Ano novo, cidade nova? ___ 03 | Calçadas melhores


Por Henrique de Carvalho
Calçada problemática no Centro de Cruzeiro, interior de SP, cidade que passei a conhecer quando meu escritório, TANTA, realizou lá o projeto de uma clínica (em 2018). _ foto Henrique de Carvalho  

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Terceiro episódio de nossa série de Ano Novo. São ao todo cinco pontos relevantes e simples de implantar, com o intuito de inspirar pessoas e administrações municipais a revolucionarem suas cidades nestes dois anos que ainda lhes restam até as próximas eleições para prefeito.

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03 | Calçadas melhores

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Arborização consistente e boas calçadas. Quantos benefícios esses dois itens não trariam diretamente. Esse conjunto simples faz a vida pulsar nas ruas. A cidade atrai investimentos, o comércio prospera, até a criminalidade cai onde há gente circulando. E todo mundo toma mais sorvete, diriam minhas sobrinhas, espertinhas.

Mas as calçadas de nossas cidades são horrorosas, todos sabemos e ninguém faz nada. E aqui não há muita conta para se fazer não. É, como diziam os antigos, abaixar a cabeça e trabalhar até acabar.

Na lida com o passeio público, cada um faz o que quer. Uns revestem com cerâmica, outros com pedras, outros com grama, outros deixam cimentado, outros não fazem nada e ainda há os que incrementam, usando elementos que ocupam espaço, piorando a situação por reduzir a já precária largura disponível para caminhar. Essa falta de cuidado leva as pessoas a perderem o prazer de andar alguns quarteirões. Ela sai de casa e para o carro em frente ao seu destino, sem descobrir o comércio da região e sem fazer uso dele.

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Esse ponto não depende só das prefeituras, mas também de cada cidadão. A calçada não é parte do espaço doméstico, é um bem público. Por isso, é muita malandragem quando as prefeituras delegam ao morador a execução da calçada, porque deste modo não existe fiscalização viável sobre o que é feito pelo cidadão. As execuções individuais são aleatórias, seria loucura programar visitas a cada calçada em execução ou reforma na cidade. Como faz então? Simples, a cidade segue o plano diretor e executa todas as calçadas segundo diretrizes bem claras que saem do planejamento macro e se desdobram no planejamento micro, toda cidade precisa ter um plano desses, e bem feito.

O problema é nem entendermos as calçadas como itens essenciais. Curitiba, há décadas, resolveu seu grave problema de alagamentos ao introduzir faixas gramadas de 30cm em todas as calçadas. Simples e com o benefício secundário de afastar os pedestres da via dos carros. Certamente os acidentes também devem ter diminuído.

Mas enquanto o que temos são calçadas ruins, deveríamos assumir a responsabilidade de torná-las decentes e úteis, em condições adequadas de acessibilidade -- superfícies livres de obstáculos como degraus, valetas, buracos e rampas para atravessar a rua já seriam um ótimo começo. Nossa cultura de desleixo com o espaço público também precisa mudar, contribuindo com a limpeza não só diante da própria casa, mas por toda a cidade. Se nossas calçadas são um lixo, é porque boa parte delas está cheia de lixo. O brasileiro precisa deixar de achar normal andar por calçadas cheias de dejetos e buracos.

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As calçadas são o primeiro reflexo da preocupação de um povo com a cidade, tradução do respeito de uns pelos outros.

É falso imaginar que nossas calçadas sejam sujas porque não há lixeiras. Há locais cheios delas e sujíssimos. O subtexto deste pensamento quer dizer "jogarei no cão porque ninguém fez uma lixeira para me atender aqui agora". Todo mundo sabe que, quando não há lixeiras, deve-se carregar o lixo até que se encontre uma. Jogar no chão é preguiça, porquice, falta de educação, barbárie, incivilidade, desrespeito, irresponsabilidade. Não há o que justifique. Em Zurique, na Suíça, não há lixeiras por todos os lados, como muitos imaginam, e é um exemplo de limpeza. Pouquíssimas cidades têm um monte de lixeiras. O mais comum é observar que as cidades são limpas porque as pessoas são educadas.

