Carnaval de SP 2023: Mancha Verde e Mocidade são destaques no chuvoso 2º dia de desfiles no Anhembi


Homenagens ao Nordeste, à África e a figuras negras marcaram segunda fase da apresentação das escolas de samba do Grupo Especial

Por Caio Possati
Atualização:

Debaixo de uma madrugada chuvosa, sete escolas de samba se apresentaram no Anhembi no segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Enredos sobre o Nordeste e valorização da história dos negros africanos marcaram a segunda rodada de apresentações, que contou com as exibições da campeã Mancha Verde e da tradicional Mocidade Alegre. As duas cumpriram as expectativas e foram os destaques da noite, que também contou com bons desfiles de Império de Casa Verde e Acadêmicos do Tucuruvi.

A Estrela do Terceiro Milênio, estreante no grupo especial do Carnaval de São Paulo, abriu os desfiles da noite de sábado, 18, com o enredo Me dê a sua tristeza que eu transformo em alegria. Um tributo à arte de fazer rir. A escola do Grajaú, campeã do Grupo de Acesso de 2022, organizou uma apresentação para mostrar a importância do humor e a história da comédia.

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Debaixo de uma madrugada chuvosa, sete escolas de samba se apresentaram no Anhembi no segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial

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O riso dos carnavalescos da escola , porém, foi ameaçado por alguns minutos. A falha em um equipamento de um dos carros alegóricos levou a escola a se atrasar 15 minutos para entrar na passarela, mas a demora não deve gerar penalização porque a terceira sirene, que oficializa o início da apresentação, ainda não havia sido acionada. Apesar da chuva e dos transtornos iniciais, a escola conseguiu cruzar a avenida sem estourar o tempo determinado.

No desfile da debutante, muitas referências do humor brasileiro foram lembradas, como a TV Pirata e personagens interpretados por Jô Soares, Chico Anysio e Tom Cavalcante. O enredo do riso e da risada também atraiu artistas do humor para desfilar junto com a Estrela do 3° Milênio, como Marcelo Adnet. O ator Paulo Gustavo, morto em 2021 vítima da covid-19, também foi representado.

A escola de samba Estrela do Terceiro Milênio abriu os desfiles do carnaval de São Paulo neste sábado, 19. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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Segunda a entrar na passarela, a Acadêmicos do Tucuruvi homenageou Bezerra da Silva, sambista, compositor e cantor, que também era conhecido como o embaixador dos morros e das favelas. E foi essa relação do artista com a vida do povo, tão explorado por Bezerra nas suas composições, que a escola retratou em seu desfile. O último carro alegórico reproduziu uma escultura de Bezerra da Silva com os braços estendidos na frente de uma cruz segurando uma faixa com a frase: “Salve o povo da favela”.

Os filhos de Bezerra da Silva também desfilaram com a Unidos do Tucuruvi. Italo Bezerra disse ao Estadão que a apresentação foi à altura da história do seu pai. “Estou muito feliz e acho que ele foi muito bem representado no desfile. Eu e meu irmão viemos do Rio de Janeiro e vimos que toda a comunidade e arquibancada abraçaram a ideia. Foi uma honra”.

Acadêmicos do Tucuruvi homenageou o sambista Bezerra da Silva no Anhembi Foto: Sebastião Moreira/EFE
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Debaixo de chuva e muita fumaça verde de sinalizadores, a Mancha Verde escolheu levar o Nordeste para São Paulo. Com um desfile ousado, a atual campeã do Carnaval de São Paulo combinou elementos do xaxado com o samba para fazer uma apresentação bastante prestigiada nas arquibancadas.

Além das alegorias caprichadas em referência aos cangaceiros, as rendeiras, a Luiz Gonzaga - como no último carro alegórico - o espetáculo da Mancha Verde também marcou pela sonoridade. A mescla dos ritmos do samba com o do forró conseguiram mostrar que a escola cumpriu com a proposta apresentada em seu enredo.

