Empresa promete imóvel ainda menor


Incorporadora prepara apartamento pequeno para idosos, com banheiro adaptado; reforma de edifícios antigos é outra aposta do mercado

Por Priscila Mengue
Contraste. Na região central da cidade, empreendimentos com studios reduzidos dividem espaço com prédios espaçosos Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADAO

“Em breve até pombo e joão-de-barro vão viver melhor do que humanos em São Paulo” é um dos comentários de uma notícia na internet sobre apartamentos de 19m²na cidade. Mas a principal idealizadora de empreendimentos do tipo na capital, a Vitacon, não teme reduzir as unidades ainda mais do que os 10 m² dos apartamentos anunciados pela incorporadora no mês passado. 

“Sem nenhum tipo de preocupação em ouvir críticas”, declara o CEO da empresa, Alexandre Lafer Frankel. “O nosso objetivo é resolver o problema de moradia no Brasil e no mundo. Se, para isso, o apartamento for menor e se para isso tiver de fazer apartamento debaixo da água, nós vamos fazer.”

continua após a publicidade

Na Vitacon, o conceito de apartamento pequeno reduziu de 40 m² para 10 m² em oito anos, desde quando foi fundada. Para Frankel, imóveis do tipo são “experiência de vida”. “As pessoas querem morar mais perto e não ficar horas e horas no trânsito. Para muita gente, não faz sentido ter uma mesa de jantar ou uma sala gigante, porque se recebe tão pouca gente em casa. É um novo comportamento urbano”, diz ele, que se inspirou no layout de barcos, aviões e até automóveis para otimizar espaços. 

Dentro dessa ideia, ele aposta também no público de idosos. Prepara um projeto adaptado, com barras no banheiro, botão de emergência e espaços para cuidadores, dentre outros. “A ideia é acompanhar as pessoas em todas as fases da vida. Não existe imóvel para a vida inteira. Deveria ser flexível para as fases da vida da pessoa.”

Nicho.Prestes a inaugurar o Downtown São Luís, na República, na região central da capital paulista, com studios a partir de 18 m², a Setin Incorporadora desenvolveu uma pesquisa de mercado antes de investir nos microapartamentos. De acordo com o presidente da empresa, Antonio Setin, o levantamento constatou que o público que já vivia em quitinetes do centro buscava mais funcionalidade nos condomínios, desde zelador até guarita blindada. 

continua após a publicidade

Para ele, a localização é o aspecto central desses empreendimentos. “A pessoa não compra nem aluga um apartamento. Ela compra um sanduíche: um bom transporte, uma boa diversão e leva um apartamento junto. É um modo de vida”, define. Mas Setin pontua que o modelo “tem seu limite”, por ser voltado a um público “single”.  “Até brinco que não adianta fazer no Morumbi. Quanto menor o apartamento, mais a pessoa vai vivenciar o exterior. A vida acontece muito da porta para fora, seja no condomínio ou na padaria da frente”, diz Setin. 

Embora residenciais, empreendimentos do tipo também estão direcionados ao mercado de aluguéis diários, como o realizado pelo site Airbnb. Na área da Luz, também na região central paulistana, por exemplo, o Edifício Irradiação vai oferecer serviços especializados (como chave eletrônica) para atender também os compradores que alugarem os studios (vendidos a partir de R$ 290 mil, mobiliados), segundo o sócio da TPA Empreendimentos Mauro Teixeira Pinto. Datado de 1940, com projeto do arquiteto francês Jacques Pilon, o mesmo da Biblioteca Mario de Andrade, o edifício teve uso comercial originalmente. Foi modificado para abrigar unidades a partir de 20m², que serão lançadas ainda este mês.

LINHA DO TEMPO

continua após a publicidade

Medidas das unidades habitacionais sofreram mudanças por causa das demandas sociais, econômicas e mercadológicas

Até anos 1940 Primeiros empreendimentos reproduzem proporções das residências, como se fossem “casas nas alturas”, como define o professor de Arquitetura da Mackenzie, Valter Caldana

 Anos 50/60 Modernização e verticalização, com “boom” das quitinetes

continua após a publicidade

Anos 70 Dependência para empregados entra em desuso

Anos 80 Febre dos “prédios superequipados” e quartos no modelo suíte

 Anos 90 Com popularização da suíte, lavabo vira cômodo “fundamental”. Moda dos “prédios superequipados” entra em baixa por serem onerosos para o condomínio

continua após a publicidade

Anos 2000/2010 Novos empreendimentos investem nas “varandas gourmets”, com espaço útil que chega a um terço do total do imóvel. Retorno dos condomínios com muitos serviços, dessa vez mais automatizados e com custo menorFontes: Marcos Carrilho, Renato Cymbalista, Valter Caldana e Walter Galvão

