Greve do Metrô de SP: Justiça barra liberar catracas e ordena volta; linhas têm operação parcial


Paralisação afetou o serviço ao longo do dia e causou problemas para o deslocamento na capital paulista. No fim da tarde, a companhia anunciou uma retomada parcial do transporte

Por Renata Okumura , Stephanie Araújo e Leon Ferrari
Atualização:

Por causa da greve dos metroviários, que começou à 0h desta quinta-feira, 23, quatro linhas da Companhia do Metropolitano do Estado de São Paulo (Metrô) amanheceram sem funcionamento. Diante disso, os ônibus circulam com frota completa e o rodízio está suspenso. As linhas afetadas – 1 (Azul), 2 (Verde), 3 (Vermelha) e 15 (Prata-Monotrilho) – transportam cerca de 2,8 milhões de pessoas por dia.

No fim da tarde, o Metrô informou ter retomado a operação parcial das linhas, serviço previsto para ocorrer até 20h. A Linha 1-Azul funciona entre as estações Ana Rosa e Luz; a Linha 2-Verde, entre Alto do Ipiranga e Clínicas; a Linha 3-Vermelha, entre Santa Cecília e Bresser-Mooca. A Linha 15-Prata segue fechada.

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Por volta das 9 horas, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia autorizado, pela primeira vez na história, a abertura das catracas, sem cobrança de tarifa, o que era reivindicado pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo. Passageiros começaram, então, a aguardar a reabertura na frente das estações.

Já passava do meio-dia quando foi divulgada decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que impediu a liberação das catracas e determinou o funcionamento de, no mínimo, 60% do serviço no horário normal e de 80% no pico (das 6h às 9h da manhã e das 16h às 19h). Caso descumpra a liminar, o sindicato pode receber multa diária de R$ 500 mil.

A liminar foi concedida a pedido do próprio Metrô, que pleiteava retomar 100% nos horários de pico, e 80% nos demais, além da cassação da “catraca livre”. O desembargador Ricardo Apostólico Silva destacou a falta de acordo sobre liberar catracas e a impossibilidade de determinar a volta integral das atividades, sob risco de esvaziar o movimento.

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Ainda sobre a liberação das catracas, o magistrado avaliou que a medida “poderia submeter o sistema ao recebimento de usuários acima do regular, diante de evidente migração de passageiros de outros meios de transporte, causando colapso e pondo em risco a segurança dos trabalhadores e dos próprios usuários, além de danos aos equipamentos e estrutura das estações”.

No início da tarde, os metroviários se reuniram em assembleia e decidiram manter a paralisação. Segundo o sindicato, houve “quebra de acordo do governo Tarcísio sobre a liberação das catracas, enganando e prejudicando tanto a população quanto os metroviários, que prontamente voltaram aos postos de trabalho”.

Em meio as idas e vindas de decisões, passageiros se diziam confusos e frustrados. “Cheguei à 7h sem saber da greve. Esperei mais um pouco porque ouvi da liberação total das catracas. Mas depois, ouvi que a decisão tinha sido suspensa. É muito transtorno e confusão para quem depende do transporte público”, disse a diarista Josefina Mendes, de 53 anos, que precisava chegar na estação Santa Cruz, na zona sul, às 8h, mas nem não conseguiu sair de Artur Alvim, na zona leste.

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Tatiana Moraes, de 45 anos, trabalha como vendedora no Shopping Villa-Lobos, na zona oeste da cidade. Quando soube da possível liberação total das catracas, ela decidiu vir para a estação Arthur Alvim. Chegou perto das 11h e permaneceu até pouco depois do meio-dia, quando soube da mudança da decisão. “É muito ruim essa indecisão. Muitos passageiros aguardavam na expectativa de o Metrô funcionar, mas cada hora era uma informação”, afirmou.

Em alguns momentos, entre a decisão da liberação das catracas e a determinação da Justiça, algumas pessoas chegaram a sacudir os portões que ficam em frente às catracas da estação.