Outro momento marcante da apresentação foi a pausa que a bateria, guiada por Viviane Araújo, fez durante o desfile. O silêncio com a suspensão da batucada deu espaço para a plateia cantar o samba-enredo à capela. Mesmo com a empolgação das arquibancadas, o presidente Paulo Serdan se mostrou mais cauteloso. “Estamos confiante de que fizemos um bom desfile, mas temos que esperar as informações e ver se não há nenhuma punição. Sempre tem algo”, disse ao Estadão.

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Atual campeã do Carnaval de São Paulo, Mancha Verde trouxe homenagem ao Nordeste Foto: Werther Santana/Estadão

A quarta escola a desfilar foi Império de Casa Verde. Para o Sambódromo, a agremiação levou o enredo Império dos batuques - um Brasil afromusical com objetivo de mostrar como diversos gêneros da música ouvidos hoje no Brasil são influenciados por batuques africanos. O funk em São Paulo, o timbau em Salvador e o “reggae lá do Maranhão”, como cantou o samba-enredo, são alguns dos exemplos.

Influência dos batuques africanos em ritmos brasileiros foi tema do enredo da Império de Casa Verde Foto: Sebastião Moreira/EFE
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Uma das escolas mais aguardadas foi a Mocidade Alegre, a quinta a desfilar pela passarela. E a agremiação levou para o sambódromo a trajetória do moçambicano Yasuke, o primeiro samurai negro da história do Japão. O nome do guerreiro foi apresentado ao público no começo do espetáculo. Cada letra foi escrita em taikos, tambores orientais, que eram girados em 180° que, após o movimento, revelavam a palavra “morada”, apelido da escola.

As representações das gueixas e dos samurais japoneses indicaram o capricho e o cuidado da Mocidade com a fantasia. Nos carros-alegóricos, um guerreiro sendo banhado por uma queda d’água e o dragão abraçado a uma espada girando sobre a alegoria também impressionaram o público.

O último carro alegórico, com um menino negro segurando um origami e um livro, trouxe a mensagem que todas as crianças, assim como Yasuke, podem ser quem elas desejam. E foi esse sentimento que atingiu Tiago Modesto, de 13 anos, que teve o rosto gravado em uma das fantasias usadas pela Mocidade no desfile.

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Mocidade Alegre com Yasuke, samurai negro que conquistou o respeito dos japoneses. Foto: Sebastião Moreira/EFE Foto: Sebastião Moreira/EFE

Ao lado de sua mãe, Andrea Modesto, coordenadora da ala das crianças da agremiação, ele contou à reportagem que é gratificante - e também “maneiro” - ter o rosto em uma fantasia. “Ainda mais quando se fala da história de um samurai”, diz o garoto, que desfila pela Mocidade desde os 6 anos. “O (desfile) desse ano foi um dos mais especiais”.

Pai e outros irmãos de Tiago também desfilam há anos pela agremiação, que “abraçou a família”, diz Andrea. Ela conta que foi emocionante quando soube que o rosto do filho foi escolhido para estampar a fantasia. “O Thiago é um menino determinado, uma criança de Heliópolis que representa o recado passado pela escola: que as pessoas negras podem ser quem elas quiserem”.

Em um desfile de questionamentos existenciais, a Águia de Ouro levou pra passarela muitos elementos infantis para retratar o enredo Um pedaço do céu, que trazia uma discussão sobre os sonhos e desejos ao longo da vida. Bonecas, unicórnios e princesas se misturaram com alegorias que expeliam um cheiro adocicado que podia ser sentido no sambódromo.

Ala das baianas da Águia de Ouro representou as bonecas de pano Foto: Werther Santana/Estadão

No desfile que fechou o carnaval de São Paulo, a Dragões da Real não deu bola para a chuva nem para as arquibancadas já bastante vazias. A escola mostrou disposição para fazer sua homenagem a João Pessoa.

O enredo, que explorava o fato de a capital paraibana ser a primeira cidade do continente a receber o sol, até combinou com o horário do desfile, mas não com o clima cinza e chuvoso que acompanhou o cortejo da agremiação na manhã de domingo. Mesmo assim, a escola tricolor cantou alto e de forma a fazer São Paulo acordar em clima de Festa Junina em pleno mês de fevereiro.

