Ataques de escorpião sobem 13% em SP; veja cuidados


Umidade e calor favorecem acidentes com esse tipo de animal; Prefeitura recorre até a controle químico contra a espécie

Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – O número de acidentes envolvendo escorpiões subiu 13% este ano em comparação com o ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde registrou 24.212 acidentes de janeiro até o fim de julho, ante 21.406 no mesmo período de 2022. A média este ano é de 102 casos por dia.

Já o número de mortes por picada de escorpião permaneceu igual nos dois períodos. Foram quatro óbitos em cada ano. Durante todo o ano passado, foram registradas 43.822 ocorrências e 11 mortes.

Os ataques por escorpiões costumam aumentar a partir de setembro, por causa das mudanças de temperatura que propiciam ambientes com calor e umidade, favorecendo a reprodução dos aracnídeos. Para prevenir os riscos, a secretaria iniciou na segunda-feira, 28, uma semana de campanha de prevenção à picada do escorpião em todo o Estado.

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Ataques em hospital e moradia universitária assustam população Foto: Camila Carvalho/Instituto Butantan/Divulgação

“A ação tem como objetivo reforçar as atividades de prevenção da ocorrência de escorpiões nos espaços públicos e nas casas”, disse, em nota. Acidente escorpiônico é o envenenamento do ser humano provocado por um escorpião quando este pica a pessoa e injeta seu veneno por meio do ferrão.

Em Piracicaba, agentes de saúde saíram às ruas e percorreram as casas entregando material educativo aos moradores. “Os agentes comunitários estão dando preferência às casas com crianças menores de 12 anos, que são as principais vítimas. Também estamos indo às escolas”, disse o secretário de Saúde, Douglas Koga. A campanha vai até esta sexta-feira, 1º.

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O óbito deste ano, no último dia 12, foi da menina Jamily Vitoria Duarte, de 5 anos. Após a picada, ela foi levada à Santa Casa, onde recebeu o soro antiescorpiônico, mas não resistiu. Em 28 de julho, outra criança, Emanuelly Silva, de 4 anos, morreu também após ser picada no pé, em Severínia, norte paulista. Segundo a família, o acidente aconteceu em um terreno baldio.

Neste mês, estudantes que residem na moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontraram um escorpião em um dos apartamentos. Um prestador de serviços chegou a publicar foto do aracnídeo em rede social. Estudantes revelaram que outros espécimes já foram encontrados na residência estudantil, no distrito de Barão Geraldo. A Unicamp informou que, em maio, foram registrados dois casos na moradia. As vítimas foram atendidas e não tiveram complicações.

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Em Jacareí, após seguidas aparições de escorpião em calçadas do bairro Vila Branca, em julho, os moradores se cotizaram para comprar um galo por R$ 80 para controlar a praga. Eles também conseguiram algumas galinhas para fazer companhia à ave, apelidada de ‘Mortadela’. Os galos são predadores naturais do aracnídeo. A prefeitura diz manter busca ativa de animais peçonhentos em todo o município.

Na capital, pacientes e vizinhos denunciaram, na semana passada, uma infestação de escorpiões no Hospital Municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera, zona leste. Uma paciente disse ter encontrado o escorpião na cama do filho, uma criança internada na unidade. Outro espécime foi achado na calçada do prédio. Não houve registro de picadas. Na última sexta-feira, 25, uma equipe da prefeitura dedetizou toda a área, inclusive os bueiros próximos, onde os escorpiões poderiam se esconder.

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A prefeitura informou que monitora a área com atividades de controle para escorpiões, conforme norma do Ministério da Saúde, que incluem vistoria, captura do aracnídeo e adoção de medidas preventivas. Os animais capturados são identificados, registrados e encaminhados vivos para o Instituto Butantan para a produção de soro antiescorpiônico.

No caso do hospital, foi empregada uma nova estratégia testada pela Divisão de Vigilância de Zoonoses do Município em outros locais: aplicar escorpionicida para ampliar o controle dos animais. A prática não é recomendada como rotina pelo ministério, pois os escorpiões conseguem evitar o veneno, fechando seus estigmas pulmonares por longo tempo.

