SP interna 3 pacientes por covid a cada 2 minutos; secretário fala em hospitais já colapsados


Jean Gorinchteyn comentou sobre possibilidade de pacientes de enfermaria ficarem em corredores; governo Doria vai anunciar novo hospital de campanha na segunda-feira

Por Priscila Mengue

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, voltou a manifestar nesta sexta-feira, 5, preocupação sobre um possível colapso na saúde paulista por causa do aumento de casos, óbitos e internações por covid-19. Segundo ele, três pacientes são hospitalizados a cada dois minutos em leitos de enfermaria e UTI de hospitais públicos e particulares paulistas por causa da doença. Na quarta-feira, 4, o Brasil registrou novo recorde da média semanal de óbitos pela doença e o presidente Jair Bolsonaro disse que o País falou em parar com "frescura e mimimi". 

“Algumas unidades, infelizmente, já colapsaram”, lamentou Gorinchteyn, sem detalhar nomes ou endereços dos hospitais. “Não queremos que as pessoas morram sem assistência. O mínimo que podemos dar é dignidade. Nem que a gente coloque em qualquer lugar o cilindro do oxigênio, que distribua a pessoa até mesmo nos corredores. Vamos garantir a assistência", disse, na coletiva de imprensa do governo João Doria (PSDB) nesta sexta-feira, 5.

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"Vamos continuar abrindo leitos e vagas dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer local desses hospitais, seja nos anfiteatros, seja nos laboratórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor. O que não queremos é paciente desassistido. Nós vamos dar oxigênio, ampliar a distribuição de respiradores, como nós já temos feito", afirmou o secretário, infectologista do Hospital Emílio Ribas. Ao falar dessa situação, Gorinchteyn fez apelo para que conselhos de classe chamem profissionais de saúde a serem voluntários para atuar na linha de frente contra a covid-19. "Precisamos (de) ajuda, porque estamos em guerra."

No caso de hospitalizações relacionadas ao novo coronavírus, houve aumento de 13,5% na média diária nesta semana, que chegou a 2.066 novos pacientes por dia. Em comparação a três semanas atrás, isso representa uma elevação de 42,4%. 

SP interna 3 pacientes por covid a cada 2 minutos Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Em óbitos, a média diária da semana é de 273, um aumento de 13,2% em relação à semana anterior. As médias são consideradas parciais, pois não incluem os dados desta sexta e do sábado, os dois últimos dias da atual semana epidemiológica.

Governo prevê inaugurar nova unidade de campanha semana que vem

Também na coletiva, Doria destacou que um novo hospital de campanha montado dentro de uma unidade hospitalar já existente será anunciado na segunda-feira. 8. Ele destacou que o espaço não será nos moldes de outros do ano passado, como os montados em estádios de futebol e com leitos majoritariamente de enfermaria, mas sim voltado a pacientes graves, que exigem uma estrutura mais robusta. 

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“Precisamos de quartos com equipamentos de UTI. Essa é a razão fundamental pela qual não optamos pelas tendas”, comentou. Ele também completou a fala do secretário ao dizer: “Nós não queremos atender pacientes em corredores. Vamos atender em quartos e de forma digna.”

Na última semana, o governo já havia adiantado que negociava a contratação de 130 leitos nas dependências de uma instituição privada na região central da capital paulista. Outros detalhes serão divulgados apenas na segunda. “A saúde pública está na iminência de viver umcompleto colapso”, lamentou Doria. “Nosso País virou uma ameaça sanitária não apenas aos brasileiros, mas ao mundo. É uma situação trágica, dramática”, disse ao criticar a atuação do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde.  São Paulo soma 2.093.924 casos e 61.064 óbitos pelo novo coronavírus. A ocupação é de 77,4% em leitos de UTI, média que é de 79,1% na Grande São Paulo. Nas enfermarias, a ocupação é de 59,6% e 66,9%, respectivamente.  O número de pacientes internados chegou a 17.802 na quinta-feira, 4, dos quais 9.910 estão em enfermaria e 7.892 em unidades de terapia intensiva. Na terça-feira, 2, o Estado teve o maior registro de confirmações de mortes pela doença de toda a pandemia, chegando a 468. Na quinta-feira, 313 óbitos foram confirmados. 

Governador de São Paulo, João Doria Foto: Governo SP
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Para conter o avanço da doença, o Estado entrará na fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste sábado, 6. A classificação é a de maiores restrições, com funcionamento exclusivamente de estabelecimentos e serviços considerados essenciais, como supermercados, hospitais, farmácias e açougues. A inclusão de templos religiosos na lista de essenciais trouxe críticas ao longo da semana.