Dragões da Real desfilou sob chuva no sambódromo do Anhembi Foto: Werther Santana/Estadão

Carnaval 2023: Veja imagens do 2º dia de desfiles em SP

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Estrela do Terceiro Milênio

Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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Estrela do Terceiro Milênio

Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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Estrela do Terceiro Milênio

Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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Estrela do Terceiro Milênio

Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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Acadêmicos do Tucuruvi é a segunda escola a desfilar

Foto: WERTHER
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Bezerra da Silva

Foto: WERTHER
7 | 29

Muito samba e chuva no Anhembi

Foto: WERTHER
8 | 29

Movimentos sociais

Foto: WERTHER
9 | 29

Mancha Verde é a terceira escola a desfilar

Foto: Werther Santana/Estadão
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Viviane Araújo em destaque

Foto: WERTHER
11 | 29

Xaxado, Nordeste, Brasil

Foto: Carla Carniel/Reuters
12 | 29

Cultura nordestina

Foto: Carla Carniel/Reuters
13 | 29

Festa na arquibancada

Foto: Sebastião Moreira/EFE
14 | 29

Império de Casa Verde na avenida

Foto: WERTHER
15 | 29

Coreografia, ‘paradonas’ e tambor

Foto: WERTHER
16 | 29

Império dos Tambores

Foto: Carla Carniel/Reuters
17 | 29

Reggae, rap, samba...

Foto: Sebastião Moreira/EFE
18 | 29

Saga de Yasuke no Anhembi

Foto: WERTHER
19 | 29

Comissão de frente

Foto: WERTHER
20 | 29

Tecnologia e samba

Foto: WERTHER
21 | 29

Tecnologia e samba

Foto: WERTHER
22 | 29

De Moçambique para o Japão

Foto: Sebastião Moreira/EFE
23 | 29

Mocidade Alegre une culturas no Sambódromo

Foto: Carla Carniel/Reuters
24 | 29

Ex-BBB na avenida

Foto: Carla Carniel/Reuters
25 | 29

Águia de Ouro chega no Sambódromo com “Um Pedaço do Céu”

Foto: WERTHER
26 | 29

Do céu da infância ao céu da saudade

Foto: WERTHER
27 | 29

Parte da vida das crianças

Foto: WERTHER
28 | 29

Carro Olímpio: vencer e merecer

Foto: WERTHER
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Estreia no Anhembi

Foto: WERTHER

Debaixo de uma madrugada chuvosa, sete escolas de samba se apresentaram no Anhembi no segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Enredos sobre o Nordeste e valorização da história dos negros africanos marcaram a segunda rodada de apresentações, que contou com as exibições da campeã Mancha Verde e da tradicional Mocidade Alegre. As duas cumpriram as expectativas e foram os destaques da noite, que também contou com bons desfiles de Império de Casa Verde e Acadêmicos do Tucuruvi.

A Estrela do Terceiro Milênio, estreante no grupo especial do Carnaval de São Paulo, abriu os desfiles da noite de sábado, 18, com o enredo Me dê a sua tristeza que eu transformo em alegria. Um tributo à arte de fazer rir. A escola do Grajaú, campeã do Grupo de Acesso de 2022, organizou uma apresentação para mostrar a importância do humor e a história da comédia.

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Debaixo de uma madrugada chuvosa, sete escolas de samba se apresentaram no Anhembi no segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial

O riso dos carnavalescos da escola , porém, foi ameaçado por alguns minutos. A falha em um equipamento de um dos carros alegóricos levou a escola a se atrasar 15 minutos para entrar na passarela, mas a demora não deve gerar penalização porque a terceira sirene, que oficializa o início da apresentação, ainda não havia sido acionada. Apesar da chuva e dos transtornos iniciais, a escola conseguiu cruzar a avenida sem estourar o tempo determinado.

No desfile da debutante, muitas referências do humor brasileiro foram lembradas, como a TV Pirata e personagens interpretados por Jô Soares, Chico Anysio e Tom Cavalcante. O enredo do riso e da risada também atraiu artistas do humor para desfilar junto com a Estrela do 3° Milênio, como Marcelo Adnet. O ator Paulo Gustavo, morto em 2021 vítima da covid-19, também foi representado.

