Carnaval de rua de SP terá gradis e controle de acesso em blocos acima de 10 mil foliões


Medida visa a bloquear acesso de pessoas com garrafas de vidro e armas brancas; serão instalados 100 mil gradis, principalmente no entorno de desfiles de médio e grande portes

Por Priscila Mengue
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo instalará gradis para o controle de acesso com garrafas de vidro e armas brancas em blocos de carnaval com estimativa de público acima das 10 mil pessoas. Nos últimos anos, furtos, roubos e outras ocorrências têm sido registrados durante a festa e, em 2020, arrastões chegaram a motivar o encerramento antecipado de desfiles.

A programação de 2023 está concentrada em 11 e 12 (pré-carnaval), 18, 19, 20 e 21 (carnaval) e 25 e 26 (pós-carnaval) de fevereiro. Ao todo, 511 desfiles estão confirmados, dos quais cerca de 35 são de megablocos, com público de 40 mil a mais de um milhão de pessoas. Somente no primeiro fim de semana, serão cerca de 180 blocos, como Acadêmicos do Baixo Augusta, Casa Comigo e Monobloco. A expectativa da gestão Ricardo Nunes (MDB) é ultrapassar os 15 milhões de foliões do carnaval de 2020.

Os gradis serão instalados nos acessos dos desfiles a partir do médio porte, que estão concentrados nas seguintes vias: R. da Consolação, no centro; Av. Pedro Álvares Cabral, R. Laguna e Av. Hélio Pellegrino, na zona sul; Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Marquês de São Vicente, Av. Paulo VI e R. Henrique Schaumann, na zona oeste; Av. Vereador Abel Ferreira, na zona leste; e Av. Luis Dumont Villares, na zona norte.

continua após a publicidade

De acordo com a Prefeitura, serão instalados 100 mil gradis, que somam 240 quilômetros lineares, além de 48 quilômetros de tapumes, números que incluem outros bloqueios pontuais. “A quantidade de gradis para proteção dos foliões é suficiente para fazer o trajeto ida e volta entre as cidades de São Paulo e Campinas”, destacou um comunicado veiculado pelo Município.

No mesmo texto, a gestão admite o risco de furtos e roubos durante o evento ao listar medidas de prevenção, como redobrar a atenção com celulares e carteiras, atender ligações em locais seguros, andar acompanhado com pessoas de confiança e levar apenas um cartão e documento de identificação. “Em caso de furto, roubo ou outras ocorrências, procure um posto policial ou um agente das forças de segurança mais próximo. Na dúvida, disque 153 ou 190″, salienta.

continua após a publicidade

Segundo o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a distribuição e a proposta é semelhante ao controle de acesso no réveillon da Avenida Paulista e na Parada LGBTI+. Haverá uma revista simples para impedir a entrada de foliões com garrafas de vidro e arma branca. “É uma adaptação para melhor a segurança do folião”, declarou o secretário em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 2. “Pode ingressar com bebidas desde que não sejam de vidro.”

Prefeitura vai instalar gradis nos acessos de blocos de médio e grande portes Foto: Felipe Rau/Estadão

Esse tipo de medida ocorreu em outras edições no entorno do Parque do Ibirapuera, por iniciativa de produtoras de megablocos. “São fechamentos nas entradas, na parte interna fica sem grades”, garantiu. Modonezi afirmou que os bloqueios foram determinados a partir de um estudo operacional e que a mudança visa reduzir ferimentos com cacos de vidro e ingresso de pessoas com armas brancas. “(Ferimentos com vidro) São as maiores ocorrências, as pessoas se machucam”, justifica.

continua após a publicidade

A medida impactou no percurso de parte dos blocos, alguns com mais de uma década de carnaval. Em locais, como a R. Henrique Schaumann, cortejos tradicionalmente cruzavam o percurso de outros, gerando uma interação entre os músicos e os foliões, que paravam até a passagem dos demais. Com os bloqueios, essa dinâmica não será mais possível, o que gerou insatisfação de parte das agremiações, que dizem não ter sido ouvidas.

“O gradil é uma novela. Ele tem função, tem hora, tem motivo, mas tem que ser cuidado com a ótica da cultura do carnaval. Quem faz segurança publica pode e deve sugerir o que for melhor para a organização do carnaval, mas não impor um processo que pode ser trabalhado de maneira diferente, em respeito aos foliões e aos blocos”, diz José Cury, coordenador do Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval São Paulo, que representa mais de 200 agremiações e ligado a um dos desfiles que passa na R. Henrique Schaumann.

Cury avalia que uma revista moderada em megablocos (de “perguntar educadamente” se a pessoa tem garrafa de vidro) pode evitar feridos. Por outro lado, considera que a implantação da medida em blocos medianos precisa ser dialogada e e avaliada. “Quando cria outros trajetos, já com a PM (Polícia Militar) tendo a intenção de estar presente em uma ‘pseudorevista’, você está criando espaços fechados de show, o que não é a cultura do carnaval de rua”, pontua.

continua após a publicidade

Como em anos anteriores, a Polícia Militar anunciou que irá trabalhar com o máximo efetivo durante a programação. O número total de policiais não foi divulgado. “Estávamos planejando carnaval de 2023 desde o final de 2022″, declarou o coronel Alexandre Prates, coordenador operacional da PM. “Está muito bem trabalhado para que o carnaval de São Paulo seja seguro, inclusivo e uma festa para que todas as pessoas curtam esse momento de tradição”, disse.

No entorno dos megablocos, serão utilizados drones para o monitoramento, a ser realizado em uma unidade móvel em ônibus. “Fazemos imagens do que está acontecendo ao redor daquele megabloco e, a partir disso, fazemos um policiamento inteligente. Identificando pessoas de maneira mais rápida”, apontou o coronel.