São Paulo também está com um “toque de restrição”, das 20 horas até as 5 horas diariamente. A medida consiste especialmente em uma força-tarefa para evitar e autuar aglomerações, lançada na semana passada. “São Paulo não está em lockdown. Não se descarta, mas não estamos em lockdown", destacou Doria.

Mesmo na fase vermelha, as escolas públicas e particulares seguirão abertas, com foco nos alunos mais vulneráveis, com deficiências, dificuldades de aprendizagem e crianças menores. A presença é optativa. Os colégios particulares que não quiserem oferecer aulas presenciais podem fechar.

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Saiba quais estabelecimentos e serviços são considerados essenciais em São Paulo

São considerados essenciais: supermercados, mercados, padarias (sem consumo no local), postos de gasolina, clínicas, hospitais e consultórios médicos, escolas, templos religiosos, açougues, clínicas odontológicas, estabelecimentos de saúde animal, farmácias, lojas de suplementação, feiras livres, serviços de segurança pública e privada, meios de comunicação, construção civil, indústria, hotéis, lavanderias, serviços de limpeza, manutenção e zeladoria, bancos, lotéricas, call center, assistência técnica de eletrônicos, bancas de jornal, serviços de delivery e drive-thru de alimentos, empresas de logística e locação de veículos, oficinas de veículos automotores, transporte coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega, estacionamento, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns de abastecimento e lojas de materiais de construção.

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, voltou a manifestar nesta sexta-feira, 5, preocupação sobre um possível colapso na saúde paulista por causa do aumento de casos, óbitos e internações por covid-19. Segundo ele, três pacientes são hospitalizados a cada dois minutos em leitos de enfermaria e UTI de hospitais públicos e particulares paulistas por causa da doença. Na quarta-feira, 4, o Brasil registrou novo recorde da média semanal de óbitos pela doença e o presidente Jair Bolsonaro disse que o País falou em parar com "frescura e mimimi". 

“Algumas unidades, infelizmente, já colapsaram”, lamentou Gorinchteyn, sem detalhar nomes ou endereços dos hospitais. “Não queremos que as pessoas morram sem assistência. O mínimo que podemos dar é dignidade. Nem que a gente coloque em qualquer lugar o cilindro do oxigênio, que distribua a pessoa até mesmo nos corredores. Vamos garantir a assistência", disse, na coletiva de imprensa do governo João Doria (PSDB) nesta sexta-feira, 5.

"Vamos continuar abrindo leitos e vagas dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer local desses hospitais, seja nos anfiteatros, seja nos laboratórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor. O que não queremos é paciente desassistido. Nós vamos dar oxigênio, ampliar a distribuição de respiradores, como nós já temos feito", afirmou o secretário, infectologista do Hospital Emílio Ribas. Ao falar dessa situação, Gorinchteyn fez apelo para que conselhos de classe chamem profissionais de saúde a serem voluntários para atuar na linha de frente contra a covid-19. "Precisamos (de) ajuda, porque estamos em guerra."

No caso de hospitalizações relacionadas ao novo coronavírus, houve aumento de 13,5% na média diária nesta semana, que chegou a 2.066 novos pacientes por dia. Em comparação a três semanas atrás, isso representa uma elevação de 42,4%. 

SP interna 3 pacientes por covid a cada 2 minutos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em óbitos, a média diária da semana é de 273, um aumento de 13,2% em relação à semana anterior. As médias são consideradas parciais, pois não incluem os dados desta sexta e do sábado, os dois últimos dias da atual semana epidemiológica.

Governo prevê inaugurar nova unidade de campanha semana que vem

Também na coletiva, Doria destacou que um novo hospital de campanha montado dentro de uma unidade hospitalar já existente será anunciado na segunda-feira. 8. Ele destacou que o espaço não será nos moldes de outros do ano passado, como os montados em estádios de futebol e com leitos majoritariamente de enfermaria, mas sim voltado a pacientes graves, que exigem uma estrutura mais robusta. 

“Precisamos de quartos com equipamentos de UTI. Essa é a razão fundamental pela qual não optamos pelas tendas”, comentou. Ele também completou a fala do secretário ao dizer: “Nós não queremos atender pacientes em corredores. Vamos atender em quartos e de forma digna.”