A escola de samba Estrela do Terceiro Milênio abriu os desfiles do carnaval de São Paulo neste sábado, 19. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Segunda a entrar na passarela, a Acadêmicos do Tucuruvi homenageou Bezerra da Silva, sambista, compositor e cantor, que também era conhecido como o embaixador dos morros e das favelas. E foi essa relação do artista com a vida do povo, tão explorado por Bezerra nas suas composições, que a escola retratou em seu desfile. O último carro alegórico reproduziu uma escultura de Bezerra da Silva com os braços estendidos na frente de uma cruz segurando uma faixa com a frase: “Salve o povo da favela”.

Os filhos de Bezerra da Silva também desfilaram com a Unidos do Tucuruvi. Italo Bezerra disse ao Estadão que a apresentação foi à altura da história do seu pai. “Estou muito feliz e acho que ele foi muito bem representado no desfile. Eu e meu irmão viemos do Rio de Janeiro e vimos que toda a comunidade e arquibancada abraçaram a ideia. Foi uma honra”.

Acadêmicos do Tucuruvi homenageou o sambista Bezerra da Silva no Anhembi Foto: Sebastião Moreira/EFE

Debaixo de chuva e muita fumaça verde de sinalizadores, a Mancha Verde escolheu levar o Nordeste para São Paulo. Com um desfile ousado, a atual campeã do Carnaval de São Paulo combinou elementos do xaxado com o samba para fazer uma apresentação bastante prestigiada nas arquibancadas.

Além das alegorias caprichadas em referência aos cangaceiros, as rendeiras, a Luiz Gonzaga - como no último carro alegórico - o espetáculo da Mancha Verde também marcou pela sonoridade. A mescla dos ritmos do samba com o do forró conseguiram mostrar que a escola cumpriu com a proposta apresentada em seu enredo.

Outro momento marcante da apresentação foi a pausa que a bateria, guiada por Viviane Araújo, fez durante o desfile. O silêncio com a suspensão da batucada deu espaço para a plateia cantar o samba-enredo à capela. Mesmo com a empolgação das arquibancadas, o presidente Paulo Serdan se mostrou mais cauteloso. “Estamos confiante de que fizemos um bom desfile, mas temos que esperar as informações e ver se não há nenhuma punição. Sempre tem algo”, disse ao Estadão.

Atual campeã do Carnaval de São Paulo, Mancha Verde trouxe homenagem ao Nordeste Foto: Werther Santana/Estadão

A quarta escola a desfilar foi Império de Casa Verde. Para o Sambódromo, a agremiação levou o enredo Império dos batuques - um Brasil afromusical com objetivo de mostrar como diversos gêneros da música ouvidos hoje no Brasil são influenciados por batuques africanos. O funk em São Paulo, o timbau em Salvador e o “reggae lá do Maranhão”, como cantou o samba-enredo, são alguns dos exemplos.

Influência dos batuques africanos em ritmos brasileiros foi tema do enredo da Império de Casa Verde Foto: Sebastião Moreira/EFE

Uma das escolas mais aguardadas foi a Mocidade Alegre, a quinta a desfilar pela passarela. E a agremiação levou para o sambódromo a trajetória do moçambicano Yasuke, o primeiro samurai negro da história do Japão. O nome do guerreiro foi apresentado ao público no começo do espetáculo. Cada letra foi escrita em taikos, tambores orientais, que eram girados em 180° que, após o movimento, revelavam a palavra “morada”, apelido da escola.

As representações das gueixas e dos samurais japoneses indicaram o capricho e o cuidado da Mocidade com a fantasia. Nos carros-alegóricos, um guerreiro sendo banhado por uma queda d’água e o dragão abraçado a uma espada girando sobre a alegoria também impressionaram o público.

O último carro alegórico, com um menino negro segurando um origami e um livro, trouxe a mensagem que todas as crianças, assim como Yasuke, podem ser quem elas desejam. E foi esse sentimento que atingiu Tiago Modesto, de 13 anos, que teve o rosto gravado em uma das fantasias usadas pela Mocidade no desfile.