Já a Polícia Civil destacou que a Delegacia Eletrônica passará a receber novos tipos de ocorrências, relacionadas a casos de intolerância, racismo, discriminação e violência a mulher, dentre outros. Na plataforma, também é possível registrar boletins relacionados a roubos e furtos.

continua após a publicidade

“Estamos nos mobilizando para que se reforce a segurança de São Paulo nesse período e não tenhamos tantos problemas”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian. Ele ressaltou que serão distribuídas delegacias móveis e ampliados os plantões dos bairros e especializadas. “A gente encontra nesses eventos muito furto de celular, carteira, bolsa.”

Como em outras edições, estará em operação o ônibus lilás, para acolher mulheres vítimas de assédio e violência (disposta na Praça da República) e unidades voltada à população LGBT+ (estacionadas na Praça da República e em pontos nas zonas leste, sul e norte em locais a serem definidos).

Casos de furtos, roubos e violências foram frequentes no carnaval de rua de 2020. Pelo volume de ocorrências, foliões têm adotado estratégias para evitar furtos, como amarrar o celular e até utilizar doleiras e pochetes.

continua após a publicidade

No desfile do bloco Good Crazy, na Avenida Faria Lima, por exemplo, o Estadão registrou ao menos o atendimento de dois rapazes sangrando, um chegou a desmaiar. À época, a agremiação declarou que o encerramento antecipado “foi por falta de policiamento e quantidade de brigas e roubos que ocorreram no local”, o que foi refutado pela Secretaria da Segurança Pública.

Naquele mesmo ano, um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul, em meio aos desfiles. Cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais. A avenida não terá desfiles no carnaval deste ano.

A Prefeitura também repetirá a operação de Zonas de Atenção Especial no Largo da Batata e em parte da Vila Madalena, na zona oeste, com restrições à circulação de pessoas, especialmente entre as 20 e as 22 horas. A medida visa evitar grandes multidões após o encerramento dos desfiles, que deverão ser dispersos até as 19 horas.

Carnaval de rua tem queda no nº de blocos e desfiles pela 1ª vez

Pela primeira vez desde a liberação oficial dos desfiles, em 2013, a programação do carnaval de rua de São Paulo terá menos opções. O número de desfiles autorizados é de 511, uma queda de 24,6% em comparação ao evento de 2020, que foi de 678, o maior da histórica da cidade após anos de crescimento ininterrupto. Para organizações do meio e especialistas, os motivos incluem a pandemia, a crise do setor cultural, o custo e atrasos na organização da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Um conjunto das organizações que representam a maioria dos desfiles divulgou um manifesto na quarta-feira, 1º, no qual diz que o cenário é de abandono e criticou a falta de informações sobre “questões fundamentais” da execução, como horários, trajetos e outros pontos. A Prefeitura diz manter diálogo aberto com os blocos.

“A gente organizou o carnaval e pensou em toda a estrutura para o folião na cidade. A população pode ficar muito tranquila que toda a dedicação dos órgãos existiu. Estamos trabalhando todos os dias para que se tenha a melhor segurança para o folião”, destacou o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Mesmo com a queda no total de participantes, mais de 50 agremiações estrearão neste ano. Entre elas, estão aquelas lideradas por artistas, como Maria Rita e Chico César, e as de menor porte, como Gal Total e Carnavrah, dentre outras. O patrocínio deste ano é R$ 25,6 milhões, da Ambev, que credenciou 15 mil vendedores ambulantes autorizados a vender bebidas da empresa e poderá explorar a veiculação de marcas, como a Brahma. A programação paulistana ainda poderá passar por alterações.

Segundo a Prefeitura, serão disponibilizados 28 mil banheiros químicos e 600 ambulâncias, das quais 500 são para atendimentos básicos e 100 de suporte avançado à vida (UTIs móveis).

A Prefeitura de São Paulo instalará gradis para o controle de acesso com garrafas de vidro e armas brancas em blocos de carnaval com estimativa de público acima das 10 mil pessoas. Nos últimos anos, furtos, roubos e outras ocorrências têm sido registrados durante a festa e, em 2020, arrastões chegaram a motivar o encerramento antecipado de desfiles.

A programação de 2023 está concentrada em 11 e 12 (pré-carnaval), 18, 19, 20 e 21 (carnaval) e 25 e 26 (pós-carnaval) de fevereiro. Ao todo, 511 desfiles estão confirmados, dos quais cerca de 35 são de megablocos, com público de 40 mil a mais de um milhão de pessoas. Somente no primeiro fim de semana, serão cerca de 180 blocos, como Acadêmicos do Baixo Augusta, Casa Comigo e Monobloco. A expectativa da gestão Ricardo Nunes (MDB) é ultrapassar os 15 milhões de foliões do carnaval de 2020.

Os gradis serão instalados nos acessos dos desfiles a partir do médio porte, que estão concentrados nas seguintes vias: R. da Consolação, no centro; Av. Pedro Álvares Cabral, R. Laguna e Av. Hélio Pellegrino, na zona sul; Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Marquês de São Vicente, Av. Paulo VI e R. Henrique Schaumann, na zona oeste; Av. Vereador Abel Ferreira, na zona leste; e Av. Luis Dumont Villares, na zona norte.

De acordo com a Prefeitura, serão instalados 100 mil gradis, que somam 240 quilômetros lineares, além de 48 quilômetros de tapumes, números que incluem outros bloqueios pontuais. “A quantidade de gradis para proteção dos foliões é suficiente para fazer o trajeto ida e volta entre as cidades de São Paulo e Campinas”, destacou um comunicado veiculado pelo Município.

