Haddad quer avenidas a 50 km/h em dezembro; ruas terão limite de 40


Em todas as vias arteriais da capital, com exceção de trechos da 23 de Maio e da Marginal, motoristas terão de trafegar no mesmo limite dos ônibus nas faixas exclusivas; as chamadas vias coletoras, como a Teodoro Sampaio, sofrerão maior redução

Por Juliana Diógenes e Rafael Italiani
Avenida 23 de Maio será uma das poucas em que poderá se trafegar acima de 50 km/h na cidade Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Atualizada às 23h19

Após reduzir a velocidade nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta segunda-feira, 10, que até dezembro vai padronizar a velocidade máxima de 50 km/h em todas as avenidas da capital, ou seja, as vias arteriais que fazem ligações entre bairros, têm semáforos e dão acessos a ruas secundárias. Motoristas passarão a trafegar com o mesmo limite dos ônibus nas faixas exclusivas. As vias que permitem o acesso e a saída das arteriais, as ruas coletoras, deverão cair de 50 km/h para 40 km/h.

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Há três anos, entre 2011 e 2012, o limite das vias arteriais já havia sido ajustado de 70 km/h para 60 km/h. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está agora montando a estratégia para concluir o padrão de 50 km/h na cidade. 

A possibilidade de limitar a velocidade em todas as vias foi levantada no mês passado e confirmada ontem. “Tudo termina até dezembro”, afirmou Haddad, referindo-se à redução em todas as ruas. A medida faz parte de um plano da Prefeitura para diminuir o número de atropelamentos e mortes nas vias.

Presente na mesma coletiva de imprensa, Tatto reforçou a declaração de Haddad, afirmando que a CET tem a “missão” de terminar a redução das velocidades até o fim do ano. “E (os técnicos) já começaram. Fizeram no Minhocão, na Sena Madureira. Eles estão fazendo. (A CET) não precisa nem nos avisar. Vai só fazendo”, afirmou.

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Trânsito na Marginal do Tietê e do Pinheiros

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1ª manhã de velocidade reduzida nas vias tem menos lentidão

Foto: Werther Santana/Estadão
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Foto: Werther Santana/Estadão

A atual velocidade máxima na Avenida Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste da capital, é de 60 km/h. Cairá para 50km/h. Uma das mais importantes ligações entre a região central e a zona sul da cidade, a Avenida Santo Amaro, também será padronizada a 50 km/h. 

Hoje, com limite de 70km/h, o Corredor Norte-Sul também terá a velocidade reduzida para 50 km/h. Segundo o secretário de Transportes, somente o trecho da Avenida Bandeirantes até a Praça da Bandeira terá limite de 60km/h.

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As exceções são as Marginais (pistas centrais e expressas) e a própria Avenida 23 de Maio (trechos onde não tem travessia de pedestre)”, afirmou Haddad. Vias coletoras, como as Ruas Teodoro Sampaio, Artur de Azevedo e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, por exemplo, que têm agora a máxima de 50km/h, passarão a ter limite de 40km/h.

No dia 20 de julho, começou a valer a redução da velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros. As faixas locais caíram de 70 km/h para 50 km/h. Já nas pistas centrais a velocidade passou de 70 km/h para 60 km/h. A diminuição nas faixas expressas foi de 90 km/h para 70 km/h.

Zona leste. A redução mais recente ocorreu no dia 3 de agosto, na zona leste da capital, quando começou a valer o novo limite de velocidade nas Avenidas Jacu-Pêssego e Aricanduva. As vias arteriais já tiveram redução de 60 km/h para 50 km/h. Somente na Jacu-Pêssego 23 pessoas morreram em 2014, segundo dados da Prefeitura.

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O médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional (Abramet), elogiou a iniciativa. Segundo ele, é de 85% a probabilidade de acidente fatal em uma colisão entre pedestres e um carro a 64 km/h.

Esse número, de acordo com ele, cai para 5% caso o veículo trafegue com uma velocidade de até 32 km/h. O custo anual dos acidentes, das lesões e dos engarrafamentos, de acordo com a Abramet, é de R$ 32 bilhões ao ano.

“Acham absurdo o número de multas, mas a punição para quem cometeu infração ainda é pequena. Precisamos mexer no bolso do indivíduo para fazê-lo entender que é necessário seguir as leis de trânsito”, defendeu o médico.

