Falta de luz em SP: ‘Meu filho precisa dos aparelhos ligados para sobreviver’


Pacientes com doenças crônicas relatam dificuldades para continuar o tratamento por causa da falta de energia elétrica

Por Gonçalo Junior
Atualização:

Entre os moradores que enfrentam transtornos com a falta de energia na capital paulista nesta segunda-feira, 6, estão pacientes que dependem de aparelhos ligados à rede de energia elétrica para continuar o tratamento médico.

Cerca de 500 mil endereços ainda estão sem luz na cidade de São Paulo e na região metropolitana. A Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira.

Um dos pacientes é Pedro Ducati Lima, de 12 anos e que mora na Vila Invernada, zona leste da capital. Por causa da atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, sua casa tem uma UTI domiciliar. Ele não respira, não engole e não se mexe sozinho, mas as funções cognitivas estão preservadas.

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Por isso, o menino precisa de ventilação mecânica para respiração, do aspirador de secreção pulmonar e uma bomba de infusão para se alimentar, além de um colchão pneumático para evitar escaras. Também faz parte do cuidado permanente um aparelho para fisioterapia respiratória. “Quando perdemos a energia elétrica, nós perdemos tudo isso”, conta Cristiane Graziela Ducati, de 49 anos.

Cristiane Graziela Ducati e o filho Pedro tiveram dificuldades para continuar o tratamento por causa da falta de energia elétrica em São Paulo Foto: Cristiane Graziela Ducati

A saída foi deslocar o paciente para a casa da mãe, no bairro da Vila Diva, também na zona leste ou simplesmente levar os aparelhos para serem recarregados lá emergencialmente. Outra preocupação era recarregar os aparelhos celulares para continuar em contato com a Enel. “Além de todo esse transtorno, nós tivemos o desgaste emocional. Ficamos muito preocupados. E se faltar energia na casa da minha mãe?”, questiona.

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Sem o tratamento adequado, Grazi conta que Pedro já está com pequenas sequelas, como o aumento da secreção pulmonar que não foi aspirada de forma correta.

Questionada sobre o retorno da energia na zona leste, a Enel Distribuição São Paulo não informa quais bairros permanecem sem energia, mas confirmou que são 500 mil moradores sem energia.

Outro paciente com tratamento comprometido é William Ferreira de Oliveira, de 29 anos. O rapaz vive com mucopolissacaridose (MPS III-A), doença rara genética causada pela falta de um tipo de enzima e que leva à regressão neurológica. Recentemente, ele ficou dois meses na UTI.

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William utiliza BiPAB, aparelho eletrônico que funciona como um respirador artificial. O drama foi relatado pela mãe Patrícia Ferreira, nas redes sociais durante o final de semana. O abastecimento de energia em sua região, no Jardim Santa Margarida, região da zona sul de São Paulo, já foi normalizado.

“Minha luta começou na sexta-feira à tarde. Passei à luz de velas. Foram 36 horas sem luz ligando para a Enel e tentando um nobreak (equipamentos de proteção à rede elétrica. Mas na hora que você mais necessita ninguém ajuda. É muito difícil ter um filho acamado. Sou cuidadora. Tudo tem de ser com muita luta”, diz Patrícia.

A mãe conta que precisou recarregar o aparelho em algumas casas de vizinhos e familiares da região . Se o problema persistisse, William teria que ser hospitalizado. “Tudo do meu filho é ligado na energia elétrica. Meu filho precisa dos aparelhos ligados para sobreviver”, diz a senhora de 50 anos.

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Temporal derrubou dezenas de árvores na cidade de São Paulo, o que afetou a rede elétrica. Mais de 500 mil seguem sem luz nesta segunda-feira. Na imagem, árvore retirada no bairro de Moema Foto: Felipe Rau/Estadão

Os principais problemas decorrentes da falta de eletricidade para pessoas com doenças raras incluem a inoperância de dispositivos médicos vitais, como respiradores e máquinas de diálise e a dificuldade de conservação de medicamentos que necessitam refrigeração. Essa é a avaliação de Antoine Daher, presidente da Casa Hunter, instituição focada no apoio aos pacientes com doenças raras e seus familiares e que oferece desde acesso a especialistas e aparelhos até exames para pacientes em situação de vulnerabilidade social.

“O primeiro passo é ter um plano de emergência detalhado, que aborde as necessidades específicas do membro da família afetado. Isso pode incluir a operação manual de equipamentos médicos, se possível, e o uso de geradores de backup para manter esses equipamentos em funcionamento. A conservação de medicamentos também é essencial, utilizando métodos como caixas térmicas com gelo para manter os medicamentos na temperatura correta”, recomenda Daher.

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Concessionária afirma que restabeleceu a energia para 76% dos clientes

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira. Até o momento, cerca de 1,6 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de cerca 2,1 milhões afetados na última sexta-feira.

“O vendaval que atingiu a área de concessão no dia 3 de novembro foi o mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Técnicos da companhia seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e restabelecer o serviço para a grande maioria dos clientes até a próxima terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo na tarde de ontem (domingo)”, diz outro trecho do comunicado.

