Faria Lima agora tem congestionamento de bikes: ‘As pessoas entenderam que carro é cilada’


Para fugir do trânsito, mais gente tem ido trabalhar de bicicleta na região; terreno plano e estrutura da ciclovia, em boa parte arborizada, são atrativos

Por Giovanna Castro
Atualização:

O trânsito é reclamação frequente dos paulistanos que precisam se deslocar de carro ou ônibus pela capital paulista. Esse é um dos motivos pelos quais a opção de ir de bicicleta para o trabalho tem ganhado força nos últimos anos, especialmente após o avanço no projeto de implementação de ciclovias. Mas, agora, parece que nem sobre duas rodas tem sido possível fugir de engarrafamentos.

Esta semana, uma publicação de um sócio-fundador de empresa de gestão de investimentos sobre ficar parado no trânsito de bicicletas da Avenida Brigadeiro Faria Lima viralizou no X, antigo Twitter. Na foto postada, a ciclovia, na região de Pinheiros e Itaim Bibi, aparece com uma fila enorme de ciclistas parados, aguardando liberação do fluxo.

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“Tá dura a vida do Faria Limer (termo usado para definir quem trabalha e frequenta a região da Faria Lima). Eu tirei essa foto hoje (12 de dezembro), às 8:50, vindo para a Encore (empresa). Trânsito de bike!”, escreveu João Luiz Braga, que também é analista de investimentos.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monitora o fluxo de bicicletas na região por meio de contadores fixos, em 30 de novembro, uma quinta-feira, 2.124 bikes passaram pelo trecho da ciclovia da Faria Lima em Pinheiros e 2.082 pelo trecho próximo ao Parque Ibirapuera. Os números são quase o dobro dos de 31 de março, também uma quinta-feira, quando os contadores registraram 1.306 e 1.305 bikes nos dois pontos, respectivamente.

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O aumento é atribuído pelos ciclistas da região à volta do trabalho presencial após o período de isolamento social causado pela pandemia. Este movimento, segundo eles, foi gradual e se intensificou este ano. “A maioria das empresas agora funciona com três dias presenciais na semana. Algumas, inclusive, pedem para vir todo dia”, afirma Marcos Paulo Santos, 35 anos, contador.

O movimento ainda não chegou ao patamar pré-pandemia, quando mais de 3 mil bicicletas circulavam por dia na ciclovia de segunda a sexta, mas o aumento já é notável. No dia em que a reportagem foi à região, 14 de dezembro, as filas eram grandes e havia até discussões por ultrapassagem.

Ciclovia da Faria Lima tem fila similar à de carros Foto: Werther Santana/Estadão
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Bikes elétricas em destaque e ações coordenadas que favorecem o ciclismo

Para João Gabriel Neviani, 29 anos, economista, a grande virada de chave que fez mais pessoas aderirem às bicicletas na região foi a popularização das bikes elétricas. De fato, a frequência em que elas aparecem na ciclovia é grande, principalmente entre os engravatados.

“A bike elétrica é a melhor opção. O custo é zero, não chego suado e gasto 20 minutos (de casa até o trabalho). Meus colegas moram mais perto do trabalho do que eu e gastam R$ 80, R$ 100 por dia de Uber. Às vezes, levam uma hora para voltar para casa. Isso é maluquice”, diz. “O bicicletário do banco (onde trabalha) já está lotado às 8h30, terão de aumentar. As pessoas entenderam que o carro é cilada”, diz Neviani.

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A CET libera o uso das bikes elétricas em ciclovia, desde que ela tenha motor auxiliar (aquele que é acionado quando o condutor pedala) com potência nominal máxima de até 350 Watts e velocidade máxima de 25 km/h. “Os demais veículos e ciclomotores não podem circular por estruturas cicloviárias, sendo infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH do condutor”, diz a companhia.

Além disso, as que têm velocidade superior a 25km/h, mas inferior a 50 km/h – velocidade das motocicletas comuns – devem ter registro e licenciamento pelos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Chamadas tecnicamente de ciclomotores, para conduzi-las é necessário ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).

