Como agia quadrilha que roubava Ozempic e mais remédios; prejuízo supera R$ 1,2 milhão


Outro medicamento na mira dos criminosos era o Venvanse, indicado para tratamento do transtorno do déficit de atenção; dois suspeitos foram presos

Por Ítalo Lo Re
Atualização:

A Polícia Civil prendeu neste mês dois suspeitos de participar de um esquema para roubar medicamentos de farmácias de São Paulo e repassar para revenda em um mercado paralelo na internet. Ao menos 20 estabelecimentos foram assaltados pelo grupo, segundo as investigações.

Na mira dos criminosos, estavam principalmente dois remédios: o Ozempic, usado para tratamentos de diabete e obesidade, e o Venvanse, indicado para tratamento do transtorno do déficit de atenção. Pelo menos outros três suspeitos estão sendo procurados pela polícia. Entre eles, está um possível receptador.

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Polícia prende suspeito de envolvimento em roubos de medicamentos de alto custo em São Paulo. Foto: Divulgação/SSP

“Cada roubo acarretou um prejuízo de cerca de R$ 60 a R$ 80 mil às vítimas”, disse ao Estadão o delegado Pedro Ivo, titular da Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Como foram ao menos 20 casos, a quadrilha gerou, no mínimo, R$ 1,2 milhão de prejuízo às farmácias.

A Polícia Civil afirmou que o Venvanse era vendido em valor mais alto no mercado paralelo, uma vez que precisa de receita médica: saía por cerca de R$ 700, em vez de R$ 400. “Já o Ozempic, que tem venda liberada, custa cerca de R$ 1 mil e era vendido por uns R$ 800″, disse o delegado.

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As investigações sobre o esquema começaram há cerca de dois meses, a partir de informações recebidas pela Delegacia de Roubo a Bancos. Segundo Ivo, os investigadores conseguiram identificar alguns dos criminosos envolvidos com ajuda das vítimas, o que acelerou o trabalho policial.

“Um dos criminosos tinha uma tatuagem no pescoço com um nome escrito bastante chamativo. Elementos como esse marcavam um pouco as vítimas”, afirmou o delegado. “Foi possível identificar, por exemplo, que um desses rapazes roubou dez vezes a mesma farmácia.”

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Com base nas provas coletadas, a Justiça decretou a prisão temporária de três principais suspeitos. O primeiro deles, de 27 anos, foi encontrado na madrugada do último domingo, 3. O segundo, de 24 anos, foi preso nesta terça-feira, 5, na região do Brás. As investigações prosseguem para localizar o terceiro nome e outros possíveis alvos.

Um dos suspeitos foi encontrado com remédios refrigerados

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O delegado afirmou que o segundo suspeito preso, que estava hospedado em um pensão, foi encontrado com remédios justamente iguais aos roubados. “Encontramos com ele uma série desses remédios, ainda com refrigeração. Estavam em uma sacola, mas ainda gelados, um indicativo de que tinham sido retirados da geladeira havia pouco tempo”, disse.

Ivo afirmou que, a partir da apreensão, foi possível atestar, pelo número de lote, que os medicamentos em questão eram os provenientes de roubo. Além disso, um simulacro de arma de fogo foi apreendido com um dos suspeitos.

Conforme as investigações, os alvos do esquema eram principalmente farmácias de rede, que abrem durante a madrugada. “Eles pegavam a farmácia todas abertas, rendendo funcionário. Até levavam dinheiro do caixa, mas não era o alvo principal”, disse Ivo. “Faziam os roubos armados.”

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A maioria dos roubos, disse, eram a estabelecimentos de bairros como o Brás, Penha e Mooca, na zona leste, além de Moema, Saúde e Jabaquara, na sul. “Essa quadrilha tinha predileção pelas zonas leste, central e sul. Não iam muito para os extremos”, afirmou o delegado.

Não há indício de relação da quadrilha com grupos maiores, conforme o delegado. Ele afirmou ainda que não há exatamente um “cabeça” no esquema, mas funções que se revezam. “Era sempre um esquema parecido: um dirige e três ingressam (no estabelecimento para o roubo).”

Existem pelo menos outros dois suspeitos, já identificados, que ainda não foram encontrados. Além disso, há uma quinta pessoa foragida, que seria um receptador desses medicamentos. Conforme mapeado pela polícia, a venda, depois dos roubos, era feita pelas redes sociais. “Não era uma super estrutura para colocar em outras farmácias.”