No mesmo texto, a gestão admite o risco de furtos e roubos durante o evento ao listar medidas de prevenção, como redobrar a atenção com celulares e carteiras, atender ligações em locais seguros, andar acompanhado com pessoas de confiança e levar apenas um cartão e documento de identificação. “Em caso de furto, roubo ou outras ocorrências, procure um posto policial ou um agente das forças de segurança mais próximo. Na dúvida, disque 153 ou 190″, salienta.

Segundo o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a distribuição e a proposta é semelhante ao controle de acesso no réveillon da Avenida Paulista e na Parada LGBTI+. Haverá uma revista simples para impedir a entrada de foliões com garrafas de vidro e arma branca. “É uma adaptação para melhor a segurança do folião”, declarou o secretário em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 2. “Pode ingressar com bebidas desde que não sejam de vidro.”

Prefeitura vai instalar gradis nos acessos de blocos de médio e grande portes Foto: Felipe Rau/Estadão

Esse tipo de medida ocorreu em outras edições no entorno do Parque do Ibirapuera, por iniciativa de produtoras de megablocos. “São fechamentos nas entradas, na parte interna fica sem grades”, garantiu. Modonezi afirmou que os bloqueios foram determinados a partir de um estudo operacional e que a mudança visa reduzir ferimentos com cacos de vidro e ingresso de pessoas com armas brancas. “(Ferimentos com vidro) São as maiores ocorrências, as pessoas se machucam”, justifica.

A medida impactou no percurso de parte dos blocos, alguns com mais de uma década de carnaval. Em locais, como a R. Henrique Schaumann, cortejos tradicionalmente cruzavam o percurso de outros, gerando uma interação entre os músicos e os foliões, que paravam até a passagem dos demais. Com os bloqueios, essa dinâmica não será mais possível, o que gerou insatisfação de parte das agremiações, que dizem não ter sido ouvidas.

“O gradil é uma novela. Ele tem função, tem hora, tem motivo, mas tem que ser cuidado com a ótica da cultura do carnaval. Quem faz segurança publica pode e deve sugerir o que for melhor para a organização do carnaval, mas não impor um processo que pode ser trabalhado de maneira diferente, em respeito aos foliões e aos blocos”, diz José Cury, coordenador do Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval São Paulo, que representa mais de 200 agremiações e ligado a um dos desfiles que passa na R. Henrique Schaumann.

Cury avalia que uma revista moderada em megablocos (de “perguntar educadamente” se a pessoa tem garrafa de vidro) pode evitar feridos. Por outro lado, considera que a implantação da medida em blocos medianos precisa ser dialogada e e avaliada. “Quando cria outros trajetos, já com a PM (Polícia Militar) tendo a intenção de estar presente em uma ‘pseudorevista’, você está criando espaços fechados de show, o que não é a cultura do carnaval de rua”, pontua.

Como em anos anteriores, a Polícia Militar anunciou que irá trabalhar com o máximo efetivo durante a programação. O número total de policiais não foi divulgado. “Estávamos planejando carnaval de 2023 desde o final de 2022″, declarou o coronel Alexandre Prates, coordenador operacional da PM. “Está muito bem trabalhado para que o carnaval de São Paulo seja seguro, inclusivo e uma festa para que todas as pessoas curtam esse momento de tradição”, disse.

No entorno dos megablocos, serão utilizados drones para o monitoramento, a ser realizado em uma unidade móvel em ônibus. “Fazemos imagens do que está acontecendo ao redor daquele megabloco e, a partir disso, fazemos um policiamento inteligente. Identificando pessoas de maneira mais rápida”, apontou o coronel.

Já a Polícia Civil destacou que a Delegacia Eletrônica passará a receber novos tipos de ocorrências, relacionadas a casos de intolerância, racismo, discriminação e violência a mulher, dentre outros. Na plataforma, também é possível registrar boletins relacionados a roubos e furtos.

“Estamos nos mobilizando para que se reforce a segurança de São Paulo nesse período e não tenhamos tantos problemas”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian. Ele ressaltou que serão distribuídas delegacias móveis e ampliados os plantões dos bairros e especializadas. “A gente encontra nesses eventos muito furto de celular, carteira, bolsa.”

Como em outras edições, estará em operação o ônibus lilás, para acolher mulheres vítimas de assédio e violência (disposta na Praça da República) e unidades voltada à população LGBT+ (estacionadas na Praça da República e em pontos nas zonas leste, sul e norte em locais a serem definidos).

Casos de furtos, roubos e violências foram frequentes no carnaval de rua de 2020. Pelo volume de ocorrências, foliões têm adotado estratégias para evitar furtos, como amarrar o celular e até utilizar doleiras e pochetes.

No desfile do bloco Good Crazy, na Avenida Faria Lima, por exemplo, o Estadão registrou ao menos o atendimento de dois rapazes sangrando, um chegou a desmaiar. À época, a agremiação declarou que o encerramento antecipado “foi por falta de policiamento e quantidade de brigas e roubos que ocorreram no local”, o que foi refutado pela Secretaria da Segurança Pública.

Naquele mesmo ano, um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul, em meio aos desfiles. Cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais. A avenida não terá desfiles no carnaval deste ano.

A Prefeitura também repetirá a operação de Zonas de Atenção Especial no Largo da Batata e em parte da Vila Madalena, na zona oeste, com restrições à circulação de pessoas, especialmente entre as 20 e as 22 horas. A medida visa evitar grandes multidões após o encerramento dos desfiles, que deverão ser dispersos até as 19 horas.