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Acusações

Uma audiência de conciliação está prevista para o fim da tarde no TRT. Em entrevista coletiva, por volta das 14h, o sindicato falou sobre a decisão de continuar com a greve. Eles acusaram o governador de mentir e “driblar” a classe, a população e a imprensa, além de contestarem a liminar da Justiça do Trabalho, em que o desembargador afirmou que o sistema poderia colapsar com catraca livre.

Camila Lisboa, presidente do sindicato, narrou a cronologia dos acontecimentos desse primeiro dia de greve. Segundo ela, uma juíza deu aval para que a catraca livre fosse proposta e, por isso, por volta da meia-noite, os trabalhadores se reuniram, votaram e aprovaram o “desafio” a Tarcísio. “A gente sempre fez esse desafio e fizemos pensando na população, porque a gente sabe do impacto da nossa greve.”

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Depois, já de manhã, por volta das 8h, Camila disse ter recebido telefonema e carta do presidente do Metrô, que, na visão dela, teria anuência do governador, aceitando a catraca livre. Com isso, afirmou, fizeram uma live no canal do sindicato e convocaram os trabalhadores para irem às estações. “Temos provas de que os trabalhadores estavam com seus postos de trabalho para fazer o metrô funcionar, esperando autorização operacional do metrô, que não veio.”

Na entrevista, eles apresentaram vídeos das equipes nas estações paralisadas. Para os trabalhadores, ao mesmo tempo em que Tarcísio anunciava a liberação das catracas, buscava o mandado de segurança que impedia a medida e determinava o retorno da operação, que resultou em decisão divulgada por volta das 12h. “O governador Tarcísio mentiu pra imprensa, mentiu para população e mentiu para os metroviários”, afirmou Camila.

Procurado, o governo de São Paulo não comentou as acusações.

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Rotas alternativas e apps caros

Ao longo da manhã, passageiros foram pegos de surpresa com a greve e tiveram de improvisar e buscar rotas alternativas para chegar ao trabalho ou a compromissos. Sem Metrô e com ônibus lotados, os passageiros que optavam por usar carros de aplicativo reclamavam dos altos preços e da demora.

Movimentação de passageiros na estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

.Na Estação Corinthians-Itaquera (zona leste), da Linha 3-Vermelha, foi grande a movimentação de pessoas ao longo da manhã. A opção, além dos ônibus do terminal, era utilizar os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que funcionam normalmente. Em Artur Alvim, também na zona leste, havia dificuldade de embarcar nos ônibus lotados.

Por volta das 9h, na Estação Arthur Alvim do Metrô, na zona leste, a liberação das catracas era anunciada nos alto-falantes. Na frente do portão de acesso à estação, que permanecia fechado, seguranças disseram que os funcionários já estavam a caminho. Assim que chegassem, afirmaram, a catraca seria liberada gratuitamente para todos, o que não aconteceu.

Cartazes no Metrô falavam sobre o funcionamento alterado do Metrô nesta quinta-feira Foto: Werther Santana/Estadão

O que está parado e o que está funcionando?

Segundo o Metrô de São Paulo, o serviço funciona da seguinte maneira às 17h30:

  • Linha 1-Azul: funcionamento entre as estações Ana Rosa e Luz
  • Linha 2-Verde: funcionamento entre as estações Clínicas e Alto do Ipiranga
  • Linha 3-Vermelha: funcionamento entre Santa Cecília e Bresser-Mooca
  • Linha 15-Prata (monotrilho): paralisada

A CPTM destacou em nota que todas as transferências para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha também permanecem fechadas em todas as estações com conexão à companhia.

O serviço Expresso linha 10 que circula entre as estações Santo André e Tamanduareí também está suspenso essa manhã “em razão da integração com o metrô da Estação Tamanduareí, da linha 10-Turquesa, estar fechada”, diz nota.