Quando o plano é bem cuidado, vemos inclusive a dilatação de calçadas nas esquinas, protengendo os pedestres junto à faixa e delimitando com clareza as áreas de estacionamento. São Caetano do Sul (é uma cidade que, há cerca de uma década, implementou desenho muito eficiente de calçadas em um de seus corredores comerciais, a Rua Visconde de Inhaúma e, desde então, colhe excelentes resultados -- falta enterrar a fiação, que ainda polui o visual e compromete a paisagem para quem passeia por lá.  [clicando no link sobre o nome da rua você poderá vê-la no Google Maps]

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Assim, se o poder público pode melhorar muito a qualidade das cidades olhando para as calçadas -- bem mais baratas e simples de executar que asfalto, diga-se de passagem --, cabe ao cidadão a responsabilidade de cuidá-las.

Pensemos no óbvio: toda rua possui duas calçadas, uma de cada lado, passando diante de todas as construções -- casas, prédios, comércio, escolas, hospitais. A atmosfera positiva, de cidade agradável e acolhedora, que boas calçadas trazem, é diferença notada imediatamente e várias vezes ao dia.

Calçada problemática no Centro de Cruzeiro, interior de SP, cidade que passei a conhecer quando meu escritório, TANTA, realizou lá o projeto de uma clínica (em 2018). _ foto Henrique de Carvalho  

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Terceiro episódio de nossa série de Ano Novo. São ao todo cinco pontos relevantes e simples de implantar, com o intuito de inspirar pessoas e administrações municipais a revolucionarem suas cidades nestes dois anos que ainda lhes restam até as próximas eleições para prefeito.

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03 | Calçadas melhores

Arborização consistente e boas calçadas. Quantos benefícios esses dois itens não trariam diretamente. Esse conjunto simples faz a vida pulsar nas ruas. A cidade atrai investimentos, o comércio prospera, até a criminalidade cai onde há gente circulando. E todo mundo toma mais sorvete, diriam minhas sobrinhas, espertinhas.

Mas as calçadas de nossas cidades são horrorosas, todos sabemos e ninguém faz nada. E aqui não há muita conta para se fazer não. É, como diziam os antigos, abaixar a cabeça e trabalhar até acabar.

Na lida com o passeio público, cada um faz o que quer. Uns revestem com cerâmica, outros com pedras, outros com grama, outros deixam cimentado, outros não fazem nada e ainda há os que incrementam, usando elementos que ocupam espaço, piorando a situação por reduzir a já precária largura disponível para caminhar. Essa falta de cuidado leva as pessoas a perderem o prazer de andar alguns quarteirões. Ela sai de casa e para o carro em frente ao seu destino, sem descobrir o comércio da região e sem fazer uso dele.

Esse ponto não depende só das prefeituras, mas também de cada cidadão. A calçada não é parte do espaço doméstico, é um bem público. Por isso, é muita malandragem quando as prefeituras delegam ao morador a execução da calçada, porque deste modo não existe fiscalização viável sobre o que é feito pelo cidadão. As execuções individuais são aleatórias, seria loucura programar visitas a cada calçada em execução ou reforma na cidade. Como faz então? Simples, a cidade segue o plano diretor e executa todas as calçadas segundo diretrizes bem claras que saem do planejamento macro e se desdobram no planejamento micro, toda cidade precisa ter um plano desses, e bem feito.

O problema é nem entendermos as calçadas como itens essenciais. Curitiba, há décadas, resolveu seu grave problema de alagamentos ao introduzir faixas gramadas de 30cm em todas as calçadas. Simples e com o benefício secundário de afastar os pedestres da via dos carros. Certamente os acidentes também devem ter diminuído.

Mas enquanto o que temos são calçadas ruins, deveríamos assumir a responsabilidade de torná-las decentes e úteis, em condições adequadas de acessibilidade -- superfícies livres de obstáculos como degraus, valetas, buracos e rampas para atravessar a rua já seriam um ótimo começo. Nossa cultura de desleixo com o espaço público também precisa mudar, contribuindo com a limpeza não só diante da própria casa, mas por toda a cidade. Se nossas calçadas são um lixo, é porque boa parte delas está cheia de lixo. O brasileiro precisa deixar de achar normal andar por calçadas cheias de dejetos e buracos.

