Com a greve em quatro linhas do Metrô de São Paulo, uma das alternativas para chegar ao trabalho é utilizar carros de aplicativos de transporte. No entanto, o preço, que costuma subir nessas situações de alta demanda, é um empecilho para muitos passageiros. “Acho que vou ter que pegar uns três ônibus para conseguir chegar, isso se chegar. Nem tentei ver pelo aplicativo, mas pelo valor é pagar para trabalhar”, afirmou Gleidson Fernando da Silva, de 40 anos, que mora na região do Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, e tenta chegar até a Vila Mariana, na zona sul da cidade.
O trajeto entre Artur Alvim e Tatuapé, também na zona leste, que custa R$ 30, em média, estava em torno de R$ 65 nos apps de transporte. Os passageiros enfrentavam ainda demora para conseguir as corridas.
Em Artur Alvim, a operadora de caixa Lidiane Britto, de 36 anos, aguardava a chegada do carro de aplicativo que solicitou. Ela trabalha na região do Cambuci, no centro da cidade. “Geralmente, eu vou de ônibus e metrô, mas hoje a empresa liberou para eu ir de transporte por aplicativo. A corrida que dá menos de R$ 50 está dando R$ 70. Até para pedir está demorando um pouco mais. Tentei algumas vezes e agora consegui solicitar. É o único jeito que encontrei para chegar ao trabalho”, afirmou.
Para Natan Oliveira de Carvalho, de 18 anos, que trabalha na região da 25 de Março, pegar o carro por app é inviável. “Fiz uma solicitação pelo aplicativo de transporte individual, mas está muito caro. Está dando mais de R$ 80. Muito mais caro que o meu dia de trabalho”, disse ele, que mora no Itaim Paulista, na zona leste.
Nos pontos dos arredores da estação Arthur Alvim, muitas pessoas também aguardavam a chegada de ônibus, que estão funcionando normalmente, como alternativa para chegar até o destino.
Uma das passageiras, a idosa Marilda Alcides, de 72 anos, acabou desistindo de tentar pegar um ônibus para chegar até o Terminal Palmeiras Barra-Funda. Com viagem marcada, ainda não sabe como chegará até a rodoviária.
“É bem complicado. Estou há mais de 30 minutos e ônibus todos cheios. Estava pensando em ir até o Parque Dom Pedro. E de lá, ver como continuar o trajeto”, disse ela.
A operadora de telemarketing Beatriz Jesus, de 23 anos, foi pega de surpresa pela paralisação dos metroviários na manhã desta quinta-feira, reação comum entre os usuários do Metrô.
“Eu nem estava sabendo da greve. E agora estou vendo como chegar ao trabalho. Eu preciso ir até a República, no centro. Acho que terei que ir até o Terminal Parque Dom Pedro. O problema é que os ônibus também chegam cheios de outros pontos. Ainda não consegui embarcar”, disse a jovem que gasta uma hora diariamente para chegar ao trabalho, mas estima que hoje gaste ao menos o dobro do tempo.