Cocaína em carga de açúcar: Receita realiza maior apreensão do ano no Porto de Santos


Órgão encontrou 880 quilos da droga em contêineres no terminal do litoral paulista. Destino final era o continente africano

Por Ítalo Lo Re
Atualização: Correção:

A Receita Federal realizou na manhã desta terça-feira, 2, a maior apreensão de droga do ano no Porto de Santos: 882 quilos de cocaína foram interceptados em só um contêiner. A carga estava escondida em meio a uma remessa de 677 toneladas de açúcar.

Conforme o órgão, o entorpecente foi encontrado durante a execução de trabalhos de vigilância e repressão aduaneiras, realizados continuamente por equipes da Alfândega do Porto de Santos. A identificação da carga ilícita contou com auxílio de um cão farejador.

Receita apreende quase 900kg de cocaína em sacos de açúcar em navio com destino à África
Receita apreende quase 900kg de cocaína em sacos de açúcar em navio com destino à África Foto: Receita Federal/Divulgação
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A Receita informou que a carga estava acondicionada em um entre 25 contêineres que tinham como destino a Guiné, na África Ocidental. Antes, o navio que receberia o carregamento ainda faria baldeação no porto de Antuérpia, na Bélgica, o que dificulta a compreensão de qual seria o destinatário final.

“Como a Europa é um grande consumidor da cocaína, mais provavelmente a droga iria ser retirada ainda por lá”, afirma ao Estadão Richard Neubarth, delegado da Alfândega da Receita Federal do Porto de Santos.

Ainda assim, ele não descarta a possibilidade de a droga estar sendo enviada para outro continente. “Tanto a Antuérpia quanto Roterdã (na Holanda) são hubs e, de lá, há não só a distribuição interna (da droga), como para Ásia, África, entre outros continentes”, afirma Neuberth.

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Quando a droga foi encontrada, as cargas de açúcar já haviam passado pelos scanners e estavam dentro do terminal aguardando para embarcar. Segundo ele, mais de 12 mil contêineres entram ou saem por dia do porto, o que redobra a necessidade de a Receita ser precisa nas averiguações.

“As organizações criminosas hoje em dia colocam (os carregamentos) de uma forma para que a droga passe ‘invisível’ mesmo pela análise da imagem do scanner, então geralmente é uma combinação de dados (para determinar os alvos das inspeções)”, afirma Neubarth.

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Como mostrou o Estadão, o Primeiro Comando da Capital (PCC), principal organização criminosa a operar no Porto de Santos, aumentou o envio de drogas para a África como forma para aumentar seu lucro com o tráfico internacional de cocaína.

A Europa, de todo modo, segue como o principal destino dos carregamentos que saem daqui. Por lá, o grama da cocaína pode chegar a US$ 85 (R$ 480, na cotação atual). Em países vizinhos ao Brasil, como Colômbia, Peru e Bolívia, a mesma quantidade pode ser comprada por apenas US$ 1 (R$ 5,65).

Identificação da carga ilícita contou com auxílio de um cão farejador Foto: Receita Federal
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De acordo com a Receita, para tentar driblar a fiscalização, a droga apreendida nesta terça-feira estava cuidadosamente oculta em 20 sacas de ráfia em um só contêiner.

Após confirmada a “contaminação” (quando há presença de droga em meio a cargas aparentemente lícitas), a Polícia Federal foi acionada para os procedimentos de polícia judiciária da União e para realizar a perícia no local onde a cocaína foi encontrada, a fim de subsidiar a investigação.

PCC foca em cascos de navio

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Como mostrou o Estadão neste ano, por mais que o tráfico via contêineres seja mais “tradicional”, uma tática que tem ganhado força no período recente é o uso de “caixas de mar” (recipientes localizados no casco). Isso porque, no envio de cargas para Europa e África, o tráfico via contêiner tem mais risco: a regra é de que sejam vasculhadas por scanners logo na chegada aos terminais.

Equipes do Exército atuam no Porto de Santos para auxiliar na interceptação de pacotes com droga Foto: Tiago Queiroz/Estadão

No último ano, 1,68 tonelada de cocaína foi apreendida em cascos de navios no Porto de Santos por mergulhadores militares, mais do que o triplo do que os 483 quilos interceptados em 2020, segundo balanço da Marinha obtido com exclusividade pelo Estadão.

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Dados da Alfândega de Santos reunidos pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP mostram como o tráfico submarino tem crescido. Em 2020, a proporção de droga achada em cascos de navios era de 2,3% do montante. Em 2023, só até agosto, a fatia saltou para 13,5%.

