagem para repaginação da escola com todos os estudantes”, disse a dirigente de ensino da Diretoria Centro Oeste, Jane Rúbia Adami da Silva. Serão feitas rodas de conversas, oficinas de consciência corporal, jogos colaborativos, entre outras atividades.

Revitalização

Antes da reabertura, a escola passou por uma reforma. Ao todo, foram investidos R$ 200 mil em manutenção, pintura e pequenos reparos por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Paulista).

A revitalização contou com um projeto arquitetônico que levou mais cores às dependências da escola e serão feitas ainda intervenções artísticas na fachada. Os estudantes devem participar da grafitagem, que será liderada pelo artista plástico Pagu, com a ação #EscolaÉParaBrilhar.

Reforma levou cores para a Escola Estadual Thomazia Montoro após estudante de 13 anos assassinar uma professora e deixar outras quatro pessoas feridas. Foto: Flávio Florido/Secretaria da Educação do Estado SP

“No refeitório também teremos a revitalização do espaço pelas mãos do artista plástico, Carlos Matuck. Outro apoio solidário foi o recebimento de mais de 300 cartas em apoio aos alunos, professores e funcionários”, informou a Secretaria de Educação do Estado.

Relembre o caso

O ataque com faca provocado por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista, no dia 27 de março, deixou uma professora morta e três educadoras e um aluno feridos. Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que ensinava Ciência, morreu na sala de aula após ser golpeada pelas costas. Um segundo aluno precisou de atendimento por ficar em estado de choque.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local no dia do crime.

Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostraram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por duas professoras: Cinthia da Silva Barbosa, professora de Educação Física, aplicou um golpe chamado mata-leão e Sandra Pereira tirou a faca das mãos do aluno, enquanto uma terceira era atacada.

O adolescente já havia sido denunciado à Polícia Civil em fevereiro deste ano por “apresentar comportamento suspeito nas redes sociais” e postar “vídeos comprometedores” nos quais aparece “portando arma de fogo” e “simulando ataques violentos”.

Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 28 de fevereiro na delegacia eletrônica narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente “encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp” e “alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”.

O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram “convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar”, localizada em Taboão da Serra, “para que as providências cabíveis fossem tomadas”.

A Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, voltou às suas atividades nesta segunda-feira, 10, após duas semanas fechada, desde que um estudante de 13 anos assassinou uma professora e deixou outras quatro pessoas feridas. Os portões, que foram abertos às 7 horas, receberam alunos de três turmas, seus responsáveis e funcionários para um dia de atividades voltadas para a saúde mental e pedagógica.

O clima era de tristeza de silêncio, mas alguns pais, como Maria da Ajuda Livramento, cozinheira e mãe de um dos alunos que presenciou o crime, demonstraram acreditar na importância da volta à rotina escolar para superar o acontecimento traumático. “A gente vai torcer para que não aconteçam mais esses crimes em escolas, para que tenhamos mais paz e mais amor”, disse Maria. “Vim para dar um abraço nas professoras e nos alunos.”

O filho de Maria, um garoto de 13 anos, era colega de turma do menino que cometeu os crimes e havia ajudado a apartar uma briga envolvendo-o uma semana antes do atentado. Ele machucou a perna no dia 27 de março ao tentar fugir da escola, mas não foi atingido. “Eu já estava tensa naquele dia e fiquei sabendo do ocorrido pela TV. Foi um susto”, conta a mãe.

Mãe de aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro Foto: Giovanna Castro/ Estadão

Paula de Brito, farmacêutica e mãe de um aluno de 11 anos, afirma que o acompanhamento psicológico é essencial para todos. “Meu filho não presenciou o crime, apenas escutou os gritos e a correria, então, ficou assustado, mas não tanto quanto os que presenciaram. Mesmo assim, nessas duas semanas a gente conversou bastante e ele tem feito acompanhamento psicológico”, disse.

Um aluna do oitavo ano, de 13 anos, disse que é “chocante” retornar ao local. Ela conta que não estava na escola no dia do crime, mas chegou a passar mal quando soube do ocorrido e precisou ir até um hospital. “Para mim, está sendo muito ruim (voltar para a escola), porque sei que eu vou entrar na sala e não vou ver mais a professora Beth”, disse.

