Novas feiras criativas se espalham no centro e nos bairros de São Paulo


Gastronomia, artesanato e atividades culturais estão entre atrações; eventos ocorrem em praças e espaços privados

Por Priscila Mengue

Com a retomada econômica e do setor criativo após a flexibilização do isolamento social, feiras e bazares do setor têm se espalhado por espaços públicos e privados das regiões centrais e bairros de São Paulo, como Chácara Santo Antônio, Butantã e Bom Retiro. Ao menos oito novos eventos estrearam desde outubro, somando-se aos já consolidados, com foco em reunir produções autorais de gastronomia, artes, design e outros segmentos. Todos têm entrada gratuita. Em parte das iniciativas, a localização também está entre os atrativos, seja por levar a população para áreas verdes, seja por abrir espaços privados ao público em geral, como o salão de festas do Edifício Planalto — localizado no 25.º andar do ícone projetado pelo construtor Artacho Jurado, com vista para o centro paulistano.

Feira no Centro Comercial Bom Retiro, na região daRua José Paulino, tem atraído bom público Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Entre os expositores e organizadores ouvidos pelo Estadão, a primavera das feiras criativas ocorre após dois anos de dificuldades motivadas pela pandemia e a entrada de novos produtores no setor, por vezes advindos de outras áreas após perderem a renda com a chegada da covid-19. O pontapé para a retomada ocorreu em agosto, com a Feira das Feiras Criativas, o primeiro evento-teste feito pelo poder público de São Paulo em 2021. Uma das novidades é a Feira do Bom Retiro, realizada aos sábados nas ruas internas do Centro Comercial Bom Retiro desde fevereiro, voltada a valorizar o caráter cultural do centro. “O Bom Retiro tem a vantagem de ter imigrantes de muitos países. Aproveitamos essas diferenças”, comenta Milena Mi Young Yoo, de 60 anos, diretora-geral do evento. Há artistas e expositores de diferentes ascendências e nacionalidades, como da Bolívia, do Peru, da Venezuela, do Paraguai e Japão. A referência da Coreia do Sul é a mais evidente, tanto pela presença de empreendedores dessa origem no Bom Retiro quanto pelo boom da cultura coreana no mundo. Além de atrair fãs de K-Pop (música pop), doramas (novelas) e outras referências sul-coreanas, o público é diversificado, com jovens, famílias e idosos. Turistas e moradores fazendo compras na Rua José Paulino (onde fica a entrada principal) também a visitam. A maior disputa é na área de alimentação, em que é comum ouvir frequentadores comentarem que estão em dúvida em como montar o roteiro da “viagem gastronômica”.

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Apresentações de K-Pop (dança típica coreana) é uma das principais atrações da feira do Bom Retiro Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

O evento é ao ar livre, em ruas internas da galeria, com um palco para atrações artísticas amadoras e profissionais e cerca de 20 barracas de produtos personalizados e gastronomia. Entre os expositores, está o Ommayá Sandwich Shop, com lanches de tempero coreano. “Vão clientes antigos da loja (fechada na pandemia, com um espaço hoje dentro de um mercado em Moema) e os que procuram novidades, principalmente sobre cultura coreana”, conta o sócio-proprietário da marca, Paulo Kim, de 36 anos. Já a Tentaciones da Venezuela chama a atenção com as arepas e cachapas (tortilhas de milho recheadas). “A gente fazia mais eventos corporativos, mas mudou com a pandemia”, conta a fundadora, Yilmary de Perdomo, que é venezuelana. “Vira um ponto para venezuelanos e paulistas conhecerem, já que não temos um restaurante. E mesmo alguns brasileiros não conhecem o Bom Retiro.” Também na região central, a Talentos do Planalto é realizada no salão do penúltimo pavimento do edifício homônimo, nas imediações da Câmara Municipal. Segundo o produtor de eventos Leonardo Miessler, de 41 anos, um dos organizadores, a ideia é tanto uma forma de mostrar o trabalho de moradores quanto de abrir o icônico prédio para quem tem curiosidade de conhecê-lo de perto. “Tem uma vista maravilhosa do centro.” Como ele próprio (que faz tortas, manteigas e outros alimentos), outros moradores do edifício também viram na gastronomia (e no artesanato) alternativas de renda durante a pandemia. Entre os 21 expositores, há também obras de arte, arranjos de flores e brechós improvisados de roupas, acessórios e outros “desapegos”. Mesas são distribuídas na área externa, para alimentação no local, enquanto um morador DJ dá o som ambiente. “A gente pega móveis emprestados dos moradores, junta com os do condomínio, cada um monta da maneira mais legal”, descreve. Após uma edição em novembro passado e em 7 de maio, a ideia é que o evento se torne trimestral. A quadras dali, a feira Mercado Fubá tem ocorrido nos sábados e domingos desde o fim de março no térreo do Edifício Virgínia, datado da década de 1950 e que virou uma mistura de loja, bar e galeria. “As feiras são importantes momentos de troca, principalmente agora. Após dois anos de pandemia, muitos negócios estão surgindo”, aponta Mari Pini, de 68 anos, organizadora do bazar e idealizadora de outros eventos do tipo há anos na cidade. “São Paulo é uma cidade de feiras, de todos os tipos, de turismo, de negócios, gastronomia e de música”, descreve.

Por sua vez, a Feira das Cecílias estreou em abril, após uma aula de ioga, em que professora e alunas perceberam os múltiplos talentos que reuniam. “Tinha uma que tinha perdido o emprego e começou a fazer bolsa, outra era da cerâmica, cada uma com um pequeno negócio”, recorda-se a professora de ioga Nani Maria, de 37 anos, uma das idealizadoras.

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Ela ocorre mensalmente em um espaço na Santa Cecília, com 14 expositores, de pão artesanal a roupa para bebês, porém há a ideia de ampliar para um novo endereço, diante da procura de novos empreendedores. “É uma forma de trazer a valorização para o feito à mão, por pequenos produtores. Em vez de ir ao shopping, por que não ir lá, na feira, ver o que tem?”, defende Nani.

Bairros também ganham novas feiras

Também estreante recente é a Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio, realizada na zona sul paulistana e que teve cinco edições desde outubro passado. A próxima é em 10 de julho, na Praça Alexandre Moreira Neto, com quase 40 expositores de alimentos e bebidas de produtores da região, além do oferecimento de atividades com brinquedos para as crianças (como pula-pula, piscina de bolinhas e outros) e outras atrações gratuitas, como apresentações de artistas locais. Em uma das edições, até um passeio ciclístico foi organizado. 

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“A ideia começou como uma forma de ajudar comerciantes do bairro, tinha muito comércio fechado na pandemia, alguns de gerações”, conta a promotora de eventos Flávia Cecilio, de 42 anos, idealizadora da feira. Outro ponto é fomentar uma atração aos domingos, quando há menos opções abertas no entorno, além de integrar a vizinhança. “Às vezes, a pessoa mora no bairro, mas não conhece, assim une essas pessoas.”

Entre os expositores, está a drinQs, de caipirinhas congeladas consumíveis após um minuto e meio no micro-ondas. “As pessoas se interessam, tiram dúvidas. A maioria compra para consumir no local”, conta Cristian Martins, de 35 anos, fundador da marca. “No nosso caso, é um público de 19 a mais de 60 anos, a maioria feminino”, descreve.

Há também eventos organizados pelo poder público. Na Subprefeitura do Butantã, são quatro, por exemplo, um novo e três que retornaram no fim de 2021.