Quais linhas de metrô estão funcionando? E a CPTM?

As cinco linhas da CPTM, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, dentre elas as linhas:

  • Linha 4-Amarela (funciona normalmente nas estações da Luz e Barra Funda)
  • Linha 5-Lilás
  • Linha 8-Diamante (funciona normalmente nas estações da Luz e Barra Funda)
  • Linha 9-Esmeralda
  • Além disso, os ônibus também circulam com 100% da frota e para quem saíra de carro, o rodízio está suspenso.

Rodízio de veículos suspenso

O rodízio municipal de veículos permanece suspenso nesta quinta-feira, durante todo o dia, em razão da greve dos metroviários.

Continuam valendo normalmente o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões) e as demais restrições; Zona Azul é mantida

  • Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC)
  • Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF)
  • Zona Azul
  • Proibições de circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus

Reivindicações

Entre as reivindicações, os metroviários pedem o fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo, o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários, e também o pagamento de um abono em troca da Participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassada aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022.

Em nota, o Metrô disse ter “empenhado todos os esforços para atender aos pleitos do Sindicato, em acordo com a realidade econômica da companhia”. “Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019.”

A companhia disse ainda que “cumpre integralmente com o Acordo Coletivo de Trabalho e com a regra estabelecida para a política de progressão salarial aos seus funcionários”.

Com greve dos metroviários iniciada às 0h desta quinta-feira, 23, usuários do Metrô de São Paulo encontraram portões trancados e linhas paralisadas.  Foto: Werther Santana/Estadão


Por causa da greve dos metroviários, que começou à 0h desta quinta-feira, 23, quatro linhas da Companhia do Metropolitano do Estado de São Paulo (Metrô) amanheceram sem funcionamento. Diante disso, os ônibus circulam com frota completa e o rodízio está suspenso. As linhas afetadas – 1 (Azul), 2 (Verde), 3 (Vermelha) e 15 (Prata-Monotrilho) – transportam cerca de 2,8 milhões de pessoas por dia.

No fim da tarde, o Metrô informou ter retomado a operação parcial das linhas, serviço previsto para ocorrer até 20h. A Linha 1-Azul funciona entre as estações Ana Rosa e Luz; a Linha 2-Verde, entre Alto do Ipiranga e Clínicas; a Linha 3-Vermelha, entre Santa Cecília e Bresser-Mooca. A Linha 15-Prata segue fechada.

Por volta das 9 horas, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia autorizado, pela primeira vez na história, a abertura das catracas, sem cobrança de tarifa, o que era reivindicado pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo. Passageiros começaram, então, a aguardar a reabertura na frente das estações.

Já passava do meio-dia quando foi divulgada decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que impediu a liberação das catracas e determinou o funcionamento de, no mínimo, 60% do serviço no horário normal e de 80% no pico (das 6h às 9h da manhã e das 16h às 19h). Caso descumpra a liminar, o sindicato pode receber multa diária de R$ 500 mil.

A liminar foi concedida a pedido do próprio Metrô, que pleiteava retomar 100% nos horários de pico, e 80% nos demais, além da cassação da “catraca livre”. O desembargador Ricardo Apostólico Silva destacou a falta de acordo sobre liberar catracas e a impossibilidade de determinar a volta integral das atividades, sob risco de esvaziar o movimento.

Ainda sobre a liberação das catracas, o magistrado avaliou que a medida “poderia submeter o sistema ao recebimento de usuários acima do regular, diante de evidente migração de passageiros de outros meios de transporte, causando colapso e pondo em risco a segurança dos trabalhadores e dos próprios usuários, além de danos aos equipamentos e estrutura das estações”.

No início da tarde, os metroviários se reuniram em assembleia e decidiram manter a paralisação. Segundo o sindicato, houve “quebra de acordo do governo Tarcísio sobre a liberação das catracas, enganando e prejudicando tanto a população quanto os metroviários, que prontamente voltaram aos postos de trabalho”.