Contraste. Na região central da cidade, empreendimentos com studios reduzidos dividem espaço com prédios espaçosos Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADAO

“Em breve até pombo e joão-de-barro vão viver melhor do que humanos em São Paulo” é um dos comentários de uma notícia na internet sobre apartamentos de 19m²na cidade. Mas a principal idealizadora de empreendimentos do tipo na capital, a Vitacon, não teme reduzir as unidades ainda mais do que os 10 m² dos apartamentos anunciados pela incorporadora no mês passado. 

“Sem nenhum tipo de preocupação em ouvir críticas”, declara o CEO da empresa, Alexandre Lafer Frankel. “O nosso objetivo é resolver o problema de moradia no Brasil e no mundo. Se, para isso, o apartamento for menor e se para isso tiver de fazer apartamento debaixo da água, nós vamos fazer.”

Na Vitacon, o conceito de apartamento pequeno reduziu de 40 m² para 10 m² em oito anos, desde quando foi fundada. Para Frankel, imóveis do tipo são “experiência de vida”. “As pessoas querem morar mais perto e não ficar horas e horas no trânsito. Para muita gente, não faz sentido ter uma mesa de jantar ou uma sala gigante, porque se recebe tão pouca gente em casa. É um novo comportamento urbano”, diz ele, que se inspirou no layout de barcos, aviões e até automóveis para otimizar espaços. 

Dentro dessa ideia, ele aposta também no público de idosos. Prepara um projeto adaptado, com barras no banheiro, botão de emergência e espaços para cuidadores, dentre outros. “A ideia é acompanhar as pessoas em todas as fases da vida. Não existe imóvel para a vida inteira. Deveria ser flexível para as fases da vida da pessoa.”

Nicho.Prestes a inaugurar o Downtown São Luís, na República, na região central da capital paulista, com studios a partir de 18 m², a Setin Incorporadora desenvolveu uma pesquisa de mercado antes de investir nos microapartamentos. De acordo com o presidente da empresa, Antonio Setin, o levantamento constatou que o público que já vivia em quitinetes do centro buscava mais funcionalidade nos condomínios, desde zelador até guarita blindada. 

Para ele, a localização é o aspecto central desses empreendimentos. “A pessoa não compra nem aluga um apartamento. Ela compra um sanduíche: um bom transporte, uma boa diversão e leva um apartamento junto. É um modo de vida”, define. Mas Setin pontua que o modelo “tem seu limite”, por ser voltado a um público “single”.  “Até brinco que não adianta fazer no Morumbi. Quanto menor o apartamento, mais a pessoa vai vivenciar o exterior. A vida acontece muito da porta para fora, seja no condomínio ou na padaria da frente”, diz Setin. 

Embora residenciais, empreendimentos do tipo também estão direcionados ao mercado de aluguéis diários, como o realizado pelo site Airbnb. Na área da Luz, também na região central paulistana, por exemplo, o Edifício Irradiação vai oferecer serviços especializados (como chave eletrônica) para atender também os compradores que alugarem os studios (vendidos a partir de R$ 290 mil, mobiliados), segundo o sócio da TPA Empreendimentos Mauro Teixeira Pinto. Datado de 1940, com projeto do arquiteto francês Jacques Pilon, o mesmo da Biblioteca Mario de Andrade, o edifício teve uso comercial originalmente. Foi modificado para abrigar unidades a partir de 20m², que serão lançadas ainda este mês.

LINHA DO TEMPO

Medidas das unidades habitacionais sofreram mudanças por causa das demandas sociais, econômicas e mercadológicas

Até anos 1940 Primeiros empreendimentos reproduzem proporções das residências, como se fossem “casas nas alturas”, como define o professor de Arquitetura da Mackenzie, Valter Caldana

 Anos 50/60 Modernização e verticalização, com “boom” das quitinetes

Anos 70 Dependência para empregados entra em desuso

Anos 80 Febre dos “prédios superequipados” e quartos no modelo suíte

 Anos 90 Com popularização da suíte, lavabo vira cômodo “fundamental”. Moda dos “prédios superequipados” entra em baixa por serem onerosos para o condomínio

Anos 2000/2010 Novos empreendimentos investem nas “varandas gourmets”, com espaço útil que chega a um terço do total do imóvel. Retorno dos condomínios com muitos serviços, dessa vez mais automatizados e com custo menorFontes: Marcos Carrilho, Renato Cymbalista, Valter Caldana e Walter Galvão

Contraste. Na região central da cidade, empreendimentos com studios reduzidos dividem espaço com prédios espaçosos Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADAO

“Em breve até pombo e joão-de-barro vão viver melhor do que humanos em São Paulo” é um dos comentários de uma notícia na internet sobre apartamentos de 19m²na cidade. Mas a principal idealizadora de empreendimentos do tipo na capital, a Vitacon, não teme reduzir as unidades ainda mais do que os 10 m² dos apartamentos anunciados pela incorporadora no mês passado. 