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Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual. Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, a companhia tem priorizado os casos mais críticos, como serviços essenciais e a conexão das escolas onde seriam aplicadas as provas do Enem.

Entre os moradores que enfrentam transtornos com a falta de energia na capital paulista nesta segunda-feira, 6, estão pacientes que dependem de aparelhos ligados à rede de energia elétrica para continuar o tratamento médico.

Cerca de 500 mil endereços ainda estão sem luz na cidade de São Paulo e na região metropolitana. A Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira.

Um dos pacientes é Pedro Ducati Lima, de 12 anos e que mora na Vila Invernada, zona leste da capital. Por causa da atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, sua casa tem uma UTI domiciliar. Ele não respira, não engole e não se mexe sozinho, mas as funções cognitivas estão preservadas.

Por isso, o menino precisa de ventilação mecânica para respiração, do aspirador de secreção pulmonar e uma bomba de infusão para se alimentar, além de um colchão pneumático para evitar escaras. Também faz parte do cuidado permanente um aparelho para fisioterapia respiratória. “Quando perdemos a energia elétrica, nós perdemos tudo isso”, conta Cristiane Graziela Ducati, de 49 anos.

Cristiane Graziela Ducati e o filho Pedro tiveram dificuldades para continuar o tratamento por causa da falta de energia elétrica em São Paulo Foto: Cristiane Graziela Ducati

A saída foi deslocar o paciente para a casa da mãe, no bairro da Vila Diva, também na zona leste ou simplesmente levar os aparelhos para serem recarregados lá emergencialmente. Outra preocupação era recarregar os aparelhos celulares para continuar em contato com a Enel. “Além de todo esse transtorno, nós tivemos o desgaste emocional. Ficamos muito preocupados. E se faltar energia na casa da minha mãe?”, questiona.

Sem o tratamento adequado, Grazi conta que Pedro já está com pequenas sequelas, como o aumento da secreção pulmonar que não foi aspirada de forma correta.

Questionada sobre o retorno da energia na zona leste, a Enel Distribuição São Paulo não informa quais bairros permanecem sem energia, mas confirmou que são 500 mil moradores sem energia.

Outro paciente com tratamento comprometido é William Ferreira de Oliveira, de 29 anos. O rapaz vive com mucopolissacaridose (MPS III-A), doença rara genética causada pela falta de um tipo de enzima e que leva à regressão neurológica. Recentemente, ele ficou dois meses na UTI.

William utiliza BiPAB, aparelho eletrônico que funciona como um respirador artificial. O drama foi relatado pela mãe Patrícia Ferreira, nas redes sociais durante o final de semana. O abastecimento de energia em sua região, no Jardim Santa Margarida, região da zona sul de São Paulo, já foi normalizado.

“Minha luta começou na sexta-feira à tarde. Passei à luz de velas. Foram 36 horas sem luz ligando para a Enel e tentando um nobreak (equipamentos de proteção à rede elétrica. Mas na hora que você mais necessita ninguém ajuda. É muito difícil ter um filho acamado. Sou cuidadora. Tudo tem de ser com muita luta”, diz Patrícia.

A mãe conta que precisou recarregar o aparelho em algumas casas de vizinhos e familiares da região . Se o problema persistisse, William teria que ser hospitalizado. “Tudo do meu filho é ligado na energia elétrica. Meu filho precisa dos aparelhos ligados para sobreviver”, diz a senhora de 50 anos.

Temporal derrubou dezenas de árvores na cidade de São Paulo, o que afetou a rede elétrica. Mais de 500 mil seguem sem luz nesta segunda-feira. Na imagem, árvore retirada no bairro de Moema Foto: Felipe Rau/Estadão

Os principais problemas decorrentes da falta de eletricidade para pessoas com doenças raras incluem a inoperância de dispositivos médicos vitais, como respiradores e máquinas de diálise e a dificuldade de conservação de medicamentos que necessitam refrigeração. Essa é a avaliação de Antoine Daher, presidente da Casa Hunter, instituição focada no apoio aos pacientes com doenças raras e seus familiares e que oferece desde acesso a especialistas e aparelhos até exames para pacientes em situação de vulnerabilidade social.

“O primeiro passo é ter um plano de emergência detalhado, que aborde as necessidades específicas do membro da família afetado. Isso pode incluir a operação manual de equipamentos médicos, se possível, e o uso de geradores de backup para manter esses equipamentos em funcionamento. A conservação de medicamentos também é essencial, utilizando métodos como caixas térmicas com gelo para manter os medicamentos na temperatura correta”, recomenda Daher.

Concessionária afirma que restabeleceu a energia para 76% dos clientes

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira. Até o momento, cerca de 1,6 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de cerca 2,1 milhões afetados na última sexta-feira.

“O vendaval que atingiu a área de concessão no dia 3 de novembro foi o mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Técnicos da companhia seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e restabelecer o serviço para a grande maioria dos clientes até a próxima terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo na tarde de ontem (domingo)”, diz outro trecho do comunicado.

Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual. Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, a companhia tem priorizado os casos mais críticos, como serviços essenciais e a conexão das escolas onde seriam aplicadas as provas do Enem.