Em meio as idas e vindas de decisões, passageiros se diziam confusos e frustrados. “Cheguei à 7h sem saber da greve. Esperei mais um pouco porque ouvi da liberação total das catracas. Mas depois, ouvi que a decisão tinha sido suspensa. É muito transtorno e confusão para quem depende do transporte público”, disse a diarista Josefina Mendes, de 53 anos, que precisava chegar na estação Santa Cruz, na zona sul, às 8h, mas nem não conseguiu sair de Artur Alvim, na zona leste.

Tatiana Moraes, de 45 anos, trabalha como vendedora no Shopping Villa-Lobos, na zona oeste da cidade. Quando soube da possível liberação total das catracas, ela decidiu vir para a estação Arthur Alvim. Chegou perto das 11h e permaneceu até pouco depois do meio-dia, quando soube da mudança da decisão. “É muito ruim essa indecisão. Muitos passageiros aguardavam na expectativa de o Metrô funcionar, mas cada hora era uma informação”, afirmou.

Em alguns momentos, entre a decisão da liberação das catracas e a determinação da Justiça, algumas pessoas chegaram a sacudir os portões que ficam em frente às catracas da estação.

Acusações

Uma audiência de conciliação está prevista para o fim da tarde no TRT. Em entrevista coletiva, por volta das 14h, o sindicato falou sobre a decisão de continuar com a greve. Eles acusaram o governador de mentir e “driblar” a classe, a população e a imprensa, além de contestarem a liminar da Justiça do Trabalho, em que o desembargador afirmou que o sistema poderia colapsar com catraca livre.

Camila Lisboa, presidente do sindicato, narrou a cronologia dos acontecimentos desse primeiro dia de greve. Segundo ela, uma juíza deu aval para que a catraca livre fosse proposta e, por isso, por volta da meia-noite, os trabalhadores se reuniram, votaram e aprovaram o “desafio” a Tarcísio. “A gente sempre fez esse desafio e fizemos pensando na população, porque a gente sabe do impacto da nossa greve.”

Depois, já de manhã, por volta das 8h, Camila disse ter recebido telefonema e carta do presidente do Metrô, que, na visão dela, teria anuência do governador, aceitando a catraca livre. Com isso, afirmou, fizeram uma live no canal do sindicato e convocaram os trabalhadores para irem às estações. “Temos provas de que os trabalhadores estavam com seus postos de trabalho para fazer o metrô funcionar, esperando autorização operacional do metrô, que não veio.”

Na entrevista, eles apresentaram vídeos das equipes nas estações paralisadas. Para os trabalhadores, ao mesmo tempo em que Tarcísio anunciava a liberação das catracas, buscava o mandado de segurança que impedia a medida e determinava o retorno da operação, que resultou em decisão divulgada por volta das 12h. “O governador Tarcísio mentiu pra imprensa, mentiu para população e mentiu para os metroviários”, afirmou Camila.

Procurado, o governo de São Paulo não comentou as acusações.

Rotas alternativas e apps caros

Ao longo da manhã, passageiros foram pegos de surpresa com a greve e tiveram de improvisar e buscar rotas alternativas para chegar ao trabalho ou a compromissos. Sem Metrô e com ônibus lotados, os passageiros que optavam por usar carros de aplicativo reclamavam dos altos preços e da demora.

Movimentação de passageiros na estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

.Na Estação Corinthians-Itaquera (zona leste), da Linha 3-Vermelha, foi grande a movimentação de pessoas ao longo da manhã. A opção, além dos ônibus do terminal, era utilizar os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que funcionam normalmente. Em Artur Alvim, também na zona leste, havia dificuldade de embarcar nos ônibus lotados.