Outro risco é que se tornem resistentes ao produto. Segundo a Prefeitura, o controle químico é uma estratégia para situações específicas que envolvam sinais de infestação e maior risco de acidentes para a população.

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No último dia 25, um passageiro da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) encontrou um escorpião perto da área de embarque da estação de Francisco Morato da Linha 7 – Rubi. Conforme a companhia, os funcionários foram avisados e localizaram o bicho, da espécie conhecida como escorpião-do-nordeste, já morto. A CPTM informou na ocasião que a dedetização da estação estava em dia e que reforçou medidas no entorno. Não houve registro de acidentes com escorpião no local.

Conforme o Butantan, há mais de duas mil espécies de escorpiões catalogadas no mundo, com 172 delas presentes no Brasil. Os mais perigosos são o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião marrom (Tityus bahiensis). O bicho se adapta ao ambiente urbano, escondendo-se em restos de construções, galerias de esgotos e bueiros, lugares quentes e úmidos onde ficam protegidos de seus predadores naturais, principalmente as aves.

Estado tem 213 pontos antiveneno

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O Estado dispõe atualmente de 213 pontos estratégicos de soro antiveneno para atendimento aos acidentados por escorpiões e outros animais peçonhentos. A distribuição dos postos levou em conta o rápido deslocamento da pessoa para reduzir o tempo entre a picada e o atendimento. As crianças até 10 anos, principalmente, precisam ser levadas ao local de atendimento o mais rápido possível.

É recomendável levar o escorpião ou foto dele no celular para a identificação da espécie e o tratamento mais adequado. A dor local é o primeiro sintoma da picada e pode ser intensa. Em seguida ocorre aumento de temperatura, inchaço leve, vermelhidão, arrepios e suor no local da picada. Se for na mão ou no pé, os sinais podem atingir todo o membro. Em crianças, aumenta o suor no corpo, ocorrem vômitos, agitação, tremores, salivação, ofegância e respiração aumentada.

De acordo com a médica veterinária Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, o aumento de 13% nos casos de acidentes com escorpiões no Estado, embora possa ter sido favorecido pelo inverno mais quente, têm maior relação com os meses mais quentes e úmidos do início do ano.

“Os dados são de janeiro a agosto e incluem os três primeiros meses do ano – janeiro, fevereiro e março - que, neste ano, foram muito quentes e chuvosos. Nestes meses quentes e úmidos a gente tem um aumento na proliferação dos escorpiões. Quanto mais escorpiões nós temos, maior o número de acidentes. Então esse dado se relaciona com o aumento da proliferação dos escorpiões nos 645 municípios do estado”, disse.

SOROCABA – O número de acidentes envolvendo escorpiões subiu 13% este ano em comparação com o ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde registrou 24.212 acidentes de janeiro até o fim de julho, ante 21.406 no mesmo período de 2022. A média este ano é de 102 casos por dia.

Já o número de mortes por picada de escorpião permaneceu igual nos dois períodos. Foram quatro óbitos em cada ano. Durante todo o ano passado, foram registradas 43.822 ocorrências e 11 mortes.

Os ataques por escorpiões costumam aumentar a partir de setembro, por causa das mudanças de temperatura que propiciam ambientes com calor e umidade, favorecendo a reprodução dos aracnídeos. Para prevenir os riscos, a secretaria iniciou na segunda-feira, 28, uma semana de campanha de prevenção à picada do escorpião em todo o Estado.

Ataques em hospital e moradia universitária assustam população Foto: Camila Carvalho/Instituto Butantan/Divulgação

“A ação tem como objetivo reforçar as atividades de prevenção da ocorrência de escorpiões nos espaços públicos e nas casas”, disse, em nota. Acidente escorpiônico é o envenenamento do ser humano provocado por um escorpião quando este pica a pessoa e injeta seu veneno por meio do ferrão.

Em Piracicaba, agentes de saúde saíram às ruas e percorreram as casas entregando material educativo aos moradores. “Os agentes comunitários estão dando preferência às casas com crianças menores de 12 anos, que são as principais vítimas. Também estamos indo às escolas”, disse o secretário de Saúde, Douglas Koga. A campanha vai até esta sexta-feira, 1º.

