A greve conjunta de funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos (CPTM) prejudica nesta terça-feira, 28, o funcionamento das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, e as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa e 11-Coral, da CPTM.
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Com exceção da Linha 15-Prata, que amanheceu e permanece totalmente paralisada, as outras linhas estão com funcionamento parcial.
Quais linhas do Metrô e da CPTM estão sendo afetadas pela greve da terça-feira?
Metrô
- Linha 1-Azul: operação parcial (entre Tiradentes e Ana Rosa);
- Linha 2- Verde: operação parcial (entre Alto do Ipiranga e Vila Madalena);
- Linha 3-Vermelha: operação parcial (entre Bresser-Mooca e Santa Cecília);
- Linha 15-Prata: paralisada.
CPTM
- Linha 7-Rubi: operação parcial (entre Luz e Caieiras);
- Linha 10-Turquesa: operação parcial (entre Brás e Mauá);
- Linha 11-Coral: operação parcial (entre Luz e Guaianases);
- Linha 12-Safira: operação parcial (entre Brás e Calmon Viana);
- Linha 13-Jade: operação parcial (entre Engenheiro Goulart até Aeroporto de Guarulhos).
As linhas 12-Safira e 13-Jade, anteriormente previstas na paralisação, entraram em funcionamento integral pela manhã, embora com intervalos maiores. No decorrer da tarde, as duas linhas também passaram para operação parcial. Já a Linha 7-Rubi realiza o trajeto entre Luz e Caieiras. A Linha 11-Coral, por sua vez, funciona apenas entre Luz e Guaianases com intervalos maiores. Pouco depois das 10 horas, a Linha 10-Turquesa começou a funcionar entre Brás e Mauá.
O governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta terça-feira que a greve não vai interromper o plano de privatizações, principal ponto de reivindicação dos sindicatos (leia mais abaixo). A paralisação também foi alvo de críticas do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O movimento grevista não possui pauta com reivindicações salariais, como em anos anteriores, e foca a sua atuação na crítica ao projeto conduzido pela gestão Tarcísio.
Linhas administradas pela iniciativa privada:
Metrô
- Linha 4-Amarela: operação normal;
- Linha 5-Lilás: operação normal.
De trens metropolitanos
- Linha 8-Diamante: funcionamento integral (em algumas estações, os intervalos variam entre 6 e 12 minutos);
- Linha 9-Esmeralda: funcionamento integral (em algumas estações, os intervalos chegam a 6 minutos).
Passageiros relatam dificuldades
Ainda que tenha lido sobre a greve, a faxineira Leniria Pereira, de 61 anos, chegou a ir duas vezes até a estação Corinthians-Itaquera, na zona leste, para ver como estava a situação na manhã desta terça-feira. “Tinha visto que pelo menos no horário de pico alguns trens do Metrô iam passar”, disse. Moradora de São Miguel Paulista, ela trabalha na Santa Cecília, na região central.
Ao chegar na estação, porém, foi informada que a Linha 11-Coral da CPTM estava fazendo apenas o trajeto da estação Guaianases até a Luz. Decidiu não arriscar. “Vou descer na Luz e fazer o quê?”, questionou. Logo após falar com a reportagem, ela tirava uma foto das portas do metrô fechada para enviar para o empregador. “Ônibus hoje fica difícil, lota muito.”
A situação é parecida com a da cuidadora Eliene Alves, de 42. Vizinha da estação Itaquera, ela tinha que se deslocar até o Parque São Pedro, na zona sul, para trabalhar. Diante dos portões fechados, cogitava voltar para casa quando falou com a reportagem. “Se o trem da CPTM já chega lotado em dia normal, imagina hoje”, disse, encostada em um dos portões fechados do Metrô.
O auxiliar de infraestrutura Levy Reis, de 24, esperava encontrar uma situação melhor entre os ônibus na manhã desta terça. “Na greve de outubro gastei cinco horas para chegar ao trabalho, desta vez achei que fossem estar mais preparados”, disse ele, que trabalha na região da Barra Funda, na zona oeste.
Quando falou com a reportagem, pouco antes das 7 horas, Levy ainda não sabia como chegaria ao trabalho. Os olhos não saiam das filas de ônibus que se formavam do lado externo da estação. “Tenho alguns planos. Já avisei no trabalho e vou esperar para ver se consigo entrar em algum ônibus.”
