Cracolândia: usuários de drogas depredam carros, ônibus e viatura no centro de SP; veja vídeo


Dependentes atacaram veículos e assustaram moradores e comerciantes da região. Polícia cercou fluxo e dois suspeitos foram presos

Por Ítalo Lo Re, Giovanna Castro e Caio Possati
Atualização:

Dependentes químicos frequentadores da Cracolândia, no centro de São Paulo, realizaram ataques a ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, no início da tarde desta terça-feira, 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas.

Usuários atacaram ônibus no centro de São Paulo Foto: Antonio Montana

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

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Segundo a Polícia Militar, a ação foi feita para liberação de via pública após uma denúncia de morador da região

Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Comerciantes relataram que cerca de 30 usuários pararam um ônibus de transporte público e um caminhão de lixo no cruzamento da Rua Vitória e a Alameda Barão de Limeira.

Em nota, a PM disse que duas pessoas ficaram feridas. “O cobrador de um dos coletivos sofreu uma luxação nos membros inferiores e foi encaminhado ao Hospital das Clínicas. Uma passageira teve escoriações leves e optou por não ser socorrida no momento”, informou a corporação.

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Policiais militares realizam isolamento na área da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

“Começaram a jogar pedra sem parar”, disse uma lojista de 53 anos. Proprietária de um comércio perto da Praça Julio Mesquita, ela conta que os funcionários baixaram as portas assim que ouviram os primeiros estilhaços de vidro. “Foi assustador”, conta. O movimento da loja, segundo ela, caiu pela metade desde que o fluxo passou a ficar por perto.

Um comerciante de 29 anos relatou que carros e pedestres que estavam na praça também foram atacados. “Uma menina de 15 anos veio dizer que teve o celular roubado, tinham uns que estavam com faca”, disse. Na rua, logo em frente à loja, havia estilhaços de vidros quebrados do ônibus. “Eles puxaram o motorista do caminhão de lixo pelo cangote.”

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A confusão só não foi pior, disseram comerciantes, porque a polícia chegou ao local cerca de cinco minutos depois. Ainda assim, o clima era de tensão na região, com muitos fechando as loja mais cedo e temendo novos episódios de violência. “Parecia que a intenção era quebrar tudo, colocar fogo no ônibus”, disse um lojista que não quis se identificar. “Nosso medo é que tenha mais disso hoje ainda.”

Uma moradora e comerciante da Santa Ifigênia de 71 anos disse que os lojistas foram ameaçados por dependentes químicos durante a dispersão do fluxo. “Passaram gritando ‘a gente vai quebrar tudo’”, contou ela, que tem uma loja na Rua Aurora. “Todo mundo começou a baixar as portas o mais rápido que podia.”

Ela afirma que quem estava na região foi afetado pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. “Nossos olhos começaram a lacrimejar, foi horrível. Até uns funcionários da prefeitura que estavam aqui perto vieram pedir ajuda”, disse. Sem planos para se mudar da região, a moradora relata que a preocupação da família com ela é frequente. “Sempre perguntam como estou.”

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Dois suspeitos foram presos

Após o quebra-quebra, a Polícia Militar confinou o fluxo da Cracolândia por cerca de uma hora na Rua dos Gusmões. Foram montados cordões de agentes nos cruzamentos da via com a Avenida Rio Branco e com a Rua Santa Ifigênia. Eles foram liberados pela polícia por volta de 16h.

Uma viatura também foi atacada no quebra-quebra da hora do almoço, segundo a PM. Um suspeito de ter depredado o veículo foi detido e conduzido ao 77.º DP. Uma segunda pessoas foi detida, mas as circunstâncias da prisão não foram detalhadas.

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“Quando houve a necessidade do emprego de agentes químicos, ou munição de impacto controlado, foi feito com aqueles que estavam mais exaltados e investindo contra as equipes”, relatou Eduardo Casagrande, capitão da Força Tática do 7.º batalhão da Polícia Militar.

Segundo o agente, foi necessário a utilização de aproximadamente 70 policiais, 10 viaturas e 15 motocicletas na ação. Ele estima que existam cerca de 200 usuários na região onde a Cracolândia se instalou. “Houve a apreensão do indivíduo que apedrejou a viatura, um indivíduo que era procurado pela Justiça. Ele foi conduzido para o 77.º Distrito, aqui na Alameda Glete”.

Após a desmobilização do cordão de agentes, Casagrande disse que o policiamento na região continua como diariamente é feito, com motocicletas, agentes a pé e viaturas.