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A novidade é a Feira da Praça Elis Regina, criada pela subprefeitura local durante as festividades do aniversário do Butantã, em dezembro. Segundo a gestão municipal, hoje 30 expositores participam do evento, realizado aos domingos, que permanecerá mesmo após a reforma do espaço.

Entre os participantes, está a artesã Catarina Cervelleira, de 41 anos. “É uma feira que tem uma gama bem extensa, tem livros, discos, artesanato, gastronomia”, descreve. “Vejo essa retomada das feiras como importante, porque São Paulo tem muitos artesãos. E a pessoa não precisa se deslocar pra ir pra República, pra (Avenida) Paulista… Pode conhecer o artesanato do seu bairro. O Butantã tem uma efervescência de artistas, artesãos, músicos.”

Já o gestor Claudemir Guoca Hara, de 57 anos, apoia a feira por meio de um trabalho voluntário de inclusão da arte indígena, ao convidar artistas para apresentações musicais e venda de artesanato. “Vejo como uma inclusão. Toda feira deveria ter barracas para indígenas. A ideia é trazer também quilombolas.”

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Entre as feiras que retornaram na região, está a da Feira da Praça Vila São Francisco, no distrito do Rio Pequeno. “Pro bairro, é importante pela ocupação dos espaços públicos, de beneficiar praças subutilizadas”, comenta Ana Uchôa, de 68 anos, coordenadora do Movimento Ecocultural São Francisco, que tem uma barraca voltada à divulgação do trabalho de artistas locais. 

Na zona sul e com proposta mais de nicho, a Feira União Mística estreará na próxima terça-feira, em um espaço no distrito da Saúde. “A ideia é democratizar: reunir tanto o pequeno quanto o grande produtor, para assuntos místicos, sem barreiras e sem preconceitos, com palestras, danças…”, conta Robson Campos, um dos idealizadores. 

Serão cerca de 31 expositores, com produtos e atendimentos do segmento, como tarot cigano, búzios e outros. Segundo Campos, a feira foi idealizada há cerca de um ano, mas se decidiu esperar uma flexibilização das medidas de restrição mais consolidada, sem abre e fecha. A próxima edição já está pré-agendada para setembro. “Se continuar assim, vamos tentar que seja trimestral no ano que vem, até bimestral, daí o futuro dirá.”

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Há, ainda, a Feira Mathilda, que estreou no fim de novembro, voltada a “pequenos e talentosos produtos da nossa zona norte”, realizada no distrito do Limão. Com edições aos domingos, a cada um ou dois meses, chegou a realizar uma caça aos ovos na edição de Páscoa e terá a próxima edição em junho.

Conheça as novas feiras de SP

Feira do Bom Retiro Sábados, das 9h às 17h. Centro Comercial Bom Retiro (R. José Paulino, 226). A entrada é gratuita. Mais informações: linktr.ee/feiradobomretiro

Feira das Cecílias Próxima ocorre em 28 de maio, das 11h às 18h. Ecoe Coworking (Rua Barão de Tatuí, 544, em Santa Cecília). Grátis. Mais informações: instagram.com/feiradascecilias/

Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio Próxima será em 10 de julho. Praça Alexandre Moreira Neto, no distrito Santo Amaro. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiragastronomicacsa/

Feira Mathilda Próxima será em um domingo de junho ainda indefinido pelos organizadores. Ela ocorre das 12h às 18h no Boulevard Novo Pacaembu (Rua Roque de Morais, 131. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiramathilda/

Feira Artesanal Vila São Francisco Domingos, das 8h às 17h. Praça São Francisco de Assis (Av. Dr. Cândido Motta Filho, 629 - distrito Rio Pequeno). Grátis.

Feira da Praça Elis Regina Domingos, das 9h às 17h. Praça Elis Regina, no distrito Butantã. Grátis. Mais informações: instagram.com/feira_da_elis

Feira União Mística Dias 10 (das 14h às 20h), 11 (das 10h às 20h) e 12 de junho, das 10 às 19h. Sociedade Shimane Kenjin do Brasil (Rua das Rosas, 86 - distrito Saúde). Grátis. Mais informações: feirauniaomistica.com.br

Mercado Fubá Sábados, das 11h às 20h, e domingos, das 12h às 20h. Térreo do Edifício Virgínia (Rua Martins Fontes, 205 - distrito República). Grátis. Mais informações: instagram.com/mercadofuba/

Talentos do Planalto Última edição foi em 7 de maio, das 11h às 19h. Salão de eventos do Edifício Planalto (Rua Maria Paula, 279 - distrito República). Grátis.

Com a retomada econômica e do setor criativo após a flexibilização do isolamento social, feiras e bazares do setor têm se espalhado por espaços públicos e privados das regiões centrais e bairros de São Paulo, como Chácara Santo Antônio, Butantã e Bom Retiro. Ao menos oito novos eventos estrearam desde outubro, somando-se aos já consolidados, com foco em reunir produções autorais de gastronomia, artes, design e outros segmentos. Todos têm entrada gratuita. Em parte das iniciativas, a localização também está entre os atrativos, seja por levar a população para áreas verdes, seja por abrir espaços privados ao público em geral, como o salão de festas do Edifício Planalto — localizado no 25.º andar do ícone projetado pelo construtor Artacho Jurado, com vista para o centro paulistano.

Feira no Centro Comercial Bom Retiro, na região daRua José Paulino, tem atraído bom público Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Entre os expositores e organizadores ouvidos pelo Estadão, a primavera das feiras criativas ocorre após dois anos de dificuldades motivadas pela pandemia e a entrada de novos produtores no setor, por vezes advindos de outras áreas após perderem a renda com a chegada da covid-19. O pontapé para a retomada ocorreu em agosto, com a Feira das Feiras Criativas, o primeiro evento-teste feito pelo poder público de São Paulo em 2021. Uma das novidades é a Feira do Bom Retiro, realizada aos sábados nas ruas internas do Centro Comercial Bom Retiro desde fevereiro, voltada a valorizar o caráter cultural do centro. “O Bom Retiro tem a vantagem de ter imigrantes de muitos países. Aproveitamos essas diferenças”, comenta Milena Mi Young Yoo, de 60 anos, diretora-geral do evento. Há artistas e expositores de diferentes ascendências e nacionalidades, como da Bolívia, do Peru, da Venezuela, do Paraguai e Japão. A referência da Coreia do Sul é a mais evidente, tanto pela presença de empreendedores dessa origem no Bom Retiro quanto pelo boom da cultura coreana no mundo. Além de atrair fãs de K-Pop (música pop), doramas (novelas) e outras referências sul-coreanas, o público é diversificado, com jovens, famílias e idosos. Turistas e moradores fazendo compras na Rua José Paulino (onde fica a entrada principal) também a visitam. A maior disputa é na área de alimentação, em que é comum ouvir frequentadores comentarem que estão em dúvida em como montar o roteiro da “viagem gastronômica”.