Em razão da greve, as tarifas de carros de aplicativo mais uma vez subiram significativamente, segundo usuários. “Minha corrida está dando R$ 120″, disse a enfermeira Herica Dias, de 49, que trabalha em Osasco e estava em Itaquera, no momento em que simulou a viagem.
Segundo ela, normalmente o mesmo trajeto dá cerca da metade disso. Sem ter como ir de metrô, ela estava havia uma hora esperando um carro – três motoristas cancelaram a corrida. “Estou pagando para trabalhar, mas não posso faltar.”
Há um mês no primeiro emprego, Nathalia Marcelino, de 16, não sabia muito bem quais medidas a empresa, da área da cobranças, tomaria diante da paralisação. “Cheguei aqui e tirei uma foto do aviso, agora estou esperando o que vão decidir”, disse ela, que trabalha na região do Anhangabaú, no centro. O carro de aplicativo para lá, estimou, estava dando R$ 76. “Não tenho nem esse dinheiro na minha conta.”
Assim como Nathalia, a primeira ação que muitos dos trabalhadores que chegavam à estação tomavam era parar em frente ao portão fechado do Metrô e tirar uma foto, em uma espécie de ritual que se repetiu por toda a manhã. A ideia era deixar os empregadores cientes da paralisação para ver qual medida tomar diante da situação.
Entre as empresas procuradas sobre o aumento do preço das corridas de carros particulares por meio de aplicativos, somente a 99 se manifestou até o momento.
“Informamos que o preço final da corrida utiliza uma equação que considera a distância percorrida e o tempo de deslocamento, que é definido de acordo com a oferta e demanda de motoristas parceiros por região. Importante ressaltar que o valor final pode ser afetado por variantes como excesso de trânsito, chuva ou aumento de pedidos de carros por aplicativo”, disse a 99.
Trajeto de ônibus
Na zona sul de São Paulo, o movimento no Terminal Santo Amaro estava normal no início da manhã, segundo funcionários e passageiros. A reportagem não encontrou grandes filas ou aglomerações nos pontos de paradas de ônibus, cujos trajetos ligam a zona sul ao centro e a outras zonas da capital. Os veículos não saíam cheios do terminal.
Em razão da greve, passageiros como a copeira Maria do Rosário, que trabalha na Ana Rosa e normalmente utiliza a Linha 1-Azul, hoje com funcionamento parcial, optaram por utilizar as linhas em operação normal para chegar o mais próximo possível do trabalho e, então, terminarão o trajeto de ônibus.
“Eu consigo ir até a estação Santa Cruz pela Linha Lilás e de lá pegar um ônibus para terminar de chegar. Vou levar um pouco mais de tempo, mas até que não vai atrapalhar tanto”, diz Maria.
Já Rodrigo dos Santos, administrador, pretendia pegar um carro por aplicativo na estação Higienópolis-Mackenzie, da Linha 4-Amarela, para chegar até a Barra Funda.
“Normalmente, eu vou para a estação Conceição (Linha 1-Azul) e pego a Linha Vermelha na Sé, até a Barra Funda. Hoje, resolvi vir por Santo Amaro para pegar a Esmeralda até a Linha Amarela. Achei que ia estar lotado aqui, mas está bem tranquilo. Acho que muita gente ficou em casa ou está indo trabalhar de carro”, disse Rodrigo.
Na estação da Luz, no centro, algumas pessoas tiveram, por exemplo, de fazer parte do trajeto para o trabalho de carro de aplicativo para conseguir chegar a tempo, uma vez que algumas linhas da CPTM funcionavam com itinerário reduzido. Houve casos também de quem precisou alongar a viagem de ônibus.
De mãos dadas com as netas de 6 e 3 anos, a dona de casa Daniela Pereira, de 48, andava com pressa pelos túneis da estação da Luz quando foi abordada pela reportagem no fim da manhã. “Vou demorar bem mais para chegar em casa”, disse ela, moradora de Santos. A greve a impossibilitou de ir de Metrô até a estação Jabaquara. O plano B, contou, era ir até a estação Ana Rosa, para, a partir de lá, terminar o trajeto de ônibus. O caminho poderia demorar quase o dobro do que leva normalmente. “Por isso a pressa”, disse. “Perdão, mas realmente tenho que ir.”
Funcionamento parcial em linhas
Diferentemente da estação da Luz, no acesso pela CPTM, que registrou grande movimentação de passageiros ao longo da manhã, as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô, nos trechos em operação, estavam bastante esvaziadas por volta das 8h30. Muitas pessoas não sabiam que elas funcionariam parcialmente ou preferiram “não arriscar”.