‘Medo de tudo’

Duas das professoras que sobreviveram ao ataque, Ana Célia da Rosa e Rita de Cássia Reis, também estavam no local e relataram a emoção e a dificuldade em voltar para as salas de aula. “Ainda não penso em voltar. Preciso ainda de tratamento, preciso de um tempo em casa, absorver bem o que aconteceu, entender que foi um caso isolado e que os alunos não são assim, porque você fica com medo de tudo”, disse Rita.

“É emocionante, meu coração está disparado. Se eu falar que não está, estou mentindo. A nossa turminha é uma turminha bem equilibrada, são alunos que dá gosto de trabalhar”, disse Ana Célia.

Retomada das aulas na escola Thomazia Montoro, na Vila Sonia, nesta segunda-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

Apoio psicológico e na segurança

As secretarias estaduais de Educação, Saúde, Justiça e Cidadania e Segurança Pública do Estado, com apoio da prefeitura e da ONG Instituto Superação, criaram uma série de ações para que as voltas às aulas na E. E. Thomazia Montoro sejam seguras e acolhedoras. Durante pelo menos um mês, a unidade escolar contará com reforço da Ronda Escolar e apoio do Gabinete Integrado de Segurança e do Programa Escola Mais Segura.

Nesta segunda, o cronograma é totalmente voltado para atividades de apoio aos cerca de 90 alunos da três turmas selecionadas e seus responsáveis. Já na terça-feira, 11, as aulas voltarão para todas as turmas atendidas pela escola, mesclando com atividades.

“Eles terão o apoio das equipes multiprofissionais de saúde e das atividades pedagógicas que serão desdobradas em oficinas de arte e grafitagem para repaginação da escola com todos os estudantes”, disse a dirigente de ensino da Diretoria Centro Oeste, Jane Rúbia Adami da Silva. Serão feitas rodas de conversas, oficinas de consciência corporal, jogos colaborativos, entre outras atividades.

Revitalização

Antes da reabertura, a escola passou por uma reforma. Ao todo, foram investidos R$ 200 mil em manutenção, pintura e pequenos reparos por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Paulista).

A revitalização contou com um projeto arquitetônico que levou mais cores às dependências da escola e serão feitas ainda intervenções artísticas na fachada. Os estudantes devem participar da grafitagem, que será liderada pelo artista plástico Pagu, com a ação #EscolaÉParaBrilhar.

Reforma levou cores para a Escola Estadual Thomazia Montoro após estudante de 13 anos assassinar uma professora e deixar outras quatro pessoas feridas. Foto: Flávio Florido/Secretaria da Educação do Estado SP

“No refeitório também teremos a revitalização do espaço pelas mãos do artista plástico, Carlos Matuck. Outro apoio solidário foi o recebimento de mais de 300 cartas em apoio aos alunos, professores e funcionários”, informou a Secretaria de Educação do Estado.

Relembre o caso

O ataque com faca provocado por um adolescente de 13 anos dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista, no dia 27 de março, deixou uma professora morta e três educadoras e um aluno feridos. Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que ensinava Ciência, morreu na sala de aula após ser golpeada pelas costas. Um segundo aluno precisou de atendimento por ficar em estado de choque.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local no dia do crime.

Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostraram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por duas professoras: Cinthia da Silva Barbosa, professora de Educação Física, aplicou um golpe chamado mata-leão e Sandra Pereira tirou a faca das mãos do aluno, enquanto uma terceira era atacada.

O adolescente já havia sido denunciado à Polícia Civil em fevereiro deste ano por “apresentar comportamento suspeito nas redes sociais” e postar “vídeos comprometedores” nos quais aparece “portando arma de fogo” e “simulando ataques violentos”.

Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 28 de fevereiro na delegacia eletrônica narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente “encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp” e “alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”.

O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram “convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar”, localizada em Taboão da Serra, “para que as providências cabíveis fossem tomadas”.

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