Chuva no litoral: Sobreviventes buscam informações de famílias desaparecidas em São Sebastião


Temporal soterrou mais de 50 casas na Barra do Sahy durante madrugada de domingo

Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - A dona de casa Jucélia Maria Ribeiro dos Santos, que morava há 16 anos na Barra do Sahy, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, onde uma encosta deslizou e atingiu cerca de 50 casas, matando mais de 20 pessoas, contou ter perdido cinco casas, levadas pela avalanche que desceu da serra. Ela conseguiu escapar e salvar seu cachorro. Seu marido ficou sob os escombros, mas foi resgatado com ferimentos graves. Ele está internado no Hospital Regional de Caraguatatuba.

Abrigada no Instituto Verdescola, nesta segunda-feira, 20, ela buscava notícias dos seus hóspedes. “Eu tinha quatro casas de aluguel na vila e eu alugava para quem vinha passear. Agora no feriado do Carnaval, tinha 30 pessoas nessas casas e eu acho que, delas todas, só restou umas oito ou dez pessoas que eu consegui ver. Eu me salvei porque quando ouvi o estrondo eu saí correndo junto com o cachorro. Meu marido ficou e quebrou as duas pernas e a bacia.”

Rodovia Dr. Manoel Hipolito do Rego, estrada Rio-Santos, altura do km 159 no município de São Sebastiao, com duas faixas interditadas por deslizamento após forte chuva que caiu nos últimos dois dias no Litoral Norte de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Segundo Jucélia, sua casa e as quatro que alugava, todas vizinhas, estão agora cobertas de lama. “As minhas casas desceram tudo. A Vila Baiana desceu inteira, tem muita gente morta e muita gente desaparecida. A gente não sabe mais a quantidade certa. Não dá para ir lá porque está tudo fechado pela Defesa Civil.”

A moradora disse que já procurou pelos hóspedes, mas não conseguiu informações. “Muitas pessoas que estavam nas minhas casas eram de São Paulo e eu não tenho os contatos. Quando corri do desabamento perdi meu celular. Estou usando o celular de outras pessoas. Eu queria que as pessoas que sobreviveram viessem para reconhecer os corpos e dar alguma informação. Eu não sei se estão vivas ou mortas.”

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Outra moradora que se identificou apenas como Graziele ficou ferida quando sua casa foi atingida pelo deslizamento e passou por atendimento no Verdescola. “O que aconteceu é surreal. Graças a Deus estou viva, mas me machuquei muito. Tenho machucados nos braços, no rosto, na mão. Perdi tudo e minha família também perdeu todas as coisas.”

Graziele contou que, quando sua casa começou a desmoronar, ela usou seu corpo para proteger o filho, de 4 anos. Ela acabou sendo atingida por pedaços de madeira e telhas, mas o filho ficou a salvo. “Foi instinto de mãe de verdade, pois se não fosse isso, meu filho não estaria aqui hoje, comigo”, disse.

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Ela relatou que os desabrigados estão precisando de ajuda. “Estamos dependendo de ajuda para comer, beber água, vestir, dormir. Sei que muitas pessoas estão doando, mas está difícil de chegar até aqui, pois a estrada está bloqueada”, disse.

SOROCABA - A dona de casa Jucélia Maria Ribeiro dos Santos, que morava há 16 anos na Barra do Sahy, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, onde uma encosta deslizou e atingiu cerca de 50 casas, matando mais de 20 pessoas, contou ter perdido cinco casas, levadas pela avalanche que desceu da serra. Ela conseguiu escapar e salvar seu cachorro. Seu marido ficou sob os escombros, mas foi resgatado com ferimentos graves. Ele está internado no Hospital Regional de Caraguatatuba.

Abrigada no Instituto Verdescola, nesta segunda-feira, 20, ela buscava notícias dos seus hóspedes. “Eu tinha quatro casas de aluguel na vila e eu alugava para quem vinha passear. Agora no feriado do Carnaval, tinha 30 pessoas nessas casas e eu acho que, delas todas, só restou umas oito ou dez pessoas que eu consegui ver. Eu me salvei porque quando ouvi o estrondo eu saí correndo junto com o cachorro. Meu marido ficou e quebrou as duas pernas e a bacia.”

Rodovia Dr. Manoel Hipolito do Rego, estrada Rio-Santos, altura do km 159 no município de São Sebastiao, com duas faixas interditadas por deslizamento após forte chuva que caiu nos últimos dois dias no Litoral Norte de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo Jucélia, sua casa e as quatro que alugava, todas vizinhas, estão agora cobertas de lama. “As minhas casas desceram tudo. A Vila Baiana desceu inteira, tem muita gente morta e muita gente desaparecida. A gente não sabe mais a quantidade certa. Não dá para ir lá porque está tudo fechado pela Defesa Civil.”