“Foi um funcionário da Linha 4-Amarela que me avisou que tinha uma parte que estava funcionando. Eu achava que estava tudo parado e já tinha aceitado que teria que pegar ônibus e demorar mais para chegar”, disse o segurança Evandro Batista. “Consegui chegar na Sé e ainda vim sentado, nunca vi o metrô tão tranquilo.”
Muitos passageiros estavam perdidos, perguntando a todo momento informações sobre trajetos alternativos e quais estações estavam ou não funcionando.
A babá Giselle Souza, de 38 anos, foi de trem do Itaim Paulista até o Tatuapé, na zona leste, onde esperava ver o Metrô funcionando pelo menos em horário reduzido. Encontrou as portas totalmente fechadas. “Agora estou olhando se tem outro jeito de ir ou se volto para casa”, disse ela, que trabalha em Santa Cecília, no centro.
No caso do autônomo Urbano Silva, de 65 anos, a surpresa ao encontrar os portões do Metrô fechados na estação Tatuapé foi ainda maior. “Nem sabia que estava tendo greve”, disse. Morador de São Miguel Paulista, ele planejava ir até a região da Sé para fazer compras. “Vou voltar, não tem o que fazer.”
Índice de congestionamento e rodízio de veículos suspenso
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a cidade de São Paulo apresentava às 8 horas cerca de 630 km de lentidão, trânsito acima da habitual para o dia. Em média, às terças-feiras, neste mesmo horário, a lentidão costuma atingir os 573 km. Uma hora antes, às 7 horas, o índice era de 340 km de congestionamento. As zonas leste, sul e oeste são as que apresentavam maiores índices de lentidão neste período.
Na greve de 3 de outubro, foram registrados 443 km, às 7 horas, 598 km, às 8 horas.
Por causa da paralisação, que afeta o transporte público, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio nesta terça-feira.Também vai disponibilizar mais ônibus na capital, enquanto as mobilizações estiverem em curso.
Outras restrições permanecem valendo
As restrições de Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF) permanecem, bem como as proibições de circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus. As vagas rotativas de Zona Azul também não sofreram alterações.
Reforço na frota de ônibus
A frota de ônibus foi reforçada com mais 200 veículos (passará de 11.934 para 12.134) que ajudarão no transporte da população ao longo do dia. Os itinerários de algumas linhas que costumam ter estações de metrô e trem como pontos finais também serão ampliados com o objetivo de levar os passageiros para regiões centrais e mais próximas de locais onde há maior concentração de comércio e serviços.
Linhas que serão estendidas da estação do Metrô Corinthians-Itaquera até o Metrô Tatuapé:
- 2703/10 Jd. Etelvina - Metrô Itaquera
- 2703/21 Jd. Etelvina - Metrô Itaquera
- 2703/22 Jd. Gianetti - Metrô Itaquera
- 2707/10 Chabilândia - Metrô Itaquera
- 2707/31 Chabilândia - Metrô Itaquera
- 2721/10 Jd. Nazaré - Metrô Itaquera
- 2733/10 Pq. Guarani - Metrô Itaquera
- 2734/10 Jd. Campos - Metrô Itaquera
- 3732/10 CPTM José Bonifácio - Metrô Itaquera
- 3741/10 CPTM D. Bosco - Metrô Itaquera
- 374V/10 Jd. Santana - Metrô Itaquera
- 3754/10 Inácio Monteiro - Metrô Itaquera
- 407H/10 Jd. São Francisco - Metrô Itaquera
Linhas que serão estendidas da estação CPTM Guaianases até o Metrô Carrão:
- 2004/10 Jd. Nsa. Sra. Do Caminho - CPTM Guaianases
- 2009/10 Jd. Robru – CPTM Guaianases
- 2059/10 São Miguel – CPTM Guaianases
- 2202/10 Jd. Das Oliveiras - CPTM Guaianases
- 3026/10 Vl. Iolanda II - CPTM Guaianases
- 3064/10 Cid. Tiradentes - CPTM Guaianases
Linhas que serão estendidas da estação Metrô Tucuruvi até o Metrô Luz:
- 1705/10 Jd. São João - Metrô Tucuruvi
- 1705/51 Cem. Pq. Da Cantareira - Metrô Tucuruvi
- 1709/10 Jd. Joana D’arc - Metrô Tucuruvi
- 1709/21 Jd. Joamar - Metrô Tucuruvi
- 1720/21 Vila Sabrina - Metrô Tucuruvi
- 1722/10 Jd. Marina - Metrô Tucuruvi
Linha que será estendida entre Metrô Jardim São Paulo até Metrô Santana:
- 178Y/10 Vila Amélia - Metrô Jardim São Paulo
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) também intensificou a operação em mais de 30 linhas em pontos estratégicos durante a greve do Metrô e da CPTM.