“Sem nenhum tipo de preocupação em ouvir críticas”, declara o CEO da empresa, Alexandre Lafer Frankel. “O nosso objetivo é resolver o problema de moradia no Brasil e no mundo. Se, para isso, o apartamento for menor e se para isso tiver de fazer apartamento debaixo da água, nós vamos fazer.”

Na Vitacon, o conceito de apartamento pequeno reduziu de 40 m² para 10 m² em oito anos, desde quando foi fundada. Para Frankel, imóveis do tipo são “experiência de vida”. “As pessoas querem morar mais perto e não ficar horas e horas no trânsito. Para muita gente, não faz sentido ter uma mesa de jantar ou uma sala gigante, porque se recebe tão pouca gente em casa. É um novo comportamento urbano”, diz ele, que se inspirou no layout de barcos, aviões e até automóveis para otimizar espaços. 

Dentro dessa ideia, ele aposta também no público de idosos. Prepara um projeto adaptado, com barras no banheiro, botão de emergência e espaços para cuidadores, dentre outros. “A ideia é acompanhar as pessoas em todas as fases da vida. Não existe imóvel para a vida inteira. Deveria ser flexível para as fases da vida da pessoa.”

Nicho.Prestes a inaugurar o Downtown São Luís, na República, na região central da capital paulista, com studios a partir de 18 m², a Setin Incorporadora desenvolveu uma pesquisa de mercado antes de investir nos microapartamentos. De acordo com o presidente da empresa, Antonio Setin, o levantamento constatou que o público que já vivia em quitinetes do centro buscava mais funcionalidade nos condomínios, desde zelador até guarita blindada. 

Para ele, a localização é o aspecto central desses empreendimentos. “A pessoa não compra nem aluga um apartamento. Ela compra um sanduíche: um bom transporte, uma boa diversão e leva um apartamento junto. É um modo de vida”, define. Mas Setin pontua que o modelo “tem seu limite”, por ser voltado a um público “single”.  “Até brinco que não adianta fazer no Morumbi. Quanto menor o apartamento, mais a pessoa vai vivenciar o exterior. A vida acontece muito da porta para fora, seja no condomínio ou na padaria da frente”, diz Setin. 

Embora residenciais, empreendimentos do tipo também estão direcionados ao mercado de aluguéis diários, como o realizado pelo site Airbnb. Na área da Luz, também na região central paulistana, por exemplo, o Edifício Irradiação vai oferecer serviços especializados (como chave eletrônica) para atender também os compradores que alugarem os studios (vendidos a partir de R$ 290 mil, mobiliados), segundo o sócio da TPA Empreendimentos Mauro Teixeira Pinto. Datado de 1940, com projeto do arquiteto francês Jacques Pilon, o mesmo da Biblioteca Mario de Andrade, o edifício teve uso comercial originalmente. Foi modificado para abrigar unidades a partir de 20m², que serão lançadas ainda este mês.

LINHA DO TEMPO

Medidas das unidades habitacionais sofreram mudanças por causa das demandas sociais, econômicas e mercadológicas

Até anos 1940 Primeiros empreendimentos reproduzem proporções das residências, como se fossem “casas nas alturas”, como define o professor de Arquitetura da Mackenzie, Valter Caldana

 Anos 50/60 Modernização e verticalização, com “boom” das quitinetes

Anos 70 Dependência para empregados entra em desuso

Anos 80 Febre dos “prédios superequipados” e quartos no modelo suíte

 Anos 90 Com popularização da suíte, lavabo vira cômodo “fundamental”. Moda dos “prédios superequipados” entra em baixa por serem onerosos para o condomínio

Anos 2000/2010 Novos empreendimentos investem nas “varandas gourmets”, com espaço útil que chega a um terço do total do imóvel. Retorno dos condomínios com muitos serviços, dessa vez mais automatizados e com custo menorFontes: Marcos Carrilho, Renato Cymbalista, Valter Caldana e Walter Galvão

Contraste. Na região central da cidade, empreendimentos com studios reduzidos dividem espaço com prédios espaçosos Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADAO

“Em breve até pombo e joão-de-barro vão viver melhor do que humanos em São Paulo” é um dos comentários de uma notícia na internet sobre apartamentos de 19m²na cidade. Mas a principal idealizadora de empreendimentos do tipo na capital, a Vitacon, não teme reduzir as unidades ainda mais do que os 10 m² dos apartamentos anunciados pela incorporadora no mês passado. 