Carnaval de rua tem queda no nº de blocos e desfiles pela 1ª vez

Pela primeira vez desde a liberação oficial dos desfiles, em 2013, a programação do carnaval de rua de São Paulo terá menos opções. O número de desfiles autorizados é de 511, uma queda de 24,6% em comparação ao evento de 2020, que foi de 678, o maior da histórica da cidade após anos de crescimento ininterrupto. Para organizações do meio e especialistas, os motivos incluem a pandemia, a crise do setor cultural, o custo e atrasos na organização da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Um conjunto das organizações que representam a maioria dos desfiles divulgou um manifesto na quarta-feira, 1º, no qual diz que o cenário é de abandono e criticou a falta de informações sobre “questões fundamentais” da execução, como horários, trajetos e outros pontos. A Prefeitura diz manter diálogo aberto com os blocos.

“A gente organizou o carnaval e pensou em toda a estrutura para o folião na cidade. A população pode ficar muito tranquila que toda a dedicação dos órgãos existiu. Estamos trabalhando todos os dias para que se tenha a melhor segurança para o folião”, destacou o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Mesmo com a queda no total de participantes, mais de 50 agremiações estrearão neste ano. Entre elas, estão aquelas lideradas por artistas, como Maria Rita e Chico César, e as de menor porte, como Gal Total e Carnavrah, dentre outras. O patrocínio deste ano é R$ 25,6 milhões, da Ambev, que credenciou 15 mil vendedores ambulantes autorizados a vender bebidas da empresa e poderá explorar a veiculação de marcas, como a Brahma. A programação paulistana ainda poderá passar por alterações.

Segundo a Prefeitura, serão disponibilizados 28 mil banheiros químicos e 600 ambulâncias, das quais 500 são para atendimentos básicos e 100 de suporte avançado à vida (UTIs móveis).

A Prefeitura de São Paulo instalará gradis para o controle de acesso com garrafas de vidro e armas brancas em blocos de carnaval com estimativa de público acima das 10 mil pessoas. Nos últimos anos, furtos, roubos e outras ocorrências têm sido registrados durante a festa e, em 2020, arrastões chegaram a motivar o encerramento antecipado de desfiles.

A programação de 2023 está concentrada em 11 e 12 (pré-carnaval), 18, 19, 20 e 21 (carnaval) e 25 e 26 (pós-carnaval) de fevereiro. Ao todo, 511 desfiles estão confirmados, dos quais cerca de 35 são de megablocos, com público de 40 mil a mais de um milhão de pessoas. Somente no primeiro fim de semana, serão cerca de 180 blocos, como Acadêmicos do Baixo Augusta, Casa Comigo e Monobloco. A expectativa da gestão Ricardo Nunes (MDB) é ultrapassar os 15 milhões de foliões do carnaval de 2020.

Os gradis serão instalados nos acessos dos desfiles a partir do médio porte, que estão concentrados nas seguintes vias: R. da Consolação, no centro; Av. Pedro Álvares Cabral, R. Laguna e Av. Hélio Pellegrino, na zona sul; Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Marquês de São Vicente, Av. Paulo VI e R. Henrique Schaumann, na zona oeste; Av. Vereador Abel Ferreira, na zona leste; e Av. Luis Dumont Villares, na zona norte.

De acordo com a Prefeitura, serão instalados 100 mil gradis, que somam 240 quilômetros lineares, além de 48 quilômetros de tapumes, números que incluem outros bloqueios pontuais. “A quantidade de gradis para proteção dos foliões é suficiente para fazer o trajeto ida e volta entre as cidades de São Paulo e Campinas”, destacou um comunicado veiculado pelo Município.

No mesmo texto, a gestão admite o risco de furtos e roubos durante o evento ao listar medidas de prevenção, como redobrar a atenção com celulares e carteiras, atender ligações em locais seguros, andar acompanhado com pessoas de confiança e levar apenas um cartão e documento de identificação. “Em caso de furto, roubo ou outras ocorrências, procure um posto policial ou um agente das forças de segurança mais próximo. Na dúvida, disque 153 ou 190″, salienta.

Segundo o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a distribuição e a proposta é semelhante ao controle de acesso no réveillon da Avenida Paulista e na Parada LGBTI+. Haverá uma revista simples para impedir a entrada de foliões com garrafas de vidro e arma branca. “É uma adaptação para melhor a segurança do folião”, declarou o secretário em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 2. “Pode ingressar com bebidas desde que não sejam de vidro.”

Prefeitura vai instalar gradis nos acessos de blocos de médio e grande portes Foto: Felipe Rau/Estadão

Esse tipo de medida ocorreu em outras edições no entorno do Parque do Ibirapuera, por iniciativa de produtoras de megablocos. “São fechamentos nas entradas, na parte interna fica sem grades”, garantiu. Modonezi afirmou que os bloqueios foram determinados a partir de um estudo operacional e que a mudança visa reduzir ferimentos com cacos de vidro e ingresso de pessoas com armas brancas. “(Ferimentos com vidro) São as maiores ocorrências, as pessoas se machucam”, justifica.

A medida impactou no percurso de parte dos blocos, alguns com mais de uma década de carnaval. Em locais, como a R. Henrique Schaumann, cortejos tradicionalmente cruzavam o percurso de outros, gerando uma interação entre os músicos e os foliões, que paravam até a passagem dos demais. Com os bloqueios, essa dinâmica não será mais possível, o que gerou insatisfação de parte das agremiações, que dizem não ter sido ouvidas.

“O gradil é uma novela. Ele tem função, tem hora, tem motivo, mas tem que ser cuidado com a ótica da cultura do carnaval. Quem faz segurança publica pode e deve sugerir o que for melhor para a organização do carnaval, mas não impor um processo que pode ser trabalhado de maneira diferente, em respeito aos foliões e aos blocos”, diz José Cury, coordenador do Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval São Paulo, que representa mais de 200 agremiações e ligado a um dos desfiles que passa na R. Henrique Schaumann.