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Para Horácio Augusto Figueira, consultor em Engenharia de Transporte, os motoristas passarão a dirigir de maneira “mais uniforme e tranquila”. A velocidade média nas vias arteriais oscila entre 20 e 30km/h. “Essa padronização é boa. Estamos achando que 50 km/h é pouco, mas não é. Em nenhuma via da cidade de São Paulo se roda nos horários de pico com essa velocidade”, disse. 

Na Justiça. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que move ação para cassar a redução de velocidades nas Marginais, pretende voltar à Justiça caso Haddad “não ouça a sociedade” sobre a política de ampliar a diminuição do limite máximo para o restante da cidade. 

“Vamos ter de entrar com outra ação, dependendo de como isso vai ser feito, a partir desse novo anúncio”, afirmou o advogado Maurício Januzzi, presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP.

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No entanto, ele espera que o plano seja mais discutido com representantes da sociedade civil do que foi a redução de velocidade nas pistas expressa e local nas Marginais. Isso porque, segundo Januzzi, as medidas “mudam a configuração da cidade”. A entidade entrou com a ação no caso das Marginais em 21 de julho. Dias depois, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer contrário ao pedido da Ordem de suspender a redução.

Ainda está em andamento uma apuração da Promotoria de Habitação e Urbanismo do MPE. O órgão verifica se há estudos qualitativos da Prefeitura para reduzir as velocidades nas Marginais. Segundo a promotoria, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou apenas dados quantitativos das vítimas do trânsito.

Confusão na Câmara. Na noite desta segunda, houve tumulto durante debate entre taxistas e representantes da Uber na Câmara Municipal de São Paulo. Um jovem de 17 anos se manifestou a favor do aplicativo e acabou tendo de ser escoltado pela Polícia Militar para fora da sala de reuniões em que ocorria o evento, aos gritos de "mentiroso" por parte dos taxistas.

Enquanto se pronunciava, alguém na plateia gritou que ele havia sido comprado pela empresa de tecnologia para defendê-la. O jovem então questionou: "Se eu estou comprado, gostaria de saber se os vereadores também estão comprados pelos sindicatos dos taxistas".

O vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto de lei que proíbe que o Uber na cidade, levantou-se da cadeira com o dedo em riste e afirmou que processaria o adolescente. "Ele terá de provar o que falou", disse o vereador mais tarde.

O debate, que contou com forte presença de taxistas, foi organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS). COLABOROU MÔNICA REOLOM

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A redução da velocidade nas Marginais é uma tentativa da Prefeitura de São Paulo de diminuir a quantidade de mortos e feridos no trânsito

Avenida 23 de Maio será uma das poucas em que poderá se trafegar acima de 50 km/h na cidade Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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Após reduzir a velocidade nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta segunda-feira, 10, que até dezembro vai padronizar a velocidade máxima de 50 km/h em todas as avenidas da capital, ou seja, as vias arteriais que fazem ligações entre bairros, têm semáforos e dão acessos a ruas secundárias. Motoristas passarão a trafegar com o mesmo limite dos ônibus nas faixas exclusivas. As vias que permitem o acesso e a saída das arteriais, as ruas coletoras, deverão cair de 50 km/h para 40 km/h.

Há três anos, entre 2011 e 2012, o limite das vias arteriais já havia sido ajustado de 70 km/h para 60 km/h. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está agora montando a estratégia para concluir o padrão de 50 km/h na cidade. 

A possibilidade de limitar a velocidade em todas as vias foi levantada no mês passado e confirmada ontem. “Tudo termina até dezembro”, afirmou Haddad, referindo-se à redução em todas as ruas. A medida faz parte de um plano da Prefeitura para diminuir o número de atropelamentos e mortes nas vias.

Presente na mesma coletiva de imprensa, Tatto reforçou a declaração de Haddad, afirmando que a CET tem a “missão” de terminar a redução das velocidades até o fim do ano. “E (os técnicos) já começaram. Fizeram no Minhocão, na Sena Madureira. Eles estão fazendo. (A CET) não precisa nem nos avisar. Vai só fazendo”, afirmou.

Trânsito na Marginal do Tietê e do Pinheiros

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A atual velocidade máxima na Avenida Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste da capital, é de 60 km/h. Cairá para 50km/h. Uma das mais importantes ligações entre a região central e a zona sul da cidade, a Avenida Santo Amaro, também será padronizada a 50 km/h. 