Apresentações de K-Pop (dança típica coreana) é uma das principais atrações da feira do Bom Retiro Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

O evento é ao ar livre, em ruas internas da galeria, com um palco para atrações artísticas amadoras e profissionais e cerca de 20 barracas de produtos personalizados e gastronomia. Entre os expositores, está o Ommayá Sandwich Shop, com lanches de tempero coreano. “Vão clientes antigos da loja (fechada na pandemia, com um espaço hoje dentro de um mercado em Moema) e os que procuram novidades, principalmente sobre cultura coreana”, conta o sócio-proprietário da marca, Paulo Kim, de 36 anos. Já a Tentaciones da Venezuela chama a atenção com as arepas e cachapas (tortilhas de milho recheadas). “A gente fazia mais eventos corporativos, mas mudou com a pandemia”, conta a fundadora, Yilmary de Perdomo, que é venezuelana. “Vira um ponto para venezuelanos e paulistas conhecerem, já que não temos um restaurante. E mesmo alguns brasileiros não conhecem o Bom Retiro.” Também na região central, a Talentos do Planalto é realizada no salão do penúltimo pavimento do edifício homônimo, nas imediações da Câmara Municipal. Segundo o produtor de eventos Leonardo Miessler, de 41 anos, um dos organizadores, a ideia é tanto uma forma de mostrar o trabalho de moradores quanto de abrir o icônico prédio para quem tem curiosidade de conhecê-lo de perto. “Tem uma vista maravilhosa do centro.” Como ele próprio (que faz tortas, manteigas e outros alimentos), outros moradores do edifício também viram na gastronomia (e no artesanato) alternativas de renda durante a pandemia. Entre os 21 expositores, há também obras de arte, arranjos de flores e brechós improvisados de roupas, acessórios e outros “desapegos”. Mesas são distribuídas na área externa, para alimentação no local, enquanto um morador DJ dá o som ambiente. “A gente pega móveis emprestados dos moradores, junta com os do condomínio, cada um monta da maneira mais legal”, descreve. Após uma edição em novembro passado e em 7 de maio, a ideia é que o evento se torne trimestral. A quadras dali, a feira Mercado Fubá tem ocorrido nos sábados e domingos desde o fim de março no térreo do Edifício Virgínia, datado da década de 1950 e que virou uma mistura de loja, bar e galeria. “As feiras são importantes momentos de troca, principalmente agora. Após dois anos de pandemia, muitos negócios estão surgindo”, aponta Mari Pini, de 68 anos, organizadora do bazar e idealizadora de outros eventos do tipo há anos na cidade. “São Paulo é uma cidade de feiras, de todos os tipos, de turismo, de negócios, gastronomia e de música”, descreve.

Por sua vez, a Feira das Cecílias estreou em abril, após uma aula de ioga, em que professora e alunas perceberam os múltiplos talentos que reuniam. “Tinha uma que tinha perdido o emprego e começou a fazer bolsa, outra era da cerâmica, cada uma com um pequeno negócio”, recorda-se a professora de ioga Nani Maria, de 37 anos, uma das idealizadoras.

Ela ocorre mensalmente em um espaço na Santa Cecília, com 14 expositores, de pão artesanal a roupa para bebês, porém há a ideia de ampliar para um novo endereço, diante da procura de novos empreendedores. “É uma forma de trazer a valorização para o feito à mão, por pequenos produtores. Em vez de ir ao shopping, por que não ir lá, na feira, ver o que tem?”, defende Nani.

Bairros também ganham novas feiras

Também estreante recente é a Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio, realizada na zona sul paulistana e que teve cinco edições desde outubro passado. A próxima é em 10 de julho, na Praça Alexandre Moreira Neto, com quase 40 expositores de alimentos e bebidas de produtores da região, além do oferecimento de atividades com brinquedos para as crianças (como pula-pula, piscina de bolinhas e outros) e outras atrações gratuitas, como apresentações de artistas locais. Em uma das edições, até um passeio ciclístico foi organizado. 

“A ideia começou como uma forma de ajudar comerciantes do bairro, tinha muito comércio fechado na pandemia, alguns de gerações”, conta a promotora de eventos Flávia Cecilio, de 42 anos, idealizadora da feira. Outro ponto é fomentar uma atração aos domingos, quando há menos opções abertas no entorno, além de integrar a vizinhança. “Às vezes, a pessoa mora no bairro, mas não conhece, assim une essas pessoas.”

Entre os expositores, está a drinQs, de caipirinhas congeladas consumíveis após um minuto e meio no micro-ondas. “As pessoas se interessam, tiram dúvidas. A maioria compra para consumir no local”, conta Cristian Martins, de 35 anos, fundador da marca. “No nosso caso, é um público de 19 a mais de 60 anos, a maioria feminino”, descreve.

Há também eventos organizados pelo poder público. Na Subprefeitura do Butantã, são quatro, por exemplo, um novo e três que retornaram no fim de 2021.

A novidade é a Feira da Praça Elis Regina, criada pela subprefeitura local durante as festividades do aniversário do Butantã, em dezembro. Segundo a gestão municipal, hoje 30 expositores participam do evento, realizado aos domingos, que permanecerá mesmo após a reforma do espaço.

Entre os participantes, está a artesã Catarina Cervelleira, de 41 anos. “É uma feira que tem uma gama bem extensa, tem livros, discos, artesanato, gastronomia”, descreve. “Vejo essa retomada das feiras como importante, porque São Paulo tem muitos artesãos. E a pessoa não precisa se deslocar pra ir pra República, pra (Avenida) Paulista… Pode conhecer o artesanato do seu bairro. O Butantã tem uma efervescência de artistas, artesãos, músicos.”

Já o gestor Claudemir Guoca Hara, de 57 anos, apoia a feira por meio de um trabalho voluntário de inclusão da arte indígena, ao convidar artistas para apresentações musicais e venda de artesanato. “Vejo como uma inclusão. Toda feira deveria ter barracas para indígenas. A ideia é trazer também quilombolas.”

Entre as feiras que retornaram na região, está a da Feira da Praça Vila São Francisco, no distrito do Rio Pequeno. “Pro bairro, é importante pela ocupação dos espaços públicos, de beneficiar praças subutilizadas”, comenta Ana Uchôa, de 68 anos, coordenadora do Movimento Ecocultural São Francisco, que tem uma barraca voltada à divulgação do trabalho de artistas locais. 

Na zona sul e com proposta mais de nicho, a Feira União Mística estreará na próxima terça-feira, em um espaço no distrito da Saúde. “A ideia é democratizar: reunir tanto o pequeno quanto o grande produtor, para assuntos místicos, sem barreiras e sem preconceitos, com palestras, danças…”, conta Robson Campos, um dos idealizadores. 

Serão cerca de 31 expositores, com produtos e atendimentos do segmento, como tarot cigano, búzios e outros. Segundo Campos, a feira foi idealizada há cerca de um ano, mas se decidiu esperar uma flexibilização das medidas de restrição mais consolidada, sem abre e fecha. A próxima edição já está pré-agendada para setembro. “Se continuar assim, vamos tentar que seja trimestral no ano que vem, até bimestral, daí o futuro dirá.”

Há, ainda, a Feira Mathilda, que estreou no fim de novembro, voltada a “pequenos e talentosos produtos da nossa zona norte”, realizada no distrito do Limão. Com edições aos domingos, a cada um ou dois meses, chegou a realizar uma caça aos ovos na edição de Páscoa e terá a próxima edição em junho.