O óbito deste ano, no último dia 12, foi da menina Jamily Vitoria Duarte, de 5 anos. Após a picada, ela foi levada à Santa Casa, onde recebeu o soro antiescorpiônico, mas não resistiu. Em 28 de julho, outra criança, Emanuelly Silva, de 4 anos, morreu também após ser picada no pé, em Severínia, norte paulista. Segundo a família, o acidente aconteceu em um terreno baldio.

Neste mês, estudantes que residem na moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontraram um escorpião em um dos apartamentos. Um prestador de serviços chegou a publicar foto do aracnídeo em rede social. Estudantes revelaram que outros espécimes já foram encontrados na residência estudantil, no distrito de Barão Geraldo. A Unicamp informou que, em maio, foram registrados dois casos na moradia. As vítimas foram atendidas e não tiveram complicações.

Em Jacareí, após seguidas aparições de escorpião em calçadas do bairro Vila Branca, em julho, os moradores se cotizaram para comprar um galo por R$ 80 para controlar a praga. Eles também conseguiram algumas galinhas para fazer companhia à ave, apelidada de ‘Mortadela’. Os galos são predadores naturais do aracnídeo. A prefeitura diz manter busca ativa de animais peçonhentos em todo o município.

Na capital, pacientes e vizinhos denunciaram, na semana passada, uma infestação de escorpiões no Hospital Municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera, zona leste. Uma paciente disse ter encontrado o escorpião na cama do filho, uma criança internada na unidade. Outro espécime foi achado na calçada do prédio. Não houve registro de picadas. Na última sexta-feira, 25, uma equipe da prefeitura dedetizou toda a área, inclusive os bueiros próximos, onde os escorpiões poderiam se esconder.

A prefeitura informou que monitora a área com atividades de controle para escorpiões, conforme norma do Ministério da Saúde, que incluem vistoria, captura do aracnídeo e adoção de medidas preventivas. Os animais capturados são identificados, registrados e encaminhados vivos para o Instituto Butantan para a produção de soro antiescorpiônico.

No caso do hospital, foi empregada uma nova estratégia testada pela Divisão de Vigilância de Zoonoses do Município em outros locais: aplicar escorpionicida para ampliar o controle dos animais. A prática não é recomendada como rotina pelo ministério, pois os escorpiões conseguem evitar o veneno, fechando seus estigmas pulmonares por longo tempo.

Outro risco é que se tornem resistentes ao produto. Segundo a Prefeitura, o controle químico é uma estratégia para situações específicas que envolvam sinais de infestação e maior risco de acidentes para a população.

No último dia 25, um passageiro da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) encontrou um escorpião perto da área de embarque da estação de Francisco Morato da Linha 7 – Rubi. Conforme a companhia, os funcionários foram avisados e localizaram o bicho, da espécie conhecida como escorpião-do-nordeste, já morto. A CPTM informou na ocasião que a dedetização da estação estava em dia e que reforçou medidas no entorno. Não houve registro de acidentes com escorpião no local.

Conforme o Butantan, há mais de duas mil espécies de escorpiões catalogadas no mundo, com 172 delas presentes no Brasil. Os mais perigosos são o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião marrom (Tityus bahiensis). O bicho se adapta ao ambiente urbano, escondendo-se em restos de construções, galerias de esgotos e bueiros, lugares quentes e úmidos onde ficam protegidos de seus predadores naturais, principalmente as aves.

Estado tem 213 pontos antiveneno

O Estado dispõe atualmente de 213 pontos estratégicos de soro antiveneno para atendimento aos acidentados por escorpiões e outros animais peçonhentos. A distribuição dos postos levou em conta o rápido deslocamento da pessoa para reduzir o tempo entre a picada e o atendimento. As crianças até 10 anos, principalmente, precisam ser levadas ao local de atendimento o mais rápido possível.

