SÃO PAULO - Soninha Francine é a primeira baixa da equipe de governo do prefeito João Doria (PSDB). Em vídeo postado nesta segunda-feira, 17, na internet, o prefeito afirmou que ela deixa o cargo de secretária de Assistência Social porque a pasta exigiria “demandas” que não estavam dentro de seu “espírito”. O secretário adjunto, Filipe Sabará, deve assumir o cargo a partir de hoje.
Soninha vinha sendo alvo de desgaste desde o primeiro dia útil do governo Doria. Seu atraso na primeira ação do Cidade Linda, de mutirões de zeladoria, fez Doria instituir, em tom de brincadeira, multa de R$ 200 a secretários que se atrasassem em reuniões. A regra foi apelidada de “Lei Soninha”.
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Doria anuncia que Soninha deixará Secretaria da Assistência Social
Mais séria, porém, foi a diferença de ritmos entre Doria e a ex-VJ. Em quatro meses, ela viu os principais projetos de sua pasta – o Trabalho Novo, que dá emprego a moradores de rua, e os Espaços Vida, de reforma de abrigos municipais, serem transferidos para o empresário Filipe Sabará – um dos homens de confiança do prefeito.
O vídeo publicado pelo prefeito, antecipado pelo site do jornal Folha de S. Paulo, evita o tom de demissão. Doria diz que “não teve nenhuma decepção” e argumenta que a Assistência ganhará “um pouco mais de força na gestão administrativa, que é mais pesado um pouco: construção, obra, implementação dos novos Espaços Vida”. Ele segue: “Tudo isso exige uma demanda que não está dentro do espírito da Sonia. Mas o espírito dela é importante”.
Os 100 dias da gestão Doria em fotos
Soninha, por sua vez, afirma no vídeo que “amou” ser secretária. O período, diz, foi “intenso e enriquecedor”. Também afirma que volta para a Câmara com “bagagem incomparável”.
Mais tarde, em texto no Facebook, ela admitiu: “Não correspondi ao ritmo do prefeito. E olha que eu ando rápido”. Soninha (PPS) é vereadora eleita e deve voltar à Câmara ainda nesta semana. Seu suplente, Rodrigo Gomes (PHS), deixará o Legislativo. O Estado não conseguiu localizar Soninha.
Secretários. Doria tem enfrentado pressões – especialmente da Câmara – exigindo mudanças no primeiro escalão. Nesta segunda, vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública tentaram convencer a Prefeitura a demitir o procurador-geral do Município, Ricardo Ferrari, sem sucesso. O motivo seria ele não ter assinado uma declaração favorável à comissão.
Neste mês, Doria teve de colocar panos quentes em um embate entre o vereador Fernando Holiday (DEM), do Movimento Brasil Livre, e o secretário da Educação, Alexandre Schneider, que criticou blitze em escolas feitas pelo parlamentar.