Conheça as novas feiras de SP

Feira do Bom Retiro Sábados, das 9h às 17h. Centro Comercial Bom Retiro (R. José Paulino, 226). A entrada é gratuita. Mais informações: linktr.ee/feiradobomretiro

Feira das Cecílias Próxima ocorre em 28 de maio, das 11h às 18h. Ecoe Coworking (Rua Barão de Tatuí, 544, em Santa Cecília). Grátis. Mais informações: instagram.com/feiradascecilias/

Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio Próxima será em 10 de julho. Praça Alexandre Moreira Neto, no distrito Santo Amaro. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiragastronomicacsa/

Feira Mathilda Próxima será em um domingo de junho ainda indefinido pelos organizadores. Ela ocorre das 12h às 18h no Boulevard Novo Pacaembu (Rua Roque de Morais, 131. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiramathilda/

Feira Artesanal Vila São Francisco Domingos, das 8h às 17h. Praça São Francisco de Assis (Av. Dr. Cândido Motta Filho, 629 - distrito Rio Pequeno). Grátis.

Feira da Praça Elis Regina Domingos, das 9h às 17h. Praça Elis Regina, no distrito Butantã. Grátis. Mais informações: instagram.com/feira_da_elis

Feira União Mística Dias 10 (das 14h às 20h), 11 (das 10h às 20h) e 12 de junho, das 10 às 19h. Sociedade Shimane Kenjin do Brasil (Rua das Rosas, 86 - distrito Saúde). Grátis. Mais informações: feirauniaomistica.com.br

Mercado Fubá Sábados, das 11h às 20h, e domingos, das 12h às 20h. Térreo do Edifício Virgínia (Rua Martins Fontes, 205 - distrito República). Grátis. Mais informações: instagram.com/mercadofuba/

Talentos do Planalto Última edição foi em 7 de maio, das 11h às 19h. Salão de eventos do Edifício Planalto (Rua Maria Paula, 279 - distrito República). Grátis.

Com a retomada econômica e do setor criativo após a flexibilização do isolamento social, feiras e bazares do setor têm se espalhado por espaços públicos e privados das regiões centrais e bairros de São Paulo, como Chácara Santo Antônio, Butantã e Bom Retiro. Ao menos oito novos eventos estrearam desde outubro, somando-se aos já consolidados, com foco em reunir produções autorais de gastronomia, artes, design e outros segmentos. Todos têm entrada gratuita. Em parte das iniciativas, a localização também está entre os atrativos, seja por levar a população para áreas verdes, seja por abrir espaços privados ao público em geral, como o salão de festas do Edifício Planalto — localizado no 25.º andar do ícone projetado pelo construtor Artacho Jurado, com vista para o centro paulistano.

Feira no Centro Comercial Bom Retiro, na região daRua José Paulino, tem atraído bom público Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Entre os expositores e organizadores ouvidos pelo Estadão, a primavera das feiras criativas ocorre após dois anos de dificuldades motivadas pela pandemia e a entrada de novos produtores no setor, por vezes advindos de outras áreas após perderem a renda com a chegada da covid-19. O pontapé para a retomada ocorreu em agosto, com a Feira das Feiras Criativas, o primeiro evento-teste feito pelo poder público de São Paulo em 2021. Uma das novidades é a Feira do Bom Retiro, realizada aos sábados nas ruas internas do Centro Comercial Bom Retiro desde fevereiro, voltada a valorizar o caráter cultural do centro. “O Bom Retiro tem a vantagem de ter imigrantes de muitos países. Aproveitamos essas diferenças”, comenta Milena Mi Young Yoo, de 60 anos, diretora-geral do evento. Há artistas e expositores de diferentes ascendências e nacionalidades, como da Bolívia, do Peru, da Venezuela, do Paraguai e Japão. A referência da Coreia do Sul é a mais evidente, tanto pela presença de empreendedores dessa origem no Bom Retiro quanto pelo boom da cultura coreana no mundo. Além de atrair fãs de K-Pop (música pop), doramas (novelas) e outras referências sul-coreanas, o público é diversificado, com jovens, famílias e idosos. Turistas e moradores fazendo compras na Rua José Paulino (onde fica a entrada principal) também a visitam. A maior disputa é na área de alimentação, em que é comum ouvir frequentadores comentarem que estão em dúvida em como montar o roteiro da “viagem gastronômica”.

Apresentações de K-Pop (dança típica coreana) é uma das principais atrações da feira do Bom Retiro Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

O evento é ao ar livre, em ruas internas da galeria, com um palco para atrações artísticas amadoras e profissionais e cerca de 20 barracas de produtos personalizados e gastronomia. Entre os expositores, está o Ommayá Sandwich Shop, com lanches de tempero coreano. “Vão clientes antigos da loja (fechada na pandemia, com um espaço hoje dentro de um mercado em Moema) e os que procuram novidades, principalmente sobre cultura coreana”, conta o sócio-proprietário da marca, Paulo Kim, de 36 anos. Já a Tentaciones da Venezuela chama a atenção com as arepas e cachapas (tortilhas de milho recheadas). “A gente fazia mais eventos corporativos, mas mudou com a pandemia”, conta a fundadora, Yilmary de Perdomo, que é venezuelana. “Vira um ponto para venezuelanos e paulistas conhecerem, já que não temos um restaurante. E mesmo alguns brasileiros não conhecem o Bom Retiro.” Também na região central, a Talentos do Planalto é realizada no salão do penúltimo pavimento do edifício homônimo, nas imediações da Câmara Municipal. Segundo o produtor de eventos Leonardo Miessler, de 41 anos, um dos organizadores, a ideia é tanto uma forma de mostrar o trabalho de moradores quanto de abrir o icônico prédio para quem tem curiosidade de conhecê-lo de perto. “Tem uma vista maravilhosa do centro.” Como ele próprio (que faz tortas, manteigas e outros alimentos), outros moradores do edifício também viram na gastronomia (e no artesanato) alternativas de renda durante a pandemia. Entre os 21 expositores, há também obras de arte, arranjos de flores e brechós improvisados de roupas, acessórios e outros “desapegos”. Mesas são distribuídas na área externa, para alimentação no local, enquanto um morador DJ dá o som ambiente. “A gente pega móveis emprestados dos moradores, junta com os do condomínio, cada um monta da maneira mais legal”, descreve. Após uma edição em novembro passado e em 7 de maio, a ideia é que o evento se torne trimestral. A quadras dali, a feira Mercado Fubá tem ocorrido nos sábados e domingos desde o fim de março no térreo do Edifício Virgínia, datado da década de 1950 e que virou uma mistura de loja, bar e galeria. “As feiras são importantes momentos de troca, principalmente agora. Após dois anos de pandemia, muitos negócios estão surgindo”, aponta Mari Pini, de 68 anos, organizadora do bazar e idealizadora de outros eventos do tipo há anos na cidade. “São Paulo é uma cidade de feiras, de todos os tipos, de turismo, de negócios, gastronomia e de música”, descreve.

Por sua vez, a Feira das Cecílias estreou em abril, após uma aula de ioga, em que professora e alunas perceberam os múltiplos talentos que reuniam. “Tinha uma que tinha perdido o emprego e começou a fazer bolsa, outra era da cerâmica, cada uma com um pequeno negócio”, recorda-se a professora de ioga Nani Maria, de 37 anos, uma das idealizadoras.

Ela ocorre mensalmente em um espaço na Santa Cecília, com 14 expositores, de pão artesanal a roupa para bebês, porém há a ideia de ampliar para um novo endereço, diante da procura de novos empreendedores. “É uma forma de trazer a valorização para o feito à mão, por pequenos produtores. Em vez de ir ao shopping, por que não ir lá, na feira, ver o que tem?”, defende Nani.