Hoje, com limite de 70km/h, o Corredor Norte-Sul também terá a velocidade reduzida para 50 km/h. Segundo o secretário de Transportes, somente o trecho da Avenida Bandeirantes até a Praça da Bandeira terá limite de 60km/h.

As exceções são as Marginais (pistas centrais e expressas) e a própria Avenida 23 de Maio (trechos onde não tem travessia de pedestre)”, afirmou Haddad. Vias coletoras, como as Ruas Teodoro Sampaio, Artur de Azevedo e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, por exemplo, que têm agora a máxima de 50km/h, passarão a ter limite de 40km/h.

No dia 20 de julho, começou a valer a redução da velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros. As faixas locais caíram de 70 km/h para 50 km/h. Já nas pistas centrais a velocidade passou de 70 km/h para 60 km/h. A diminuição nas faixas expressas foi de 90 km/h para 70 km/h.

Zona leste. A redução mais recente ocorreu no dia 3 de agosto, na zona leste da capital, quando começou a valer o novo limite de velocidade nas Avenidas Jacu-Pêssego e Aricanduva. As vias arteriais já tiveram redução de 60 km/h para 50 km/h. Somente na Jacu-Pêssego 23 pessoas morreram em 2014, segundo dados da Prefeitura.

O médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional (Abramet), elogiou a iniciativa. Segundo ele, é de 85% a probabilidade de acidente fatal em uma colisão entre pedestres e um carro a 64 km/h.

Esse número, de acordo com ele, cai para 5% caso o veículo trafegue com uma velocidade de até 32 km/h. O custo anual dos acidentes, das lesões e dos engarrafamentos, de acordo com a Abramet, é de R$ 32 bilhões ao ano.

“Acham absurdo o número de multas, mas a punição para quem cometeu infração ainda é pequena. Precisamos mexer no bolso do indivíduo para fazê-lo entender que é necessário seguir as leis de trânsito”, defendeu o médico.

Para Horácio Augusto Figueira, consultor em Engenharia de Transporte, os motoristas passarão a dirigir de maneira “mais uniforme e tranquila”. A velocidade média nas vias arteriais oscila entre 20 e 30km/h. “Essa padronização é boa. Estamos achando que 50 km/h é pouco, mas não é. Em nenhuma via da cidade de São Paulo se roda nos horários de pico com essa velocidade”, disse. 

Na Justiça. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que move ação para cassar a redução de velocidades nas Marginais, pretende voltar à Justiça caso Haddad “não ouça a sociedade” sobre a política de ampliar a diminuição do limite máximo para o restante da cidade. 

“Vamos ter de entrar com outra ação, dependendo de como isso vai ser feito, a partir desse novo anúncio”, afirmou o advogado Maurício Januzzi, presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP.

No entanto, ele espera que o plano seja mais discutido com representantes da sociedade civil do que foi a redução de velocidade nas pistas expressa e local nas Marginais. Isso porque, segundo Januzzi, as medidas “mudam a configuração da cidade”. A entidade entrou com a ação no caso das Marginais em 21 de julho. Dias depois, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer contrário ao pedido da Ordem de suspender a redução.

Ainda está em andamento uma apuração da Promotoria de Habitação e Urbanismo do MPE. O órgão verifica se há estudos qualitativos da Prefeitura para reduzir as velocidades nas Marginais. Segundo a promotoria, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou apenas dados quantitativos das vítimas do trânsito.

Confusão na Câmara. Na noite desta segunda, houve tumulto durante debate entre taxistas e representantes da Uber na Câmara Municipal de São Paulo. Um jovem de 17 anos se manifestou a favor do aplicativo e acabou tendo de ser escoltado pela Polícia Militar para fora da sala de reuniões em que ocorria o evento, aos gritos de "mentiroso" por parte dos taxistas.

Enquanto se pronunciava, alguém na plateia gritou que ele havia sido comprado pela empresa de tecnologia para defendê-la. O jovem então questionou: "Se eu estou comprado, gostaria de saber se os vereadores também estão comprados pelos sindicatos dos taxistas".

O vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto de lei que proíbe que o Uber na cidade, levantou-se da cadeira com o dedo em riste e afirmou que processaria o adolescente. "Ele terá de provar o que falou", disse o vereador mais tarde.

