Carnaval de SP 2023: Tarado Ni Você atrai milhares com homenagem a Gal; chuva atrapalha blocos


Cortejo ocorreu após semanas de tensão após bloco perder prazo de inscrições; sábado de Carnaval tem ainda Minhoqueens, Agrada Gregos e Jegue Elétrico

Por Priscila Mengue
Atualização:

Um dos mais conhecidos blocos de rua de São Paulo, o Tarado Ni Você desfilou neste sábado, 18, a partir da esquina das Avenidas Ipiranga e São João, na região central, seguido por milhares de foliões. O cortejo ocorreu após semanas de tensão por dúvidas se o evento aconteceria, diante da perda do prazo de inscrições e negativa inicial de liberação pela Prefeitura, que depois voltou atrás.

O desfile deste ano se chama Gogóia, em referência à canção de Caetano Veloso (artista tema do bloco), Fruta Gogóia, do álbum Fa-Tal - Gal a Todo Vapor, de 1971. Como homenagem à Gal Costa, morta em 2022 e tema de diversos blocos neste ano, tocou composições de Caetano gravadas pela artista.

Cerca de 50 cortejos ocorrem neste sábado na capital paulista, de um total de 482. A programação se estende até 26 de fevereiro.

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No microfone, integrantes do bloco falaram em celebração à vida após dois anos sem desfiles e citaram um momento de reconstrução da cultura no Brasil. “Estamos na rua. A rua é nossa”, declarou o vocalista, Zé Ed.

O cantor Filipe Catto, que fez uma participação especial, também celebrou o retorno. “Saudades de vocês assim, aglomeradinhos. Graças à vacina, graças à ciência.”

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Em ao menos dois momentos, o bloco puxou cantos de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como em outras edições, saiu em cortejo com dançarinas do Maravilhosas Corpo de Baile e artistas em perna de pau.

Zé Ed, um dos cantores do bloco Tarado Ni Você Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre os foliões, alguns estavam vestidos em celebração ao tema do bloco. O auditor Fábio Siqueira, de 34 anos, preparou uma fantasia em homenagem à Gal, por exemplo.

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O look era composto por legging e regata brancas com pintas que imitam o couro de bovinos, com “Divinas Tetas” escrito no peito, em referência à canção Vaca Profana. Fábio também usou um óculos com a mesma estampa e personalizou um chapéu com pedacinhos espelhados.

“Sempre ouvi muito, minha mãe também ouvia muitos os discos da Gal. E o Tarado fez reacender esse desejo por homenagear a Gal”, conta.

Frequentador do Tarado praticamente desde o início, há cerca de 10 anos, disse que ficou preocupado quando soube que o desfile poderia não ocorrer. “Ficamos desesperados. Estava em Salvador quando soube, mas a gente encontrou um dos integrantes, que disse que iria resolver”, conta. “Gosto muito. É um bloco onde todo mundo é livre, é o que realmente é.”

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Foliões no desfile do Tarado Ni Você Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Um grupo de sete amigas também preparou uma fantasia alinhada ao tema, Fruta Gogóia. Elas se vestiram de “xepa da feira”, cada uma referente a uma fruta distinta. A ideia foi da relações públicas Dalete Viana, de 31 anos.

A professora Mayra Guanaes, de 32 anos, estava de uva sem caroço, enquanto a turismóloga Bruna Blass, de 36, foi de limão taiti e a gerente de projetos Sueli Ramos, de 29 anos, de morango. Já a turismóloga Roberta Barbagallo, de 38 anos, está de maracujá doce, a química Isabela Sodré, de 34, de abacaxi, e a arte terapeuta Gabriela Buda, de 32 anos, foi de pitaya.

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“Pensamos o conceito juntas. Este foi o primeiro ano que a gente conseguiu se organizar e vir com o mesmo conceito”, comenta Mayra.

Elas produziram as fantasias na véspera, com muita cola quente, EVA e brilhos variados, criando tiaras com a fruta-tema e customizando blusas, shorts e outras peças. “Cada um trouxe uma coisa. EVA e cola quente são o princípio do carnaval amador”, diz Dalete.