Cury avalia que uma revista moderada em megablocos (de “perguntar educadamente” se a pessoa tem garrafa de vidro) pode evitar feridos. Por outro lado, considera que a implantação da medida em blocos medianos precisa ser dialogada e e avaliada. “Quando cria outros trajetos, já com a PM (Polícia Militar) tendo a intenção de estar presente em uma ‘pseudorevista’, você está criando espaços fechados de show, o que não é a cultura do carnaval de rua”, pontua.

Como em anos anteriores, a Polícia Militar anunciou que irá trabalhar com o máximo efetivo durante a programação. O número total de policiais não foi divulgado. “Estávamos planejando carnaval de 2023 desde o final de 2022″, declarou o coronel Alexandre Prates, coordenador operacional da PM. “Está muito bem trabalhado para que o carnaval de São Paulo seja seguro, inclusivo e uma festa para que todas as pessoas curtam esse momento de tradição”, disse.

No entorno dos megablocos, serão utilizados drones para o monitoramento, a ser realizado em uma unidade móvel em ônibus. “Fazemos imagens do que está acontecendo ao redor daquele megabloco e, a partir disso, fazemos um policiamento inteligente. Identificando pessoas de maneira mais rápida”, apontou o coronel.

Já a Polícia Civil destacou que a Delegacia Eletrônica passará a receber novos tipos de ocorrências, relacionadas a casos de intolerância, racismo, discriminação e violência a mulher, dentre outros. Na plataforma, também é possível registrar boletins relacionados a roubos e furtos.

“Estamos nos mobilizando para que se reforce a segurança de São Paulo nesse período e não tenhamos tantos problemas”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian. Ele ressaltou que serão distribuídas delegacias móveis e ampliados os plantões dos bairros e especializadas. “A gente encontra nesses eventos muito furto de celular, carteira, bolsa.”

Como em outras edições, estará em operação o ônibus lilás, para acolher mulheres vítimas de assédio e violência (disposta na Praça da República) e unidades voltada à população LGBT+ (estacionadas na Praça da República e em pontos nas zonas leste, sul e norte em locais a serem definidos).

Casos de furtos, roubos e violências foram frequentes no carnaval de rua de 2020. Pelo volume de ocorrências, foliões têm adotado estratégias para evitar furtos, como amarrar o celular e até utilizar doleiras e pochetes.

No desfile do bloco Good Crazy, na Avenida Faria Lima, por exemplo, o Estadão registrou ao menos o atendimento de dois rapazes sangrando, um chegou a desmaiar. À época, a agremiação declarou que o encerramento antecipado “foi por falta de policiamento e quantidade de brigas e roubos que ocorreram no local”, o que foi refutado pela Secretaria da Segurança Pública.

Naquele mesmo ano, um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul, em meio aos desfiles. Cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais. A avenida não terá desfiles no carnaval deste ano.

A Prefeitura também repetirá a operação de Zonas de Atenção Especial no Largo da Batata e em parte da Vila Madalena, na zona oeste, com restrições à circulação de pessoas, especialmente entre as 20 e as 22 horas. A medida visa evitar grandes multidões após o encerramento dos desfiles, que deverão ser dispersos até as 19 horas.

Carnaval de rua tem queda no nº de blocos e desfiles pela 1ª vez

Pela primeira vez desde a liberação oficial dos desfiles, em 2013, a programação do carnaval de rua de São Paulo terá menos opções. O número de desfiles autorizados é de 511, uma queda de 24,6% em comparação ao evento de 2020, que foi de 678, o maior da histórica da cidade após anos de crescimento ininterrupto. Para organizações do meio e especialistas, os motivos incluem a pandemia, a crise do setor cultural, o custo e atrasos na organização da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Um conjunto das organizações que representam a maioria dos desfiles divulgou um manifesto na quarta-feira, 1º, no qual diz que o cenário é de abandono e criticou a falta de informações sobre “questões fundamentais” da execução, como horários, trajetos e outros pontos. A Prefeitura diz manter diálogo aberto com os blocos.

“A gente organizou o carnaval e pensou em toda a estrutura para o folião na cidade. A população pode ficar muito tranquila que toda a dedicação dos órgãos existiu. Estamos trabalhando todos os dias para que se tenha a melhor segurança para o folião”, destacou o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Mesmo com a queda no total de participantes, mais de 50 agremiações estrearão neste ano. Entre elas, estão aquelas lideradas por artistas, como Maria Rita e Chico César, e as de menor porte, como Gal Total e Carnavrah, dentre outras. O patrocínio deste ano é R$ 25,6 milhões, da Ambev, que credenciou 15 mil vendedores ambulantes autorizados a vender bebidas da empresa e poderá explorar a veiculação de marcas, como a Brahma. A programação paulistana ainda poderá passar por alterações.

Segundo a Prefeitura, serão disponibilizados 28 mil banheiros químicos e 600 ambulâncias, das quais 500 são para atendimentos básicos e 100 de suporte avançado à vida (UTIs móveis).

A Prefeitura de São Paulo instalará gradis para o controle de acesso com garrafas de vidro e armas brancas em blocos de carnaval com estimativa de público acima das 10 mil pessoas. Nos últimos anos, furtos, roubos e outras ocorrências têm sido registrados durante a festa e, em 2020, arrastões chegaram a motivar o encerramento antecipado de desfiles.

A programação de 2023 está concentrada em 11 e 12 (pré-carnaval), 18, 19, 20 e 21 (carnaval) e 25 e 26 (pós-carnaval) de fevereiro. Ao todo, 511 desfiles estão confirmados, dos quais cerca de 35 são de megablocos, com público de 40 mil a mais de um milhão de pessoas. Somente no primeiro fim de semana, serão cerca de 180 blocos, como Acadêmicos do Baixo Augusta, Casa Comigo e Monobloco. A expectativa da gestão Ricardo Nunes (MDB) é ultrapassar os 15 milhões de foliões do carnaval de 2020.

