Os batalhões equipados com câmeras operacionais portáteis (COP) tiveram redução de 87% nas ocorrências de confronto nos últimos três anos, conforme mostrou levantamento da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que analisou dados entre os meses de junho e outubro, de 2019 até 2021. O estudo foi divulgado neste domingo, 10, pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Equipamentos também estão associados à queda da letalidade das tropas.
Segundo a SSP, a diminuição foi dez vezes mais expressiva em comparação a unidades sem as chamadas bodycams. “Embora associada à redução do uso da força e da letalidade policial, as câmeras corporais despontam também como um importante instrumento de defesa e segurança do policial”, destacou a secretaria, em nota.
As ocorrências de resistência a abordagens policiais também caíram. A redução foi de 32,7% para os batalhões com câmeras. Entre as unidades sem as bodycams, o decréscimo foi de 19,2%. Ou seja, mais de 13 pontos porcentuais menor.
O levantamento, afirmou a SSP, também aponta para um aumento na produtividadeoperacional. Os dados analisados mostram que os números de flagrantes e de apreensões de armas de fogo foram 41,4% e 12,9% maiores, respectivamente, entre os batalhões com câmeras.
Em março, o Estadão revelou que a Polícia Militar de SP vai receber até o fim de abril mais 2.556 câmeras operacionais portáteis. O objetivo do Estado é terminar o ano com mais de 10 mil bodycams instaladas nos uniformes de policiais.
As câmeras corporais podem transmitir em tempo real todas as atividades diárias dos profissionais de segurança. O investimento para utilização dos equipamentos, incluindo a infraestrutura necessária para funcionamento do sistema, é de R$ 786 por bodycam ao mês (contrato de 30 meses), segundo a SSP.
Em queda
Em julho do ano passado, o Estadão mostrou que após a adoção das bodycams, a taxa de letalidade de 15 batalhões da Polícia Militar de São Paulo havia caído para zero. A taxa geral de letalidade da corporação no Estado reduziu 53% em comparação com junho de 2020 e 54% em comparação com maio de 2021.
Já em setembro, um estudo que analisou os efeitos de câmeras corporais em ocorrências com policiais militares de Santa Catarina descobriu que os equipamentos levaram a uma redução de 61,2% no uso da força (como contatos físicos e uso de algemas) pelos agentes, com melhoria também na eficiência dos registros e no encaminhamento dos casos.
Além de São Paulo e Santa Catarina, o uso de câmeras por policias também é realidade em Rondônia. Levantamento feito em fevereiro deste ano pelo Estadão indicou que outros nove Estados estavam realizando testes com as bodycams.