É recomendável levar o escorpião ou foto dele no celular para a identificação da espécie e o tratamento mais adequado. A dor local é o primeiro sintoma da picada e pode ser intensa. Em seguida ocorre aumento de temperatura, inchaço leve, vermelhidão, arrepios e suor no local da picada. Se for na mão ou no pé, os sinais podem atingir todo o membro. Em crianças, aumenta o suor no corpo, ocorrem vômitos, agitação, tremores, salivação, ofegância e respiração aumentada.

De acordo com a médica veterinária Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, o aumento de 13% nos casos de acidentes com escorpiões no Estado, embora possa ter sido favorecido pelo inverno mais quente, têm maior relação com os meses mais quentes e úmidos do início do ano.

“Os dados são de janeiro a agosto e incluem os três primeiros meses do ano – janeiro, fevereiro e março - que, neste ano, foram muito quentes e chuvosos. Nestes meses quentes e úmidos a gente tem um aumento na proliferação dos escorpiões. Quanto mais escorpiões nós temos, maior o número de acidentes. Então esse dado se relaciona com o aumento da proliferação dos escorpiões nos 645 municípios do estado”, disse.

SOROCABA – O número de acidentes envolvendo escorpiões subiu 13% este ano em comparação com o ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde registrou 24.212 acidentes de janeiro até o fim de julho, ante 21.406 no mesmo período de 2022. A média este ano é de 102 casos por dia.

Já o número de mortes por picada de escorpião permaneceu igual nos dois períodos. Foram quatro óbitos em cada ano. Durante todo o ano passado, foram registradas 43.822 ocorrências e 11 mortes.

Os ataques por escorpiões costumam aumentar a partir de setembro, por causa das mudanças de temperatura que propiciam ambientes com calor e umidade, favorecendo a reprodução dos aracnídeos. Para prevenir os riscos, a secretaria iniciou na segunda-feira, 28, uma semana de campanha de prevenção à picada do escorpião em todo o Estado.

Ataques em hospital e moradia universitária assustam população Foto: Camila Carvalho/Instituto Butantan/Divulgação

“A ação tem como objetivo reforçar as atividades de prevenção da ocorrência de escorpiões nos espaços públicos e nas casas”, disse, em nota. Acidente escorpiônico é o envenenamento do ser humano provocado por um escorpião quando este pica a pessoa e injeta seu veneno por meio do ferrão.

Em Piracicaba, agentes de saúde saíram às ruas e percorreram as casas entregando material educativo aos moradores. “Os agentes comunitários estão dando preferência às casas com crianças menores de 12 anos, que são as principais vítimas. Também estamos indo às escolas”, disse o secretário de Saúde, Douglas Koga. A campanha vai até esta sexta-feira, 1º.

O óbito deste ano, no último dia 12, foi da menina Jamily Vitoria Duarte, de 5 anos. Após a picada, ela foi levada à Santa Casa, onde recebeu o soro antiescorpiônico, mas não resistiu. Em 28 de julho, outra criança, Emanuelly Silva, de 4 anos, morreu também após ser picada no pé, em Severínia, norte paulista. Segundo a família, o acidente aconteceu em um terreno baldio.

Neste mês, estudantes que residem na moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontraram um escorpião em um dos apartamentos. Um prestador de serviços chegou a publicar foto do aracnídeo em rede social. Estudantes revelaram que outros espécimes já foram encontrados na residência estudantil, no distrito de Barão Geraldo. A Unicamp informou que, em maio, foram registrados dois casos na moradia. As vítimas foram atendidas e não tiveram complicações.

Em Jacareí, após seguidas aparições de escorpião em calçadas do bairro Vila Branca, em julho, os moradores se cotizaram para comprar um galo por R$ 80 para controlar a praga. Eles também conseguiram algumas galinhas para fazer companhia à ave, apelidada de ‘Mortadela’. Os galos são predadores naturais do aracnídeo. A prefeitura diz manter busca ativa de animais peçonhentos em todo o município.

Na capital, pacientes e vizinhos denunciaram, na semana passada, uma infestação de escorpiões no Hospital Municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera, zona leste. Uma paciente disse ter encontrado o escorpião na cama do filho, uma criança internada na unidade. Outro espécime foi achado na calçada do prédio. Não houve registro de picadas. Na última sexta-feira, 25, uma equipe da prefeitura dedetizou toda a área, inclusive os bueiros próximos, onde os escorpiões poderiam se esconder.