Na última semana, o governo já havia adiantado que negociava a contratação de 130 leitos nas dependências de uma instituição privada na região central da capital paulista. Outros detalhes serão divulgados apenas na segunda. “A saúde pública está na iminência de viver umcompleto colapso”, lamentou Doria. “Nosso País virou uma ameaça sanitária não apenas aos brasileiros, mas ao mundo. É uma situação trágica, dramática”, disse ao criticar a atuação do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde.  São Paulo soma 2.093.924 casos e 61.064 óbitos pelo novo coronavírus. A ocupação é de 77,4% em leitos de UTI, média que é de 79,1% na Grande São Paulo. Nas enfermarias, a ocupação é de 59,6% e 66,9%, respectivamente.  O número de pacientes internados chegou a 17.802 na quinta-feira, 4, dos quais 9.910 estão em enfermaria e 7.892 em unidades de terapia intensiva. Na terça-feira, 2, o Estado teve o maior registro de confirmações de mortes pela doença de toda a pandemia, chegando a 468. Na quinta-feira, 313 óbitos foram confirmados. 

Governador de São Paulo, João Doria Foto: Governo SP

Para conter o avanço da doença, o Estado entrará na fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste sábado, 6. A classificação é a de maiores restrições, com funcionamento exclusivamente de estabelecimentos e serviços considerados essenciais, como supermercados, hospitais, farmácias e açougues. A inclusão de templos religiosos na lista de essenciais trouxe críticas ao longo da semana.

São Paulo também está com um “toque de restrição”, das 20 horas até as 5 horas diariamente. A medida consiste especialmente em uma força-tarefa para evitar e autuar aglomerações, lançada na semana passada. “São Paulo não está em lockdown. Não se descarta, mas não estamos em lockdown", destacou Doria.

Mesmo na fase vermelha, as escolas públicas e particulares seguirão abertas, com foco nos alunos mais vulneráveis, com deficiências, dificuldades de aprendizagem e crianças menores. A presença é optativa. Os colégios particulares que não quiserem oferecer aulas presenciais podem fechar.

Saiba quais estabelecimentos e serviços são considerados essenciais em São Paulo

São considerados essenciais: supermercados, mercados, padarias (sem consumo no local), postos de gasolina, clínicas, hospitais e consultórios médicos, escolas, templos religiosos, açougues, clínicas odontológicas, estabelecimentos de saúde animal, farmácias, lojas de suplementação, feiras livres, serviços de segurança pública e privada, meios de comunicação, construção civil, indústria, hotéis, lavanderias, serviços de limpeza, manutenção e zeladoria, bancos, lotéricas, call center, assistência técnica de eletrônicos, bancas de jornal, serviços de delivery e drive-thru de alimentos, empresas de logística e locação de veículos, oficinas de veículos automotores, transporte coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega, estacionamento, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns de abastecimento e lojas de materiais de construção.

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, voltou a manifestar nesta sexta-feira, 5, preocupação sobre um possível colapso na saúde paulista por causa do aumento de casos, óbitos e internações por covid-19. Segundo ele, três pacientes são hospitalizados a cada dois minutos em leitos de enfermaria e UTI de hospitais públicos e particulares paulistas por causa da doença. Na quarta-feira, 4, o Brasil registrou novo recorde da média semanal de óbitos pela doença e o presidente Jair Bolsonaro disse que o País falou em parar com "frescura e mimimi". 

“Algumas unidades, infelizmente, já colapsaram”, lamentou Gorinchteyn, sem detalhar nomes ou endereços dos hospitais. “Não queremos que as pessoas morram sem assistência. O mínimo que podemos dar é dignidade. Nem que a gente coloque em qualquer lugar o cilindro do oxigênio, que distribua a pessoa até mesmo nos corredores. Vamos garantir a assistência", disse, na coletiva de imprensa do governo João Doria (PSDB) nesta sexta-feira, 5.

"Vamos continuar abrindo leitos e vagas dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer local desses hospitais, seja nos anfiteatros, seja nos laboratórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor. O que não queremos é paciente desassistido. Nós vamos dar oxigênio, ampliar a distribuição de respiradores, como nós já temos feito", afirmou o secretário, infectologista do Hospital Emílio Ribas. Ao falar dessa situação, Gorinchteyn fez apelo para que conselhos de classe chamem profissionais de saúde a serem voluntários para atuar na linha de frente contra a covid-19. "Precisamos (de) ajuda, porque estamos em guerra."

No caso de hospitalizações relacionadas ao novo coronavírus, houve aumento de 13,5% na média diária nesta semana, que chegou a 2.066 novos pacientes por dia. Em comparação a três semanas atrás, isso representa uma elevação de 42,4%. 

SP interna 3 pacientes por covid a cada 2 minutos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em óbitos, a média diária da semana é de 273, um aumento de 13,2% em relação à semana anterior. As médias são consideradas parciais, pois não incluem os dados desta sexta e do sábado, os dois últimos dias da atual semana epidemiológica.