As calçadas são o primeiro reflexo da preocupação de um povo com a cidade, tradução do respeito de uns pelos outros.

É falso imaginar que nossas calçadas sejam sujas porque não há lixeiras. Há locais cheios delas e sujíssimos. O subtexto deste pensamento quer dizer "jogarei no cão porque ninguém fez uma lixeira para me atender aqui agora". Todo mundo sabe que, quando não há lixeiras, deve-se carregar o lixo até que se encontre uma. Jogar no chão é preguiça, porquice, falta de educação, barbárie, incivilidade, desrespeito, irresponsabilidade. Não há o que justifique. Em Zurique, na Suíça, não há lixeiras por todos os lados, como muitos imaginam, e é um exemplo de limpeza. Pouquíssimas cidades têm um monte de lixeiras. O mais comum é observar que as cidades são limpas porque as pessoas são educadas.

Quando o plano é bem cuidado, vemos inclusive a dilatação de calçadas nas esquinas, protengendo os pedestres junto à faixa e delimitando com clareza as áreas de estacionamento. São Caetano do Sul (é uma cidade que, há cerca de uma década, implementou desenho muito eficiente de calçadas em um de seus corredores comerciais, a Rua Visconde de Inhaúma e, desde então, colhe excelentes resultados -- falta enterrar a fiação, que ainda polui o visual e compromete a paisagem para quem passeia por lá.  [clicando no link sobre o nome da rua você poderá vê-la no Google Maps]

Assim, se o poder público pode melhorar muito a qualidade das cidades olhando para as calçadas -- bem mais baratas e simples de executar que asfalto, diga-se de passagem --, cabe ao cidadão a responsabilidade de cuidá-las.

Pensemos no óbvio: toda rua possui duas calçadas, uma de cada lado, passando diante de todas as construções -- casas, prédios, comércio, escolas, hospitais. A atmosfera positiva, de cidade agradável e acolhedora, que boas calçadas trazem, é diferença notada imediatamente e várias vezes ao dia.

Calçada problemática no Centro de Cruzeiro, interior de SP, cidade que passei a conhecer quando meu escritório, TANTA, realizou lá o projeto de uma clínica (em 2018). _ foto Henrique de Carvalho  

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Terceiro episódio de nossa série de Ano Novo. São ao todo cinco pontos relevantes e simples de implantar, com o intuito de inspirar pessoas e administrações municipais a revolucionarem suas cidades nestes dois anos que ainda lhes restam até as próximas eleições para prefeito.

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03 | Calçadas melhores

Arborização consistente e boas calçadas. Quantos benefícios esses dois itens não trariam diretamente. Esse conjunto simples faz a vida pulsar nas ruas. A cidade atrai investimentos, o comércio prospera, até a criminalidade cai onde há gente circulando. E todo mundo toma mais sorvete, diriam minhas sobrinhas, espertinhas.

Mas as calçadas de nossas cidades são horrorosas, todos sabemos e ninguém faz nada. E aqui não há muita conta para se fazer não. É, como diziam os antigos, abaixar a cabeça e trabalhar até acabar.

Na lida com o passeio público, cada um faz o que quer. Uns revestem com cerâmica, outros com pedras, outros com grama, outros deixam cimentado, outros não fazem nada e ainda há os que incrementam, usando elementos que ocupam espaço, piorando a situação por reduzir a já precária largura disponível para caminhar. Essa falta de cuidado leva as pessoas a perderem o prazer de andar alguns quarteirões. Ela sai de casa e para o carro em frente ao seu destino, sem descobrir o comércio da região e sem fazer uso dele.

Esse ponto não depende só das prefeituras, mas também de cada cidadão. A calçada não é parte do espaço doméstico, é um bem público. Por isso, é muita malandragem quando as prefeituras delegam ao morador a execução da calçada, porque deste modo não existe fiscalização viável sobre o que é feito pelo cidadão. As execuções individuais são aleatórias, seria loucura programar visitas a cada calçada em execução ou reforma na cidade. Como faz então? Simples, a cidade segue o plano diretor e executa todas as calçadas segundo diretrizes bem claras que saem do planejamento macro e se desdobram no planejamento micro, toda cidade precisa ter um plano desses, e bem feito.