A prefeitura informou que monitora a área com atividades de controle para escorpiões, conforme norma do Ministério da Saúde, que incluem vistoria, captura do aracnídeo e adoção de medidas preventivas. Os animais capturados são identificados, registrados e encaminhados vivos para o Instituto Butantan para a produção de soro antiescorpiônico.

No caso do hospital, foi empregada uma nova estratégia testada pela Divisão de Vigilância de Zoonoses do Município em outros locais: aplicar escorpionicida para ampliar o controle dos animais. A prática não é recomendada como rotina pelo ministério, pois os escorpiões conseguem evitar o veneno, fechando seus estigmas pulmonares por longo tempo.

Outro risco é que se tornem resistentes ao produto. Segundo a Prefeitura, o controle químico é uma estratégia para situações específicas que envolvam sinais de infestação e maior risco de acidentes para a população.

No último dia 25, um passageiro da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) encontrou um escorpião perto da área de embarque da estação de Francisco Morato da Linha 7 – Rubi. Conforme a companhia, os funcionários foram avisados e localizaram o bicho, da espécie conhecida como escorpião-do-nordeste, já morto. A CPTM informou na ocasião que a dedetização da estação estava em dia e que reforçou medidas no entorno. Não houve registro de acidentes com escorpião no local.

Conforme o Butantan, há mais de duas mil espécies de escorpiões catalogadas no mundo, com 172 delas presentes no Brasil. Os mais perigosos são o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião marrom (Tityus bahiensis). O bicho se adapta ao ambiente urbano, escondendo-se em restos de construções, galerias de esgotos e bueiros, lugares quentes e úmidos onde ficam protegidos de seus predadores naturais, principalmente as aves.

Estado tem 213 pontos antiveneno

O Estado dispõe atualmente de 213 pontos estratégicos de soro antiveneno para atendimento aos acidentados por escorpiões e outros animais peçonhentos. A distribuição dos postos levou em conta o rápido deslocamento da pessoa para reduzir o tempo entre a picada e o atendimento. As crianças até 10 anos, principalmente, precisam ser levadas ao local de atendimento o mais rápido possível.

É recomendável levar o escorpião ou foto dele no celular para a identificação da espécie e o tratamento mais adequado. A dor local é o primeiro sintoma da picada e pode ser intensa. Em seguida ocorre aumento de temperatura, inchaço leve, vermelhidão, arrepios e suor no local da picada. Se for na mão ou no pé, os sinais podem atingir todo o membro. Em crianças, aumenta o suor no corpo, ocorrem vômitos, agitação, tremores, salivação, ofegância e respiração aumentada.

De acordo com a médica veterinária Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, o aumento de 13% nos casos de acidentes com escorpiões no Estado, embora possa ter sido favorecido pelo inverno mais quente, têm maior relação com os meses mais quentes e úmidos do início do ano.

“Os dados são de janeiro a agosto e incluem os três primeiros meses do ano – janeiro, fevereiro e março - que, neste ano, foram muito quentes e chuvosos. Nestes meses quentes e úmidos a gente tem um aumento na proliferação dos escorpiões. Quanto mais escorpiões nós temos, maior o número de acidentes. Então esse dado se relaciona com o aumento da proliferação dos escorpiões nos 645 municípios do estado”, disse.

SOROCABA – O número de acidentes envolvendo escorpiões subiu 13% este ano em comparação com o ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde registrou 24.212 acidentes de janeiro até o fim de julho, ante 21.406 no mesmo período de 2022. A média este ano é de 102 casos por dia.

Já o número de mortes por picada de escorpião permaneceu igual nos dois períodos. Foram quatro óbitos em cada ano. Durante todo o ano passado, foram registradas 43.822 ocorrências e 11 mortes.

Os ataques por escorpiões costumam aumentar a partir de setembro, por causa das mudanças de temperatura que propiciam ambientes com calor e umidade, favorecendo a reprodução dos aracnídeos. Para prevenir os riscos, a secretaria iniciou na segunda-feira, 28, uma semana de campanha de prevenção à picada do escorpião em todo o Estado.