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Ozempic está na mira de criminosos, apontam investigações

Em maio do ano passado, como mostrou o Estadão, homens armados assaltaram uma loja da Drogaria São Paulo, na zona sul de São Paulo, com objetivo específico: os remédios da geladeira. Policiais e funcionários afirmam que o foco era o Ozempic. Os clientes também foram assaltados, mas não houve feridos.

Ao menos seis assaltantes, armados com revólveres e pistolas, entraram na farmácia na Rua Maestro Cardim, renderam os clientes e funcionários, e mandaram que todos ficassem no chão. “Depois que renderam todo mundo, disseram: ‘cadê a geladeira?’”, contou na data um cliente de 44 anos que estava na farmácia no momento do assalto.

Produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o Ozempic é um remédio para tratar o diabete tipo 2 que virou febre entre quem quer perder peso, principalmente pela facilidade de compra sem receita. Especialistas, porém, alertam para riscos do uso indiscriminado e sem acompanhamento médico de produtos desse tipo.

Conforme o delegado Pedro Ivo, a percepção é que os roubos a farmácia têm crescido, muito em conta de uma demanda crescente por certos tipos de medicamentos. “Não é um aumento exponencial, mas foi detectada certa procura, principalmente por remédios de emagrecimento um pouco mais caros”, disse o delegado. “São os remédios da moda.”

Procurada, a Secretária da Saúde do Estado de São Paulo informou que não se pronuncia sobre o assunto. Já a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) disseram que, por enquanto, não vão se manifestar. / COLABOROU RENATA OKUMURA

A Polícia Civil prendeu neste mês dois suspeitos de participar de um esquema para roubar medicamentos de farmácias de São Paulo e repassar para revenda em um mercado paralelo na internet. Ao menos 20 estabelecimentos foram assaltados pelo grupo, segundo as investigações.

Na mira dos criminosos, estavam principalmente dois remédios: o Ozempic, usado para tratamentos de diabete e obesidade, e o Venvanse, indicado para tratamento do transtorno do déficit de atenção. Pelo menos outros três suspeitos estão sendo procurados pela polícia. Entre eles, está um possível receptador.

Polícia prende suspeito de envolvimento em roubos de medicamentos de alto custo em São Paulo. Foto: Divulgação/SSP

“Cada roubo acarretou um prejuízo de cerca de R$ 60 a R$ 80 mil às vítimas”, disse ao Estadão o delegado Pedro Ivo, titular da Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Como foram ao menos 20 casos, a quadrilha gerou, no mínimo, R$ 1,2 milhão de prejuízo às farmácias.

A Polícia Civil afirmou que o Venvanse era vendido em valor mais alto no mercado paralelo, uma vez que precisa de receita médica: saía por cerca de R$ 700, em vez de R$ 400. “Já o Ozempic, que tem venda liberada, custa cerca de R$ 1 mil e era vendido por uns R$ 800″, disse o delegado.

As investigações sobre o esquema começaram há cerca de dois meses, a partir de informações recebidas pela Delegacia de Roubo a Bancos. Segundo Ivo, os investigadores conseguiram identificar alguns dos criminosos envolvidos com ajuda das vítimas, o que acelerou o trabalho policial.

“Um dos criminosos tinha uma tatuagem no pescoço com um nome escrito bastante chamativo. Elementos como esse marcavam um pouco as vítimas”, afirmou o delegado. “Foi possível identificar, por exemplo, que um desses rapazes roubou dez vezes a mesma farmácia.”

Com base nas provas coletadas, a Justiça decretou a prisão temporária de três principais suspeitos. O primeiro deles, de 27 anos, foi encontrado na madrugada do último domingo, 3. O segundo, de 24 anos, foi preso nesta terça-feira, 5, na região do Brás. As investigações prosseguem para localizar o terceiro nome e outros possíveis alvos.

Um dos suspeitos foi encontrado com remédios refrigerados

O delegado afirmou que o segundo suspeito preso, que estava hospedado em um pensão, foi encontrado com remédios justamente iguais aos roubados. “Encontramos com ele uma série desses remédios, ainda com refrigeração. Estavam em uma sacola, mas ainda gelados, um indicativo de que tinham sido retirados da geladeira havia pouco tempo”, disse.