O problema é nem entendermos as calçadas como itens essenciais. Curitiba, há décadas, resolveu seu grave problema de alagamentos ao introduzir faixas gramadas de 30cm em todas as calçadas. Simples e com o benefício secundário de afastar os pedestres da via dos carros. Certamente os acidentes também devem ter diminuído.

Mas enquanto o que temos são calçadas ruins, deveríamos assumir a responsabilidade de torná-las decentes e úteis, em condições adequadas de acessibilidade -- superfícies livres de obstáculos como degraus, valetas, buracos e rampas para atravessar a rua já seriam um ótimo começo. Nossa cultura de desleixo com o espaço público também precisa mudar, contribuindo com a limpeza não só diante da própria casa, mas por toda a cidade. Se nossas calçadas são um lixo, é porque boa parte delas está cheia de lixo. O brasileiro precisa deixar de achar normal andar por calçadas cheias de dejetos e buracos.

As calçadas são o primeiro reflexo da preocupação de um povo com a cidade, tradução do respeito de uns pelos outros.

É falso imaginar que nossas calçadas sejam sujas porque não há lixeiras. Há locais cheios delas e sujíssimos. O subtexto deste pensamento quer dizer "jogarei no cão porque ninguém fez uma lixeira para me atender aqui agora". Todo mundo sabe que, quando não há lixeiras, deve-se carregar o lixo até que se encontre uma. Jogar no chão é preguiça, porquice, falta de educação, barbárie, incivilidade, desrespeito, irresponsabilidade. Não há o que justifique. Em Zurique, na Suíça, não há lixeiras por todos os lados, como muitos imaginam, e é um exemplo de limpeza. Pouquíssimas cidades têm um monte de lixeiras. O mais comum é observar que as cidades são limpas porque as pessoas são educadas.

Quando o plano é bem cuidado, vemos inclusive a dilatação de calçadas nas esquinas, protengendo os pedestres junto à faixa e delimitando com clareza as áreas de estacionamento. São Caetano do Sul (é uma cidade que, há cerca de uma década, implementou desenho muito eficiente de calçadas em um de seus corredores comerciais, a Rua Visconde de Inhaúma e, desde então, colhe excelentes resultados -- falta enterrar a fiação, que ainda polui o visual e compromete a paisagem para quem passeia por lá.  [clicando no link sobre o nome da rua você poderá vê-la no Google Maps]

Assim, se o poder público pode melhorar muito a qualidade das cidades olhando para as calçadas -- bem mais baratas e simples de executar que asfalto, diga-se de passagem --, cabe ao cidadão a responsabilidade de cuidá-las.

Pensemos no óbvio: toda rua possui duas calçadas, uma de cada lado, passando diante de todas as construções -- casas, prédios, comércio, escolas, hospitais. A atmosfera positiva, de cidade agradável e acolhedora, que boas calçadas trazem, é diferença notada imediatamente e várias vezes ao dia.

Calçada problemática no Centro de Cruzeiro, interior de SP, cidade que passei a conhecer quando meu escritório, TANTA, realizou lá o projeto de uma clínica (em 2018). _ foto Henrique de Carvalho  

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Terceiro episódio de nossa série de Ano Novo. São ao todo cinco pontos relevantes e simples de implantar, com o intuito de inspirar pessoas e administrações municipais a revolucionarem suas cidades nestes dois anos que ainda lhes restam até as próximas eleições para prefeito.

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03 | Calçadas melhores

Arborização consistente e boas calçadas. Quantos benefícios esses dois itens não trariam diretamente. Esse conjunto simples faz a vida pulsar nas ruas. A cidade atrai investimentos, o comércio prospera, até a criminalidade cai onde há gente circulando. E todo mundo toma mais sorvete, diriam minhas sobrinhas, espertinhas.

Mas as calçadas de nossas cidades são horrorosas, todos sabemos e ninguém faz nada. E aqui não há muita conta para se fazer não. É, como diziam os antigos, abaixar a cabeça e trabalhar até acabar.

