Todo mundo conhece esse quadro. Está lá, todo imponente, no Museu do Ipiranga. Mas está também, onipresente, em qualquer livro de História. Independência Ou Morte foi pintado em 1888 pelo artista Pedro Américo - e é hoje a maior tela em exposição em um museu paulistano.
Como a obra é uma representação idealizada do gesto de Dom Pedro I, há vários exageros e equívocos históricos nele. A jornalista e escritora Juliana de Faria apontou os sete erros em seu livro Independência Ou Morte!, lançado em 2006. Este foi o assunto de minha coluna veiculada hoje pela rádio Estadão ESPN. Vamos aos erros:
1. Roupas. Nada dessas pomposas vestes de veludo. De acordo com pesquisas históricas, os viajantes da época usava simples roupas de algodão.
2. A espada. Isso também é um exagero. Não há registro algum que Dom Pedro I tenha empunhado uma espada para proclamar a Independência.
3. Casa do Grito. Essa casa, que ficou conhecida como Casa do Grito e existe até hoje ali no Parque da Independência, não existia em 1822.
4. Participação popular. O quadro mostra alguns homens simples em carros de boi. Na verdade, o povo não participou do ato.
5. Cavalos. Para transporte, o que se usava eram mulas e não os belos cavalos da pintura.
6. Mulheres e crianças aparecem no quadro. Improvável que tenham participado da cena real. Afinal, a região do Ipiranga era completamente despovoada naquela época.
7. Questão de enquadramento. O riacho do Ipiranga fica distante da Casa do Grito. Seria impossível o enquadramento retratado.