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Já o desenvolvedor de software Murilo Guedes, de 30 anos, e a advogada Cecília Perles, de 27 anos, também fizeram a própria fantasia, em referência às alta do dólar e baixa do real e o momento político-econômico do País após o último governo federal. Eles utilizaram materiais como EVA e notas falsas de dinheiro, como as utilizadas em jogos de tabuleiro.

“É uma fantasia cômica, também relacionada a tudo o que vem acontecendo politicamente. E da visão externa em relação ao nosso País”, diz Murilo. “A vergonha que a gente passou nesses quatro anos”, completa Cecília.

Moradores de Taiaçu, nas proximidades de Jaboticabal, vieram à capital paulista para passar o carnaval. “A gente curte muito Caetano (Veloso), é o som que a gente gosta.”

No início da tarde, uma chuva forte atingiu a região central de São Paulo durante a apresentação do bloco. Por causa da tempestade, o desfile foi encerrado por volta das 13h45, com 15 minutos de antecedência. O trajeto terminaria no Largo do Paissandu, mas foi encerrado nos fundos do Theatro Municipal.

Desfile do Tarado Ni Você no centro Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Durante o desfile, o bloco precisou diminuir o ritmo para passar por fios do trolebus e árvores. “Vai, vai, passando”, cantou em referência à dança da cordinha. Um tumulto mais ao fim do cortejo também interrompeu temporariamente a música.

Chuva e alagamentos atrapalham concentração e dispersão de blocos

A forte chuva que caiu no centro de São Paulo no início da tarde atrapalhou a dispersão e a concentração dos blocos de carnaval. Pontos de alagamento dificultaram o fluxo dos desfiles, enquanto correntezas nas sarjetas arrastavam água suja.

Chuva também atingiu cortejo do Minhoqueens Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Além de antecipar o término do Tarado Ni Você, a tempestade também atrapalhou a concentração do bloco Minhoqueens, na Avenida Ipiranga. Alguns foliões resistiram, parte deles com capas de chuva, chegando a dançar no meio da enxurrada. Outros reclamavam da água suja que se acumulava.

A previsão é de que o tempo chuvoso permaneça ao longo do Carnaval. No pré-carnaval, nos dias 11 e 12, a chuva também marcou os dois dias.

50 blocos desfilam neste sábado de Carnaval

O primeiro carnaval de rua com programação normal desde 2020, ano em que começou a pandemia da covid-19, retorna às ruas cheio de expectativas. Neste sábado, 18, são com mais de 50 blocos. Dentre os mais conhecidos, estão o Bloco das Gloriosas, da cantora Glória Groove; Minhoqueens e o Agrada Gregos, dois dos maiores blocos LGBT da cidade, o Jegue Elétrico, em Pinheiros.

Além dos clássicos, o sábado conta com blocos estreantes, como o CarnaVrah, criado por um grupo de amigos ligados ao teatro musical e ao cinema, e o Me Viram no Ipiranga, criado há cerca de 10 meses por um grupo de amigos, incluindo uma moradora do tradicional bairro da zona sul paulistana.

E para quem gosta de curtir a folia de um jeito diferente, o bloco Bollywood, Originais do Punk e o Unidos do BPM (com músicas eletrônica) também circulam pela cidade no dia 18.

Para as crianças, o Urubozinho, feito pelo bloco Urubó, tradicional da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo é uma boa opção.

Para evitar roubos e outros problemas, a Secretaria da Segurança Pública prometeu reforçar o esquema de policiamento, com vigilância por drones, agentes à paisana para coibir golpes do Pix e revista de foliões nos megablocos.

15 blocos de carnaval de rua para curtir em São Paulo neste sábado, 18

Jegue Elétrico: concentração às 14h, na Rua Arthur de Azevedo (subprefeitura Pinheiros), com marchinhas. Público geral.

Eduardo e Mônica: concentração às 13h, na Av. Faria Lima (subprefeitura Pinheiros), com músicas do Legião Urbana. Público adulto.

Tarado Ni Você: concentração às 9h, na Av. Ipiranga (subprefeitura Sé), com músicas de Caetano Veloso. Público geral.

Minhoqueens: concentração às 12h, na R. 24 de Maio (subprefeitura Sé), com músicas pop/funk. Público LGBTI+.

Agrada Gregos: concentração às 13h, na Av. Pedro Álvares Cabral (subprefeitura Vila Mariana), com músicas pop/funk, mpb e axé. Público LGBTI+.