Na lida com o passeio público, cada um faz o que quer. Uns revestem com cerâmica, outros com pedras, outros com grama, outros deixam cimentado, outros não fazem nada e ainda há os que incrementam, usando elementos que ocupam espaço, piorando a situação por reduzir a já precária largura disponível para caminhar. Essa falta de cuidado leva as pessoas a perderem o prazer de andar alguns quarteirões. Ela sai de casa e para o carro em frente ao seu destino, sem descobrir o comércio da região e sem fazer uso dele.

Esse ponto não depende só das prefeituras, mas também de cada cidadão. A calçada não é parte do espaço doméstico, é um bem público. Por isso, é muita malandragem quando as prefeituras delegam ao morador a execução da calçada, porque deste modo não existe fiscalização viável sobre o que é feito pelo cidadão. As execuções individuais são aleatórias, seria loucura programar visitas a cada calçada em execução ou reforma na cidade. Como faz então? Simples, a cidade segue o plano diretor e executa todas as calçadas segundo diretrizes bem claras que saem do planejamento macro e se desdobram no planejamento micro, toda cidade precisa ter um plano desses, e bem feito.

O problema é nem entendermos as calçadas como itens essenciais. Curitiba, há décadas, resolveu seu grave problema de alagamentos ao introduzir faixas gramadas de 30cm em todas as calçadas. Simples e com o benefício secundário de afastar os pedestres da via dos carros. Certamente os acidentes também devem ter diminuído.

Mas enquanto o que temos são calçadas ruins, deveríamos assumir a responsabilidade de torná-las decentes e úteis, em condições adequadas de acessibilidade -- superfícies livres de obstáculos como degraus, valetas, buracos e rampas para atravessar a rua já seriam um ótimo começo. Nossa cultura de desleixo com o espaço público também precisa mudar, contribuindo com a limpeza não só diante da própria casa, mas por toda a cidade. Se nossas calçadas são um lixo, é porque boa parte delas está cheia de lixo. O brasileiro precisa deixar de achar normal andar por calçadas cheias de dejetos e buracos.

As calçadas são o primeiro reflexo da preocupação de um povo com a cidade, tradução do respeito de uns pelos outros.

É falso imaginar que nossas calçadas sejam sujas porque não há lixeiras. Há locais cheios delas e sujíssimos. O subtexto deste pensamento quer dizer "jogarei no cão porque ninguém fez uma lixeira para me atender aqui agora". Todo mundo sabe que, quando não há lixeiras, deve-se carregar o lixo até que se encontre uma. Jogar no chão é preguiça, porquice, falta de educação, barbárie, incivilidade, desrespeito, irresponsabilidade. Não há o que justifique. Em Zurique, na Suíça, não há lixeiras por todos os lados, como muitos imaginam, e é um exemplo de limpeza. Pouquíssimas cidades têm um monte de lixeiras. O mais comum é observar que as cidades são limpas porque as pessoas são educadas.

Quando o plano é bem cuidado, vemos inclusive a dilatação de calçadas nas esquinas, protengendo os pedestres junto à faixa e delimitando com clareza as áreas de estacionamento. São Caetano do Sul (é uma cidade que, há cerca de uma década, implementou desenho muito eficiente de calçadas em um de seus corredores comerciais, a Rua Visconde de Inhaúma e, desde então, colhe excelentes resultados -- falta enterrar a fiação, que ainda polui o visual e compromete a paisagem para quem passeia por lá.  [clicando no link sobre o nome da rua você poderá vê-la no Google Maps]

Assim, se o poder público pode melhorar muito a qualidade das cidades olhando para as calçadas -- bem mais baratas e simples de executar que asfalto, diga-se de passagem --, cabe ao cidadão a responsabilidade de cuidá-las.

Pensemos no óbvio: toda rua possui duas calçadas, uma de cada lado, passando diante de todas as construções -- casas, prédios, comércio, escolas, hospitais. A atmosfera positiva, de cidade agradável e acolhedora, que boas calçadas trazem, é diferença notada imediatamente e várias vezes ao dia.

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