Entre os moradores que enfrentam transtornos com a falta de energia na capital paulista nesta segunda-feira, 6, estão pacientes que dependem de aparelhos ligados à rede de energia elétrica para continuar o tratamento médico.

Cerca de 500 mil endereços ainda estão sem luz na cidade de São Paulo e na região metropolitana. A Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira.

Um dos pacientes é Pedro Ducati Lima, de 12 anos e que mora na Vila Invernada, zona leste da capital. Por causa da atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, sua casa tem uma UTI domiciliar. Ele não respira, não engole e não se mexe sozinho, mas as funções cognitivas estão preservadas.

Por isso, o menino precisa de ventilação mecânica para respiração, do aspirador de secreção pulmonar e uma bomba de infusão para se alimentar, além de um colchão pneumático para evitar escaras. Também faz parte do cuidado permanente um aparelho para fisioterapia respiratória. “Quando perdemos a energia elétrica, nós perdemos tudo isso”, conta Cristiane Graziela Ducati, de 49 anos.

Cristiane Graziela Ducati e o filho Pedro tiveram dificuldades para continuar o tratamento por causa da falta de energia elétrica em São Paulo Foto: Cristiane Graziela Ducati

A saída foi deslocar o paciente para a casa da mãe, no bairro da Vila Diva, também na zona leste ou simplesmente levar os aparelhos para serem recarregados lá emergencialmente. Outra preocupação era recarregar os aparelhos celulares para continuar em contato com a Enel. “Além de todo esse transtorno, nós tivemos o desgaste emocional. Ficamos muito preocupados. E se faltar energia na casa da minha mãe?”, questiona.

Sem o tratamento adequado, Grazi conta que Pedro já está com pequenas sequelas, como o aumento da secreção pulmonar que não foi aspirada de forma correta.

Questionada sobre o retorno da energia na zona leste, a Enel Distribuição São Paulo não informa quais bairros permanecem sem energia, mas confirmou que são 500 mil moradores sem energia.

Outro paciente com tratamento comprometido é William Ferreira de Oliveira, de 29 anos. O rapaz vive com mucopolissacaridose (MPS III-A), doença rara genética causada pela falta de um tipo de enzima e que leva à regressão neurológica. Recentemente, ele ficou dois meses na UTI.

William utiliza BiPAB, aparelho eletrônico que funciona como um respirador artificial. O drama foi relatado pela mãe Patrícia Ferreira, nas redes sociais durante o final de semana. O abastecimento de energia em sua região, no Jardim Santa Margarida, região da zona sul de São Paulo, já foi normalizado.

“Minha luta começou na sexta-feira à tarde. Passei à luz de velas. Foram 36 horas sem luz ligando para a Enel e tentando um nobreak (equipamentos de proteção à rede elétrica. Mas na hora que você mais necessita ninguém ajuda. É muito difícil ter um filho acamado. Sou cuidadora. Tudo tem de ser com muita luta”, diz Patrícia.

A mãe conta que precisou recarregar o aparelho em algumas casas de vizinhos e familiares da região . Se o problema persistisse, William teria que ser hospitalizado. “Tudo do meu filho é ligado na energia elétrica. Meu filho precisa dos aparelhos ligados para sobreviver”, diz a senhora de 50 anos.

Temporal derrubou dezenas de árvores na cidade de São Paulo, o que afetou a rede elétrica. Mais de 500 mil seguem sem luz nesta segunda-feira. Na imagem, árvore retirada no bairro de Moema Foto: Felipe Rau/Estadão

Os principais problemas decorrentes da falta de eletricidade para pessoas com doenças raras incluem a inoperância de dispositivos médicos vitais, como respiradores e máquinas de diálise e a dificuldade de conservação de medicamentos que necessitam refrigeração. Essa é a avaliação de Antoine Daher, presidente da Casa Hunter, instituição focada no apoio aos pacientes com doenças raras e seus familiares e que oferece desde acesso a especialistas e aparelhos até exames para pacientes em situação de vulnerabilidade social.

“O primeiro passo é ter um plano de emergência detalhado, que aborde as necessidades específicas do membro da família afetado. Isso pode incluir a operação manual de equipamentos médicos, se possível, e o uso de geradores de backup para manter esses equipamentos em funcionamento. A conservação de medicamentos também é essencial, utilizando métodos como caixas térmicas com gelo para manter os medicamentos na temperatura correta”, recomenda Daher.

Concessionária afirma que restabeleceu a energia para 76% dos clientes

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informa que restabeleceu a energia para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira. Até o momento, cerca de 1,6 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de cerca 2,1 milhões afetados na última sexta-feira.

“O vendaval que atingiu a área de concessão no dia 3 de novembro foi o mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Técnicos da companhia seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e restabelecer o serviço para a grande maioria dos clientes até a próxima terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo na tarde de ontem (domingo)”, diz outro trecho do comunicado.

Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual. Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, a companhia tem priorizado os casos mais críticos, como serviços essenciais e a conexão das escolas onde seriam aplicadas as provas do Enem.

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