Bairros também ganham novas feiras

Também estreante recente é a Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio, realizada na zona sul paulistana e que teve cinco edições desde outubro passado. A próxima é em 10 de julho, na Praça Alexandre Moreira Neto, com quase 40 expositores de alimentos e bebidas de produtores da região, além do oferecimento de atividades com brinquedos para as crianças (como pula-pula, piscina de bolinhas e outros) e outras atrações gratuitas, como apresentações de artistas locais. Em uma das edições, até um passeio ciclístico foi organizado. 

“A ideia começou como uma forma de ajudar comerciantes do bairro, tinha muito comércio fechado na pandemia, alguns de gerações”, conta a promotora de eventos Flávia Cecilio, de 42 anos, idealizadora da feira. Outro ponto é fomentar uma atração aos domingos, quando há menos opções abertas no entorno, além de integrar a vizinhança. “Às vezes, a pessoa mora no bairro, mas não conhece, assim une essas pessoas.”

Entre os expositores, está a drinQs, de caipirinhas congeladas consumíveis após um minuto e meio no micro-ondas. “As pessoas se interessam, tiram dúvidas. A maioria compra para consumir no local”, conta Cristian Martins, de 35 anos, fundador da marca. “No nosso caso, é um público de 19 a mais de 60 anos, a maioria feminino”, descreve.

Há também eventos organizados pelo poder público. Na Subprefeitura do Butantã, são quatro, por exemplo, um novo e três que retornaram no fim de 2021.

A novidade é a Feira da Praça Elis Regina, criada pela subprefeitura local durante as festividades do aniversário do Butantã, em dezembro. Segundo a gestão municipal, hoje 30 expositores participam do evento, realizado aos domingos, que permanecerá mesmo após a reforma do espaço.

Entre os participantes, está a artesã Catarina Cervelleira, de 41 anos. “É uma feira que tem uma gama bem extensa, tem livros, discos, artesanato, gastronomia”, descreve. “Vejo essa retomada das feiras como importante, porque São Paulo tem muitos artesãos. E a pessoa não precisa se deslocar pra ir pra República, pra (Avenida) Paulista… Pode conhecer o artesanato do seu bairro. O Butantã tem uma efervescência de artistas, artesãos, músicos.”

Já o gestor Claudemir Guoca Hara, de 57 anos, apoia a feira por meio de um trabalho voluntário de inclusão da arte indígena, ao convidar artistas para apresentações musicais e venda de artesanato. “Vejo como uma inclusão. Toda feira deveria ter barracas para indígenas. A ideia é trazer também quilombolas.”

Entre as feiras que retornaram na região, está a da Feira da Praça Vila São Francisco, no distrito do Rio Pequeno. “Pro bairro, é importante pela ocupação dos espaços públicos, de beneficiar praças subutilizadas”, comenta Ana Uchôa, de 68 anos, coordenadora do Movimento Ecocultural São Francisco, que tem uma barraca voltada à divulgação do trabalho de artistas locais. 

Na zona sul e com proposta mais de nicho, a Feira União Mística estreará na próxima terça-feira, em um espaço no distrito da Saúde. “A ideia é democratizar: reunir tanto o pequeno quanto o grande produtor, para assuntos místicos, sem barreiras e sem preconceitos, com palestras, danças…”, conta Robson Campos, um dos idealizadores. 

Serão cerca de 31 expositores, com produtos e atendimentos do segmento, como tarot cigano, búzios e outros. Segundo Campos, a feira foi idealizada há cerca de um ano, mas se decidiu esperar uma flexibilização das medidas de restrição mais consolidada, sem abre e fecha. A próxima edição já está pré-agendada para setembro. “Se continuar assim, vamos tentar que seja trimestral no ano que vem, até bimestral, daí o futuro dirá.”

Há, ainda, a Feira Mathilda, que estreou no fim de novembro, voltada a “pequenos e talentosos produtos da nossa zona norte”, realizada no distrito do Limão. Com edições aos domingos, a cada um ou dois meses, chegou a realizar uma caça aos ovos na edição de Páscoa e terá a próxima edição em junho.

Conheça as novas feiras de SP

Feira do Bom Retiro Sábados, das 9h às 17h. Centro Comercial Bom Retiro (R. José Paulino, 226). A entrada é gratuita. Mais informações: linktr.ee/feiradobomretiro

Feira das Cecílias Próxima ocorre em 28 de maio, das 11h às 18h. Ecoe Coworking (Rua Barão de Tatuí, 544, em Santa Cecília). Grátis. Mais informações: instagram.com/feiradascecilias/

Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio Próxima será em 10 de julho. Praça Alexandre Moreira Neto, no distrito Santo Amaro. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiragastronomicacsa/

Feira Mathilda Próxima será em um domingo de junho ainda indefinido pelos organizadores. Ela ocorre das 12h às 18h no Boulevard Novo Pacaembu (Rua Roque de Morais, 131. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiramathilda/

Feira Artesanal Vila São Francisco Domingos, das 8h às 17h. Praça São Francisco de Assis (Av. Dr. Cândido Motta Filho, 629 - distrito Rio Pequeno). Grátis.

Feira da Praça Elis Regina Domingos, das 9h às 17h. Praça Elis Regina, no distrito Butantã. Grátis. Mais informações: instagram.com/feira_da_elis

Feira União Mística Dias 10 (das 14h às 20h), 11 (das 10h às 20h) e 12 de junho, das 10 às 19h. Sociedade Shimane Kenjin do Brasil (Rua das Rosas, 86 - distrito Saúde). Grátis. Mais informações: feirauniaomistica.com.br

Mercado Fubá Sábados, das 11h às 20h, e domingos, das 12h às 20h. Térreo do Edifício Virgínia (Rua Martins Fontes, 205 - distrito República). Grátis. Mais informações: instagram.com/mercadofuba/

Talentos do Planalto Última edição foi em 7 de maio, das 11h às 19h. Salão de eventos do Edifício Planalto (Rua Maria Paula, 279 - distrito República). Grátis.

Com a retomada econômica e do setor criativo após a flexibilização do isolamento social, feiras e bazares do setor têm se espalhado por espaços públicos e privados das regiões centrais e bairros de São Paulo, como Chácara Santo Antônio, Butantã e Bom Retiro. Ao menos oito novos eventos estrearam desde outubro, somando-se aos já consolidados, com foco em reunir produções autorais de gastronomia, artes, design e outros segmentos. Todos têm entrada gratuita. Em parte das iniciativas, a localização também está entre os atrativos, seja por levar a população para áreas verdes, seja por abrir espaços privados ao público em geral, como o salão de festas do Edifício Planalto — localizado no 25.º andar do ícone projetado pelo construtor Artacho Jurado, com vista para o centro paulistano.