As investigações apontam que, em geral, os pacotes são levados aos navios de duas formas: por pequenas lanchas, que se movimentam principalmente à noite com luzes apagadas, ou por mergulhadores, que saem de áreas de mata ou de embarcações mais afastadas.

A Receita Federal realizou na manhã desta terça-feira, 2, a maior apreensão de droga do ano no Porto de Santos: 882 quilos de cocaína foram interceptados em só um contêiner. A carga estava escondida em meio a uma remessa de 677 toneladas de açúcar.

Conforme o órgão, o entorpecente foi encontrado durante a execução de trabalhos de vigilância e repressão aduaneiras, realizados continuamente por equipes da Alfândega do Porto de Santos. A identificação da carga ilícita contou com auxílio de um cão farejador.

Receita apreende quase 900kg de cocaína em sacos de açúcar em navio com destino à África Foto: Receita Federal/Divulgação

A Receita informou que a carga estava acondicionada em um entre 25 contêineres que tinham como destino a Guiné, na África Ocidental. Antes, o navio que receberia o carregamento ainda faria baldeação no porto de Antuérpia, na Bélgica, o que dificulta a compreensão de qual seria o destinatário final.

“Como a Europa é um grande consumidor da cocaína, mais provavelmente a droga iria ser retirada ainda por lá”, afirma ao Estadão Richard Neubarth, delegado da Alfândega da Receita Federal do Porto de Santos.

Ainda assim, ele não descarta a possibilidade de a droga estar sendo enviada para outro continente. “Tanto a Antuérpia quanto Roterdã (na Holanda) são hubs e, de lá, há não só a distribuição interna (da droga), como para Ásia, África, entre outros continentes”, afirma Neuberth.

Quando a droga foi encontrada, as cargas de açúcar já haviam passado pelos scanners e estavam dentro do terminal aguardando para embarcar. Segundo ele, mais de 12 mil contêineres entram ou saem por dia do porto, o que redobra a necessidade de a Receita ser precisa nas averiguações.

“As organizações criminosas hoje em dia colocam (os carregamentos) de uma forma para que a droga passe ‘invisível’ mesmo pela análise da imagem do scanner, então geralmente é uma combinação de dados (para determinar os alvos das inspeções)”, afirma Neubarth.

Como mostrou o Estadão, o Primeiro Comando da Capital (PCC), principal organização criminosa a operar no Porto de Santos, aumentou o envio de drogas para a África como forma para aumentar seu lucro com o tráfico internacional de cocaína.

A Europa, de todo modo, segue como o principal destino dos carregamentos que saem daqui. Por lá, o grama da cocaína pode chegar a US$ 85 (R$ 480, na cotação atual). Em países vizinhos ao Brasil, como Colômbia, Peru e Bolívia, a mesma quantidade pode ser comprada por apenas US$ 1 (R$ 5,65).

Identificação da carga ilícita contou com auxílio de um cão farejador Foto: Receita Federal

De acordo com a Receita, para tentar driblar a fiscalização, a droga apreendida nesta terça-feira estava cuidadosamente oculta em 20 sacas de ráfia em um só contêiner.

Após confirmada a “contaminação” (quando há presença de droga em meio a cargas aparentemente lícitas), a Polícia Federal foi acionada para os procedimentos de polícia judiciária da União e para realizar a perícia no local onde a cocaína foi encontrada, a fim de subsidiar a investigação.

PCC foca em cascos de navio

Como mostrou o Estadão neste ano, por mais que o tráfico via contêineres seja mais “tradicional”, uma tática que tem ganhado força no período recente é o uso de “caixas de mar” (recipientes localizados no casco). Isso porque, no envio de cargas para Europa e África, o tráfico via contêiner tem mais risco: a regra é de que sejam vasculhadas por scanners logo na chegada aos terminais.

Equipes do Exército atuam no Porto de Santos para auxiliar na interceptação de pacotes com droga Foto: Tiago Queiroz/Estadão

No último ano, 1,68 tonelada de cocaína foi apreendida em cascos de navios no Porto de Santos por mergulhadores militares, mais do que o triplo do que os 483 quilos interceptados em 2020, segundo balanço da Marinha obtido com exclusividade pelo Estadão.

Dados da Alfândega de Santos reunidos pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP mostram como o tráfico submarino tem crescido. Em 2020, a proporção de droga achada em cascos de navios era de 2,3% do montante. Em 2023, só até agosto, a fatia saltou para 13,5%.

