A decisão do governo de reajustar as tarifas aeroportuárias tem um viés econômico, mas também operacional. Com os pátios dos principais terminais brasileiros superlotados, criar faixas de preço conforme o horário de uso não deixa de ser uma forma de induzir as companhias a alocar mais voos fora dos períodos de pico de demanda. Essa política, no entanto, pode fazer com que a conta pela falta de infraestrutura nos aeroportos seja paga pelos passageiros. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) já fala em transferir esse custo adicional para as tarifas. Estudo reservado do comando da Aeronáutica, divulgado em dezembro pelo Estado, apontava que, nos dez aeroportos mais movimentados do País, o déficit de vagas nos pátios era de 141 posições só para a aviação regular. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a necessidade de vagas equivale a 52% do total das 267 vagas existentes hoje nesses aeroportos.
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