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Em nota, a SPTrans, da Prefeitura, que gere o sistema de transporte público municipal, disse repudiar “os atos de vandalismo ocorridos com ao menos seis ônibus na região central no dia de hoje”. “A SPTrans mantém contato com a PM em relação às ocorrências de violência no transporte público e esclarece que todos os registros que recebe de usuários são comunicados ao setor de inteligência das autoridades policiais.”

O número de ônibus atacados informado pela SPTrans divergiu do quantitativo registrado pela Secretaria da Segurança, que falou em três ônibus danificados.

Ataques sucessivos

Relatos de ataques na região cresceram nos últimos meses, principalmente depois que os dependentes químicos, após ações policiais de combate ao tráfico de drogas, se dispersaram dos entornos da Praça Santa Isabel, onde ficavam concentrados até o ano passado. Desde então, os usuários não têm ponto fixo, e trocam de endereço com frequência.

No mês passado, um supermercado na Avenida Rio Branco foi invadido e saqueado por usuários, e um bar chegou a ser invadido. Dias antes, um carro foi apedrejado na rua Vitória, na Luz, também na região central da cidade, por dependentes que avançaram sobre o veículo. Em ambos os casos houve confronto com policiais.

Em abril, imagens gravadas por moradores da região também flagraram usuários saqueando uma farmácia e um mercado, e um restaurante sofreu uma tentativa de invasão no mesmo mês.

A tensão e o medo enfrentados por quem vive e trabalha no centro levou agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a extorquir comerciantes e condôminos em troca de proteção no entorno da Cracolândia, de acordo com relato de vítimas. A ação, ilegal e que foi flagrada em gravações, está sendo investigada pelo Ministério Público (MP).

A Controladoria Geral do Município e a Secretaria Municipal de Segurança Urbana solicitaram ao MP a prisão preventiva do guarda que foi flagrado cobrando taxa de proteção para comerciantes.

Mas os agentes da GCM não seriam o único grupo que supostamente cobra por proteção de quem vive ou trabalha no centro. A Polícia Civil também abriu uma investigação para apurar supostos traficantes ou pessoas ligadas ao tráfico que também exigem taxas para afastar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que o “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes na cena de uso, “possui dinâmica própria” e que o grupo se movimenta pelas ruas do centro quando “tem observado o seu padrão de acomodação ao longo do tempo”. Embora os usuários não fiquem em um endereço fixo, a administração afirma que o Programa Redenção, que oferece tratamento para os dependentes, cobre toda a região.

A Prefeitura não se posicionou sobre os ataques a ônibus e veículos na tarde desta terça. Na nota, cita que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, junto com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, tem promovido ações para melhorar o policiamento da região, como o aumento do número do efetivo de GCM. Cerca de 400 guardas recém-formados, segundo a administração, foram deslocados para a cuidar da segurança do centro da cidade.

Dependentes químicos frequentadores da Cracolândia, no centro de São Paulo, realizaram ataques a ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, no início da tarde desta terça-feira, 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas.

Usuários atacaram ônibus no centro de São Paulo Foto: Antonio Montana

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

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Segundo a Polícia Militar, a ação foi feita para liberação de via pública após uma denúncia de morador da região

Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Comerciantes relataram que cerca de 30 usuários pararam um ônibus de transporte público e um caminhão de lixo no cruzamento da Rua Vitória e a Alameda Barão de Limeira.

Em nota, a PM disse que duas pessoas ficaram feridas. “O cobrador de um dos coletivos sofreu uma luxação nos membros inferiores e foi encaminhado ao Hospital das Clínicas. Uma passageira teve escoriações leves e optou por não ser socorrida no momento”, informou a corporação.

Policiais militares realizam isolamento na área da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

“Começaram a jogar pedra sem parar”, disse uma lojista de 53 anos. Proprietária de um comércio perto da Praça Julio Mesquita, ela conta que os funcionários baixaram as portas assim que ouviram os primeiros estilhaços de vidro. “Foi assustador”, conta. O movimento da loja, segundo ela, caiu pela metade desde que o fluxo passou a ficar por perto.

Um comerciante de 29 anos relatou que carros e pedestres que estavam na praça também foram atacados. “Uma menina de 15 anos veio dizer que teve o celular roubado, tinham uns que estavam com faca”, disse. Na rua, logo em frente à loja, havia estilhaços de vidros quebrados do ônibus. “Eles puxaram o motorista do caminhão de lixo pelo cangote.”