Bikes elétricas ganham cada vez mais adeptos na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão
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Infraestrutura e intermodalidade

A implementação de infraestrutura nas empresas e em pontos estratégicos de intermodalidade, como estações de metrô e terminais de ônibus, também favorece o uso da bicicleta. Danilo Sousa, 26 anos, analista de fundo de investimento, conta que o prédio onde ele trabalha já conta com bicicletário e um vestiário disponível para os ciclistas estacionarem as bikes e se trocarem, se necessário, antes de iniciar o expediente.

Danillo Eduardo Teixeira, analista de TI, diz que vai do Belém, na zona leste, onde mora, à Estação Faria Lima de metrô. Depois, pega uma bicicleta de aluguel para ir ao trabalho, no Jardim Europa. “Contratei um plano anual e pego na saída do metrô, até a porta do meu trabalho. Isso faz com que eu chegue um pouco mais rápido”, diz.

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A maioria dos ciclistas ouvidos pela reportagem diz que a presença de estrutura adequada e segura, como a ciclovia da Faria Lima, que tem espaço único para ela, no centro da avenida, e em nível superior ao das faixas dos carros, também é fundamental para a maior adesão. “O fato da região ser quase toda plana e de ter bastante árvores na ciclovia, fazendo sombra, favorece bastante”, afirma Mariana Silva, 28 anos, designer.

O trânsito é reclamação frequente dos paulistanos que precisam se deslocar de carro ou ônibus pela capital paulista. Esse é um dos motivos pelos quais a opção de ir de bicicleta para o trabalho tem ganhado força nos últimos anos, especialmente após o avanço no projeto de implementação de ciclovias. Mas, agora, parece que nem sobre duas rodas tem sido possível fugir de engarrafamentos.

Esta semana, uma publicação de um sócio-fundador de empresa de gestão de investimentos sobre ficar parado no trânsito de bicicletas da Avenida Brigadeiro Faria Lima viralizou no X, antigo Twitter. Na foto postada, a ciclovia, na região de Pinheiros e Itaim Bibi, aparece com uma fila enorme de ciclistas parados, aguardando liberação do fluxo.

“Tá dura a vida do Faria Limer (termo usado para definir quem trabalha e frequenta a região da Faria Lima). Eu tirei essa foto hoje (12 de dezembro), às 8:50, vindo para a Encore (empresa). Trânsito de bike!”, escreveu João Luiz Braga, que também é analista de investimentos.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monitora o fluxo de bicicletas na região por meio de contadores fixos, em 30 de novembro, uma quinta-feira, 2.124 bikes passaram pelo trecho da ciclovia da Faria Lima em Pinheiros e 2.082 pelo trecho próximo ao Parque Ibirapuera. Os números são quase o dobro dos de 31 de março, também uma quinta-feira, quando os contadores registraram 1.306 e 1.305 bikes nos dois pontos, respectivamente.

O aumento é atribuído pelos ciclistas da região à volta do trabalho presencial após o período de isolamento social causado pela pandemia. Este movimento, segundo eles, foi gradual e se intensificou este ano. “A maioria das empresas agora funciona com três dias presenciais na semana. Algumas, inclusive, pedem para vir todo dia”, afirma Marcos Paulo Santos, 35 anos, contador.

O movimento ainda não chegou ao patamar pré-pandemia, quando mais de 3 mil bicicletas circulavam por dia na ciclovia de segunda a sexta, mas o aumento já é notável. No dia em que a reportagem foi à região, 14 de dezembro, as filas eram grandes e havia até discussões por ultrapassagem.

Ciclovia da Faria Lima tem fila similar à de carros Foto: Werther Santana/Estadão

Bikes elétricas em destaque e ações coordenadas que favorecem o ciclismo

Para João Gabriel Neviani, 29 anos, economista, a grande virada de chave que fez mais pessoas aderirem às bicicletas na região foi a popularização das bikes elétricas. De fato, a frequência em que elas aparecem na ciclovia é grande, principalmente entre os engravatados.

“A bike elétrica é a melhor opção. O custo é zero, não chego suado e gasto 20 minutos (de casa até o trabalho). Meus colegas moram mais perto do trabalho do que eu e gastam R$ 80, R$ 100 por dia de Uber. Às vezes, levam uma hora para voltar para casa. Isso é maluquice”, diz. “O bicicletário do banco (onde trabalha) já está lotado às 8h30, terão de aumentar. As pessoas entenderam que o carro é cilada”, diz Neviani.