Feira no Centro Comercial Bom Retiro, na região daRua José Paulino, tem atraído bom público Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Entre os expositores e organizadores ouvidos pelo Estadão, a primavera das feiras criativas ocorre após dois anos de dificuldades motivadas pela pandemia e a entrada de novos produtores no setor, por vezes advindos de outras áreas após perderem a renda com a chegada da covid-19. O pontapé para a retomada ocorreu em agosto, com a Feira das Feiras Criativas, o primeiro evento-teste feito pelo poder público de São Paulo em 2021. Uma das novidades é a Feira do Bom Retiro, realizada aos sábados nas ruas internas do Centro Comercial Bom Retiro desde fevereiro, voltada a valorizar o caráter cultural do centro. “O Bom Retiro tem a vantagem de ter imigrantes de muitos países. Aproveitamos essas diferenças”, comenta Milena Mi Young Yoo, de 60 anos, diretora-geral do evento. Há artistas e expositores de diferentes ascendências e nacionalidades, como da Bolívia, do Peru, da Venezuela, do Paraguai e Japão. A referência da Coreia do Sul é a mais evidente, tanto pela presença de empreendedores dessa origem no Bom Retiro quanto pelo boom da cultura coreana no mundo. Além de atrair fãs de K-Pop (música pop), doramas (novelas) e outras referências sul-coreanas, o público é diversificado, com jovens, famílias e idosos. Turistas e moradores fazendo compras na Rua José Paulino (onde fica a entrada principal) também a visitam. A maior disputa é na área de alimentação, em que é comum ouvir frequentadores comentarem que estão em dúvida em como montar o roteiro da “viagem gastronômica”.

Apresentações de K-Pop (dança típica coreana) é uma das principais atrações da feira do Bom Retiro Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

O evento é ao ar livre, em ruas internas da galeria, com um palco para atrações artísticas amadoras e profissionais e cerca de 20 barracas de produtos personalizados e gastronomia. Entre os expositores, está o Ommayá Sandwich Shop, com lanches de tempero coreano. “Vão clientes antigos da loja (fechada na pandemia, com um espaço hoje dentro de um mercado em Moema) e os que procuram novidades, principalmente sobre cultura coreana”, conta o sócio-proprietário da marca, Paulo Kim, de 36 anos. Já a Tentaciones da Venezuela chama a atenção com as arepas e cachapas (tortilhas de milho recheadas). “A gente fazia mais eventos corporativos, mas mudou com a pandemia”, conta a fundadora, Yilmary de Perdomo, que é venezuelana. “Vira um ponto para venezuelanos e paulistas conhecerem, já que não temos um restaurante. E mesmo alguns brasileiros não conhecem o Bom Retiro.” Também na região central, a Talentos do Planalto é realizada no salão do penúltimo pavimento do edifício homônimo, nas imediações da Câmara Municipal. Segundo o produtor de eventos Leonardo Miessler, de 41 anos, um dos organizadores, a ideia é tanto uma forma de mostrar o trabalho de moradores quanto de abrir o icônico prédio para quem tem curiosidade de conhecê-lo de perto. “Tem uma vista maravilhosa do centro.” Como ele próprio (que faz tortas, manteigas e outros alimentos), outros moradores do edifício também viram na gastronomia (e no artesanato) alternativas de renda durante a pandemia. Entre os 21 expositores, há também obras de arte, arranjos de flores e brechós improvisados de roupas, acessórios e outros “desapegos”. Mesas são distribuídas na área externa, para alimentação no local, enquanto um morador DJ dá o som ambiente. “A gente pega móveis emprestados dos moradores, junta com os do condomínio, cada um monta da maneira mais legal”, descreve. Após uma edição em novembro passado e em 7 de maio, a ideia é que o evento se torne trimestral. A quadras dali, a feira Mercado Fubá tem ocorrido nos sábados e domingos desde o fim de março no térreo do Edifício Virgínia, datado da década de 1950 e que virou uma mistura de loja, bar e galeria. “As feiras são importantes momentos de troca, principalmente agora. Após dois anos de pandemia, muitos negócios estão surgindo”, aponta Mari Pini, de 68 anos, organizadora do bazar e idealizadora de outros eventos do tipo há anos na cidade. “São Paulo é uma cidade de feiras, de todos os tipos, de turismo, de negócios, gastronomia e de música”, descreve.

Por sua vez, a Feira das Cecílias estreou em abril, após uma aula de ioga, em que professora e alunas perceberam os múltiplos talentos que reuniam. “Tinha uma que tinha perdido o emprego e começou a fazer bolsa, outra era da cerâmica, cada uma com um pequeno negócio”, recorda-se a professora de ioga Nani Maria, de 37 anos, uma das idealizadoras.

Ela ocorre mensalmente em um espaço na Santa Cecília, com 14 expositores, de pão artesanal a roupa para bebês, porém há a ideia de ampliar para um novo endereço, diante da procura de novos empreendedores. “É uma forma de trazer a valorização para o feito à mão, por pequenos produtores. Em vez de ir ao shopping, por que não ir lá, na feira, ver o que tem?”, defende Nani.

Bairros também ganham novas feiras

Também estreante recente é a Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio, realizada na zona sul paulistana e que teve cinco edições desde outubro passado. A próxima é em 10 de julho, na Praça Alexandre Moreira Neto, com quase 40 expositores de alimentos e bebidas de produtores da região, além do oferecimento de atividades com brinquedos para as crianças (como pula-pula, piscina de bolinhas e outros) e outras atrações gratuitas, como apresentações de artistas locais. Em uma das edições, até um passeio ciclístico foi organizado. 

“A ideia começou como uma forma de ajudar comerciantes do bairro, tinha muito comércio fechado na pandemia, alguns de gerações”, conta a promotora de eventos Flávia Cecilio, de 42 anos, idealizadora da feira. Outro ponto é fomentar uma atração aos domingos, quando há menos opções abertas no entorno, além de integrar a vizinhança. “Às vezes, a pessoa mora no bairro, mas não conhece, assim une essas pessoas.”

Entre os expositores, está a drinQs, de caipirinhas congeladas consumíveis após um minuto e meio no micro-ondas. “As pessoas se interessam, tiram dúvidas. A maioria compra para consumir no local”, conta Cristian Martins, de 35 anos, fundador da marca. “No nosso caso, é um público de 19 a mais de 60 anos, a maioria feminino”, descreve.

Há também eventos organizados pelo poder público. Na Subprefeitura do Butantã, são quatro, por exemplo, um novo e três que retornaram no fim de 2021.

A novidade é a Feira da Praça Elis Regina, criada pela subprefeitura local durante as festividades do aniversário do Butantã, em dezembro. Segundo a gestão municipal, hoje 30 expositores participam do evento, realizado aos domingos, que permanecerá mesmo após a reforma do espaço.

Entre os participantes, está a artesã Catarina Cervelleira, de 41 anos. “É uma feira que tem uma gama bem extensa, tem livros, discos, artesanato, gastronomia”, descreve. “Vejo essa retomada das feiras como importante, porque São Paulo tem muitos artesãos. E a pessoa não precisa se deslocar pra ir pra República, pra (Avenida) Paulista… Pode conhecer o artesanato do seu bairro. O Butantã tem uma efervescência de artistas, artesãos, músicos.”

Já o gestor Claudemir Guoca Hara, de 57 anos, apoia a feira por meio de um trabalho voluntário de inclusão da arte indígena, ao convidar artistas para apresentações musicais e venda de artesanato. “Vejo como uma inclusão. Toda feira deveria ter barracas para indígenas. A ideia é trazer também quilombolas.”

Entre as feiras que retornaram na região, está a da Feira da Praça Vila São Francisco, no distrito do Rio Pequeno. “Pro bairro, é importante pela ocupação dos espaços públicos, de beneficiar praças subutilizadas”, comenta Ana Uchôa, de 68 anos, coordenadora do Movimento Ecocultural São Francisco, que tem uma barraca voltada à divulgação do trabalho de artistas locais. 