A confusão só não foi pior, disseram comerciantes, porque a polícia chegou ao local cerca de cinco minutos depois. Ainda assim, o clima era de tensão na região, com muitos fechando as loja mais cedo e temendo novos episódios de violência. “Parecia que a intenção era quebrar tudo, colocar fogo no ônibus”, disse um lojista que não quis se identificar. “Nosso medo é que tenha mais disso hoje ainda.”

Uma moradora e comerciante da Santa Ifigênia de 71 anos disse que os lojistas foram ameaçados por dependentes químicos durante a dispersão do fluxo. “Passaram gritando ‘a gente vai quebrar tudo’”, contou ela, que tem uma loja na Rua Aurora. “Todo mundo começou a baixar as portas o mais rápido que podia.”

Ela afirma que quem estava na região foi afetado pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. “Nossos olhos começaram a lacrimejar, foi horrível. Até uns funcionários da prefeitura que estavam aqui perto vieram pedir ajuda”, disse. Sem planos para se mudar da região, a moradora relata que a preocupação da família com ela é frequente. “Sempre perguntam como estou.”

Dois suspeitos foram presos

Após o quebra-quebra, a Polícia Militar confinou o fluxo da Cracolândia por cerca de uma hora na Rua dos Gusmões. Foram montados cordões de agentes nos cruzamentos da via com a Avenida Rio Branco e com a Rua Santa Ifigênia. Eles foram liberados pela polícia por volta de 16h.

Uma viatura também foi atacada no quebra-quebra da hora do almoço, segundo a PM. Um suspeito de ter depredado o veículo foi detido e conduzido ao 77.º DP. Uma segunda pessoas foi detida, mas as circunstâncias da prisão não foram detalhadas.

“Quando houve a necessidade do emprego de agentes químicos, ou munição de impacto controlado, foi feito com aqueles que estavam mais exaltados e investindo contra as equipes”, relatou Eduardo Casagrande, capitão da Força Tática do 7.º batalhão da Polícia Militar.

Segundo o agente, foi necessário a utilização de aproximadamente 70 policiais, 10 viaturas e 15 motocicletas na ação. Ele estima que existam cerca de 200 usuários na região onde a Cracolândia se instalou. “Houve a apreensão do indivíduo que apedrejou a viatura, um indivíduo que era procurado pela Justiça. Ele foi conduzido para o 77.º Distrito, aqui na Alameda Glete”.

Após a desmobilização do cordão de agentes, Casagrande disse que o policiamento na região continua como diariamente é feito, com motocicletas, agentes a pé e viaturas.

Em nota, a SPTrans, da Prefeitura, que gere o sistema de transporte público municipal, disse repudiar “os atos de vandalismo ocorridos com ao menos seis ônibus na região central no dia de hoje”. “A SPTrans mantém contato com a PM em relação às ocorrências de violência no transporte público e esclarece que todos os registros que recebe de usuários são comunicados ao setor de inteligência das autoridades policiais.”

O número de ônibus atacados informado pela SPTrans divergiu do quantitativo registrado pela Secretaria da Segurança, que falou em três ônibus danificados.

Ataques sucessivos

Relatos de ataques na região cresceram nos últimos meses, principalmente depois que os dependentes químicos, após ações policiais de combate ao tráfico de drogas, se dispersaram dos entornos da Praça Santa Isabel, onde ficavam concentrados até o ano passado. Desde então, os usuários não têm ponto fixo, e trocam de endereço com frequência.

No mês passado, um supermercado na Avenida Rio Branco foi invadido e saqueado por usuários, e um bar chegou a ser invadido. Dias antes, um carro foi apedrejado na rua Vitória, na Luz, também na região central da cidade, por dependentes que avançaram sobre o veículo. Em ambos os casos houve confronto com policiais.

Em abril, imagens gravadas por moradores da região também flagraram usuários saqueando uma farmácia e um mercado, e um restaurante sofreu uma tentativa de invasão no mesmo mês.

A tensão e o medo enfrentados por quem vive e trabalha no centro levou agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a extorquir comerciantes e condôminos em troca de proteção no entorno da Cracolândia, de acordo com relato de vítimas. A ação, ilegal e que foi flagrada em gravações, está sendo investigada pelo Ministério Público (MP).

A Controladoria Geral do Município e a Secretaria Municipal de Segurança Urbana solicitaram ao MP a prisão preventiva do guarda que foi flagrado cobrando taxa de proteção para comerciantes.