Governo prevê inaugurar nova unidade de campanha semana que vem

Também na coletiva, Doria destacou que um novo hospital de campanha montado dentro de uma unidade hospitalar já existente será anunciado na segunda-feira. 8. Ele destacou que o espaço não será nos moldes de outros do ano passado, como os montados em estádios de futebol e com leitos majoritariamente de enfermaria, mas sim voltado a pacientes graves, que exigem uma estrutura mais robusta. 

“Precisamos de quartos com equipamentos de UTI. Essa é a razão fundamental pela qual não optamos pelas tendas”, comentou. Ele também completou a fala do secretário ao dizer: “Nós não queremos atender pacientes em corredores. Vamos atender em quartos e de forma digna.”

Na última semana, o governo já havia adiantado que negociava a contratação de 130 leitos nas dependências de uma instituição privada na região central da capital paulista. Outros detalhes serão divulgados apenas na segunda. “A saúde pública está na iminência de viver umcompleto colapso”, lamentou Doria. “Nosso País virou uma ameaça sanitária não apenas aos brasileiros, mas ao mundo. É uma situação trágica, dramática”, disse ao criticar a atuação do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde.  São Paulo soma 2.093.924 casos e 61.064 óbitos pelo novo coronavírus. A ocupação é de 77,4% em leitos de UTI, média que é de 79,1% na Grande São Paulo. Nas enfermarias, a ocupação é de 59,6% e 66,9%, respectivamente.  O número de pacientes internados chegou a 17.802 na quinta-feira, 4, dos quais 9.910 estão em enfermaria e 7.892 em unidades de terapia intensiva. Na terça-feira, 2, o Estado teve o maior registro de confirmações de mortes pela doença de toda a pandemia, chegando a 468. Na quinta-feira, 313 óbitos foram confirmados. 

Governador de São Paulo, João Doria Foto: Governo SP

Para conter o avanço da doença, o Estado entrará na fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste sábado, 6. A classificação é a de maiores restrições, com funcionamento exclusivamente de estabelecimentos e serviços considerados essenciais, como supermercados, hospitais, farmácias e açougues. A inclusão de templos religiosos na lista de essenciais trouxe críticas ao longo da semana.

São Paulo também está com um “toque de restrição”, das 20 horas até as 5 horas diariamente. A medida consiste especialmente em uma força-tarefa para evitar e autuar aglomerações, lançada na semana passada. “São Paulo não está em lockdown. Não se descarta, mas não estamos em lockdown", destacou Doria.

Mesmo na fase vermelha, as escolas públicas e particulares seguirão abertas, com foco nos alunos mais vulneráveis, com deficiências, dificuldades de aprendizagem e crianças menores. A presença é optativa. Os colégios particulares que não quiserem oferecer aulas presenciais podem fechar.

Saiba quais estabelecimentos e serviços são considerados essenciais em São Paulo

São considerados essenciais: supermercados, mercados, padarias (sem consumo no local), postos de gasolina, clínicas, hospitais e consultórios médicos, escolas, templos religiosos, açougues, clínicas odontológicas, estabelecimentos de saúde animal, farmácias, lojas de suplementação, feiras livres, serviços de segurança pública e privada, meios de comunicação, construção civil, indústria, hotéis, lavanderias, serviços de limpeza, manutenção e zeladoria, bancos, lotéricas, call center, assistência técnica de eletrônicos, bancas de jornal, serviços de delivery e drive-thru de alimentos, empresas de logística e locação de veículos, oficinas de veículos automotores, transporte coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega, estacionamento, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns de abastecimento e lojas de materiais de construção.

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, voltou a manifestar nesta sexta-feira, 5, preocupação sobre um possível colapso na saúde paulista por causa do aumento de casos, óbitos e internações por covid-19. Segundo ele, três pacientes são hospitalizados a cada dois minutos em leitos de enfermaria e UTI de hospitais públicos e particulares paulistas por causa da doença. Na quarta-feira, 4, o Brasil registrou novo recorde da média semanal de óbitos pela doença e o presidente Jair Bolsonaro disse que o País falou em parar com "frescura e mimimi". 

“Algumas unidades, infelizmente, já colapsaram”, lamentou Gorinchteyn, sem detalhar nomes ou endereços dos hospitais. “Não queremos que as pessoas morram sem assistência. O mínimo que podemos dar é dignidade. Nem que a gente coloque em qualquer lugar o cilindro do oxigênio, que distribua a pessoa até mesmo nos corredores. Vamos garantir a assistência", disse, na coletiva de imprensa do governo João Doria (PSDB) nesta sexta-feira, 5.