A moradora disse que já procurou pelos hóspedes, mas não conseguiu informações. “Muitas pessoas que estavam nas minhas casas eram de São Paulo e eu não tenho os contatos. Quando corri do desabamento perdi meu celular. Estou usando o celular de outras pessoas. Eu queria que as pessoas que sobreviveram viessem para reconhecer os corpos e dar alguma informação. Eu não sei se estão vivas ou mortas.”

Outra moradora que se identificou apenas como Graziele ficou ferida quando sua casa foi atingida pelo deslizamento e passou por atendimento no Verdescola. “O que aconteceu é surreal. Graças a Deus estou viva, mas me machuquei muito. Tenho machucados nos braços, no rosto, na mão. Perdi tudo e minha família também perdeu todas as coisas.”

Graziele contou que, quando sua casa começou a desmoronar, ela usou seu corpo para proteger o filho, de 4 anos. Ela acabou sendo atingida por pedaços de madeira e telhas, mas o filho ficou a salvo. “Foi instinto de mãe de verdade, pois se não fosse isso, meu filho não estaria aqui hoje, comigo”, disse.

Ela relatou que os desabrigados estão precisando de ajuda. “Estamos dependendo de ajuda para comer, beber água, vestir, dormir. Sei que muitas pessoas estão doando, mas está difícil de chegar até aqui, pois a estrada está bloqueada”, disse.

SOROCABA - A dona de casa Jucélia Maria Ribeiro dos Santos, que morava há 16 anos na Barra do Sahy, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, onde uma encosta deslizou e atingiu cerca de 50 casas, matando mais de 20 pessoas, contou ter perdido cinco casas, levadas pela avalanche que desceu da serra. Ela conseguiu escapar e salvar seu cachorro. Seu marido ficou sob os escombros, mas foi resgatado com ferimentos graves. Ele está internado no Hospital Regional de Caraguatatuba.

Abrigada no Instituto Verdescola, nesta segunda-feira, 20, ela buscava notícias dos seus hóspedes. “Eu tinha quatro casas de aluguel na vila e eu alugava para quem vinha passear. Agora no feriado do Carnaval, tinha 30 pessoas nessas casas e eu acho que, delas todas, só restou umas oito ou dez pessoas que eu consegui ver. Eu me salvei porque quando ouvi o estrondo eu saí correndo junto com o cachorro. Meu marido ficou e quebrou as duas pernas e a bacia.”

Rodovia Dr. Manoel Hipolito do Rego, estrada Rio-Santos, altura do km 159 no município de São Sebastiao, com duas faixas interditadas por deslizamento após forte chuva que caiu nos últimos dois dias no Litoral Norte de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo Jucélia, sua casa e as quatro que alugava, todas vizinhas, estão agora cobertas de lama. “As minhas casas desceram tudo. A Vila Baiana desceu inteira, tem muita gente morta e muita gente desaparecida. A gente não sabe mais a quantidade certa. Não dá para ir lá porque está tudo fechado pela Defesa Civil.”

A moradora disse que já procurou pelos hóspedes, mas não conseguiu informações. “Muitas pessoas que estavam nas minhas casas eram de São Paulo e eu não tenho os contatos. Quando corri do desabamento perdi meu celular. Estou usando o celular de outras pessoas. Eu queria que as pessoas que sobreviveram viessem para reconhecer os corpos e dar alguma informação. Eu não sei se estão vivas ou mortas.”

Outra moradora que se identificou apenas como Graziele ficou ferida quando sua casa foi atingida pelo deslizamento e passou por atendimento no Verdescola. “O que aconteceu é surreal. Graças a Deus estou viva, mas me machuquei muito. Tenho machucados nos braços, no rosto, na mão. Perdi tudo e minha família também perdeu todas as coisas.”

Graziele contou que, quando sua casa começou a desmoronar, ela usou seu corpo para proteger o filho, de 4 anos. Ela acabou sendo atingida por pedaços de madeira e telhas, mas o filho ficou a salvo. “Foi instinto de mãe de verdade, pois se não fosse isso, meu filho não estaria aqui hoje, comigo”, disse.

Ela relatou que os desabrigados estão precisando de ajuda. “Estamos dependendo de ajuda para comer, beber água, vestir, dormir. Sei que muitas pessoas estão doando, mas está difícil de chegar até aqui, pois a estrada está bloqueada”, disse.

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