Mas os agentes da GCM não seriam o único grupo que supostamente cobra por proteção de quem vive ou trabalha no centro. A Polícia Civil também abriu uma investigação para apurar supostos traficantes ou pessoas ligadas ao tráfico que também exigem taxas para afastar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que o “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes na cena de uso, “possui dinâmica própria” e que o grupo se movimenta pelas ruas do centro quando “tem observado o seu padrão de acomodação ao longo do tempo”. Embora os usuários não fiquem em um endereço fixo, a administração afirma que o Programa Redenção, que oferece tratamento para os dependentes, cobre toda a região.

A Prefeitura não se posicionou sobre os ataques a ônibus e veículos na tarde desta terça. Na nota, cita que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, junto com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, tem promovido ações para melhorar o policiamento da região, como o aumento do número do efetivo de GCM. Cerca de 400 guardas recém-formados, segundo a administração, foram deslocados para a cuidar da segurança do centro da cidade.

Dependentes químicos frequentadores da Cracolândia, no centro de São Paulo, realizaram ataques a ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, no início da tarde desta terça-feira, 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas.

Usuários atacaram ônibus no centro de São Paulo Foto: Antonio Montana

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

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Segundo a Polícia Militar, a ação foi feita para liberação de via pública após uma denúncia de morador da região

Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Comerciantes relataram que cerca de 30 usuários pararam um ônibus de transporte público e um caminhão de lixo no cruzamento da Rua Vitória e a Alameda Barão de Limeira.

Em nota, a PM disse que duas pessoas ficaram feridas. “O cobrador de um dos coletivos sofreu uma luxação nos membros inferiores e foi encaminhado ao Hospital das Clínicas. Uma passageira teve escoriações leves e optou por não ser socorrida no momento”, informou a corporação.

Policiais militares realizam isolamento na área da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

“Começaram a jogar pedra sem parar”, disse uma lojista de 53 anos. Proprietária de um comércio perto da Praça Julio Mesquita, ela conta que os funcionários baixaram as portas assim que ouviram os primeiros estilhaços de vidro. “Foi assustador”, conta. O movimento da loja, segundo ela, caiu pela metade desde que o fluxo passou a ficar por perto.

Um comerciante de 29 anos relatou que carros e pedestres que estavam na praça também foram atacados. “Uma menina de 15 anos veio dizer que teve o celular roubado, tinham uns que estavam com faca”, disse. Na rua, logo em frente à loja, havia estilhaços de vidros quebrados do ônibus. “Eles puxaram o motorista do caminhão de lixo pelo cangote.”

A confusão só não foi pior, disseram comerciantes, porque a polícia chegou ao local cerca de cinco minutos depois. Ainda assim, o clima era de tensão na região, com muitos fechando as loja mais cedo e temendo novos episódios de violência. “Parecia que a intenção era quebrar tudo, colocar fogo no ônibus”, disse um lojista que não quis se identificar. “Nosso medo é que tenha mais disso hoje ainda.”

Uma moradora e comerciante da Santa Ifigênia de 71 anos disse que os lojistas foram ameaçados por dependentes químicos durante a dispersão do fluxo. “Passaram gritando ‘a gente vai quebrar tudo’”, contou ela, que tem uma loja na Rua Aurora. “Todo mundo começou a baixar as portas o mais rápido que podia.”

Ela afirma que quem estava na região foi afetado pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. “Nossos olhos começaram a lacrimejar, foi horrível. Até uns funcionários da prefeitura que estavam aqui perto vieram pedir ajuda”, disse. Sem planos para se mudar da região, a moradora relata que a preocupação da família com ela é frequente. “Sempre perguntam como estou.”

Dois suspeitos foram presos

Após o quebra-quebra, a Polícia Militar confinou o fluxo da Cracolândia por cerca de uma hora na Rua dos Gusmões. Foram montados cordões de agentes nos cruzamentos da via com a Avenida Rio Branco e com a Rua Santa Ifigênia. Eles foram liberados pela polícia por volta de 16h.

Uma viatura também foi atacada no quebra-quebra da hora do almoço, segundo a PM. Um suspeito de ter depredado o veículo foi detido e conduzido ao 77.º DP. Uma segunda pessoas foi detida, mas as circunstâncias da prisão não foram detalhadas.