Os gradis serão instalados nos acessos dos desfiles a partir do médio porte, que estão concentrados nas seguintes vias: R. da Consolação, no centro; Av. Pedro Álvares Cabral, R. Laguna e Av. Hélio Pellegrino, na zona sul; Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Marquês de São Vicente, Av. Paulo VI e R. Henrique Schaumann, na zona oeste; Av. Vereador Abel Ferreira, na zona leste; e Av. Luis Dumont Villares, na zona norte.

De acordo com a Prefeitura, serão instalados 100 mil gradis, que somam 240 quilômetros lineares, além de 48 quilômetros de tapumes, números que incluem outros bloqueios pontuais. “A quantidade de gradis para proteção dos foliões é suficiente para fazer o trajeto ida e volta entre as cidades de São Paulo e Campinas”, destacou um comunicado veiculado pelo Município.

No mesmo texto, a gestão admite o risco de furtos e roubos durante o evento ao listar medidas de prevenção, como redobrar a atenção com celulares e carteiras, atender ligações em locais seguros, andar acompanhado com pessoas de confiança e levar apenas um cartão e documento de identificação. “Em caso de furto, roubo ou outras ocorrências, procure um posto policial ou um agente das forças de segurança mais próximo. Na dúvida, disque 153 ou 190″, salienta.

Segundo o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a distribuição e a proposta é semelhante ao controle de acesso no réveillon da Avenida Paulista e na Parada LGBTI+. Haverá uma revista simples para impedir a entrada de foliões com garrafas de vidro e arma branca. “É uma adaptação para melhor a segurança do folião”, declarou o secretário em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 2. “Pode ingressar com bebidas desde que não sejam de vidro.”

Prefeitura vai instalar gradis nos acessos de blocos de médio e grande portes Foto: Felipe Rau/Estadão

Esse tipo de medida ocorreu em outras edições no entorno do Parque do Ibirapuera, por iniciativa de produtoras de megablocos. “São fechamentos nas entradas, na parte interna fica sem grades”, garantiu. Modonezi afirmou que os bloqueios foram determinados a partir de um estudo operacional e que a mudança visa reduzir ferimentos com cacos de vidro e ingresso de pessoas com armas brancas. “(Ferimentos com vidro) São as maiores ocorrências, as pessoas se machucam”, justifica.

A medida impactou no percurso de parte dos blocos, alguns com mais de uma década de carnaval. Em locais, como a R. Henrique Schaumann, cortejos tradicionalmente cruzavam o percurso de outros, gerando uma interação entre os músicos e os foliões, que paravam até a passagem dos demais. Com os bloqueios, essa dinâmica não será mais possível, o que gerou insatisfação de parte das agremiações, que dizem não ter sido ouvidas.

“O gradil é uma novela. Ele tem função, tem hora, tem motivo, mas tem que ser cuidado com a ótica da cultura do carnaval. Quem faz segurança publica pode e deve sugerir o que for melhor para a organização do carnaval, mas não impor um processo que pode ser trabalhado de maneira diferente, em respeito aos foliões e aos blocos”, diz José Cury, coordenador do Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval São Paulo, que representa mais de 200 agremiações e ligado a um dos desfiles que passa na R. Henrique Schaumann.

Cury avalia que uma revista moderada em megablocos (de “perguntar educadamente” se a pessoa tem garrafa de vidro) pode evitar feridos. Por outro lado, considera que a implantação da medida em blocos medianos precisa ser dialogada e e avaliada. “Quando cria outros trajetos, já com a PM (Polícia Militar) tendo a intenção de estar presente em uma ‘pseudorevista’, você está criando espaços fechados de show, o que não é a cultura do carnaval de rua”, pontua.

Como em anos anteriores, a Polícia Militar anunciou que irá trabalhar com o máximo efetivo durante a programação. O número total de policiais não foi divulgado. “Estávamos planejando carnaval de 2023 desde o final de 2022″, declarou o coronel Alexandre Prates, coordenador operacional da PM. “Está muito bem trabalhado para que o carnaval de São Paulo seja seguro, inclusivo e uma festa para que todas as pessoas curtam esse momento de tradição”, disse.

No entorno dos megablocos, serão utilizados drones para o monitoramento, a ser realizado em uma unidade móvel em ônibus. “Fazemos imagens do que está acontecendo ao redor daquele megabloco e, a partir disso, fazemos um policiamento inteligente. Identificando pessoas de maneira mais rápida”, apontou o coronel.

Já a Polícia Civil destacou que a Delegacia Eletrônica passará a receber novos tipos de ocorrências, relacionadas a casos de intolerância, racismo, discriminação e violência a mulher, dentre outros. Na plataforma, também é possível registrar boletins relacionados a roubos e furtos.

“Estamos nos mobilizando para que se reforce a segurança de São Paulo nesse período e não tenhamos tantos problemas”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian. Ele ressaltou que serão distribuídas delegacias móveis e ampliados os plantões dos bairros e especializadas. “A gente encontra nesses eventos muito furto de celular, carteira, bolsa.”

Como em outras edições, estará em operação o ônibus lilás, para acolher mulheres vítimas de assédio e violência (disposta na Praça da República) e unidades voltada à população LGBT+ (estacionadas na Praça da República e em pontos nas zonas leste, sul e norte em locais a serem definidos).

Casos de furtos, roubos e violências foram frequentes no carnaval de rua de 2020. Pelo volume de ocorrências, foliões têm adotado estratégias para evitar furtos, como amarrar o celular e até utilizar doleiras e pochetes.

No desfile do bloco Good Crazy, na Avenida Faria Lima, por exemplo, o Estadão registrou ao menos o atendimento de dois rapazes sangrando, um chegou a desmaiar. À época, a agremiação declarou que o encerramento antecipado “foi por falta de policiamento e quantidade de brigas e roubos que ocorreram no local”, o que foi refutado pela Secretaria da Segurança Pública.