A CET libera o uso das bikes elétricas em ciclovia, desde que ela tenha motor auxiliar (aquele que é acionado quando o condutor pedala) com potência nominal máxima de até 350 Watts e velocidade máxima de 25 km/h. “Os demais veículos e ciclomotores não podem circular por estruturas cicloviárias, sendo infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH do condutor”, diz a companhia.

Além disso, as que têm velocidade superior a 25km/h, mas inferior a 50 km/h – velocidade das motocicletas comuns – devem ter registro e licenciamento pelos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Chamadas tecnicamente de ciclomotores, para conduzi-las é necessário ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).

Bikes elétricas ganham cada vez mais adeptos na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Infraestrutura e intermodalidade

A implementação de infraestrutura nas empresas e em pontos estratégicos de intermodalidade, como estações de metrô e terminais de ônibus, também favorece o uso da bicicleta. Danilo Sousa, 26 anos, analista de fundo de investimento, conta que o prédio onde ele trabalha já conta com bicicletário e um vestiário disponível para os ciclistas estacionarem as bikes e se trocarem, se necessário, antes de iniciar o expediente.

Danillo Eduardo Teixeira, analista de TI, diz que vai do Belém, na zona leste, onde mora, à Estação Faria Lima de metrô. Depois, pega uma bicicleta de aluguel para ir ao trabalho, no Jardim Europa. “Contratei um plano anual e pego na saída do metrô, até a porta do meu trabalho. Isso faz com que eu chegue um pouco mais rápido”, diz.

A maioria dos ciclistas ouvidos pela reportagem diz que a presença de estrutura adequada e segura, como a ciclovia da Faria Lima, que tem espaço único para ela, no centro da avenida, e em nível superior ao das faixas dos carros, também é fundamental para a maior adesão. “O fato da região ser quase toda plana e de ter bastante árvores na ciclovia, fazendo sombra, favorece bastante”, afirma Mariana Silva, 28 anos, designer.

O trânsito é reclamação frequente dos paulistanos que precisam se deslocar de carro ou ônibus pela capital paulista. Esse é um dos motivos pelos quais a opção de ir de bicicleta para o trabalho tem ganhado força nos últimos anos, especialmente após o avanço no projeto de implementação de ciclovias. Mas, agora, parece que nem sobre duas rodas tem sido possível fugir de engarrafamentos.

Esta semana, uma publicação de um sócio-fundador de empresa de gestão de investimentos sobre ficar parado no trânsito de bicicletas da Avenida Brigadeiro Faria Lima viralizou no X, antigo Twitter. Na foto postada, a ciclovia, na região de Pinheiros e Itaim Bibi, aparece com uma fila enorme de ciclistas parados, aguardando liberação do fluxo.

“Tá dura a vida do Faria Limer (termo usado para definir quem trabalha e frequenta a região da Faria Lima). Eu tirei essa foto hoje (12 de dezembro), às 8:50, vindo para a Encore (empresa). Trânsito de bike!”, escreveu João Luiz Braga, que também é analista de investimentos.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monitora o fluxo de bicicletas na região por meio de contadores fixos, em 30 de novembro, uma quinta-feira, 2.124 bikes passaram pelo trecho da ciclovia da Faria Lima em Pinheiros e 2.082 pelo trecho próximo ao Parque Ibirapuera. Os números são quase o dobro dos de 31 de março, também uma quinta-feira, quando os contadores registraram 1.306 e 1.305 bikes nos dois pontos, respectivamente.

O aumento é atribuído pelos ciclistas da região à volta do trabalho presencial após o período de isolamento social causado pela pandemia. Este movimento, segundo eles, foi gradual e se intensificou este ano. “A maioria das empresas agora funciona com três dias presenciais na semana. Algumas, inclusive, pedem para vir todo dia”, afirma Marcos Paulo Santos, 35 anos, contador.

O movimento ainda não chegou ao patamar pré-pandemia, quando mais de 3 mil bicicletas circulavam por dia na ciclovia de segunda a sexta, mas o aumento já é notável. No dia em que a reportagem foi à região, 14 de dezembro, as filas eram grandes e havia até discussões por ultrapassagem.