Ataques em hospital e moradia universitária assustam população Foto: Camila Carvalho/Instituto Butantan/Divulgação

“A ação tem como objetivo reforçar as atividades de prevenção da ocorrência de escorpiões nos espaços públicos e nas casas”, disse, em nota. Acidente escorpiônico é o envenenamento do ser humano provocado por um escorpião quando este pica a pessoa e injeta seu veneno por meio do ferrão.

Em Piracicaba, agentes de saúde saíram às ruas e percorreram as casas entregando material educativo aos moradores. “Os agentes comunitários estão dando preferência às casas com crianças menores de 12 anos, que são as principais vítimas. Também estamos indo às escolas”, disse o secretário de Saúde, Douglas Koga. A campanha vai até esta sexta-feira, 1º.

O óbito deste ano, no último dia 12, foi da menina Jamily Vitoria Duarte, de 5 anos. Após a picada, ela foi levada à Santa Casa, onde recebeu o soro antiescorpiônico, mas não resistiu. Em 28 de julho, outra criança, Emanuelly Silva, de 4 anos, morreu também após ser picada no pé, em Severínia, norte paulista. Segundo a família, o acidente aconteceu em um terreno baldio.

Neste mês, estudantes que residem na moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontraram um escorpião em um dos apartamentos. Um prestador de serviços chegou a publicar foto do aracnídeo em rede social. Estudantes revelaram que outros espécimes já foram encontrados na residência estudantil, no distrito de Barão Geraldo. A Unicamp informou que, em maio, foram registrados dois casos na moradia. As vítimas foram atendidas e não tiveram complicações.

Em Jacareí, após seguidas aparições de escorpião em calçadas do bairro Vila Branca, em julho, os moradores se cotizaram para comprar um galo por R$ 80 para controlar a praga. Eles também conseguiram algumas galinhas para fazer companhia à ave, apelidada de ‘Mortadela’. Os galos são predadores naturais do aracnídeo. A prefeitura diz manter busca ativa de animais peçonhentos em todo o município.

Na capital, pacientes e vizinhos denunciaram, na semana passada, uma infestação de escorpiões no Hospital Municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera, zona leste. Uma paciente disse ter encontrado o escorpião na cama do filho, uma criança internada na unidade. Outro espécime foi achado na calçada do prédio. Não houve registro de picadas. Na última sexta-feira, 25, uma equipe da prefeitura dedetizou toda a área, inclusive os bueiros próximos, onde os escorpiões poderiam se esconder.

A prefeitura informou que monitora a área com atividades de controle para escorpiões, conforme norma do Ministério da Saúde, que incluem vistoria, captura do aracnídeo e adoção de medidas preventivas. Os animais capturados são identificados, registrados e encaminhados vivos para o Instituto Butantan para a produção de soro antiescorpiônico.

No caso do hospital, foi empregada uma nova estratégia testada pela Divisão de Vigilância de Zoonoses do Município em outros locais: aplicar escorpionicida para ampliar o controle dos animais. A prática não é recomendada como rotina pelo ministério, pois os escorpiões conseguem evitar o veneno, fechando seus estigmas pulmonares por longo tempo.

Outro risco é que se tornem resistentes ao produto. Segundo a Prefeitura, o controle químico é uma estratégia para situações específicas que envolvam sinais de infestação e maior risco de acidentes para a população.

No último dia 25, um passageiro da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) encontrou um escorpião perto da área de embarque da estação de Francisco Morato da Linha 7 – Rubi. Conforme a companhia, os funcionários foram avisados e localizaram o bicho, da espécie conhecida como escorpião-do-nordeste, já morto. A CPTM informou na ocasião que a dedetização da estação estava em dia e que reforçou medidas no entorno. Não houve registro de acidentes com escorpião no local.

Conforme o Butantan, há mais de duas mil espécies de escorpiões catalogadas no mundo, com 172 delas presentes no Brasil. Os mais perigosos são o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião marrom (Tityus bahiensis). O bicho se adapta ao ambiente urbano, escondendo-se em restos de construções, galerias de esgotos e bueiros, lugares quentes e úmidos onde ficam protegidos de seus predadores naturais, principalmente as aves.