Bloco 77 - Os Originais do Punk: concentração às 14h, na R. Barra Funda (subprefeitura Sé), com músicas clássicas do punk rock brasileiro em versão marchinhas. Público adulto.

Gloriosas: concentração às 14h, na Av. Faria Lima (subprefeitura Pinheiros), com músicas pop/funk cantadas por Glória Groove. Público LGBTI+.

Os Capoeira: concentração às 13h, na R. Belmiro Braga (subprefeitura Pinheiros), com músicas afro e Maracatu. Público adulto.

Me Viram no Ipiranga: concentração às 9h, na R. dos Patriotas (subprefeitura Ipiranga), com músicas MPB. Público geral.

Bloco Urubózinho: concentração às 8h, na Lg. da Matriz de Nossa Senhora do Ó (subprefeitura Freguesia do Ó), com marchinhas infantis. Público infantil.

CarnaVrah: concentração às 9h, na R. Estevão Lopes (subprefeitura Butantã), com músicas axé e MPB. Público geral.

Bollywood: concentração às 11h, na R. Augusta (subprefeitura Sé), com músicas indianas. Público geral.

Unidos do BPM: concentração às 11h, no Pátio do Colégio (subprefeitura Sé), com músicas eletrônicas. Público adulto.

Grupo Maracatu Bloco de Pedra: concentração às 13h, na Rua Cipriano Jucá (subprefeitura Pinheiros), com músicas maracatu. Público adulto.

Grupo Je Treme Mon Amour: concentração às 11h, na Rua Rui Barbosa (subprefeitura Sé), com músicas pisero. Público geral.

Um dos mais conhecidos blocos de rua de São Paulo, o Tarado Ni Você desfilou neste sábado, 18, a partir da esquina das Avenidas Ipiranga e São João, na região central, seguido por milhares de foliões. O cortejo ocorreu após semanas de tensão por dúvidas se o evento aconteceria, diante da perda do prazo de inscrições e negativa inicial de liberação pela Prefeitura, que depois voltou atrás.

O desfile deste ano se chama Gogóia, em referência à canção de Caetano Veloso (artista tema do bloco), Fruta Gogóia, do álbum Fa-Tal - Gal a Todo Vapor, de 1971. Como homenagem à Gal Costa, morta em 2022 e tema de diversos blocos neste ano, tocou composições de Caetano gravadas pela artista.

Cerca de 50 cortejos ocorrem neste sábado na capital paulista, de um total de 482. A programação se estende até 26 de fevereiro.

No microfone, integrantes do bloco falaram em celebração à vida após dois anos sem desfiles e citaram um momento de reconstrução da cultura no Brasil. “Estamos na rua. A rua é nossa”, declarou o vocalista, Zé Ed.

O cantor Filipe Catto, que fez uma participação especial, também celebrou o retorno. “Saudades de vocês assim, aglomeradinhos. Graças à vacina, graças à ciência.”

Em ao menos dois momentos, o bloco puxou cantos de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como em outras edições, saiu em cortejo com dançarinas do Maravilhosas Corpo de Baile e artistas em perna de pau.

Zé Ed, um dos cantores do bloco Tarado Ni Você Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre os foliões, alguns estavam vestidos em celebração ao tema do bloco. O auditor Fábio Siqueira, de 34 anos, preparou uma fantasia em homenagem à Gal, por exemplo.

O look era composto por legging e regata brancas com pintas que imitam o couro de bovinos, com “Divinas Tetas” escrito no peito, em referência à canção Vaca Profana. Fábio também usou um óculos com a mesma estampa e personalizou um chapéu com pedacinhos espelhados.

“Sempre ouvi muito, minha mãe também ouvia muitos os discos da Gal. E o Tarado fez reacender esse desejo por homenagear a Gal”, conta.

Frequentador do Tarado praticamente desde o início, há cerca de 10 anos, disse que ficou preocupado quando soube que o desfile poderia não ocorrer. “Ficamos desesperados. Estava em Salvador quando soube, mas a gente encontrou um dos integrantes, que disse que iria resolver”, conta. “Gosto muito. É um bloco onde todo mundo é livre, é o que realmente é.”