Na zona sul e com proposta mais de nicho, a Feira União Mística estreará na próxima terça-feira, em um espaço no distrito da Saúde. “A ideia é democratizar: reunir tanto o pequeno quanto o grande produtor, para assuntos místicos, sem barreiras e sem preconceitos, com palestras, danças…”, conta Robson Campos, um dos idealizadores. 

Serão cerca de 31 expositores, com produtos e atendimentos do segmento, como tarot cigano, búzios e outros. Segundo Campos, a feira foi idealizada há cerca de um ano, mas se decidiu esperar uma flexibilização das medidas de restrição mais consolidada, sem abre e fecha. A próxima edição já está pré-agendada para setembro. “Se continuar assim, vamos tentar que seja trimestral no ano que vem, até bimestral, daí o futuro dirá.”

Há, ainda, a Feira Mathilda, que estreou no fim de novembro, voltada a “pequenos e talentosos produtos da nossa zona norte”, realizada no distrito do Limão. Com edições aos domingos, a cada um ou dois meses, chegou a realizar uma caça aos ovos na edição de Páscoa e terá a próxima edição em junho.

Conheça as novas feiras de SP

Feira do Bom Retiro Sábados, das 9h às 17h. Centro Comercial Bom Retiro (R. José Paulino, 226). A entrada é gratuita. Mais informações: linktr.ee/feiradobomretiro

Feira das Cecílias Próxima ocorre em 28 de maio, das 11h às 18h. Ecoe Coworking (Rua Barão de Tatuí, 544, em Santa Cecília). Grátis. Mais informações: instagram.com/feiradascecilias/

Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio Próxima será em 10 de julho. Praça Alexandre Moreira Neto, no distrito Santo Amaro. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiragastronomicacsa/

Feira Mathilda Próxima será em um domingo de junho ainda indefinido pelos organizadores. Ela ocorre das 12h às 18h no Boulevard Novo Pacaembu (Rua Roque de Morais, 131. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiramathilda/

Feira Artesanal Vila São Francisco Domingos, das 8h às 17h. Praça São Francisco de Assis (Av. Dr. Cândido Motta Filho, 629 - distrito Rio Pequeno). Grátis.

Feira da Praça Elis Regina Domingos, das 9h às 17h. Praça Elis Regina, no distrito Butantã. Grátis. Mais informações: instagram.com/feira_da_elis

Feira União Mística Dias 10 (das 14h às 20h), 11 (das 10h às 20h) e 12 de junho, das 10 às 19h. Sociedade Shimane Kenjin do Brasil (Rua das Rosas, 86 - distrito Saúde). Grátis. Mais informações: feirauniaomistica.com.br

Mercado Fubá Sábados, das 11h às 20h, e domingos, das 12h às 20h. Térreo do Edifício Virgínia (Rua Martins Fontes, 205 - distrito República). Grátis. Mais informações: instagram.com/mercadofuba/

Talentos do Planalto Última edição foi em 7 de maio, das 11h às 19h. Salão de eventos do Edifício Planalto (Rua Maria Paula, 279 - distrito República). Grátis.

Com a retomada econômica e do setor criativo após a flexibilização do isolamento social, feiras e bazares do setor têm se espalhado por espaços públicos e privados das regiões centrais e bairros de São Paulo, como Chácara Santo Antônio, Butantã e Bom Retiro. Ao menos oito novos eventos estrearam desde outubro, somando-se aos já consolidados, com foco em reunir produções autorais de gastronomia, artes, design e outros segmentos. Todos têm entrada gratuita. Em parte das iniciativas, a localização também está entre os atrativos, seja por levar a população para áreas verdes, seja por abrir espaços privados ao público em geral, como o salão de festas do Edifício Planalto — localizado no 25.º andar do ícone projetado pelo construtor Artacho Jurado, com vista para o centro paulistano.

Feira no Centro Comercial Bom Retiro, na região daRua José Paulino, tem atraído bom público Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Entre os expositores e organizadores ouvidos pelo Estadão, a primavera das feiras criativas ocorre após dois anos de dificuldades motivadas pela pandemia e a entrada de novos produtores no setor, por vezes advindos de outras áreas após perderem a renda com a chegada da covid-19. O pontapé para a retomada ocorreu em agosto, com a Feira das Feiras Criativas, o primeiro evento-teste feito pelo poder público de São Paulo em 2021. Uma das novidades é a Feira do Bom Retiro, realizada aos sábados nas ruas internas do Centro Comercial Bom Retiro desde fevereiro, voltada a valorizar o caráter cultural do centro. “O Bom Retiro tem a vantagem de ter imigrantes de muitos países. Aproveitamos essas diferenças”, comenta Milena Mi Young Yoo, de 60 anos, diretora-geral do evento. Há artistas e expositores de diferentes ascendências e nacionalidades, como da Bolívia, do Peru, da Venezuela, do Paraguai e Japão. A referência da Coreia do Sul é a mais evidente, tanto pela presença de empreendedores dessa origem no Bom Retiro quanto pelo boom da cultura coreana no mundo. Além de atrair fãs de K-Pop (música pop), doramas (novelas) e outras referências sul-coreanas, o público é diversificado, com jovens, famílias e idosos. Turistas e moradores fazendo compras na Rua José Paulino (onde fica a entrada principal) também a visitam. A maior disputa é na área de alimentação, em que é comum ouvir frequentadores comentarem que estão em dúvida em como montar o roteiro da “viagem gastronômica”.

Apresentações de K-Pop (dança típica coreana) é uma das principais atrações da feira do Bom Retiro Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

O evento é ao ar livre, em ruas internas da galeria, com um palco para atrações artísticas amadoras e profissionais e cerca de 20 barracas de produtos personalizados e gastronomia. Entre os expositores, está o Ommayá Sandwich Shop, com lanches de tempero coreano. “Vão clientes antigos da loja (fechada na pandemia, com um espaço hoje dentro de um mercado em Moema) e os que procuram novidades, principalmente sobre cultura coreana”, conta o sócio-proprietário da marca, Paulo Kim, de 36 anos. Já a Tentaciones da Venezuela chama a atenção com as arepas e cachapas (tortilhas de milho recheadas). “A gente fazia mais eventos corporativos, mas mudou com a pandemia”, conta a fundadora, Yilmary de Perdomo, que é venezuelana. “Vira um ponto para venezuelanos e paulistas conhecerem, já que não temos um restaurante. E mesmo alguns brasileiros não conhecem o Bom Retiro.” Também na região central, a Talentos do Planalto é realizada no salão do penúltimo pavimento do edifício homônimo, nas imediações da Câmara Municipal. Segundo o produtor de eventos Leonardo Miessler, de 41 anos, um dos organizadores, a ideia é tanto uma forma de mostrar o trabalho de moradores quanto de abrir o icônico prédio para quem tem curiosidade de conhecê-lo de perto. “Tem uma vista maravilhosa do centro.” Como ele próprio (que faz tortas, manteigas e outros alimentos), outros moradores do edifício também viram na gastronomia (e no artesanato) alternativas de renda durante a pandemia. Entre os 21 expositores, há também obras de arte, arranjos de flores e brechós improvisados de roupas, acessórios e outros “desapegos”. Mesas são distribuídas na área externa, para alimentação no local, enquanto um morador DJ dá o som ambiente. “A gente pega móveis emprestados dos moradores, junta com os do condomínio, cada um monta da maneira mais legal”, descreve. Após uma edição em novembro passado e em 7 de maio, a ideia é que o evento se torne trimestral. A quadras dali, a feira Mercado Fubá tem ocorrido nos sábados e domingos desde o fim de março no térreo do Edifício Virgínia, datado da década de 1950 e que virou uma mistura de loja, bar e galeria. “As feiras são importantes momentos de troca, principalmente agora. Após dois anos de pandemia, muitos negócios estão surgindo”, aponta Mari Pini, de 68 anos, organizadora do bazar e idealizadora de outros eventos do tipo há anos na cidade. “São Paulo é uma cidade de feiras, de todos os tipos, de turismo, de negócios, gastronomia e de música”, descreve.