“Sem nenhum tipo de preocupação em ouvir críticas”, declara o CEO da empresa, Alexandre Lafer Frankel. “O nosso objetivo é resolver o problema de moradia no Brasil e no mundo. Se, para isso, o apartamento for menor e se para isso tiver de fazer apartamento debaixo da água, nós vamos fazer.”

Na Vitacon, o conceito de apartamento pequeno reduziu de 40 m² para 10 m² em oito anos, desde quando foi fundada. Para Frankel, imóveis do tipo são “experiência de vida”. “As pessoas querem morar mais perto e não ficar horas e horas no trânsito. Para muita gente, não faz sentido ter uma mesa de jantar ou uma sala gigante, porque se recebe tão pouca gente em casa. É um novo comportamento urbano”, diz ele, que se inspirou no layout de barcos, aviões e até automóveis para otimizar espaços. 

Dentro dessa ideia, ele aposta também no público de idosos. Prepara um projeto adaptado, com barras no banheiro, botão de emergência e espaços para cuidadores, dentre outros. “A ideia é acompanhar as pessoas em todas as fases da vida. Não existe imóvel para a vida inteira. Deveria ser flexível para as fases da vida da pessoa.”

Nicho.Prestes a inaugurar o Downtown São Luís, na República, na região central da capital paulista, com studios a partir de 18 m², a Setin Incorporadora desenvolveu uma pesquisa de mercado antes de investir nos microapartamentos. De acordo com o presidente da empresa, Antonio Setin, o levantamento constatou que o público que já vivia em quitinetes do centro buscava mais funcionalidade nos condomínios, desde zelador até guarita blindada. 

Para ele, a localização é o aspecto central desses empreendimentos. “A pessoa não compra nem aluga um apartamento. Ela compra um sanduíche: um bom transporte, uma boa diversão e leva um apartamento junto. É um modo de vida”, define. Mas Setin pontua que o modelo “tem seu limite”, por ser voltado a um público “single”.  “Até brinco que não adianta fazer no Morumbi. Quanto menor o apartamento, mais a pessoa vai vivenciar o exterior. A vida acontece muito da porta para fora, seja no condomínio ou na padaria da frente”, diz Setin. 

Embora residenciais, empreendimentos do tipo também estão direcionados ao mercado de aluguéis diários, como o realizado pelo site Airbnb. Na área da Luz, também na região central paulistana, por exemplo, o Edifício Irradiação vai oferecer serviços especializados (como chave eletrônica) para atender também os compradores que alugarem os studios (vendidos a partir de R$ 290 mil, mobiliados), segundo o sócio da TPA Empreendimentos Mauro Teixeira Pinto. Datado de 1940, com projeto do arquiteto francês Jacques Pilon, o mesmo da Biblioteca Mario de Andrade, o edifício teve uso comercial originalmente. Foi modificado para abrigar unidades a partir de 20m², que serão lançadas ainda este mês.

LINHA DO TEMPO

Medidas das unidades habitacionais sofreram mudanças por causa das demandas sociais, econômicas e mercadológicas

Até anos 1940 Primeiros empreendimentos reproduzem proporções das residências, como se fossem “casas nas alturas”, como define o professor de Arquitetura da Mackenzie, Valter Caldana

 Anos 50/60 Modernização e verticalização, com “boom” das quitinetes

Anos 70 Dependência para empregados entra em desuso

Anos 80 Febre dos “prédios superequipados” e quartos no modelo suíte

 Anos 90 Com popularização da suíte, lavabo vira cômodo “fundamental”. Moda dos “prédios superequipados” entra em baixa por serem onerosos para o condomínio

Anos 2000/2010 Novos empreendimentos investem nas “varandas gourmets”, com espaço útil que chega a um terço do total do imóvel. Retorno dos condomínios com muitos serviços, dessa vez mais automatizados e com custo menorFontes: Marcos Carrilho, Renato Cymbalista, Valter Caldana e Walter Galvão

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.