Naquele mesmo ano, um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul, em meio aos desfiles. Cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais. A avenida não terá desfiles no carnaval deste ano.

A Prefeitura também repetirá a operação de Zonas de Atenção Especial no Largo da Batata e em parte da Vila Madalena, na zona oeste, com restrições à circulação de pessoas, especialmente entre as 20 e as 22 horas. A medida visa evitar grandes multidões após o encerramento dos desfiles, que deverão ser dispersos até as 19 horas.

Carnaval de rua tem queda no nº de blocos e desfiles pela 1ª vez

Pela primeira vez desde a liberação oficial dos desfiles, em 2013, a programação do carnaval de rua de São Paulo terá menos opções. O número de desfiles autorizados é de 511, uma queda de 24,6% em comparação ao evento de 2020, que foi de 678, o maior da histórica da cidade após anos de crescimento ininterrupto. Para organizações do meio e especialistas, os motivos incluem a pandemia, a crise do setor cultural, o custo e atrasos na organização da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Um conjunto das organizações que representam a maioria dos desfiles divulgou um manifesto na quarta-feira, 1º, no qual diz que o cenário é de abandono e criticou a falta de informações sobre “questões fundamentais” da execução, como horários, trajetos e outros pontos. A Prefeitura diz manter diálogo aberto com os blocos.

“A gente organizou o carnaval e pensou em toda a estrutura para o folião na cidade. A população pode ficar muito tranquila que toda a dedicação dos órgãos existiu. Estamos trabalhando todos os dias para que se tenha a melhor segurança para o folião”, destacou o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Mesmo com a queda no total de participantes, mais de 50 agremiações estrearão neste ano. Entre elas, estão aquelas lideradas por artistas, como Maria Rita e Chico César, e as de menor porte, como Gal Total e Carnavrah, dentre outras. O patrocínio deste ano é R$ 25,6 milhões, da Ambev, que credenciou 15 mil vendedores ambulantes autorizados a vender bebidas da empresa e poderá explorar a veiculação de marcas, como a Brahma. A programação paulistana ainda poderá passar por alterações.

Segundo a Prefeitura, serão disponibilizados 28 mil banheiros químicos e 600 ambulâncias, das quais 500 são para atendimentos básicos e 100 de suporte avançado à vida (UTIs móveis).

A Prefeitura de São Paulo instalará gradis para o controle de acesso com garrafas de vidro e armas brancas em blocos de carnaval com estimativa de público acima das 10 mil pessoas. Nos últimos anos, furtos, roubos e outras ocorrências têm sido registrados durante a festa e, em 2020, arrastões chegaram a motivar o encerramento antecipado de desfiles.

A programação de 2023 está concentrada em 11 e 12 (pré-carnaval), 18, 19, 20 e 21 (carnaval) e 25 e 26 (pós-carnaval) de fevereiro. Ao todo, 511 desfiles estão confirmados, dos quais cerca de 35 são de megablocos, com público de 40 mil a mais de um milhão de pessoas. Somente no primeiro fim de semana, serão cerca de 180 blocos, como Acadêmicos do Baixo Augusta, Casa Comigo e Monobloco. A expectativa da gestão Ricardo Nunes (MDB) é ultrapassar os 15 milhões de foliões do carnaval de 2020.

Os gradis serão instalados nos acessos dos desfiles a partir do médio porte, que estão concentrados nas seguintes vias: R. da Consolação, no centro; Av. Pedro Álvares Cabral, R. Laguna e Av. Hélio Pellegrino, na zona sul; Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Marquês de São Vicente, Av. Paulo VI e R. Henrique Schaumann, na zona oeste; Av. Vereador Abel Ferreira, na zona leste; e Av. Luis Dumont Villares, na zona norte.

De acordo com a Prefeitura, serão instalados 100 mil gradis, que somam 240 quilômetros lineares, além de 48 quilômetros de tapumes, números que incluem outros bloqueios pontuais. “A quantidade de gradis para proteção dos foliões é suficiente para fazer o trajeto ida e volta entre as cidades de São Paulo e Campinas”, destacou um comunicado veiculado pelo Município.

No mesmo texto, a gestão admite o risco de furtos e roubos durante o evento ao listar medidas de prevenção, como redobrar a atenção com celulares e carteiras, atender ligações em locais seguros, andar acompanhado com pessoas de confiança e levar apenas um cartão e documento de identificação. “Em caso de furto, roubo ou outras ocorrências, procure um posto policial ou um agente das forças de segurança mais próximo. Na dúvida, disque 153 ou 190″, salienta.

Segundo o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, a distribuição e a proposta é semelhante ao controle de acesso no réveillon da Avenida Paulista e na Parada LGBTI+. Haverá uma revista simples para impedir a entrada de foliões com garrafas de vidro e arma branca. “É uma adaptação para melhor a segurança do folião”, declarou o secretário em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 2. “Pode ingressar com bebidas desde que não sejam de vidro.”

Prefeitura vai instalar gradis nos acessos de blocos de médio e grande portes Foto: Felipe Rau/Estadão

Esse tipo de medida ocorreu em outras edições no entorno do Parque do Ibirapuera, por iniciativa de produtoras de megablocos. “São fechamentos nas entradas, na parte interna fica sem grades”, garantiu. Modonezi afirmou que os bloqueios foram determinados a partir de um estudo operacional e que a mudança visa reduzir ferimentos com cacos de vidro e ingresso de pessoas com armas brancas. “(Ferimentos com vidro) São as maiores ocorrências, as pessoas se machucam”, justifica.