O debate, que contou com forte presença de taxistas, foi organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS). COLABOROU MÔNICA REOLOM

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A redução da velocidade nas Marginais é uma tentativa da Prefeitura de São Paulo de diminuir a quantidade de mortos e feridos no trânsito

Avenida 23 de Maio será uma das poucas em que poderá se trafegar acima de 50 km/h na cidade Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Atualizada às 23h19

Após reduzir a velocidade nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta segunda-feira, 10, que até dezembro vai padronizar a velocidade máxima de 50 km/h em todas as avenidas da capital, ou seja, as vias arteriais que fazem ligações entre bairros, têm semáforos e dão acessos a ruas secundárias. Motoristas passarão a trafegar com o mesmo limite dos ônibus nas faixas exclusivas. As vias que permitem o acesso e a saída das arteriais, as ruas coletoras, deverão cair de 50 km/h para 40 km/h.

Há três anos, entre 2011 e 2012, o limite das vias arteriais já havia sido ajustado de 70 km/h para 60 km/h. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está agora montando a estratégia para concluir o padrão de 50 km/h na cidade. 

A possibilidade de limitar a velocidade em todas as vias foi levantada no mês passado e confirmada ontem. “Tudo termina até dezembro”, afirmou Haddad, referindo-se à redução em todas as ruas. A medida faz parte de um plano da Prefeitura para diminuir o número de atropelamentos e mortes nas vias.

Presente na mesma coletiva de imprensa, Tatto reforçou a declaração de Haddad, afirmando que a CET tem a “missão” de terminar a redução das velocidades até o fim do ano. “E (os técnicos) já começaram. Fizeram no Minhocão, na Sena Madureira. Eles estão fazendo. (A CET) não precisa nem nos avisar. Vai só fazendo”, afirmou.

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A atual velocidade máxima na Avenida Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste da capital, é de 60 km/h. Cairá para 50km/h. Uma das mais importantes ligações entre a região central e a zona sul da cidade, a Avenida Santo Amaro, também será padronizada a 50 km/h. 

Hoje, com limite de 70km/h, o Corredor Norte-Sul também terá a velocidade reduzida para 50 km/h. Segundo o secretário de Transportes, somente o trecho da Avenida Bandeirantes até a Praça da Bandeira terá limite de 60km/h.

As exceções são as Marginais (pistas centrais e expressas) e a própria Avenida 23 de Maio (trechos onde não tem travessia de pedestre)”, afirmou Haddad. Vias coletoras, como as Ruas Teodoro Sampaio, Artur de Azevedo e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, por exemplo, que têm agora a máxima de 50km/h, passarão a ter limite de 40km/h.

No dia 20 de julho, começou a valer a redução da velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros. As faixas locais caíram de 70 km/h para 50 km/h. Já nas pistas centrais a velocidade passou de 70 km/h para 60 km/h. A diminuição nas faixas expressas foi de 90 km/h para 70 km/h.

Zona leste. A redução mais recente ocorreu no dia 3 de agosto, na zona leste da capital, quando começou a valer o novo limite de velocidade nas Avenidas Jacu-Pêssego e Aricanduva. As vias arteriais já tiveram redução de 60 km/h para 50 km/h. Somente na Jacu-Pêssego 23 pessoas morreram em 2014, segundo dados da Prefeitura.

O médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional (Abramet), elogiou a iniciativa. Segundo ele, é de 85% a probabilidade de acidente fatal em uma colisão entre pedestres e um carro a 64 km/h.

Esse número, de acordo com ele, cai para 5% caso o veículo trafegue com uma velocidade de até 32 km/h. O custo anual dos acidentes, das lesões e dos engarrafamentos, de acordo com a Abramet, é de R$ 32 bilhões ao ano.

“Acham absurdo o número de multas, mas a punição para quem cometeu infração ainda é pequena. Precisamos mexer no bolso do indivíduo para fazê-lo entender que é necessário seguir as leis de trânsito”, defendeu o médico.

Para Horácio Augusto Figueira, consultor em Engenharia de Transporte, os motoristas passarão a dirigir de maneira “mais uniforme e tranquila”. A velocidade média nas vias arteriais oscila entre 20 e 30km/h. “Essa padronização é boa. Estamos achando que 50 km/h é pouco, mas não é. Em nenhuma via da cidade de São Paulo se roda nos horários de pico com essa velocidade”, disse. 