Ciclovia da Faria Lima tem fila similar à de carros Foto: Werther Santana/Estadão

Bikes elétricas em destaque e ações coordenadas que favorecem o ciclismo

Para João Gabriel Neviani, 29 anos, economista, a grande virada de chave que fez mais pessoas aderirem às bicicletas na região foi a popularização das bikes elétricas. De fato, a frequência em que elas aparecem na ciclovia é grande, principalmente entre os engravatados.

“A bike elétrica é a melhor opção. O custo é zero, não chego suado e gasto 20 minutos (de casa até o trabalho). Meus colegas moram mais perto do trabalho do que eu e gastam R$ 80, R$ 100 por dia de Uber. Às vezes, levam uma hora para voltar para casa. Isso é maluquice”, diz. “O bicicletário do banco (onde trabalha) já está lotado às 8h30, terão de aumentar. As pessoas entenderam que o carro é cilada”, diz Neviani.

A CET libera o uso das bikes elétricas em ciclovia, desde que ela tenha motor auxiliar (aquele que é acionado quando o condutor pedala) com potência nominal máxima de até 350 Watts e velocidade máxima de 25 km/h. “Os demais veículos e ciclomotores não podem circular por estruturas cicloviárias, sendo infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH do condutor”, diz a companhia.

Além disso, as que têm velocidade superior a 25km/h, mas inferior a 50 km/h – velocidade das motocicletas comuns – devem ter registro e licenciamento pelos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Chamadas tecnicamente de ciclomotores, para conduzi-las é necessário ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).

Bikes elétricas ganham cada vez mais adeptos na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Infraestrutura e intermodalidade

A implementação de infraestrutura nas empresas e em pontos estratégicos de intermodalidade, como estações de metrô e terminais de ônibus, também favorece o uso da bicicleta. Danilo Sousa, 26 anos, analista de fundo de investimento, conta que o prédio onde ele trabalha já conta com bicicletário e um vestiário disponível para os ciclistas estacionarem as bikes e se trocarem, se necessário, antes de iniciar o expediente.

Danillo Eduardo Teixeira, analista de TI, diz que vai do Belém, na zona leste, onde mora, à Estação Faria Lima de metrô. Depois, pega uma bicicleta de aluguel para ir ao trabalho, no Jardim Europa. “Contratei um plano anual e pego na saída do metrô, até a porta do meu trabalho. Isso faz com que eu chegue um pouco mais rápido”, diz.

A maioria dos ciclistas ouvidos pela reportagem diz que a presença de estrutura adequada e segura, como a ciclovia da Faria Lima, que tem espaço único para ela, no centro da avenida, e em nível superior ao das faixas dos carros, também é fundamental para a maior adesão. “O fato da região ser quase toda plana e de ter bastante árvores na ciclovia, fazendo sombra, favorece bastante”, afirma Mariana Silva, 28 anos, designer.

O trânsito é reclamação frequente dos paulistanos que precisam se deslocar de carro ou ônibus pela capital paulista. Esse é um dos motivos pelos quais a opção de ir de bicicleta para o trabalho tem ganhado força nos últimos anos, especialmente após o avanço no projeto de implementação de ciclovias. Mas, agora, parece que nem sobre duas rodas tem sido possível fugir de engarrafamentos.

Esta semana, uma publicação de um sócio-fundador de empresa de gestão de investimentos sobre ficar parado no trânsito de bicicletas da Avenida Brigadeiro Faria Lima viralizou no X, antigo Twitter. Na foto postada, a ciclovia, na região de Pinheiros e Itaim Bibi, aparece com uma fila enorme de ciclistas parados, aguardando liberação do fluxo.

“Tá dura a vida do Faria Limer (termo usado para definir quem trabalha e frequenta a região da Faria Lima). Eu tirei essa foto hoje (12 de dezembro), às 8:50, vindo para a Encore (empresa). Trânsito de bike!”, escreveu João Luiz Braga, que também é analista de investimentos.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monitora o fluxo de bicicletas na região por meio de contadores fixos, em 30 de novembro, uma quinta-feira, 2.124 bikes passaram pelo trecho da ciclovia da Faria Lima em Pinheiros e 2.082 pelo trecho próximo ao Parque Ibirapuera. Os números são quase o dobro dos de 31 de março, também uma quinta-feira, quando os contadores registraram 1.306 e 1.305 bikes nos dois pontos, respectivamente.