"Vamos continuar abrindo leitos e vagas dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer local desses hospitais, seja nos anfiteatros, seja nos laboratórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor. O que não queremos é paciente desassistido. Nós vamos dar oxigênio, ampliar a distribuição de respiradores, como nós já temos feito", afirmou o secretário, infectologista do Hospital Emílio Ribas. Ao falar dessa situação, Gorinchteyn fez apelo para que conselhos de classe chamem profissionais de saúde a serem voluntários para atuar na linha de frente contra a covid-19. "Precisamos (de) ajuda, porque estamos em guerra."

No caso de hospitalizações relacionadas ao novo coronavírus, houve aumento de 13,5% na média diária nesta semana, que chegou a 2.066 novos pacientes por dia. Em comparação a três semanas atrás, isso representa uma elevação de 42,4%. 

SP interna 3 pacientes por covid a cada 2 minutos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em óbitos, a média diária da semana é de 273, um aumento de 13,2% em relação à semana anterior. As médias são consideradas parciais, pois não incluem os dados desta sexta e do sábado, os dois últimos dias da atual semana epidemiológica.

Governo prevê inaugurar nova unidade de campanha semana que vem

Também na coletiva, Doria destacou que um novo hospital de campanha montado dentro de uma unidade hospitalar já existente será anunciado na segunda-feira. 8. Ele destacou que o espaço não será nos moldes de outros do ano passado, como os montados em estádios de futebol e com leitos majoritariamente de enfermaria, mas sim voltado a pacientes graves, que exigem uma estrutura mais robusta. 

“Precisamos de quartos com equipamentos de UTI. Essa é a razão fundamental pela qual não optamos pelas tendas”, comentou. Ele também completou a fala do secretário ao dizer: “Nós não queremos atender pacientes em corredores. Vamos atender em quartos e de forma digna.”

Na última semana, o governo já havia adiantado que negociava a contratação de 130 leitos nas dependências de uma instituição privada na região central da capital paulista. Outros detalhes serão divulgados apenas na segunda. “A saúde pública está na iminência de viver umcompleto colapso”, lamentou Doria. “Nosso País virou uma ameaça sanitária não apenas aos brasileiros, mas ao mundo. É uma situação trágica, dramática”, disse ao criticar a atuação do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde.  São Paulo soma 2.093.924 casos e 61.064 óbitos pelo novo coronavírus. A ocupação é de 77,4% em leitos de UTI, média que é de 79,1% na Grande São Paulo. Nas enfermarias, a ocupação é de 59,6% e 66,9%, respectivamente.  O número de pacientes internados chegou a 17.802 na quinta-feira, 4, dos quais 9.910 estão em enfermaria e 7.892 em unidades de terapia intensiva. Na terça-feira, 2, o Estado teve o maior registro de confirmações de mortes pela doença de toda a pandemia, chegando a 468. Na quinta-feira, 313 óbitos foram confirmados. 

Governador de São Paulo, João Doria Foto: Governo SP

Para conter o avanço da doença, o Estado entrará na fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste sábado, 6. A classificação é a de maiores restrições, com funcionamento exclusivamente de estabelecimentos e serviços considerados essenciais, como supermercados, hospitais, farmácias e açougues. A inclusão de templos religiosos na lista de essenciais trouxe críticas ao longo da semana.

São Paulo também está com um “toque de restrição”, das 20 horas até as 5 horas diariamente. A medida consiste especialmente em uma força-tarefa para evitar e autuar aglomerações, lançada na semana passada. “São Paulo não está em lockdown. Não se descarta, mas não estamos em lockdown", destacou Doria.

Mesmo na fase vermelha, as escolas públicas e particulares seguirão abertas, com foco nos alunos mais vulneráveis, com deficiências, dificuldades de aprendizagem e crianças menores. A presença é optativa. Os colégios particulares que não quiserem oferecer aulas presenciais podem fechar.

Saiba quais estabelecimentos e serviços são considerados essenciais em São Paulo

São considerados essenciais: supermercados, mercados, padarias (sem consumo no local), postos de gasolina, clínicas, hospitais e consultórios médicos, escolas, templos religiosos, açougues, clínicas odontológicas, estabelecimentos de saúde animal, farmácias, lojas de suplementação, feiras livres, serviços de segurança pública e privada, meios de comunicação, construção civil, indústria, hotéis, lavanderias, serviços de limpeza, manutenção e zeladoria, bancos, lotéricas, call center, assistência técnica de eletrônicos, bancas de jornal, serviços de delivery e drive-thru de alimentos, empresas de logística e locação de veículos, oficinas de veículos automotores, transporte coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega, estacionamento, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns de abastecimento e lojas de materiais de construção.

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