Na Justiça. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que move ação para cassar a redução de velocidades nas Marginais, pretende voltar à Justiça caso Haddad “não ouça a sociedade” sobre a política de ampliar a diminuição do limite máximo para o restante da cidade. 

“Vamos ter de entrar com outra ação, dependendo de como isso vai ser feito, a partir desse novo anúncio”, afirmou o advogado Maurício Januzzi, presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP.

No entanto, ele espera que o plano seja mais discutido com representantes da sociedade civil do que foi a redução de velocidade nas pistas expressa e local nas Marginais. Isso porque, segundo Januzzi, as medidas “mudam a configuração da cidade”. A entidade entrou com a ação no caso das Marginais em 21 de julho. Dias depois, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer contrário ao pedido da Ordem de suspender a redução.

Ainda está em andamento uma apuração da Promotoria de Habitação e Urbanismo do MPE. O órgão verifica se há estudos qualitativos da Prefeitura para reduzir as velocidades nas Marginais. Segundo a promotoria, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou apenas dados quantitativos das vítimas do trânsito.

Confusão na Câmara. Na noite desta segunda, houve tumulto durante debate entre taxistas e representantes da Uber na Câmara Municipal de São Paulo. Um jovem de 17 anos se manifestou a favor do aplicativo e acabou tendo de ser escoltado pela Polícia Militar para fora da sala de reuniões em que ocorria o evento, aos gritos de "mentiroso" por parte dos taxistas.

Enquanto se pronunciava, alguém na plateia gritou que ele havia sido comprado pela empresa de tecnologia para defendê-la. O jovem então questionou: "Se eu estou comprado, gostaria de saber se os vereadores também estão comprados pelos sindicatos dos taxistas".

O vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto de lei que proíbe que o Uber na cidade, levantou-se da cadeira com o dedo em riste e afirmou que processaria o adolescente. "Ele terá de provar o que falou", disse o vereador mais tarde.

O debate, que contou com forte presença de taxistas, foi organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS). COLABOROU MÔNICA REOLOM

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A redução da velocidade nas Marginais é uma tentativa da Prefeitura de São Paulo de diminuir a quantidade de mortos e feridos no trânsito

Avenida 23 de Maio será uma das poucas em que poderá se trafegar acima de 50 km/h na cidade Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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Após reduzir a velocidade nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta segunda-feira, 10, que até dezembro vai padronizar a velocidade máxima de 50 km/h em todas as avenidas da capital, ou seja, as vias arteriais que fazem ligações entre bairros, têm semáforos e dão acessos a ruas secundárias. Motoristas passarão a trafegar com o mesmo limite dos ônibus nas faixas exclusivas. As vias que permitem o acesso e a saída das arteriais, as ruas coletoras, deverão cair de 50 km/h para 40 km/h.

Há três anos, entre 2011 e 2012, o limite das vias arteriais já havia sido ajustado de 70 km/h para 60 km/h. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está agora montando a estratégia para concluir o padrão de 50 km/h na cidade. 

A possibilidade de limitar a velocidade em todas as vias foi levantada no mês passado e confirmada ontem. “Tudo termina até dezembro”, afirmou Haddad, referindo-se à redução em todas as ruas. A medida faz parte de um plano da Prefeitura para diminuir o número de atropelamentos e mortes nas vias.

Presente na mesma coletiva de imprensa, Tatto reforçou a declaração de Haddad, afirmando que a CET tem a “missão” de terminar a redução das velocidades até o fim do ano. “E (os técnicos) já começaram. Fizeram no Minhocão, na Sena Madureira. Eles estão fazendo. (A CET) não precisa nem nos avisar. Vai só fazendo”, afirmou.

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A atual velocidade máxima na Avenida Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste da capital, é de 60 km/h. Cairá para 50km/h. Uma das mais importantes ligações entre a região central e a zona sul da cidade, a Avenida Santo Amaro, também será padronizada a 50 km/h. 

Hoje, com limite de 70km/h, o Corredor Norte-Sul também terá a velocidade reduzida para 50 km/h. Segundo o secretário de Transportes, somente o trecho da Avenida Bandeirantes até a Praça da Bandeira terá limite de 60km/h.

