XANGAI - Após uma reunião em Xangai, na China, com um fundo de investimentos em que tratou do fundo imobiliário de São Paulo, o prefeito João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira, 26, que a negociação com as construtoras Setin e Cyrella para viabilizar a criação do Parque Augusta, no centro da cidade, incluiu repassar às empresas a zeladoria da Praça Roosevelt. O local está a poucos metros do futuro parque.
Segundo o prefeito, as empresas farão um novo projeto paisagístico para a área, com mais árvores, e instalarão mais câmeras de segurança no espaço.
“A praça Roosevelt será revitalizada. Eles (as empresas) vão contratar – porque a prefeitura não vai gastar absolutamente nada – um arquiteto paisagista para humanizar um pouco mais a praça, vocacioná-la para a prática esportiva, para que seja usada por crianças, jovens e adultos, até mesmo os da terceira idade”, disse Doria.
O acordo de manutenção será válido pelo prazo de dois anos, segundo o prefeito. É o mesmo período que as empresas terão de cuidar do próprio Parque Augusta e também da Praça Victor Civita, em Pinheiros, na zona oeste.
“Vamos colocar um pouco mais de verde e iluminá-la. Também instalar o City Câmeras, ou seja, equipamentos de segurança para garantir à praça e aos que vivem no entorno uma qualidade de vida melhor.”
Fundo imobiliário. Doria afirmou ainda que o terreno em Pinheiros oferecido às empresas em troca do parque terá a maior parte, cerca de 32 mil metros quadrados, transferido ao fundo imobiliário que a Prefeitura pretende criar. O projeto de lei que autoriza o fundo está em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo.
Esse terreno tem 50 mil metros quadrados e as construtoras poderão explorar 18 mil metros quadrados do espaço. Além de cuidar das praças, terão de construir novas sedes para a Prefeitura Regional de Pinheiros e para a base da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que funcionam no local.
Ao prometer o Parque Augusta, Doria afirmou ainda que a Prefeitura poderá usar cerca de R$ 80 milhões reservados em uma conta judicial destinada à área verde. Com o dinheiro, prevê fazer investimentos nas áreas de saúde e educação.
O prefeito disse que, quando retornar para São Paulo, terá reuniões com o Ministério Público Estadual (MPE) para que o acordo seja homologado. A negociação também precisará de aval do Tribunal de Justiça. Doria afirmou, no entanto, que o acordo foi feito “a seis mãos”, ao citar o MPE como parte que ajudou a formatar a negociação atual.
* O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA PREFEITURA DE XANGAI