Com o forte calor na tarde deste domingo, 11, em São Paulo, pessoas que estavam aglomeradas próximo ao trio do Bloco da Pabllo, no Ibirapuera, passaram mal e precisaram de atendimento médico. Perto das 16h, a apresentação foi interrompida. Minutos depois, foi retomada, porém antes das 17h30 foi definitivamente encerrada. A previsão era que a dispersão ocorresse às 19h.
Essa não é a primeira vez que o Bloco da Pabllo é encerrado antes do previsto. Em 2023, também na região do Ibirapuera, a apresentação da cantora terminou uma hora mais cedo por questões de segurança devido à superlotação.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura, no início da tarde, com tempo ensolarado, a temperatura média na capital era de 30°C, com umidade relativa do ar na casa dos 50%. Os termômetros de rua da Avenida Pedro Álvares Cabral, entre o Obelisco e o Monumento das Bandeiras, marcavam 35°C.
Pabllo Vittar chegou ao bloco às 12h40 e seu show previsto para 13h começou às 14h30. Em nota, a cantora afirmou que “tomou a decisão de pausar o trio após avistar algumas pessoas passando mal e cedeu a corda para facilitar o trabalho do Corpo de Bombeiros”.
No posto médico, a informação era de que ao menos duas mil pessoas tinham recebido atendimento, mas o número não foi oficialmente confirmado. Algumas pessoas foram socorridas até de maca.
Desde as 11h centenas de foliões já estavam reunidos nos arredores do Parque do Ibirapuera, zona sul da cidade, à espera da apresentação de Pabllo Vittar, considerado um dos desfiles de rua mais prestigiados de São Paulo.
“Muitas pessoas passaram mal, inclusive minha amiga. Sentiu muita falta de ar, com a aglomeração”, disse o estudante Matheus Miyamoto, de 16 anos.
Empresas patrocinadoras do carnaval organizaram a distribuição de chapéus e leques para amenizar o calor acima dos 30°C. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) também organizou uma espaço para ofertar água potável para os foliões.
Para tentar aproveitar a festa com mais tranquilidade, muitos foliões foram ao bloco com roupas mais leves, fantasias coloridas, chapéus e até itens de banho como sunga, maiô e biquíni. Também levaram acessórios como leques, chapéus e bonés. Além de bebidas vendidas no local, muitos também não dispensaram as garrafas de água. Mas tudo isso não foi suficiente em razão da aglomeração de foliões, principalmente perto do trio elétrico.
“Preferi ficar um pouco mais afastada do trio. Logo que iniciou, muitas pessoas, tentando acompanhar, começaram a se aglomerar muito. Era impossível chegar perto. Aí, fiquei um pouco mais atrás para curtir de forma mais tranquila”, ressaltou a assistente de RH Tamires Fernandes, de 37 anos.
A publicitária Leda Leocadio, de 27 anos, que é fã de Pabllo Vittar, foi conferir o bloco. “É a primeira vez que venho curtir o bloco da Pabllo. Sou de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e vim para o carnaval em São Paulo. Eu amo a Pabllo”, afirmou a jovem.
Amigo de Leda e frequentador de blocos de rua em São Paulo, o jornalista Rafael Alves, de 35 anos, destacou que a cantora é uma referência para a comunidade LGBTQ+. “Já vim em blocos de rua da Pabllo mesmo antes da pandemia. É sempre um dos mais esperados. Ela é referência para a comunidade. Quebrou muitas barreiras”, avaliou ele.
Apesar do atraso da cantora e da interrupção do show, os foliões foram ao delírio quando Pabllo cantou a música K.O. Vibração semelhante ocorreu quando ela cantou Amor de Que.
O engenheiro Brendo Santos, de 24 anos, estava feliz com a agitação, mas reclamou do atraso. “Estou gostando muito, mas atrasou para começar o Bloco da Pabllo. Muito quente também”, disse ele.
Antes do bloco da cantora, também na região do Ibirapuera, teve a apresentação do bloco do cantor sertanejo Michel Teló. Nas imagens da PM é possível observar o encontro dos dois cortejos.