Mocidade Alegre com Yasuke, samurai negro que conquistou o respeito dos japoneses. Foto: Sebastião Moreira/EFE Foto: Sebastião Moreira/EFE

Ao lado de sua mãe, Andrea Modesto, coordenadora da ala das crianças da agremiação, ele contou à reportagem que é gratificante - e também “maneiro” - ter o rosto em uma fantasia. “Ainda mais quando se fala da história de um samurai”, diz o garoto, que desfila pela Mocidade desde os 6 anos. “O (desfile) desse ano foi um dos mais especiais”.

Pai e outros irmãos de Tiago também desfilam há anos pela agremiação, que “abraçou a família”, diz Andrea. Ela conta que foi emocionante quando soube que o rosto do filho foi escolhido para estampar a fantasia. “O Thiago é um menino determinado, uma criança de Heliópolis que representa o recado passado pela escola: que as pessoas negras podem ser quem elas quiserem”.

Em um desfile de questionamentos existenciais, a Águia de Ouro levou pra passarela muitos elementos infantis para retratar o enredo Um pedaço do céu, que trazia uma discussão sobre os sonhos e desejos ao longo da vida. Bonecas, unicórnios e princesas se misturaram com alegorias que expeliam um cheiro adocicado que podia ser sentido no sambódromo.

Ala das baianas da Águia de Ouro representou as bonecas de pano Foto: Werther Santana/Estadão

No desfile que fechou o carnaval de São Paulo, a Dragões da Real não deu bola para a chuva nem para as arquibancadas já bastante vazias. A escola mostrou disposição para fazer sua homenagem a João Pessoa.

O enredo, que explorava o fato de a capital paraibana ser a primeira cidade do continente a receber o sol, até combinou com o horário do desfile, mas não com o clima cinza e chuvoso que acompanhou o cortejo da agremiação na manhã de domingo. Mesmo assim, a escola tricolor cantou alto e de forma a fazer São Paulo acordar em clima de Festa Junina em pleno mês de fevereiro.

Dragões da Real desfilou sob chuva no sambódromo do Anhembi Foto: Werther Santana/Estadão

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Estrela do Terceiro Milênio

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Estrela do Terceiro Milênio

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Acadêmicos do Tucuruvi é a segunda escola a desfilar

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Bezerra da Silva

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Muito samba e chuva no Anhembi

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Movimentos sociais

Foto: WERTHER
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Mancha Verde é a terceira escola a desfilar

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Viviane Araújo em destaque

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Xaxado, Nordeste, Brasil

Foto: Carla Carniel/Reuters
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Cultura nordestina

Foto: Carla Carniel/Reuters
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Festa na arquibancada

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Império de Casa Verde na avenida

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Coreografia, ‘paradonas’ e tambor

Foto: WERTHER
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Império dos Tambores

Foto: Carla Carniel/Reuters
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Reggae, rap, samba...

Foto: Sebastião Moreira/EFE
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Saga de Yasuke no Anhembi

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Comissão de frente

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Tecnologia e samba

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Tecnologia e samba

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De Moçambique para o Japão

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Mocidade Alegre une culturas no Sambódromo

Foto: Carla Carniel/Reuters
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Ex-BBB na avenida

Foto: Carla Carniel/Reuters
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Águia de Ouro chega no Sambódromo com “Um Pedaço do Céu”

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Do céu da infância ao céu da saudade

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Parte da vida das crianças

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Carro Olímpio: vencer e merecer

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Estreia no Anhembi

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Debaixo de uma madrugada chuvosa, sete escolas de samba se apresentaram no Anhembi no segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Enredos sobre o Nordeste e valorização da história dos negros africanos marcaram a segunda rodada de apresentações, que contou com as exibições da campeã Mancha Verde e da tradicional Mocidade Alegre. As duas cumpriram as expectativas e foram os destaques da noite, que também contou com bons desfiles de Império de Casa Verde e Acadêmicos do Tucuruvi.

A Estrela do Terceiro Milênio, estreante no grupo especial do Carnaval de São Paulo, abriu os desfiles da noite de sábado, 18, com o enredo Me dê a sua tristeza que eu transformo em alegria. Um tributo à arte de fazer rir. A escola do Grajaú, campeã do Grupo de Acesso de 2022, organizou uma apresentação para mostrar a importância do humor e a história da comédia.

Seu navegador não suporta esse video.