Por sua vez, a Feira das Cecílias estreou em abril, após uma aula de ioga, em que professora e alunas perceberam os múltiplos talentos que reuniam. “Tinha uma que tinha perdido o emprego e começou a fazer bolsa, outra era da cerâmica, cada uma com um pequeno negócio”, recorda-se a professora de ioga Nani Maria, de 37 anos, uma das idealizadoras.

Ela ocorre mensalmente em um espaço na Santa Cecília, com 14 expositores, de pão artesanal a roupa para bebês, porém há a ideia de ampliar para um novo endereço, diante da procura de novos empreendedores. “É uma forma de trazer a valorização para o feito à mão, por pequenos produtores. Em vez de ir ao shopping, por que não ir lá, na feira, ver o que tem?”, defende Nani.

Bairros também ganham novas feiras

Também estreante recente é a Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio, realizada na zona sul paulistana e que teve cinco edições desde outubro passado. A próxima é em 10 de julho, na Praça Alexandre Moreira Neto, com quase 40 expositores de alimentos e bebidas de produtores da região, além do oferecimento de atividades com brinquedos para as crianças (como pula-pula, piscina de bolinhas e outros) e outras atrações gratuitas, como apresentações de artistas locais. Em uma das edições, até um passeio ciclístico foi organizado. 

“A ideia começou como uma forma de ajudar comerciantes do bairro, tinha muito comércio fechado na pandemia, alguns de gerações”, conta a promotora de eventos Flávia Cecilio, de 42 anos, idealizadora da feira. Outro ponto é fomentar uma atração aos domingos, quando há menos opções abertas no entorno, além de integrar a vizinhança. “Às vezes, a pessoa mora no bairro, mas não conhece, assim une essas pessoas.”

Entre os expositores, está a drinQs, de caipirinhas congeladas consumíveis após um minuto e meio no micro-ondas. “As pessoas se interessam, tiram dúvidas. A maioria compra para consumir no local”, conta Cristian Martins, de 35 anos, fundador da marca. “No nosso caso, é um público de 19 a mais de 60 anos, a maioria feminino”, descreve.

Há também eventos organizados pelo poder público. Na Subprefeitura do Butantã, são quatro, por exemplo, um novo e três que retornaram no fim de 2021.

A novidade é a Feira da Praça Elis Regina, criada pela subprefeitura local durante as festividades do aniversário do Butantã, em dezembro. Segundo a gestão municipal, hoje 30 expositores participam do evento, realizado aos domingos, que permanecerá mesmo após a reforma do espaço.

Entre os participantes, está a artesã Catarina Cervelleira, de 41 anos. “É uma feira que tem uma gama bem extensa, tem livros, discos, artesanato, gastronomia”, descreve. “Vejo essa retomada das feiras como importante, porque São Paulo tem muitos artesãos. E a pessoa não precisa se deslocar pra ir pra República, pra (Avenida) Paulista… Pode conhecer o artesanato do seu bairro. O Butantã tem uma efervescência de artistas, artesãos, músicos.”

Já o gestor Claudemir Guoca Hara, de 57 anos, apoia a feira por meio de um trabalho voluntário de inclusão da arte indígena, ao convidar artistas para apresentações musicais e venda de artesanato. “Vejo como uma inclusão. Toda feira deveria ter barracas para indígenas. A ideia é trazer também quilombolas.”

Entre as feiras que retornaram na região, está a da Feira da Praça Vila São Francisco, no distrito do Rio Pequeno. “Pro bairro, é importante pela ocupação dos espaços públicos, de beneficiar praças subutilizadas”, comenta Ana Uchôa, de 68 anos, coordenadora do Movimento Ecocultural São Francisco, que tem uma barraca voltada à divulgação do trabalho de artistas locais. 

Na zona sul e com proposta mais de nicho, a Feira União Mística estreará na próxima terça-feira, em um espaço no distrito da Saúde. “A ideia é democratizar: reunir tanto o pequeno quanto o grande produtor, para assuntos místicos, sem barreiras e sem preconceitos, com palestras, danças…”, conta Robson Campos, um dos idealizadores. 

Serão cerca de 31 expositores, com produtos e atendimentos do segmento, como tarot cigano, búzios e outros. Segundo Campos, a feira foi idealizada há cerca de um ano, mas se decidiu esperar uma flexibilização das medidas de restrição mais consolidada, sem abre e fecha. A próxima edição já está pré-agendada para setembro. “Se continuar assim, vamos tentar que seja trimestral no ano que vem, até bimestral, daí o futuro dirá.”

Há, ainda, a Feira Mathilda, que estreou no fim de novembro, voltada a “pequenos e talentosos produtos da nossa zona norte”, realizada no distrito do Limão. Com edições aos domingos, a cada um ou dois meses, chegou a realizar uma caça aos ovos na edição de Páscoa e terá a próxima edição em junho.

Conheça as novas feiras de SP

Feira do Bom Retiro Sábados, das 9h às 17h. Centro Comercial Bom Retiro (R. José Paulino, 226). A entrada é gratuita. Mais informações: linktr.ee/feiradobomretiro

Feira das Cecílias Próxima ocorre em 28 de maio, das 11h às 18h. Ecoe Coworking (Rua Barão de Tatuí, 544, em Santa Cecília). Grátis. Mais informações: instagram.com/feiradascecilias/

Feira Gastronômica da Chácara Santo Antônio Próxima será em 10 de julho. Praça Alexandre Moreira Neto, no distrito Santo Amaro. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiragastronomicacsa/

Feira Mathilda Próxima será em um domingo de junho ainda indefinido pelos organizadores. Ela ocorre das 12h às 18h no Boulevard Novo Pacaembu (Rua Roque de Morais, 131. Grátis. Mais informações: instagram.com/feiramathilda/

Feira Artesanal Vila São Francisco Domingos, das 8h às 17h. Praça São Francisco de Assis (Av. Dr. Cândido Motta Filho, 629 - distrito Rio Pequeno). Grátis.

Feira da Praça Elis Regina Domingos, das 9h às 17h. Praça Elis Regina, no distrito Butantã. Grátis. Mais informações: instagram.com/feira_da_elis

Feira União Mística Dias 10 (das 14h às 20h), 11 (das 10h às 20h) e 12 de junho, das 10 às 19h. Sociedade Shimane Kenjin do Brasil (Rua das Rosas, 86 - distrito Saúde). Grátis. Mais informações: feirauniaomistica.com.br

Mercado Fubá Sábados, das 11h às 20h, e domingos, das 12h às 20h. Térreo do Edifício Virgínia (Rua Martins Fontes, 205 - distrito República). Grátis. Mais informações: instagram.com/mercadofuba/

Talentos do Planalto Última edição foi em 7 de maio, das 11h às 19h. Salão de eventos do Edifício Planalto (Rua Maria Paula, 279 - distrito República). Grátis.

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