As investigações apontam que, em geral, os pacotes são levados aos navios de duas formas: por pequenas lanchas, que se movimentam principalmente à noite com luzes apagadas, ou por mergulhadores, que saem de áreas de mata ou de embarcações mais afastadas.

A Receita Federal realizou na manhã desta terça-feira, 2, a maior apreensão de droga do ano no Porto de Santos: 882 quilos de cocaína foram interceptados em só um contêiner. A carga estava escondida em meio a uma remessa de 677 toneladas de açúcar.

Conforme o órgão, o entorpecente foi encontrado durante a execução de trabalhos de vigilância e repressão aduaneiras, realizados continuamente por equipes da Alfândega do Porto de Santos. A identificação da carga ilícita contou com auxílio de um cão farejador.

Receita apreende quase 900kg de cocaína em sacos de açúcar em navio com destino à África Foto: Receita Federal/Divulgação

A Receita informou que a carga estava acondicionada em um entre 25 contêineres que tinham como destino a Guiné, na África Ocidental. Antes, o navio que receberia o carregamento ainda faria baldeação no porto de Antuérpia, na Bélgica, o que dificulta a compreensão de qual seria o destinatário final.

“Como a Europa é um grande consumidor da cocaína, mais provavelmente a droga iria ser retirada ainda por lá”, afirma ao Estadão Richard Neubarth, delegado da Alfândega da Receita Federal do Porto de Santos.

Ainda assim, ele não descarta a possibilidade de a droga estar sendo enviada para outro continente. “Tanto a Antuérpia quanto Roterdã (na Holanda) são hubs e, de lá, há não só a distribuição interna (da droga), como para Ásia, África, entre outros continentes”, afirma Neuberth.

Quando a droga foi encontrada, as cargas de açúcar já haviam passado pelos scanners e estavam dentro do terminal aguardando para embarcar. Segundo ele, mais de 12 mil contêineres entram ou saem por dia do porto, o que redobra a necessidade de a Receita ser precisa nas averiguações.

“As organizações criminosas hoje em dia colocam (os carregamentos) de uma forma para que a droga passe ‘invisível’ mesmo pela análise da imagem do scanner, então geralmente é uma combinação de dados (para determinar os alvos das inspeções)”, afirma Neubarth.

Como mostrou o Estadão, o Primeiro Comando da Capital (PCC), principal organização criminosa a operar no Porto de Santos, aumentou o envio de drogas para a África como forma para aumentar seu lucro com o tráfico internacional de cocaína.

A Europa, de todo modo, segue como o principal destino dos carregamentos que saem daqui. Por lá, o grama da cocaína pode chegar a US$ 85 (R$ 480, na cotação atual). Em países vizinhos ao Brasil, como Colômbia, Peru e Bolívia, a mesma quantidade pode ser comprada por apenas US$ 1 (R$ 5,65).

Identificação da carga ilícita contou com auxílio de um cão farejador Foto: Receita Federal

De acordo com a Receita, para tentar driblar a fiscalização, a droga apreendida nesta terça-feira estava cuidadosamente oculta em 20 sacas de ráfia em um só contêiner.

Após confirmada a “contaminação” (quando há presença de droga em meio a cargas aparentemente lícitas), a Polícia Federal foi acionada para os procedimentos de polícia judiciária da União e para realizar a perícia no local onde a cocaína foi encontrada, a fim de subsidiar a investigação.

PCC foca em cascos de navio

Como mostrou o Estadão neste ano, por mais que o tráfico via contêineres seja mais “tradicional”, uma tática que tem ganhado força no período recente é o uso de “caixas de mar” (recipientes localizados no casco). Isso porque, no envio de cargas para Europa e África, o tráfico via contêiner tem mais risco: a regra é de que sejam vasculhadas por scanners logo na chegada aos terminais.

Equipes do Exército atuam no Porto de Santos para auxiliar na interceptação de pacotes com droga Foto: Tiago Queiroz/Estadão

No último ano, 1,68 tonelada de cocaína foi apreendida em cascos de navios no Porto de Santos por mergulhadores militares, mais do que o triplo do que os 483 quilos interceptados em 2020, segundo balanço da Marinha obtido com exclusividade pelo Estadão.

Dados da Alfândega de Santos reunidos pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP mostram como o tráfico submarino tem crescido. Em 2020, a proporção de droga achada em cascos de navios era de 2,3% do montante. Em 2023, só até agosto, a fatia saltou para 13,5%.

As investigações apontam que, em geral, os pacotes são levados aos navios de duas formas: por pequenas lanchas, que se movimentam principalmente à noite com luzes apagadas, ou por mergulhadores, que saem de áreas de mata ou de embarcações mais afastadas.