Debaixo de uma madrugada chuvosa, sete escolas de samba se apresentaram no Anhembi no segundo e último dia de desfiles do Grupo Especial

O riso dos carnavalescos da escola , porém, foi ameaçado por alguns minutos. A falha em um equipamento de um dos carros alegóricos levou a escola a se atrasar 15 minutos para entrar na passarela, mas a demora não deve gerar penalização porque a terceira sirene, que oficializa o início da apresentação, ainda não havia sido acionada. Apesar da chuva e dos transtornos iniciais, a escola conseguiu cruzar a avenida sem estourar o tempo determinado.

No desfile da debutante, muitas referências do humor brasileiro foram lembradas, como a TV Pirata e personagens interpretados por Jô Soares, Chico Anysio e Tom Cavalcante. O enredo do riso e da risada também atraiu artistas do humor para desfilar junto com a Estrela do 3° Milênio, como Marcelo Adnet. O ator Paulo Gustavo, morto em 2021 vítima da covid-19, também foi representado.

A escola de samba Estrela do Terceiro Milênio abriu os desfiles do carnaval de São Paulo neste sábado, 19. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Segunda a entrar na passarela, a Acadêmicos do Tucuruvi homenageou Bezerra da Silva, sambista, compositor e cantor, que também era conhecido como o embaixador dos morros e das favelas. E foi essa relação do artista com a vida do povo, tão explorado por Bezerra nas suas composições, que a escola retratou em seu desfile. O último carro alegórico reproduziu uma escultura de Bezerra da Silva com os braços estendidos na frente de uma cruz segurando uma faixa com a frase: “Salve o povo da favela”.

Os filhos de Bezerra da Silva também desfilaram com a Unidos do Tucuruvi. Italo Bezerra disse ao Estadão que a apresentação foi à altura da história do seu pai. “Estou muito feliz e acho que ele foi muito bem representado no desfile. Eu e meu irmão viemos do Rio de Janeiro e vimos que toda a comunidade e arquibancada abraçaram a ideia. Foi uma honra”.

Acadêmicos do Tucuruvi homenageou o sambista Bezerra da Silva no Anhembi Foto: Sebastião Moreira/EFE

Debaixo de chuva e muita fumaça verde de sinalizadores, a Mancha Verde escolheu levar o Nordeste para São Paulo. Com um desfile ousado, a atual campeã do Carnaval de São Paulo combinou elementos do xaxado com o samba para fazer uma apresentação bastante prestigiada nas arquibancadas.

Além das alegorias caprichadas em referência aos cangaceiros, as rendeiras, a Luiz Gonzaga - como no último carro alegórico - o espetáculo da Mancha Verde também marcou pela sonoridade. A mescla dos ritmos do samba com o do forró conseguiram mostrar que a escola cumpriu com a proposta apresentada em seu enredo.

Outro momento marcante da apresentação foi a pausa que a bateria, guiada por Viviane Araújo, fez durante o desfile. O silêncio com a suspensão da batucada deu espaço para a plateia cantar o samba-enredo à capela. Mesmo com a empolgação das arquibancadas, o presidente Paulo Serdan se mostrou mais cauteloso. “Estamos confiante de que fizemos um bom desfile, mas temos que esperar as informações e ver se não há nenhuma punição. Sempre tem algo”, disse ao Estadão.

Atual campeã do Carnaval de São Paulo, Mancha Verde trouxe homenagem ao Nordeste Foto: Werther Santana/Estadão

A quarta escola a desfilar foi Império de Casa Verde. Para o Sambódromo, a agremiação levou o enredo Império dos batuques - um Brasil afromusical com objetivo de mostrar como diversos gêneros da música ouvidos hoje no Brasil são influenciados por batuques africanos. O funk em São Paulo, o timbau em Salvador e o “reggae lá do Maranhão”, como cantou o samba-enredo, são alguns dos exemplos.

Influência dos batuques africanos em ritmos brasileiros foi tema do enredo da Império de Casa Verde Foto: Sebastião Moreira/EFE

Uma das escolas mais aguardadas foi a Mocidade Alegre, a quinta a desfilar pela passarela. E a agremiação levou para o sambódromo a trajetória do moçambicano Yasuke, o primeiro samurai negro da história do Japão. O nome do guerreiro foi apresentado ao público no começo do espetáculo. Cada letra foi escrita em taikos, tambores orientais, que eram girados em 180° que, após o movimento, revelavam a palavra “morada”, apelido da escola.

