SANTOS - A fotógrafa Juliana Barros, de 35 anos, convive com uma sensação de insegurança desde que decidiu denunciar o assédio que sofreu de um técnico da Net. Mesmo assim, ela tem a certeza de ter feito coisa certa. "Denunciei porque não quero ver a notícia de que uma mulher foi agredida ou violentada por um maníaco que trabalha para a Net", disse.
No final de junho, Juliana recebeu a visita do instalador em seu apartamento, no centro de São Paulo, mas o serviço não foi concluído porque, segundo o funcionário, faltava um adaptador.
"Ele deixou o número do celular e, após uma semana, mandei uma mensagem para saber se havia encontrado. Ele ainda indicou uma loja e depois disse que arrumaria a peça", explica. "Foi quando ele escreveu 'Tá bom, gata'. Eu achei estranho, mas não bloqueei."
O conteúdo enviado pelo técnico piorou. "Ele mandava sempre à noite, por volta de 23h30. Disse que estava apaixonado e queria me chupar. Tenho até vergonha de repetir isso", afirma a fotógrafa. "Ainda me perguntaram por que não finalizei o contato, mas eu queria saber até onde ele iria, e também queria ter material para denunciar."
Na sexta-feira, 22, o instalador voltou a mandar mensagens.
"Desta vez, ele escreveu que 'toda burguesa quer ser chamada de puta, quer tomar tapa na bunda e ser chamada de vaca'. Como eu já tinha o suficiente, fiz o bloqueio e procurei a polícia."
Juliana registrou a ocorrência no 4º Distrito Policial de São Paulo (Consolação), na terça-feira, 26.
Em nota, a Net afirma que o técnico envolvido foi identificado e demitido e que está à disposição para colaborar com a investigação. "Reforçamos que o caso denunciado está em total desacordo com os valores e código de ética da empresa."
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Casos de violência sexual contra mulheres repercutem por todo o mundo. No entanto, a pena para esse crime varia conforme as leis de cada lugar. Em alguns países o estupro pode ser considerado uma relação extraconjugal e levar a mulher a ser condenada.