O aumento é atribuído pelos ciclistas da região à volta do trabalho presencial após o período de isolamento social causado pela pandemia. Este movimento, segundo eles, foi gradual e se intensificou este ano. “A maioria das empresas agora funciona com três dias presenciais na semana. Algumas, inclusive, pedem para vir todo dia”, afirma Marcos Paulo Santos, 35 anos, contador.

O movimento ainda não chegou ao patamar pré-pandemia, quando mais de 3 mil bicicletas circulavam por dia na ciclovia de segunda a sexta, mas o aumento já é notável. No dia em que a reportagem foi à região, 14 de dezembro, as filas eram grandes e havia até discussões por ultrapassagem.

Ciclovia da Faria Lima tem fila similar à de carros Foto: Werther Santana/Estadão

Bikes elétricas em destaque e ações coordenadas que favorecem o ciclismo

Para João Gabriel Neviani, 29 anos, economista, a grande virada de chave que fez mais pessoas aderirem às bicicletas na região foi a popularização das bikes elétricas. De fato, a frequência em que elas aparecem na ciclovia é grande, principalmente entre os engravatados.

“A bike elétrica é a melhor opção. O custo é zero, não chego suado e gasto 20 minutos (de casa até o trabalho). Meus colegas moram mais perto do trabalho do que eu e gastam R$ 80, R$ 100 por dia de Uber. Às vezes, levam uma hora para voltar para casa. Isso é maluquice”, diz. “O bicicletário do banco (onde trabalha) já está lotado às 8h30, terão de aumentar. As pessoas entenderam que o carro é cilada”, diz Neviani.

A CET libera o uso das bikes elétricas em ciclovia, desde que ela tenha motor auxiliar (aquele que é acionado quando o condutor pedala) com potência nominal máxima de até 350 Watts e velocidade máxima de 25 km/h. “Os demais veículos e ciclomotores não podem circular por estruturas cicloviárias, sendo infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH do condutor”, diz a companhia.

Além disso, as que têm velocidade superior a 25km/h, mas inferior a 50 km/h – velocidade das motocicletas comuns – devem ter registro e licenciamento pelos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Chamadas tecnicamente de ciclomotores, para conduzi-las é necessário ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).

Bikes elétricas ganham cada vez mais adeptos na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Infraestrutura e intermodalidade

A implementação de infraestrutura nas empresas e em pontos estratégicos de intermodalidade, como estações de metrô e terminais de ônibus, também favorece o uso da bicicleta. Danilo Sousa, 26 anos, analista de fundo de investimento, conta que o prédio onde ele trabalha já conta com bicicletário e um vestiário disponível para os ciclistas estacionarem as bikes e se trocarem, se necessário, antes de iniciar o expediente.

Danillo Eduardo Teixeira, analista de TI, diz que vai do Belém, na zona leste, onde mora, à Estação Faria Lima de metrô. Depois, pega uma bicicleta de aluguel para ir ao trabalho, no Jardim Europa. “Contratei um plano anual e pego na saída do metrô, até a porta do meu trabalho. Isso faz com que eu chegue um pouco mais rápido”, diz.

A maioria dos ciclistas ouvidos pela reportagem diz que a presença de estrutura adequada e segura, como a ciclovia da Faria Lima, que tem espaço único para ela, no centro da avenida, e em nível superior ao das faixas dos carros, também é fundamental para a maior adesão. “O fato da região ser quase toda plana e de ter bastante árvores na ciclovia, fazendo sombra, favorece bastante”, afirma Mariana Silva, 28 anos, designer.

O trânsito é reclamação frequente dos paulistanos que precisam se deslocar de carro ou ônibus pela capital paulista. Esse é um dos motivos pelos quais a opção de ir de bicicleta para o trabalho tem ganhado força nos últimos anos, especialmente após o avanço no projeto de implementação de ciclovias. Mas, agora, parece que nem sobre duas rodas tem sido possível fugir de engarrafamentos.

Esta semana, uma publicação de um sócio-fundador de empresa de gestão de investimentos sobre ficar parado no trânsito de bicicletas da Avenida Brigadeiro Faria Lima viralizou no X, antigo Twitter. Na foto postada, a ciclovia, na região de Pinheiros e Itaim Bibi, aparece com uma fila enorme de ciclistas parados, aguardando liberação do fluxo.