As representações das gueixas e dos samurais japoneses indicaram o capricho e o cuidado da Mocidade com a fantasia. Nos carros-alegóricos, um guerreiro sendo banhado por uma queda d’água e o dragão abraçado a uma espada girando sobre a alegoria também impressionaram o público.

O último carro alegórico, com um menino negro segurando um origami e um livro, trouxe a mensagem que todas as crianças, assim como Yasuke, podem ser quem elas desejam. E foi esse sentimento que atingiu Tiago Modesto, de 13 anos, que teve o rosto gravado em uma das fantasias usadas pela Mocidade no desfile.

Mocidade Alegre com Yasuke, samurai negro que conquistou o respeito dos japoneses. Foto: Sebastião Moreira/EFE Foto: Sebastião Moreira/EFE

Ao lado de sua mãe, Andrea Modesto, coordenadora da ala das crianças da agremiação, ele contou à reportagem que é gratificante - e também “maneiro” - ter o rosto em uma fantasia. “Ainda mais quando se fala da história de um samurai”, diz o garoto, que desfila pela Mocidade desde os 6 anos. “O (desfile) desse ano foi um dos mais especiais”.

Pai e outros irmãos de Tiago também desfilam há anos pela agremiação, que “abraçou a família”, diz Andrea. Ela conta que foi emocionante quando soube que o rosto do filho foi escolhido para estampar a fantasia. “O Thiago é um menino determinado, uma criança de Heliópolis que representa o recado passado pela escola: que as pessoas negras podem ser quem elas quiserem”.

Em um desfile de questionamentos existenciais, a Águia de Ouro levou pra passarela muitos elementos infantis para retratar o enredo Um pedaço do céu, que trazia uma discussão sobre os sonhos e desejos ao longo da vida. Bonecas, unicórnios e princesas se misturaram com alegorias que expeliam um cheiro adocicado que podia ser sentido no sambódromo.

Ala das baianas da Águia de Ouro representou as bonecas de pano Foto: Werther Santana/Estadão

No desfile que fechou o carnaval de São Paulo, a Dragões da Real não deu bola para a chuva nem para as arquibancadas já bastante vazias. A escola mostrou disposição para fazer sua homenagem a João Pessoa.

O enredo, que explorava o fato de a capital paraibana ser a primeira cidade do continente a receber o sol, até combinou com o horário do desfile, mas não com o clima cinza e chuvoso que acompanhou o cortejo da agremiação na manhã de domingo. Mesmo assim, a escola tricolor cantou alto e de forma a fazer São Paulo acordar em clima de Festa Junina em pleno mês de fevereiro.

Dragões da Real desfilou sob chuva no sambódromo do Anhembi Foto: Werther Santana/Estadão

Carnaval 2023: Veja imagens do 2º dia de desfiles em SP

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Estrela do Terceiro Milênio

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Estrela do Terceiro Milênio

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Estrela do Terceiro Milênio

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Estrela do Terceiro Milênio

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Acadêmicos do Tucuruvi é a segunda escola a desfilar

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Bezerra da Silva

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Muito samba e chuva no Anhembi

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Movimentos sociais

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Mancha Verde é a terceira escola a desfilar

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Viviane Araújo em destaque

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Xaxado, Nordeste, Brasil

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Cultura nordestina

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Festa na arquibancada

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Império de Casa Verde na avenida

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Coreografia, ‘paradonas’ e tambor

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Império dos Tambores

Foto: Carla Carniel/Reuters
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Reggae, rap, samba...

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Saga de Yasuke no Anhembi

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Comissão de frente

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Tecnologia e samba

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Tecnologia e samba

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De Moçambique para o Japão

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Mocidade Alegre une culturas no Sambódromo

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Ex-BBB na avenida

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Águia de Ouro chega no Sambódromo com “Um Pedaço do Céu”

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Do céu da infância ao céu da saudade

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Parte da vida das crianças

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Carro Olímpio: vencer e merecer

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Estreia no Anhembi

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