Foliões no desfile do Tarado Ni Você Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Um grupo de sete amigas também preparou uma fantasia alinhada ao tema, Fruta Gogóia. Elas se vestiram de “xepa da feira”, cada uma referente a uma fruta distinta. A ideia foi da relações públicas Dalete Viana, de 31 anos.

A professora Mayra Guanaes, de 32 anos, estava de uva sem caroço, enquanto a turismóloga Bruna Blass, de 36, foi de limão taiti e a gerente de projetos Sueli Ramos, de 29 anos, de morango. Já a turismóloga Roberta Barbagallo, de 38 anos, está de maracujá doce, a química Isabela Sodré, de 34, de abacaxi, e a arte terapeuta Gabriela Buda, de 32 anos, foi de pitaya.

“Pensamos o conceito juntas. Este foi o primeiro ano que a gente conseguiu se organizar e vir com o mesmo conceito”, comenta Mayra.

Elas produziram as fantasias na véspera, com muita cola quente, EVA e brilhos variados, criando tiaras com a fruta-tema e customizando blusas, shorts e outras peças. “Cada um trouxe uma coisa. EVA e cola quente são o princípio do carnaval amador”, diz Dalete.

Já o desenvolvedor de software Murilo Guedes, de 30 anos, e a advogada Cecília Perles, de 27 anos, também fizeram a própria fantasia, em referência às alta do dólar e baixa do real e o momento político-econômico do País após o último governo federal. Eles utilizaram materiais como EVA e notas falsas de dinheiro, como as utilizadas em jogos de tabuleiro.

“É uma fantasia cômica, também relacionada a tudo o que vem acontecendo politicamente. E da visão externa em relação ao nosso País”, diz Murilo. “A vergonha que a gente passou nesses quatro anos”, completa Cecília.

Moradores de Taiaçu, nas proximidades de Jaboticabal, vieram à capital paulista para passar o carnaval. “A gente curte muito Caetano (Veloso), é o som que a gente gosta.”

No início da tarde, uma chuva forte atingiu a região central de São Paulo durante a apresentação do bloco. Por causa da tempestade, o desfile foi encerrado por volta das 13h45, com 15 minutos de antecedência. O trajeto terminaria no Largo do Paissandu, mas foi encerrado nos fundos do Theatro Municipal.

Desfile do Tarado Ni Você no centro Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Durante o desfile, o bloco precisou diminuir o ritmo para passar por fios do trolebus e árvores. “Vai, vai, passando”, cantou em referência à dança da cordinha. Um tumulto mais ao fim do cortejo também interrompeu temporariamente a música.

Chuva e alagamentos atrapalham concentração e dispersão de blocos

A forte chuva que caiu no centro de São Paulo no início da tarde atrapalhou a dispersão e a concentração dos blocos de carnaval. Pontos de alagamento dificultaram o fluxo dos desfiles, enquanto correntezas nas sarjetas arrastavam água suja.

Chuva também atingiu cortejo do Minhoqueens Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Além de antecipar o término do Tarado Ni Você, a tempestade também atrapalhou a concentração do bloco Minhoqueens, na Avenida Ipiranga. Alguns foliões resistiram, parte deles com capas de chuva, chegando a dançar no meio da enxurrada. Outros reclamavam da água suja que se acumulava.

A previsão é de que o tempo chuvoso permaneça ao longo do Carnaval. No pré-carnaval, nos dias 11 e 12, a chuva também marcou os dois dias.

50 blocos desfilam neste sábado de Carnaval

O primeiro carnaval de rua com programação normal desde 2020, ano em que começou a pandemia da covid-19, retorna às ruas cheio de expectativas. Neste sábado, 18, são com mais de 50 blocos. Dentre os mais conhecidos, estão o Bloco das Gloriosas, da cantora Glória Groove; Minhoqueens e o Agrada Gregos, dois dos maiores blocos LGBT da cidade, o Jegue Elétrico, em Pinheiros.

Além dos clássicos, o sábado conta com blocos estreantes, como o CarnaVrah, criado por um grupo de amigos ligados ao teatro musical e ao cinema, e o Me Viram no Ipiranga, criado há cerca de 10 meses por um grupo de amigos, incluindo uma moradora do tradicional bairro da zona sul paulistana.