Estado tem 213 pontos antiveneno

O Estado dispõe atualmente de 213 pontos estratégicos de soro antiveneno para atendimento aos acidentados por escorpiões e outros animais peçonhentos. A distribuição dos postos levou em conta o rápido deslocamento da pessoa para reduzir o tempo entre a picada e o atendimento. As crianças até 10 anos, principalmente, precisam ser levadas ao local de atendimento o mais rápido possível.

É recomendável levar o escorpião ou foto dele no celular para a identificação da espécie e o tratamento mais adequado. A dor local é o primeiro sintoma da picada e pode ser intensa. Em seguida ocorre aumento de temperatura, inchaço leve, vermelhidão, arrepios e suor no local da picada. Se for na mão ou no pé, os sinais podem atingir todo o membro. Em crianças, aumenta o suor no corpo, ocorrem vômitos, agitação, tremores, salivação, ofegância e respiração aumentada.

De acordo com a médica veterinária Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, o aumento de 13% nos casos de acidentes com escorpiões no Estado, embora possa ter sido favorecido pelo inverno mais quente, têm maior relação com os meses mais quentes e úmidos do início do ano.

“Os dados são de janeiro a agosto e incluem os três primeiros meses do ano – janeiro, fevereiro e março - que, neste ano, foram muito quentes e chuvosos. Nestes meses quentes e úmidos a gente tem um aumento na proliferação dos escorpiões. Quanto mais escorpiões nós temos, maior o número de acidentes. Então esse dado se relaciona com o aumento da proliferação dos escorpiões nos 645 municípios do estado”, disse.

SOROCABA – O número de acidentes envolvendo escorpiões subiu 13% este ano em comparação com o ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde registrou 24.212 acidentes de janeiro até o fim de julho, ante 21.406 no mesmo período de 2022. A média este ano é de 102 casos por dia.

Já o número de mortes por picada de escorpião permaneceu igual nos dois períodos. Foram quatro óbitos em cada ano. Durante todo o ano passado, foram registradas 43.822 ocorrências e 11 mortes.

Os ataques por escorpiões costumam aumentar a partir de setembro, por causa das mudanças de temperatura que propiciam ambientes com calor e umidade, favorecendo a reprodução dos aracnídeos. Para prevenir os riscos, a secretaria iniciou na segunda-feira, 28, uma semana de campanha de prevenção à picada do escorpião em todo o Estado.

Ataques em hospital e moradia universitária assustam população Foto: Camila Carvalho/Instituto Butantan/Divulgação

“A ação tem como objetivo reforçar as atividades de prevenção da ocorrência de escorpiões nos espaços públicos e nas casas”, disse, em nota. Acidente escorpiônico é o envenenamento do ser humano provocado por um escorpião quando este pica a pessoa e injeta seu veneno por meio do ferrão.

Em Piracicaba, agentes de saúde saíram às ruas e percorreram as casas entregando material educativo aos moradores. “Os agentes comunitários estão dando preferência às casas com crianças menores de 12 anos, que são as principais vítimas. Também estamos indo às escolas”, disse o secretário de Saúde, Douglas Koga. A campanha vai até esta sexta-feira, 1º.

O óbito deste ano, no último dia 12, foi da menina Jamily Vitoria Duarte, de 5 anos. Após a picada, ela foi levada à Santa Casa, onde recebeu o soro antiescorpiônico, mas não resistiu. Em 28 de julho, outra criança, Emanuelly Silva, de 4 anos, morreu também após ser picada no pé, em Severínia, norte paulista. Segundo a família, o acidente aconteceu em um terreno baldio.

Neste mês, estudantes que residem na moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontraram um escorpião em um dos apartamentos. Um prestador de serviços chegou a publicar foto do aracnídeo em rede social. Estudantes revelaram que outros espécimes já foram encontrados na residência estudantil, no distrito de Barão Geraldo. A Unicamp informou que, em maio, foram registrados dois casos na moradia. As vítimas foram atendidas e não tiveram complicações.