A medida impactou no percurso de parte dos blocos, alguns com mais de uma década de carnaval. Em locais, como a R. Henrique Schaumann, cortejos tradicionalmente cruzavam o percurso de outros, gerando uma interação entre os músicos e os foliões, que paravam até a passagem dos demais. Com os bloqueios, essa dinâmica não será mais possível, o que gerou insatisfação de parte das agremiações, que dizem não ter sido ouvidas.

“O gradil é uma novela. Ele tem função, tem hora, tem motivo, mas tem que ser cuidado com a ótica da cultura do carnaval. Quem faz segurança publica pode e deve sugerir o que for melhor para a organização do carnaval, mas não impor um processo que pode ser trabalhado de maneira diferente, em respeito aos foliões e aos blocos”, diz José Cury, coordenador do Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval São Paulo, que representa mais de 200 agremiações e ligado a um dos desfiles que passa na R. Henrique Schaumann.

Cury avalia que uma revista moderada em megablocos (de “perguntar educadamente” se a pessoa tem garrafa de vidro) pode evitar feridos. Por outro lado, considera que a implantação da medida em blocos medianos precisa ser dialogada e e avaliada. “Quando cria outros trajetos, já com a PM (Polícia Militar) tendo a intenção de estar presente em uma ‘pseudorevista’, você está criando espaços fechados de show, o que não é a cultura do carnaval de rua”, pontua.

Como em anos anteriores, a Polícia Militar anunciou que irá trabalhar com o máximo efetivo durante a programação. O número total de policiais não foi divulgado. “Estávamos planejando carnaval de 2023 desde o final de 2022″, declarou o coronel Alexandre Prates, coordenador operacional da PM. “Está muito bem trabalhado para que o carnaval de São Paulo seja seguro, inclusivo e uma festa para que todas as pessoas curtam esse momento de tradição”, disse.

No entorno dos megablocos, serão utilizados drones para o monitoramento, a ser realizado em uma unidade móvel em ônibus. “Fazemos imagens do que está acontecendo ao redor daquele megabloco e, a partir disso, fazemos um policiamento inteligente. Identificando pessoas de maneira mais rápida”, apontou o coronel.

Já a Polícia Civil destacou que a Delegacia Eletrônica passará a receber novos tipos de ocorrências, relacionadas a casos de intolerância, racismo, discriminação e violência a mulher, dentre outros. Na plataforma, também é possível registrar boletins relacionados a roubos e furtos.

“Estamos nos mobilizando para que se reforce a segurança de São Paulo nesse período e não tenhamos tantos problemas”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian. Ele ressaltou que serão distribuídas delegacias móveis e ampliados os plantões dos bairros e especializadas. “A gente encontra nesses eventos muito furto de celular, carteira, bolsa.”

Como em outras edições, estará em operação o ônibus lilás, para acolher mulheres vítimas de assédio e violência (disposta na Praça da República) e unidades voltada à população LGBT+ (estacionadas na Praça da República e em pontos nas zonas leste, sul e norte em locais a serem definidos).

Casos de furtos, roubos e violências foram frequentes no carnaval de rua de 2020. Pelo volume de ocorrências, foliões têm adotado estratégias para evitar furtos, como amarrar o celular e até utilizar doleiras e pochetes.

No desfile do bloco Good Crazy, na Avenida Faria Lima, por exemplo, o Estadão registrou ao menos o atendimento de dois rapazes sangrando, um chegou a desmaiar. À época, a agremiação declarou que o encerramento antecipado “foi por falta de policiamento e quantidade de brigas e roubos que ocorreram no local”, o que foi refutado pela Secretaria da Segurança Pública.

Naquele mesmo ano, um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul, em meio aos desfiles. Cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais. A avenida não terá desfiles no carnaval deste ano.

A Prefeitura também repetirá a operação de Zonas de Atenção Especial no Largo da Batata e em parte da Vila Madalena, na zona oeste, com restrições à circulação de pessoas, especialmente entre as 20 e as 22 horas. A medida visa evitar grandes multidões após o encerramento dos desfiles, que deverão ser dispersos até as 19 horas.

Carnaval de rua tem queda no nº de blocos e desfiles pela 1ª vez

Pela primeira vez desde a liberação oficial dos desfiles, em 2013, a programação do carnaval de rua de São Paulo terá menos opções. O número de desfiles autorizados é de 511, uma queda de 24,6% em comparação ao evento de 2020, que foi de 678, o maior da histórica da cidade após anos de crescimento ininterrupto. Para organizações do meio e especialistas, os motivos incluem a pandemia, a crise do setor cultural, o custo e atrasos na organização da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Um conjunto das organizações que representam a maioria dos desfiles divulgou um manifesto na quarta-feira, 1º, no qual diz que o cenário é de abandono e criticou a falta de informações sobre “questões fundamentais” da execução, como horários, trajetos e outros pontos. A Prefeitura diz manter diálogo aberto com os blocos.

“A gente organizou o carnaval e pensou em toda a estrutura para o folião na cidade. A população pode ficar muito tranquila que toda a dedicação dos órgãos existiu. Estamos trabalhando todos os dias para que se tenha a melhor segurança para o folião”, destacou o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Mesmo com a queda no total de participantes, mais de 50 agremiações estrearão neste ano. Entre elas, estão aquelas lideradas por artistas, como Maria Rita e Chico César, e as de menor porte, como Gal Total e Carnavrah, dentre outras. O patrocínio deste ano é R$ 25,6 milhões, da Ambev, que credenciou 15 mil vendedores ambulantes autorizados a vender bebidas da empresa e poderá explorar a veiculação de marcas, como a Brahma. A programação paulistana ainda poderá passar por alterações.

Segundo a Prefeitura, serão disponibilizados 28 mil banheiros químicos e 600 ambulâncias, das quais 500 são para atendimentos básicos e 100 de suporte avançado à vida (UTIs móveis).

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.