Ivo afirmou que, a partir da apreensão, foi possível atestar, pelo número de lote, que os medicamentos em questão eram os provenientes de roubo. Além disso, um simulacro de arma de fogo foi apreendido com um dos suspeitos.

Conforme as investigações, os alvos do esquema eram principalmente farmácias de rede, que abrem durante a madrugada. “Eles pegavam a farmácia todas abertas, rendendo funcionário. Até levavam dinheiro do caixa, mas não era o alvo principal”, disse Ivo. “Faziam os roubos armados.”

A maioria dos roubos, disse, eram a estabelecimentos de bairros como o Brás, Penha e Mooca, na zona leste, além de Moema, Saúde e Jabaquara, na sul. “Essa quadrilha tinha predileção pelas zonas leste, central e sul. Não iam muito para os extremos”, afirmou o delegado.

Não há indício de relação da quadrilha com grupos maiores, conforme o delegado. Ele afirmou ainda que não há exatamente um “cabeça” no esquema, mas funções que se revezam. “Era sempre um esquema parecido: um dirige e três ingressam (no estabelecimento para o roubo).”

Existem pelo menos outros dois suspeitos, já identificados, que ainda não foram encontrados. Além disso, há uma quinta pessoa foragida, que seria um receptador desses medicamentos. Conforme mapeado pela polícia, a venda, depois dos roubos, era feita pelas redes sociais. “Não era uma super estrutura para colocar em outras farmácias.”

Ozempic está na mira de criminosos, apontam investigações

Em maio do ano passado, como mostrou o Estadão, homens armados assaltaram uma loja da Drogaria São Paulo, na zona sul de São Paulo, com objetivo específico: os remédios da geladeira. Policiais e funcionários afirmam que o foco era o Ozempic. Os clientes também foram assaltados, mas não houve feridos.

Ao menos seis assaltantes, armados com revólveres e pistolas, entraram na farmácia na Rua Maestro Cardim, renderam os clientes e funcionários, e mandaram que todos ficassem no chão. “Depois que renderam todo mundo, disseram: ‘cadê a geladeira?’”, contou na data um cliente de 44 anos que estava na farmácia no momento do assalto.

Produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o Ozempic é um remédio para tratar o diabete tipo 2 que virou febre entre quem quer perder peso, principalmente pela facilidade de compra sem receita. Especialistas, porém, alertam para riscos do uso indiscriminado e sem acompanhamento médico de produtos desse tipo.

Conforme o delegado Pedro Ivo, a percepção é que os roubos a farmácia têm crescido, muito em conta de uma demanda crescente por certos tipos de medicamentos. “Não é um aumento exponencial, mas foi detectada certa procura, principalmente por remédios de emagrecimento um pouco mais caros”, disse o delegado. “São os remédios da moda.”

Procurada, a Secretária da Saúde do Estado de São Paulo informou que não se pronuncia sobre o assunto. Já a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) disseram que, por enquanto, não vão se manifestar. / COLABOROU RENATA OKUMURA

A Polícia Civil prendeu neste mês dois suspeitos de participar de um esquema para roubar medicamentos de farmácias de São Paulo e repassar para revenda em um mercado paralelo na internet. Ao menos 20 estabelecimentos foram assaltados pelo grupo, segundo as investigações.

Na mira dos criminosos, estavam principalmente dois remédios: o Ozempic, usado para tratamentos de diabete e obesidade, e o Venvanse, indicado para tratamento do transtorno do déficit de atenção. Pelo menos outros três suspeitos estão sendo procurados pela polícia. Entre eles, está um possível receptador.

Polícia prende suspeito de envolvimento em roubos de medicamentos de alto custo em São Paulo. Foto: Divulgação/SSP

“Cada roubo acarretou um prejuízo de cerca de R$ 60 a R$ 80 mil às vítimas”, disse ao Estadão o delegado Pedro Ivo, titular da Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Como foram ao menos 20 casos, a quadrilha gerou, no mínimo, R$ 1,2 milhão de prejuízo às farmácias.

A Polícia Civil afirmou que o Venvanse era vendido em valor mais alto no mercado paralelo, uma vez que precisa de receita médica: saía por cerca de R$ 700, em vez de R$ 400. “Já o Ozempic, que tem venda liberada, custa cerca de R$ 1 mil e era vendido por uns R$ 800″, disse o delegado.