Por volta das 9h, na Estação Arthur Alvim do Metrô, na zona leste, a liberação das catracas era anunciada nos alto-falantes. Na frente do portão de acesso à estação, que permanecia fechado, seguranças disseram que os funcionários já estavam a caminho. Assim que chegassem, afirmaram, a catraca seria liberada gratuitamente para todos, o que não aconteceu.

Cartazes no Metrô falavam sobre o funcionamento alterado do Metrô nesta quinta-feira Foto: Werther Santana/Estadão

O que está parado e o que está funcionando?

Segundo o Metrô de São Paulo, o serviço funciona da seguinte maneira às 17h30:

  • Linha 1-Azul: funcionamento entre as estações Ana Rosa e Luz
  • Linha 2-Verde: funcionamento entre as estações Clínicas e Alto do Ipiranga
  • Linha 3-Vermelha: funcionamento entre Santa Cecília e Bresser-Mooca
  • Linha 15-Prata (monotrilho): paralisada

A CPTM destacou em nota que todas as transferências para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha também permanecem fechadas em todas as estações com conexão à companhia.

O serviço Expresso linha 10 que circula entre as estações Santo André e Tamanduareí também está suspenso essa manhã “em razão da integração com o metrô da Estação Tamanduareí, da linha 10-Turquesa, estar fechada”, diz nota.

Quais linhas de metrô estão funcionando? E a CPTM?

As cinco linhas da CPTM, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, dentre elas as linhas:

  • Linha 4-Amarela (funciona normalmente nas estações da Luz e Barra Funda)
  • Linha 5-Lilás
  • Linha 8-Diamante (funciona normalmente nas estações da Luz e Barra Funda)
  • Linha 9-Esmeralda
  • Além disso, os ônibus também circulam com 100% da frota e para quem saíra de carro, o rodízio está suspenso.

Rodízio de veículos suspenso

O rodízio municipal de veículos permanece suspenso nesta quinta-feira, durante todo o dia, em razão da greve dos metroviários.

Continuam valendo normalmente o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões) e as demais restrições; Zona Azul é mantida

  • Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC)
  • Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF)
  • Zona Azul
  • Proibições de circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus

Reivindicações

Entre as reivindicações, os metroviários pedem o fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo, o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários, e também o pagamento de um abono em troca da Participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassada aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022.

Em nota, o Metrô disse ter “empenhado todos os esforços para atender aos pleitos do Sindicato, em acordo com a realidade econômica da companhia”. “Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019.”

A companhia disse ainda que “cumpre integralmente com o Acordo Coletivo de Trabalho e com a regra estabelecida para a política de progressão salarial aos seus funcionários”.

Com greve dos metroviários iniciada às 0h desta quinta-feira, 23, usuários do Metrô de São Paulo encontraram portões trancados e linhas paralisadas.  Foto: Werther Santana/Estadão


Por causa da greve dos metroviários, que começou à 0h desta quinta-feira, 23, quatro linhas da Companhia do Metropolitano do Estado de São Paulo (Metrô) amanheceram sem funcionamento. Diante disso, os ônibus circulam com frota completa e o rodízio está suspenso. As linhas afetadas – 1 (Azul), 2 (Verde), 3 (Vermelha) e 15 (Prata-Monotrilho) – transportam cerca de 2,8 milhões de pessoas por dia.

No fim da tarde, o Metrô informou ter retomado a operação parcial das linhas, serviço previsto para ocorrer até 20h. A Linha 1-Azul funciona entre as estações Ana Rosa e Luz; a Linha 2-Verde, entre Alto do Ipiranga e Clínicas; a Linha 3-Vermelha, entre Santa Cecília e Bresser-Mooca. A Linha 15-Prata segue fechada.

Por volta das 9 horas, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia autorizado, pela primeira vez na história, a abertura das catracas, sem cobrança de tarifa, o que era reivindicado pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo. Passageiros começaram, então, a aguardar a reabertura na frente das estações.