Ponto facultativo
O governo de São Paulo determinou ponto facultativo em todos os serviços públicos estaduais da capital paulista. A Prefeitura de São Paulo fez o mesmo.
Cirurgias, exames e consultas médicas poderão ser remarcadas. Já escolas e creches, serviços de saúde, assistência social e segurança não serão interrompidos.
Outras categorias também aderem ao movimento
A greve de metroviários e ferroviários inclui também funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), professores da rede estadual de ensino e profissionais de outros serviços, como Fundação Casa.
Os manifestantes convocaram o movimento como forma de protesto às medidas adotadas pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar serviços como a Sabesp, e linhas do Metrô e da CPTM. As categorias também defendem que esse processo precisa ser feito por meio de um plebiscito e pedem para que o governo recontrate funcionários do Metrô demitidos por conta de paralisações anteriores.
Governador e prefeito de SP criticam a greve
Tarcísio afirmou nesta terça-feira que as greves no setor de transportes não vão interromper o plano de privatizações no Estado de São Paulo, uma de suas promessas da campanha eleitoral. Os sindicatos são contrários à privatização da Sabesp e à concessão das linhas metroferroviárias.
Mais cedo por meio das redes sociais, ele disse que o governo estava trabalhando para minimizar os impactos da greve, a qual considera como ilegal e abusiva.
Em entrevista à Rádio Eldorado na manhã desta terça-feira, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) criticou a greve. Segundo ele, a população não pode ser afetada por uma pauta de interesse ideológico e político.
“É a quarta vez que o sindicato dos metroviários faz isso neste ano, prejudicando a população e descumprindo decisão judicial. É uma manobra política, de interesse ideológico deste sindicato. Mas tenho convicção que terá um ato para reverter contra eles. O sindicato pode ter o seu pensamento ideológico contra as privatizações, mas não pode utilizar a população para chegar aos seus objetivos. A população está sendo prejudicada. Isso é totalmente errado”, afirmou o prefeito.
Nunes lembra que mais de 200 ônibus foram acrescentados na frota. “Por mais que a gente aumente e mantenha a frota nesta terça-feira 100% operando, não faz frente à paralisação do Metrô e da CPTM. Não há quantidade de ônibus que pudesse trazer a normalidade da cidade, porque acaba desconfigurando o sistema de transporte da cidade”, disse o prefeito, ao lembrar ainda da suspensão do rodízio de veículos, ampliação no número de agentes da CET na rua, assim como de agentes da SPTrans nos terminais de ônibus e ponto facultativo.
Em comunicado divulgado na noite de segunda-feira, 27, o governo do Estado já havia chamado a paralisação de “uma greve abusiva e política dos sindicatos de trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Sabesp”. O movimento, segundo o governo, deve deixar mais de 4,6 milhões de passageiros sem acesso ao transporte sobre trilhos e provocar perdas de mais de R$ 60 milhões ao comércio nesta terça-feira.
“Ao ignorarem a lei que rege o direito à greve, os sindicalistas tornam toda uma população refém de interesses políticos e corporativos. Em menos de dois meses, tal prática inescrupulosa já prejudicou milhões de pessoas tanto na greve do dia 3 de outubro como no feriado do dia 12 do último mês. E o mesmo acontecerá de novo nesta terça”, disse trecho do comunicado do governo estadual.
Decisão judicial
Na segunda, a Justiça determinou que os metroviários e ferroviários trabalhem, respectivamente, com 80% e 85% do efetivo nos horários de pico, e com 60% nos demais períodos. Os funcionários da Sabesp também estão sendo ordenados, judicialmente, a não paralisar 100% das atividades e manter a operação de serviços essenciais durante toda terça.
A decisão determina multa diária de R$ 700 mil ao sindicato dos metroviários, caso a determinação seja descumprida. Para o sindicato dos ferroviários, o valor estipulado é de R$ 600 mil por dia, em caso de descumprimento da medida.
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