As exceções são as Marginais (pistas centrais e expressas) e a própria Avenida 23 de Maio (trechos onde não tem travessia de pedestre)”, afirmou Haddad. Vias coletoras, como as Ruas Teodoro Sampaio, Artur de Azevedo e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, por exemplo, que têm agora a máxima de 50km/h, passarão a ter limite de 40km/h.

No dia 20 de julho, começou a valer a redução da velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros. As faixas locais caíram de 70 km/h para 50 km/h. Já nas pistas centrais a velocidade passou de 70 km/h para 60 km/h. A diminuição nas faixas expressas foi de 90 km/h para 70 km/h.

Zona leste. A redução mais recente ocorreu no dia 3 de agosto, na zona leste da capital, quando começou a valer o novo limite de velocidade nas Avenidas Jacu-Pêssego e Aricanduva. As vias arteriais já tiveram redução de 60 km/h para 50 km/h. Somente na Jacu-Pêssego 23 pessoas morreram em 2014, segundo dados da Prefeitura.

O médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional (Abramet), elogiou a iniciativa. Segundo ele, é de 85% a probabilidade de acidente fatal em uma colisão entre pedestres e um carro a 64 km/h.

Esse número, de acordo com ele, cai para 5% caso o veículo trafegue com uma velocidade de até 32 km/h. O custo anual dos acidentes, das lesões e dos engarrafamentos, de acordo com a Abramet, é de R$ 32 bilhões ao ano.

“Acham absurdo o número de multas, mas a punição para quem cometeu infração ainda é pequena. Precisamos mexer no bolso do indivíduo para fazê-lo entender que é necessário seguir as leis de trânsito”, defendeu o médico.

Para Horácio Augusto Figueira, consultor em Engenharia de Transporte, os motoristas passarão a dirigir de maneira “mais uniforme e tranquila”. A velocidade média nas vias arteriais oscila entre 20 e 30km/h. “Essa padronização é boa. Estamos achando que 50 km/h é pouco, mas não é. Em nenhuma via da cidade de São Paulo se roda nos horários de pico com essa velocidade”, disse. 

Na Justiça. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que move ação para cassar a redução de velocidades nas Marginais, pretende voltar à Justiça caso Haddad “não ouça a sociedade” sobre a política de ampliar a diminuição do limite máximo para o restante da cidade. 

“Vamos ter de entrar com outra ação, dependendo de como isso vai ser feito, a partir desse novo anúncio”, afirmou o advogado Maurício Januzzi, presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP.

No entanto, ele espera que o plano seja mais discutido com representantes da sociedade civil do que foi a redução de velocidade nas pistas expressa e local nas Marginais. Isso porque, segundo Januzzi, as medidas “mudam a configuração da cidade”. A entidade entrou com a ação no caso das Marginais em 21 de julho. Dias depois, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer contrário ao pedido da Ordem de suspender a redução.

Ainda está em andamento uma apuração da Promotoria de Habitação e Urbanismo do MPE. O órgão verifica se há estudos qualitativos da Prefeitura para reduzir as velocidades nas Marginais. Segundo a promotoria, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou apenas dados quantitativos das vítimas do trânsito.

Confusão na Câmara. Na noite desta segunda, houve tumulto durante debate entre taxistas e representantes da Uber na Câmara Municipal de São Paulo. Um jovem de 17 anos se manifestou a favor do aplicativo e acabou tendo de ser escoltado pela Polícia Militar para fora da sala de reuniões em que ocorria o evento, aos gritos de "mentiroso" por parte dos taxistas.

Enquanto se pronunciava, alguém na plateia gritou que ele havia sido comprado pela empresa de tecnologia para defendê-la. O jovem então questionou: "Se eu estou comprado, gostaria de saber se os vereadores também estão comprados pelos sindicatos dos taxistas".

O vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto de lei que proíbe que o Uber na cidade, levantou-se da cadeira com o dedo em riste e afirmou que processaria o adolescente. "Ele terá de provar o que falou", disse o vereador mais tarde.

O debate, que contou com forte presença de taxistas, foi organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS). COLABOROU MÔNICA REOLOM

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A redução da velocidade nas Marginais é uma tentativa da Prefeitura de São Paulo de diminuir a quantidade de mortos e feridos no trânsito

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