Já passava do meio-dia quando foi divulgada decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que impediu a liberação das catracas e determinou o funcionamento de, no mínimo, 60% do serviço no horário normal e de 80% no pico (das 6h às 9h da manhã e das 16h às 19h). Caso descumpra a liminar, o sindicato pode receber multa diária de R$ 500 mil.

A liminar foi concedida a pedido do próprio Metrô, que pleiteava retomar 100% nos horários de pico, e 80% nos demais, além da cassação da “catraca livre”. O desembargador Ricardo Apostólico Silva destacou a falta de acordo sobre liberar catracas e a impossibilidade de determinar a volta integral das atividades, sob risco de esvaziar o movimento.

Ainda sobre a liberação das catracas, o magistrado avaliou que a medida “poderia submeter o sistema ao recebimento de usuários acima do regular, diante de evidente migração de passageiros de outros meios de transporte, causando colapso e pondo em risco a segurança dos trabalhadores e dos próprios usuários, além de danos aos equipamentos e estrutura das estações”.

No início da tarde, os metroviários se reuniram em assembleia e decidiram manter a paralisação. Segundo o sindicato, houve “quebra de acordo do governo Tarcísio sobre a liberação das catracas, enganando e prejudicando tanto a população quanto os metroviários, que prontamente voltaram aos postos de trabalho”.

Em meio as idas e vindas de decisões, passageiros se diziam confusos e frustrados. “Cheguei à 7h sem saber da greve. Esperei mais um pouco porque ouvi da liberação total das catracas. Mas depois, ouvi que a decisão tinha sido suspensa. É muito transtorno e confusão para quem depende do transporte público”, disse a diarista Josefina Mendes, de 53 anos, que precisava chegar na estação Santa Cruz, na zona sul, às 8h, mas nem não conseguiu sair de Artur Alvim, na zona leste.

Tatiana Moraes, de 45 anos, trabalha como vendedora no Shopping Villa-Lobos, na zona oeste da cidade. Quando soube da possível liberação total das catracas, ela decidiu vir para a estação Arthur Alvim. Chegou perto das 11h e permaneceu até pouco depois do meio-dia, quando soube da mudança da decisão. “É muito ruim essa indecisão. Muitos passageiros aguardavam na expectativa de o Metrô funcionar, mas cada hora era uma informação”, afirmou.

Em alguns momentos, entre a decisão da liberação das catracas e a determinação da Justiça, algumas pessoas chegaram a sacudir os portões que ficam em frente às catracas da estação.

Acusações

Uma audiência de conciliação está prevista para o fim da tarde no TRT. Em entrevista coletiva, por volta das 14h, o sindicato falou sobre a decisão de continuar com a greve. Eles acusaram o governador de mentir e “driblar” a classe, a população e a imprensa, além de contestarem a liminar da Justiça do Trabalho, em que o desembargador afirmou que o sistema poderia colapsar com catraca livre.

Camila Lisboa, presidente do sindicato, narrou a cronologia dos acontecimentos desse primeiro dia de greve. Segundo ela, uma juíza deu aval para que a catraca livre fosse proposta e, por isso, por volta da meia-noite, os trabalhadores se reuniram, votaram e aprovaram o “desafio” a Tarcísio. “A gente sempre fez esse desafio e fizemos pensando na população, porque a gente sabe do impacto da nossa greve.”

Depois, já de manhã, por volta das 8h, Camila disse ter recebido telefonema e carta do presidente do Metrô, que, na visão dela, teria anuência do governador, aceitando a catraca livre. Com isso, afirmou, fizeram uma live no canal do sindicato e convocaram os trabalhadores para irem às estações. “Temos provas de que os trabalhadores estavam com seus postos de trabalho para fazer o metrô funcionar, esperando autorização operacional do metrô, que não veio.”