“Tá dura a vida do Faria Limer (termo usado para definir quem trabalha e frequenta a região da Faria Lima). Eu tirei essa foto hoje (12 de dezembro), às 8:50, vindo para a Encore (empresa). Trânsito de bike!”, escreveu João Luiz Braga, que também é analista de investimentos.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que monitora o fluxo de bicicletas na região por meio de contadores fixos, em 30 de novembro, uma quinta-feira, 2.124 bikes passaram pelo trecho da ciclovia da Faria Lima em Pinheiros e 2.082 pelo trecho próximo ao Parque Ibirapuera. Os números são quase o dobro dos de 31 de março, também uma quinta-feira, quando os contadores registraram 1.306 e 1.305 bikes nos dois pontos, respectivamente.

O aumento é atribuído pelos ciclistas da região à volta do trabalho presencial após o período de isolamento social causado pela pandemia. Este movimento, segundo eles, foi gradual e se intensificou este ano. “A maioria das empresas agora funciona com três dias presenciais na semana. Algumas, inclusive, pedem para vir todo dia”, afirma Marcos Paulo Santos, 35 anos, contador.

O movimento ainda não chegou ao patamar pré-pandemia, quando mais de 3 mil bicicletas circulavam por dia na ciclovia de segunda a sexta, mas o aumento já é notável. No dia em que a reportagem foi à região, 14 de dezembro, as filas eram grandes e havia até discussões por ultrapassagem.

Ciclovia da Faria Lima tem fila similar à de carros Foto: Werther Santana/Estadão

Bikes elétricas em destaque e ações coordenadas que favorecem o ciclismo

Para João Gabriel Neviani, 29 anos, economista, a grande virada de chave que fez mais pessoas aderirem às bicicletas na região foi a popularização das bikes elétricas. De fato, a frequência em que elas aparecem na ciclovia é grande, principalmente entre os engravatados.

“A bike elétrica é a melhor opção. O custo é zero, não chego suado e gasto 20 minutos (de casa até o trabalho). Meus colegas moram mais perto do trabalho do que eu e gastam R$ 80, R$ 100 por dia de Uber. Às vezes, levam uma hora para voltar para casa. Isso é maluquice”, diz. “O bicicletário do banco (onde trabalha) já está lotado às 8h30, terão de aumentar. As pessoas entenderam que o carro é cilada”, diz Neviani.

A CET libera o uso das bikes elétricas em ciclovia, desde que ela tenha motor auxiliar (aquele que é acionado quando o condutor pedala) com potência nominal máxima de até 350 Watts e velocidade máxima de 25 km/h. “Os demais veículos e ciclomotores não podem circular por estruturas cicloviárias, sendo infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH do condutor”, diz a companhia.

Além disso, as que têm velocidade superior a 25km/h, mas inferior a 50 km/h – velocidade das motocicletas comuns – devem ter registro e licenciamento pelos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Chamadas tecnicamente de ciclomotores, para conduzi-las é necessário ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).

Bikes elétricas ganham cada vez mais adeptos na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Infraestrutura e intermodalidade

A implementação de infraestrutura nas empresas e em pontos estratégicos de intermodalidade, como estações de metrô e terminais de ônibus, também favorece o uso da bicicleta. Danilo Sousa, 26 anos, analista de fundo de investimento, conta que o prédio onde ele trabalha já conta com bicicletário e um vestiário disponível para os ciclistas estacionarem as bikes e se trocarem, se necessário, antes de iniciar o expediente.

Danillo Eduardo Teixeira, analista de TI, diz que vai do Belém, na zona leste, onde mora, à Estação Faria Lima de metrô. Depois, pega uma bicicleta de aluguel para ir ao trabalho, no Jardim Europa. “Contratei um plano anual e pego na saída do metrô, até a porta do meu trabalho. Isso faz com que eu chegue um pouco mais rápido”, diz.

A maioria dos ciclistas ouvidos pela reportagem diz que a presença de estrutura adequada e segura, como a ciclovia da Faria Lima, que tem espaço único para ela, no centro da avenida, e em nível superior ao das faixas dos carros, também é fundamental para a maior adesão. “O fato da região ser quase toda plana e de ter bastante árvores na ciclovia, fazendo sombra, favorece bastante”, afirma Mariana Silva, 28 anos, designer.

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