Em Jacareí, após seguidas aparições de escorpião em calçadas do bairro Vila Branca, em julho, os moradores se cotizaram para comprar um galo por R$ 80 para controlar a praga. Eles também conseguiram algumas galinhas para fazer companhia à ave, apelidada de ‘Mortadela’. Os galos são predadores naturais do aracnídeo. A prefeitura diz manter busca ativa de animais peçonhentos em todo o município.

Na capital, pacientes e vizinhos denunciaram, na semana passada, uma infestação de escorpiões no Hospital Municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera, zona leste. Uma paciente disse ter encontrado o escorpião na cama do filho, uma criança internada na unidade. Outro espécime foi achado na calçada do prédio. Não houve registro de picadas. Na última sexta-feira, 25, uma equipe da prefeitura dedetizou toda a área, inclusive os bueiros próximos, onde os escorpiões poderiam se esconder.

A prefeitura informou que monitora a área com atividades de controle para escorpiões, conforme norma do Ministério da Saúde, que incluem vistoria, captura do aracnídeo e adoção de medidas preventivas. Os animais capturados são identificados, registrados e encaminhados vivos para o Instituto Butantan para a produção de soro antiescorpiônico.

No caso do hospital, foi empregada uma nova estratégia testada pela Divisão de Vigilância de Zoonoses do Município em outros locais: aplicar escorpionicida para ampliar o controle dos animais. A prática não é recomendada como rotina pelo ministério, pois os escorpiões conseguem evitar o veneno, fechando seus estigmas pulmonares por longo tempo.

Outro risco é que se tornem resistentes ao produto. Segundo a Prefeitura, o controle químico é uma estratégia para situações específicas que envolvam sinais de infestação e maior risco de acidentes para a população.

No último dia 25, um passageiro da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) encontrou um escorpião perto da área de embarque da estação de Francisco Morato da Linha 7 – Rubi. Conforme a companhia, os funcionários foram avisados e localizaram o bicho, da espécie conhecida como escorpião-do-nordeste, já morto. A CPTM informou na ocasião que a dedetização da estação estava em dia e que reforçou medidas no entorno. Não houve registro de acidentes com escorpião no local.

Conforme o Butantan, há mais de duas mil espécies de escorpiões catalogadas no mundo, com 172 delas presentes no Brasil. Os mais perigosos são o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião marrom (Tityus bahiensis). O bicho se adapta ao ambiente urbano, escondendo-se em restos de construções, galerias de esgotos e bueiros, lugares quentes e úmidos onde ficam protegidos de seus predadores naturais, principalmente as aves.

Estado tem 213 pontos antiveneno

O Estado dispõe atualmente de 213 pontos estratégicos de soro antiveneno para atendimento aos acidentados por escorpiões e outros animais peçonhentos. A distribuição dos postos levou em conta o rápido deslocamento da pessoa para reduzir o tempo entre a picada e o atendimento. As crianças até 10 anos, principalmente, precisam ser levadas ao local de atendimento o mais rápido possível.

É recomendável levar o escorpião ou foto dele no celular para a identificação da espécie e o tratamento mais adequado. A dor local é o primeiro sintoma da picada e pode ser intensa. Em seguida ocorre aumento de temperatura, inchaço leve, vermelhidão, arrepios e suor no local da picada. Se for na mão ou no pé, os sinais podem atingir todo o membro. Em crianças, aumenta o suor no corpo, ocorrem vômitos, agitação, tremores, salivação, ofegância e respiração aumentada.

De acordo com a médica veterinária Roberta Spínola, diretora da Divisão de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, o aumento de 13% nos casos de acidentes com escorpiões no Estado, embora possa ter sido favorecido pelo inverno mais quente, têm maior relação com os meses mais quentes e úmidos do início do ano.

“Os dados são de janeiro a agosto e incluem os três primeiros meses do ano – janeiro, fevereiro e março - que, neste ano, foram muito quentes e chuvosos. Nestes meses quentes e úmidos a gente tem um aumento na proliferação dos escorpiões. Quanto mais escorpiões nós temos, maior o número de acidentes. Então esse dado se relaciona com o aumento da proliferação dos escorpiões nos 645 municípios do estado”, disse.

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