E para quem gosta de curtir a folia de um jeito diferente, o bloco Bollywood, Originais do Punk e o Unidos do BPM (com músicas eletrônica) também circulam pela cidade no dia 18.

Para as crianças, o Urubozinho, feito pelo bloco Urubó, tradicional da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo é uma boa opção.

Para evitar roubos e outros problemas, a Secretaria da Segurança Pública prometeu reforçar o esquema de policiamento, com vigilância por drones, agentes à paisana para coibir golpes do Pix e revista de foliões nos megablocos.

15 blocos de carnaval de rua para curtir em São Paulo neste sábado, 18

Jegue Elétrico: concentração às 14h, na Rua Arthur de Azevedo (subprefeitura Pinheiros), com marchinhas. Público geral.

Eduardo e Mônica: concentração às 13h, na Av. Faria Lima (subprefeitura Pinheiros), com músicas do Legião Urbana. Público adulto.

Tarado Ni Você: concentração às 9h, na Av. Ipiranga (subprefeitura Sé), com músicas de Caetano Veloso. Público geral.

Minhoqueens: concentração às 12h, na R. 24 de Maio (subprefeitura Sé), com músicas pop/funk. Público LGBTI+.

Agrada Gregos: concentração às 13h, na Av. Pedro Álvares Cabral (subprefeitura Vila Mariana), com músicas pop/funk, mpb e axé. Público LGBTI+.

Bloco 77 - Os Originais do Punk: concentração às 14h, na R. Barra Funda (subprefeitura Sé), com músicas clássicas do punk rock brasileiro em versão marchinhas. Público adulto.

Gloriosas: concentração às 14h, na Av. Faria Lima (subprefeitura Pinheiros), com músicas pop/funk cantadas por Glória Groove. Público LGBTI+.

Os Capoeira: concentração às 13h, na R. Belmiro Braga (subprefeitura Pinheiros), com músicas afro e Maracatu. Público adulto.

Me Viram no Ipiranga: concentração às 9h, na R. dos Patriotas (subprefeitura Ipiranga), com músicas MPB. Público geral.

Bloco Urubózinho: concentração às 8h, na Lg. da Matriz de Nossa Senhora do Ó (subprefeitura Freguesia do Ó), com marchinhas infantis. Público infantil.

CarnaVrah: concentração às 9h, na R. Estevão Lopes (subprefeitura Butantã), com músicas axé e MPB. Público geral.

Bollywood: concentração às 11h, na R. Augusta (subprefeitura Sé), com músicas indianas. Público geral.

Unidos do BPM: concentração às 11h, no Pátio do Colégio (subprefeitura Sé), com músicas eletrônicas. Público adulto.

Grupo Maracatu Bloco de Pedra: concentração às 13h, na Rua Cipriano Jucá (subprefeitura Pinheiros), com músicas maracatu. Público adulto.

Grupo Je Treme Mon Amour: concentração às 11h, na Rua Rui Barbosa (subprefeitura Sé), com músicas pisero. Público geral.

Um dos mais conhecidos blocos de rua de São Paulo, o Tarado Ni Você desfilou neste sábado, 18, a partir da esquina das Avenidas Ipiranga e São João, na região central, seguido por milhares de foliões. O cortejo ocorreu após semanas de tensão por dúvidas se o evento aconteceria, diante da perda do prazo de inscrições e negativa inicial de liberação pela Prefeitura, que depois voltou atrás.

O desfile deste ano se chama Gogóia, em referência à canção de Caetano Veloso (artista tema do bloco), Fruta Gogóia, do álbum Fa-Tal - Gal a Todo Vapor, de 1971. Como homenagem à Gal Costa, morta em 2022 e tema de diversos blocos neste ano, tocou composições de Caetano gravadas pela artista.

Cerca de 50 cortejos ocorrem neste sábado na capital paulista, de um total de 482. A programação se estende até 26 de fevereiro.

No microfone, integrantes do bloco falaram em celebração à vida após dois anos sem desfiles e citaram um momento de reconstrução da cultura no Brasil. “Estamos na rua. A rua é nossa”, declarou o vocalista, Zé Ed.

O cantor Filipe Catto, que fez uma participação especial, também celebrou o retorno. “Saudades de vocês assim, aglomeradinhos. Graças à vacina, graças à ciência.”