Na entrevista, eles apresentaram vídeos das equipes nas estações paralisadas. Para os trabalhadores, ao mesmo tempo em que Tarcísio anunciava a liberação das catracas, buscava o mandado de segurança que impedia a medida e determinava o retorno da operação, que resultou em decisão divulgada por volta das 12h. “O governador Tarcísio mentiu pra imprensa, mentiu para população e mentiu para os metroviários”, afirmou Camila.

Procurado, o governo de São Paulo não comentou as acusações.

Rotas alternativas e apps caros

Ao longo da manhã, passageiros foram pegos de surpresa com a greve e tiveram de improvisar e buscar rotas alternativas para chegar ao trabalho ou a compromissos. Sem Metrô e com ônibus lotados, os passageiros que optavam por usar carros de aplicativo reclamavam dos altos preços e da demora.

Movimentação de passageiros na estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

.Na Estação Corinthians-Itaquera (zona leste), da Linha 3-Vermelha, foi grande a movimentação de pessoas ao longo da manhã. A opção, além dos ônibus do terminal, era utilizar os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que funcionam normalmente. Em Artur Alvim, também na zona leste, havia dificuldade de embarcar nos ônibus lotados.

Por volta das 9h, na Estação Arthur Alvim do Metrô, na zona leste, a liberação das catracas era anunciada nos alto-falantes. Na frente do portão de acesso à estação, que permanecia fechado, seguranças disseram que os funcionários já estavam a caminho. Assim que chegassem, afirmaram, a catraca seria liberada gratuitamente para todos, o que não aconteceu.

Cartazes no Metrô falavam sobre o funcionamento alterado do Metrô nesta quinta-feira Foto: Werther Santana/Estadão

O que está parado e o que está funcionando?

Segundo o Metrô de São Paulo, o serviço funciona da seguinte maneira às 17h30:

  • Linha 1-Azul: funcionamento entre as estações Ana Rosa e Luz
  • Linha 2-Verde: funcionamento entre as estações Clínicas e Alto do Ipiranga
  • Linha 3-Vermelha: funcionamento entre Santa Cecília e Bresser-Mooca
  • Linha 15-Prata (monotrilho): paralisada

A CPTM destacou em nota que todas as transferências para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha também permanecem fechadas em todas as estações com conexão à companhia.

O serviço Expresso linha 10 que circula entre as estações Santo André e Tamanduareí também está suspenso essa manhã “em razão da integração com o metrô da Estação Tamanduareí, da linha 10-Turquesa, estar fechada”, diz nota.

Quais linhas de metrô estão funcionando? E a CPTM?

As cinco linhas da CPTM, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, dentre elas as linhas:

  • Linha 4-Amarela (funciona normalmente nas estações da Luz e Barra Funda)
  • Linha 5-Lilás
  • Linha 8-Diamante (funciona normalmente nas estações da Luz e Barra Funda)
  • Linha 9-Esmeralda
  • Além disso, os ônibus também circulam com 100% da frota e para quem saíra de carro, o rodízio está suspenso.

Rodízio de veículos suspenso

O rodízio municipal de veículos permanece suspenso nesta quinta-feira, durante todo o dia, em razão da greve dos metroviários.

Continuam valendo normalmente o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões) e as demais restrições; Zona Azul é mantida

  • Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC)
  • Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF)
  • Zona Azul
  • Proibições de circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus

Reivindicações

Entre as reivindicações, os metroviários pedem o fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo, o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários, e também o pagamento de um abono em troca da Participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassada aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022.

Em nota, o Metrô disse ter “empenhado todos os esforços para atender aos pleitos do Sindicato, em acordo com a realidade econômica da companhia”. “Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019.”

A companhia disse ainda que “cumpre integralmente com o Acordo Coletivo de Trabalho e com a regra estabelecida para a política de progressão salarial aos seus funcionários”.

Com greve dos metroviários iniciada às 0h desta quinta-feira, 23, usuários do Metrô de São Paulo encontraram portões trancados e linhas paralisadas.  Foto: Werther Santana/Estadão


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