“Quando houve a necessidade do emprego de agentes químicos, ou munição de impacto controlado, foi feito com aqueles que estavam mais exaltados e investindo contra as equipes”, relatou Eduardo Casagrande, capitão da Força Tática do 7.º batalhão da Polícia Militar.

Segundo o agente, foi necessário a utilização de aproximadamente 70 policiais, 10 viaturas e 15 motocicletas na ação. Ele estima que existam cerca de 200 usuários na região onde a Cracolândia se instalou. “Houve a apreensão do indivíduo que apedrejou a viatura, um indivíduo que era procurado pela Justiça. Ele foi conduzido para o 77.º Distrito, aqui na Alameda Glete”.

Após a desmobilização do cordão de agentes, Casagrande disse que o policiamento na região continua como diariamente é feito, com motocicletas, agentes a pé e viaturas.

Em nota, a SPTrans, da Prefeitura, que gere o sistema de transporte público municipal, disse repudiar “os atos de vandalismo ocorridos com ao menos seis ônibus na região central no dia de hoje”. “A SPTrans mantém contato com a PM em relação às ocorrências de violência no transporte público e esclarece que todos os registros que recebe de usuários são comunicados ao setor de inteligência das autoridades policiais.”

O número de ônibus atacados informado pela SPTrans divergiu do quantitativo registrado pela Secretaria da Segurança, que falou em três ônibus danificados.

Ataques sucessivos

Relatos de ataques na região cresceram nos últimos meses, principalmente depois que os dependentes químicos, após ações policiais de combate ao tráfico de drogas, se dispersaram dos entornos da Praça Santa Isabel, onde ficavam concentrados até o ano passado. Desde então, os usuários não têm ponto fixo, e trocam de endereço com frequência.

No mês passado, um supermercado na Avenida Rio Branco foi invadido e saqueado por usuários, e um bar chegou a ser invadido. Dias antes, um carro foi apedrejado na rua Vitória, na Luz, também na região central da cidade, por dependentes que avançaram sobre o veículo. Em ambos os casos houve confronto com policiais.

Em abril, imagens gravadas por moradores da região também flagraram usuários saqueando uma farmácia e um mercado, e um restaurante sofreu uma tentativa de invasão no mesmo mês.

A tensão e o medo enfrentados por quem vive e trabalha no centro levou agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a extorquir comerciantes e condôminos em troca de proteção no entorno da Cracolândia, de acordo com relato de vítimas. A ação, ilegal e que foi flagrada em gravações, está sendo investigada pelo Ministério Público (MP).

A Controladoria Geral do Município e a Secretaria Municipal de Segurança Urbana solicitaram ao MP a prisão preventiva do guarda que foi flagrado cobrando taxa de proteção para comerciantes.

Mas os agentes da GCM não seriam o único grupo que supostamente cobra por proteção de quem vive ou trabalha no centro. A Polícia Civil também abriu uma investigação para apurar supostos traficantes ou pessoas ligadas ao tráfico que também exigem taxas para afastar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que o “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes na cena de uso, “possui dinâmica própria” e que o grupo se movimenta pelas ruas do centro quando “tem observado o seu padrão de acomodação ao longo do tempo”. Embora os usuários não fiquem em um endereço fixo, a administração afirma que o Programa Redenção, que oferece tratamento para os dependentes, cobre toda a região.

A Prefeitura não se posicionou sobre os ataques a ônibus e veículos na tarde desta terça. Na nota, cita que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, junto com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, tem promovido ações para melhorar o policiamento da região, como o aumento do número do efetivo de GCM. Cerca de 400 guardas recém-formados, segundo a administração, foram deslocados para a cuidar da segurança do centro da cidade.

Dependentes químicos frequentadores da Cracolândia, no centro de São Paulo, realizaram ataques a ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, no início da tarde desta terça-feira, 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas.

Usuários atacaram ônibus no centro de São Paulo Foto: Antonio Montana

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

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Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Comerciantes relataram que cerca de 30 usuários pararam um ônibus de transporte público e um caminhão de lixo no cruzamento da Rua Vitória e a Alameda Barão de Limeira.

Em nota, a PM disse que duas pessoas ficaram feridas. “O cobrador de um dos coletivos sofreu uma luxação nos membros inferiores e foi encaminhado ao Hospital das Clínicas. Uma passageira teve escoriações leves e optou por não ser socorrida no momento”, informou a corporação.