Em ao menos dois momentos, o bloco puxou cantos de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como em outras edições, saiu em cortejo com dançarinas do Maravilhosas Corpo de Baile e artistas em perna de pau.

Zé Ed, um dos cantores do bloco Tarado Ni Você Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre os foliões, alguns estavam vestidos em celebração ao tema do bloco. O auditor Fábio Siqueira, de 34 anos, preparou uma fantasia em homenagem à Gal, por exemplo.

O look era composto por legging e regata brancas com pintas que imitam o couro de bovinos, com “Divinas Tetas” escrito no peito, em referência à canção Vaca Profana. Fábio também usou um óculos com a mesma estampa e personalizou um chapéu com pedacinhos espelhados.

“Sempre ouvi muito, minha mãe também ouvia muitos os discos da Gal. E o Tarado fez reacender esse desejo por homenagear a Gal”, conta.

Frequentador do Tarado praticamente desde o início, há cerca de 10 anos, disse que ficou preocupado quando soube que o desfile poderia não ocorrer. “Ficamos desesperados. Estava em Salvador quando soube, mas a gente encontrou um dos integrantes, que disse que iria resolver”, conta. “Gosto muito. É um bloco onde todo mundo é livre, é o que realmente é.”

Foliões no desfile do Tarado Ni Você Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Um grupo de sete amigas também preparou uma fantasia alinhada ao tema, Fruta Gogóia. Elas se vestiram de “xepa da feira”, cada uma referente a uma fruta distinta. A ideia foi da relações públicas Dalete Viana, de 31 anos.

A professora Mayra Guanaes, de 32 anos, estava de uva sem caroço, enquanto a turismóloga Bruna Blass, de 36, foi de limão taiti e a gerente de projetos Sueli Ramos, de 29 anos, de morango. Já a turismóloga Roberta Barbagallo, de 38 anos, está de maracujá doce, a química Isabela Sodré, de 34, de abacaxi, e a arte terapeuta Gabriela Buda, de 32 anos, foi de pitaya.

“Pensamos o conceito juntas. Este foi o primeiro ano que a gente conseguiu se organizar e vir com o mesmo conceito”, comenta Mayra.

Elas produziram as fantasias na véspera, com muita cola quente, EVA e brilhos variados, criando tiaras com a fruta-tema e customizando blusas, shorts e outras peças. “Cada um trouxe uma coisa. EVA e cola quente são o princípio do carnaval amador”, diz Dalete.

Já o desenvolvedor de software Murilo Guedes, de 30 anos, e a advogada Cecília Perles, de 27 anos, também fizeram a própria fantasia, em referência às alta do dólar e baixa do real e o momento político-econômico do País após o último governo federal. Eles utilizaram materiais como EVA e notas falsas de dinheiro, como as utilizadas em jogos de tabuleiro.

“É uma fantasia cômica, também relacionada a tudo o que vem acontecendo politicamente. E da visão externa em relação ao nosso País”, diz Murilo. “A vergonha que a gente passou nesses quatro anos”, completa Cecília.

Moradores de Taiaçu, nas proximidades de Jaboticabal, vieram à capital paulista para passar o carnaval. “A gente curte muito Caetano (Veloso), é o som que a gente gosta.”

No início da tarde, uma chuva forte atingiu a região central de São Paulo durante a apresentação do bloco. Por causa da tempestade, o desfile foi encerrado por volta das 13h45, com 15 minutos de antecedência. O trajeto terminaria no Largo do Paissandu, mas foi encerrado nos fundos do Theatro Municipal.

Desfile do Tarado Ni Você no centro Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Durante o desfile, o bloco precisou diminuir o ritmo para passar por fios do trolebus e árvores. “Vai, vai, passando”, cantou em referência à dança da cordinha. Um tumulto mais ao fim do cortejo também interrompeu temporariamente a música.

Chuva e alagamentos atrapalham concentração e dispersão de blocos

A forte chuva que caiu no centro de São Paulo no início da tarde atrapalhou a dispersão e a concentração dos blocos de carnaval. Pontos de alagamento dificultaram o fluxo dos desfiles, enquanto correntezas nas sarjetas arrastavam água suja.