As investigações sobre o esquema começaram há cerca de dois meses, a partir de informações recebidas pela Delegacia de Roubo a Bancos. Segundo Ivo, os investigadores conseguiram identificar alguns dos criminosos envolvidos com ajuda das vítimas, o que acelerou o trabalho policial.

“Um dos criminosos tinha uma tatuagem no pescoço com um nome escrito bastante chamativo. Elementos como esse marcavam um pouco as vítimas”, afirmou o delegado. “Foi possível identificar, por exemplo, que um desses rapazes roubou dez vezes a mesma farmácia.”

Com base nas provas coletadas, a Justiça decretou a prisão temporária de três principais suspeitos. O primeiro deles, de 27 anos, foi encontrado na madrugada do último domingo, 3. O segundo, de 24 anos, foi preso nesta terça-feira, 5, na região do Brás. As investigações prosseguem para localizar o terceiro nome e outros possíveis alvos.

Um dos suspeitos foi encontrado com remédios refrigerados

O delegado afirmou que o segundo suspeito preso, que estava hospedado em um pensão, foi encontrado com remédios justamente iguais aos roubados. “Encontramos com ele uma série desses remédios, ainda com refrigeração. Estavam em uma sacola, mas ainda gelados, um indicativo de que tinham sido retirados da geladeira havia pouco tempo”, disse.

Ivo afirmou que, a partir da apreensão, foi possível atestar, pelo número de lote, que os medicamentos em questão eram os provenientes de roubo. Além disso, um simulacro de arma de fogo foi apreendido com um dos suspeitos.

Conforme as investigações, os alvos do esquema eram principalmente farmácias de rede, que abrem durante a madrugada. “Eles pegavam a farmácia todas abertas, rendendo funcionário. Até levavam dinheiro do caixa, mas não era o alvo principal”, disse Ivo. “Faziam os roubos armados.”

A maioria dos roubos, disse, eram a estabelecimentos de bairros como o Brás, Penha e Mooca, na zona leste, além de Moema, Saúde e Jabaquara, na sul. “Essa quadrilha tinha predileção pelas zonas leste, central e sul. Não iam muito para os extremos”, afirmou o delegado.

Não há indício de relação da quadrilha com grupos maiores, conforme o delegado. Ele afirmou ainda que não há exatamente um “cabeça” no esquema, mas funções que se revezam. “Era sempre um esquema parecido: um dirige e três ingressam (no estabelecimento para o roubo).”

Existem pelo menos outros dois suspeitos, já identificados, que ainda não foram encontrados. Além disso, há uma quinta pessoa foragida, que seria um receptador desses medicamentos. Conforme mapeado pela polícia, a venda, depois dos roubos, era feita pelas redes sociais. “Não era uma super estrutura para colocar em outras farmácias.”

Ozempic está na mira de criminosos, apontam investigações

Em maio do ano passado, como mostrou o Estadão, homens armados assaltaram uma loja da Drogaria São Paulo, na zona sul de São Paulo, com objetivo específico: os remédios da geladeira. Policiais e funcionários afirmam que o foco era o Ozempic. Os clientes também foram assaltados, mas não houve feridos.

Ao menos seis assaltantes, armados com revólveres e pistolas, entraram na farmácia na Rua Maestro Cardim, renderam os clientes e funcionários, e mandaram que todos ficassem no chão. “Depois que renderam todo mundo, disseram: ‘cadê a geladeira?’”, contou na data um cliente de 44 anos que estava na farmácia no momento do assalto.

Produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o Ozempic é um remédio para tratar o diabete tipo 2 que virou febre entre quem quer perder peso, principalmente pela facilidade de compra sem receita. Especialistas, porém, alertam para riscos do uso indiscriminado e sem acompanhamento médico de produtos desse tipo.

Conforme o delegado Pedro Ivo, a percepção é que os roubos a farmácia têm crescido, muito em conta de uma demanda crescente por certos tipos de medicamentos. “Não é um aumento exponencial, mas foi detectada certa procura, principalmente por remédios de emagrecimento um pouco mais caros”, disse o delegado. “São os remédios da moda.”

Procurada, a Secretária da Saúde do Estado de São Paulo informou que não se pronuncia sobre o assunto. Já a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) disseram que, por enquanto, não vão se manifestar. / COLABOROU RENATA OKUMURA

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