Policiais militares realizam isolamento na área da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

“Começaram a jogar pedra sem parar”, disse uma lojista de 53 anos. Proprietária de um comércio perto da Praça Julio Mesquita, ela conta que os funcionários baixaram as portas assim que ouviram os primeiros estilhaços de vidro. “Foi assustador”, conta. O movimento da loja, segundo ela, caiu pela metade desde que o fluxo passou a ficar por perto.

Um comerciante de 29 anos relatou que carros e pedestres que estavam na praça também foram atacados. “Uma menina de 15 anos veio dizer que teve o celular roubado, tinham uns que estavam com faca”, disse. Na rua, logo em frente à loja, havia estilhaços de vidros quebrados do ônibus. “Eles puxaram o motorista do caminhão de lixo pelo cangote.”

A confusão só não foi pior, disseram comerciantes, porque a polícia chegou ao local cerca de cinco minutos depois. Ainda assim, o clima era de tensão na região, com muitos fechando as loja mais cedo e temendo novos episódios de violência. “Parecia que a intenção era quebrar tudo, colocar fogo no ônibus”, disse um lojista que não quis se identificar. “Nosso medo é que tenha mais disso hoje ainda.”

Uma moradora e comerciante da Santa Ifigênia de 71 anos disse que os lojistas foram ameaçados por dependentes químicos durante a dispersão do fluxo. “Passaram gritando ‘a gente vai quebrar tudo’”, contou ela, que tem uma loja na Rua Aurora. “Todo mundo começou a baixar as portas o mais rápido que podia.”

Ela afirma que quem estava na região foi afetado pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. “Nossos olhos começaram a lacrimejar, foi horrível. Até uns funcionários da prefeitura que estavam aqui perto vieram pedir ajuda”, disse. Sem planos para se mudar da região, a moradora relata que a preocupação da família com ela é frequente. “Sempre perguntam como estou.”

Dois suspeitos foram presos

Após o quebra-quebra, a Polícia Militar confinou o fluxo da Cracolândia por cerca de uma hora na Rua dos Gusmões. Foram montados cordões de agentes nos cruzamentos da via com a Avenida Rio Branco e com a Rua Santa Ifigênia. Eles foram liberados pela polícia por volta de 16h.

Uma viatura também foi atacada no quebra-quebra da hora do almoço, segundo a PM. Um suspeito de ter depredado o veículo foi detido e conduzido ao 77.º DP. Uma segunda pessoas foi detida, mas as circunstâncias da prisão não foram detalhadas.

“Quando houve a necessidade do emprego de agentes químicos, ou munição de impacto controlado, foi feito com aqueles que estavam mais exaltados e investindo contra as equipes”, relatou Eduardo Casagrande, capitão da Força Tática do 7.º batalhão da Polícia Militar.

Segundo o agente, foi necessário a utilização de aproximadamente 70 policiais, 10 viaturas e 15 motocicletas na ação. Ele estima que existam cerca de 200 usuários na região onde a Cracolândia se instalou. “Houve a apreensão do indivíduo que apedrejou a viatura, um indivíduo que era procurado pela Justiça. Ele foi conduzido para o 77.º Distrito, aqui na Alameda Glete”.

Após a desmobilização do cordão de agentes, Casagrande disse que o policiamento na região continua como diariamente é feito, com motocicletas, agentes a pé e viaturas.

Em nota, a SPTrans, da Prefeitura, que gere o sistema de transporte público municipal, disse repudiar “os atos de vandalismo ocorridos com ao menos seis ônibus na região central no dia de hoje”. “A SPTrans mantém contato com a PM em relação às ocorrências de violência no transporte público e esclarece que todos os registros que recebe de usuários são comunicados ao setor de inteligência das autoridades policiais.”

O número de ônibus atacados informado pela SPTrans divergiu do quantitativo registrado pela Secretaria da Segurança, que falou em três ônibus danificados.

Ataques sucessivos

Relatos de ataques na região cresceram nos últimos meses, principalmente depois que os dependentes químicos, após ações policiais de combate ao tráfico de drogas, se dispersaram dos entornos da Praça Santa Isabel, onde ficavam concentrados até o ano passado. Desde então, os usuários não têm ponto fixo, e trocam de endereço com frequência.

No mês passado, um supermercado na Avenida Rio Branco foi invadido e saqueado por usuários, e um bar chegou a ser invadido. Dias antes, um carro foi apedrejado na rua Vitória, na Luz, também na região central da cidade, por dependentes que avançaram sobre o veículo. Em ambos os casos houve confronto com policiais.