Chuva também atingiu cortejo do Minhoqueens Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Além de antecipar o término do Tarado Ni Você, a tempestade também atrapalhou a concentração do bloco Minhoqueens, na Avenida Ipiranga. Alguns foliões resistiram, parte deles com capas de chuva, chegando a dançar no meio da enxurrada. Outros reclamavam da água suja que se acumulava.

A previsão é de que o tempo chuvoso permaneça ao longo do Carnaval. No pré-carnaval, nos dias 11 e 12, a chuva também marcou os dois dias.

50 blocos desfilam neste sábado de Carnaval

O primeiro carnaval de rua com programação normal desde 2020, ano em que começou a pandemia da covid-19, retorna às ruas cheio de expectativas. Neste sábado, 18, são com mais de 50 blocos. Dentre os mais conhecidos, estão o Bloco das Gloriosas, da cantora Glória Groove; Minhoqueens e o Agrada Gregos, dois dos maiores blocos LGBT da cidade, o Jegue Elétrico, em Pinheiros.

Além dos clássicos, o sábado conta com blocos estreantes, como o CarnaVrah, criado por um grupo de amigos ligados ao teatro musical e ao cinema, e o Me Viram no Ipiranga, criado há cerca de 10 meses por um grupo de amigos, incluindo uma moradora do tradicional bairro da zona sul paulistana.

E para quem gosta de curtir a folia de um jeito diferente, o bloco Bollywood, Originais do Punk e o Unidos do BPM (com músicas eletrônica) também circulam pela cidade no dia 18.

Para as crianças, o Urubozinho, feito pelo bloco Urubó, tradicional da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo é uma boa opção.

Para evitar roubos e outros problemas, a Secretaria da Segurança Pública prometeu reforçar o esquema de policiamento, com vigilância por drones, agentes à paisana para coibir golpes do Pix e revista de foliões nos megablocos.

15 blocos de carnaval de rua para curtir em São Paulo neste sábado, 18

Jegue Elétrico: concentração às 14h, na Rua Arthur de Azevedo (subprefeitura Pinheiros), com marchinhas. Público geral.

Eduardo e Mônica: concentração às 13h, na Av. Faria Lima (subprefeitura Pinheiros), com músicas do Legião Urbana. Público adulto.

Tarado Ni Você: concentração às 9h, na Av. Ipiranga (subprefeitura Sé), com músicas de Caetano Veloso. Público geral.

Minhoqueens: concentração às 12h, na R. 24 de Maio (subprefeitura Sé), com músicas pop/funk. Público LGBTI+.

Agrada Gregos: concentração às 13h, na Av. Pedro Álvares Cabral (subprefeitura Vila Mariana), com músicas pop/funk, mpb e axé. Público LGBTI+.

Bloco 77 - Os Originais do Punk: concentração às 14h, na R. Barra Funda (subprefeitura Sé), com músicas clássicas do punk rock brasileiro em versão marchinhas. Público adulto.

Gloriosas: concentração às 14h, na Av. Faria Lima (subprefeitura Pinheiros), com músicas pop/funk cantadas por Glória Groove. Público LGBTI+.

Os Capoeira: concentração às 13h, na R. Belmiro Braga (subprefeitura Pinheiros), com músicas afro e Maracatu. Público adulto.

Me Viram no Ipiranga: concentração às 9h, na R. dos Patriotas (subprefeitura Ipiranga), com músicas MPB. Público geral.

Bloco Urubózinho: concentração às 8h, na Lg. da Matriz de Nossa Senhora do Ó (subprefeitura Freguesia do Ó), com marchinhas infantis. Público infantil.

CarnaVrah: concentração às 9h, na R. Estevão Lopes (subprefeitura Butantã), com músicas axé e MPB. Público geral.

Bollywood: concentração às 11h, na R. Augusta (subprefeitura Sé), com músicas indianas. Público geral.

Unidos do BPM: concentração às 11h, no Pátio do Colégio (subprefeitura Sé), com músicas eletrônicas. Público adulto.

Grupo Maracatu Bloco de Pedra: concentração às 13h, na Rua Cipriano Jucá (subprefeitura Pinheiros), com músicas maracatu. Público adulto.

Grupo Je Treme Mon Amour: concentração às 11h, na Rua Rui Barbosa (subprefeitura Sé), com músicas pisero. Público geral.

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