Em abril, imagens gravadas por moradores da região também flagraram usuários saqueando uma farmácia e um mercado, e um restaurante sofreu uma tentativa de invasão no mesmo mês.

A tensão e o medo enfrentados por quem vive e trabalha no centro levou agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a extorquir comerciantes e condôminos em troca de proteção no entorno da Cracolândia, de acordo com relato de vítimas. A ação, ilegal e que foi flagrada em gravações, está sendo investigada pelo Ministério Público (MP).

A Controladoria Geral do Município e a Secretaria Municipal de Segurança Urbana solicitaram ao MP a prisão preventiva do guarda que foi flagrado cobrando taxa de proteção para comerciantes.

Mas os agentes da GCM não seriam o único grupo que supostamente cobra por proteção de quem vive ou trabalha no centro. A Polícia Civil também abriu uma investigação para apurar supostos traficantes ou pessoas ligadas ao tráfico que também exigem taxas para afastar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que o “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes na cena de uso, “possui dinâmica própria” e que o grupo se movimenta pelas ruas do centro quando “tem observado o seu padrão de acomodação ao longo do tempo”. Embora os usuários não fiquem em um endereço fixo, a administração afirma que o Programa Redenção, que oferece tratamento para os dependentes, cobre toda a região.

A Prefeitura não se posicionou sobre os ataques a ônibus e veículos na tarde desta terça. Na nota, cita que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, junto com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, tem promovido ações para melhorar o policiamento da região, como o aumento do número do efetivo de GCM. Cerca de 400 guardas recém-formados, segundo a administração, foram deslocados para a cuidar da segurança do centro da cidade.

Dependentes químicos frequentadores da Cracolândia, no centro de São Paulo, realizaram ataques a ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, no início da tarde desta terça-feira, 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Duas pessoas foram presas e duas outras ficaram feridas.

Usuários atacaram ônibus no centro de São Paulo Foto: Antonio Montana

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

Seu navegador não suporta esse video.

Segundo a Polícia Militar, a ação foi feita para liberação de via pública após uma denúncia de morador da região

Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Comerciantes relataram que cerca de 30 usuários pararam um ônibus de transporte público e um caminhão de lixo no cruzamento da Rua Vitória e a Alameda Barão de Limeira.

Em nota, a PM disse que duas pessoas ficaram feridas. “O cobrador de um dos coletivos sofreu uma luxação nos membros inferiores e foi encaminhado ao Hospital das Clínicas. Uma passageira teve escoriações leves e optou por não ser socorrida no momento”, informou a corporação.

Policiais militares realizam isolamento na área da Cracolândia, no centro de São Paulo Foto: Ítalo Lo Re/Estadão

“Começaram a jogar pedra sem parar”, disse uma lojista de 53 anos. Proprietária de um comércio perto da Praça Julio Mesquita, ela conta que os funcionários baixaram as portas assim que ouviram os primeiros estilhaços de vidro. “Foi assustador”, conta. O movimento da loja, segundo ela, caiu pela metade desde que o fluxo passou a ficar por perto.

Um comerciante de 29 anos relatou que carros e pedestres que estavam na praça também foram atacados. “Uma menina de 15 anos veio dizer que teve o celular roubado, tinham uns que estavam com faca”, disse. Na rua, logo em frente à loja, havia estilhaços de vidros quebrados do ônibus. “Eles puxaram o motorista do caminhão de lixo pelo cangote.”

A confusão só não foi pior, disseram comerciantes, porque a polícia chegou ao local cerca de cinco minutos depois. Ainda assim, o clima era de tensão na região, com muitos fechando as loja mais cedo e temendo novos episódios de violência. “Parecia que a intenção era quebrar tudo, colocar fogo no ônibus”, disse um lojista que não quis se identificar. “Nosso medo é que tenha mais disso hoje ainda.”

Uma moradora e comerciante da Santa Ifigênia de 71 anos disse que os lojistas foram ameaçados por dependentes químicos durante a dispersão do fluxo. “Passaram gritando ‘a gente vai quebrar tudo’”, contou ela, que tem uma loja na Rua Aurora. “Todo mundo começou a baixar as portas o mais rápido que podia.”

Ela afirma que quem estava na região foi afetado pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. “Nossos olhos começaram a lacrimejar, foi horrível. Até uns funcionários da prefeitura que estavam aqui perto vieram pedir ajuda”, disse. Sem planos para se mudar da região, a moradora relata que a preocupação da família com ela é frequente. “Sempre perguntam como estou.”

Dois suspeitos foram presos

Após o quebra-quebra, a Polícia Militar confinou o fluxo da Cracolândia por cerca de uma hora na Rua dos Gusmões. Foram montados cordões de agentes nos cruzamentos da via com a Avenida Rio Branco e com a Rua Santa Ifigênia. Eles foram liberados pela polícia por volta de 16h.

Uma viatura também foi atacada no quebra-quebra da hora do almoço, segundo a PM. Um suspeito de ter depredado o veículo foi detido e conduzido ao 77.º DP. Uma segunda pessoas foi detida, mas as circunstâncias da prisão não foram detalhadas.

“Quando houve a necessidade do emprego de agentes químicos, ou munição de impacto controlado, foi feito com aqueles que estavam mais exaltados e investindo contra as equipes”, relatou Eduardo Casagrande, capitão da Força Tática do 7.º batalhão da Polícia Militar.

Segundo o agente, foi necessário a utilização de aproximadamente 70 policiais, 10 viaturas e 15 motocicletas na ação. Ele estima que existam cerca de 200 usuários na região onde a Cracolândia se instalou. “Houve a apreensão do indivíduo que apedrejou a viatura, um indivíduo que era procurado pela Justiça. Ele foi conduzido para o 77.º Distrito, aqui na Alameda Glete”.

Após a desmobilização do cordão de agentes, Casagrande disse que o policiamento na região continua como diariamente é feito, com motocicletas, agentes a pé e viaturas.

Em nota, a SPTrans, da Prefeitura, que gere o sistema de transporte público municipal, disse repudiar “os atos de vandalismo ocorridos com ao menos seis ônibus na região central no dia de hoje”. “A SPTrans mantém contato com a PM em relação às ocorrências de violência no transporte público e esclarece que todos os registros que recebe de usuários são comunicados ao setor de inteligência das autoridades policiais.”

O número de ônibus atacados informado pela SPTrans divergiu do quantitativo registrado pela Secretaria da Segurança, que falou em três ônibus danificados.

Ataques sucessivos

Relatos de ataques na região cresceram nos últimos meses, principalmente depois que os dependentes químicos, após ações policiais de combate ao tráfico de drogas, se dispersaram dos entornos da Praça Santa Isabel, onde ficavam concentrados até o ano passado. Desde então, os usuários não têm ponto fixo, e trocam de endereço com frequência.

No mês passado, um supermercado na Avenida Rio Branco foi invadido e saqueado por usuários, e um bar chegou a ser invadido. Dias antes, um carro foi apedrejado na rua Vitória, na Luz, também na região central da cidade, por dependentes que avançaram sobre o veículo. Em ambos os casos houve confronto com policiais.

Em abril, imagens gravadas por moradores da região também flagraram usuários saqueando uma farmácia e um mercado, e um restaurante sofreu uma tentativa de invasão no mesmo mês.

A tensão e o medo enfrentados por quem vive e trabalha no centro levou agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a extorquir comerciantes e condôminos em troca de proteção no entorno da Cracolândia, de acordo com relato de vítimas. A ação, ilegal e que foi flagrada em gravações, está sendo investigada pelo Ministério Público (MP).

A Controladoria Geral do Município e a Secretaria Municipal de Segurança Urbana solicitaram ao MP a prisão preventiva do guarda que foi flagrado cobrando taxa de proteção para comerciantes.

Mas os agentes da GCM não seriam o único grupo que supostamente cobra por proteção de quem vive ou trabalha no centro. A Polícia Civil também abriu uma investigação para apurar supostos traficantes ou pessoas ligadas ao tráfico que também exigem taxas para afastar a concentração de dependentes químicos da Cracolândia.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que o “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes na cena de uso, “possui dinâmica própria” e que o grupo se movimenta pelas ruas do centro quando “tem observado o seu padrão de acomodação ao longo do tempo”. Embora os usuários não fiquem em um endereço fixo, a administração afirma que o Programa Redenção, que oferece tratamento para os dependentes, cobre toda a região.

A Prefeitura não se posicionou sobre os ataques a ônibus e veículos na tarde desta terça. Na nota, cita que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, junto com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, tem promovido ações para melhorar o policiamento da região, como o aumento do número do efetivo de GCM. Cerca de 400 guardas recém-formados, segundo a administração, foram deslocados para a cuidar da segurança do centro da cidade.

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