Incêndio na Cinemateca: 'Perdemos 60 anos de história', afirma especialista


Carlos Augusto Calil, presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, diz que incêndio na Vila Leopoldina consumiu documentos sobre políticas públicas para o cinema, entre outros itens

Por Maria Fernanda Rodrigues

Ex-diretor da Cinemateca Brasileira e ex-secretário de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, hoje presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, classificou o incêndio que atingiu o galpão da Cinemateca na Vila Leopoldina nesta quinta-feira, 29, como um "desastre" e lembrou que este foi o 5º incêndio sofrido pela instituição - o primeiro ocorreu em 1957. "O que se perdeu agora no depósito foi o que havia sobrevivido à inundação de fevereiro de 2020. O que a água começou o fogo terminou", disse. 

O prejuízo ainda será contabilizado, mas, segundo ele, o que se perdeu, com certeza, foi algo como quatro toneladas de documentos do Instituto Nacional de Cinema, Concine, Embrafilme e Secretaria do Audiovisual. "Perdemos 60 anos de história, toda a memória da política pública de apoio ao cinema". Itens como projetores e aparelhos antigos, cópias e matrizes secundárias de filmes também podem ter sido destruídos.

Bombeiros tentam controlar o fogo no depósito da Cinemateca na Vila Leopoldina Foto: Carla Carniel/Reuters
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"Assim como no Museu Nacional (que pegou fogo em 2018), isso não foi uma fatalidade. O abandono das instituições públicas brasileiras de memória é um assunto escandaloso", disse. E alertou que ainda há muito com o que se preocupar - inclusive no que diz respeito ao prédio principal da Cinemateca, na Vila Clementino, onde está o acervo inflamável. "A segurança da Cinemateca não se faz apenas com controles de temperatura e de segurança. Ela é feita pelo exame periódico desse acervo pelos técnicos, e a Cinemateca está sem técnico nenhum. Ela está fechada há mais de um ano." O cineasta completa: "Estão mantendo a Cinemateca como um doente por aparelhos. Não tem ninguém cuidando do acervo, examinando o material, que precisa ser examinado para dizer que ele está sob segurança."

O que ele espera que aconteça agora? "Francamente, não sei o que esperar. Eu achava que tínhamos chegado ao fundo do poço, mas pelo visto não chegamos", finaliza.

Ex-diretor da Cinemateca Brasileira e ex-secretário de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, hoje presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, classificou o incêndio que atingiu o galpão da Cinemateca na Vila Leopoldina nesta quinta-feira, 29, como um "desastre" e lembrou que este foi o 5º incêndio sofrido pela instituição - o primeiro ocorreu em 1957. "O que se perdeu agora no depósito foi o que havia sobrevivido à inundação de fevereiro de 2020. O que a água começou o fogo terminou", disse. 

O prejuízo ainda será contabilizado, mas, segundo ele, o que se perdeu, com certeza, foi algo como quatro toneladas de documentos do Instituto Nacional de Cinema, Concine, Embrafilme e Secretaria do Audiovisual. "Perdemos 60 anos de história, toda a memória da política pública de apoio ao cinema". Itens como projetores e aparelhos antigos, cópias e matrizes secundárias de filmes também podem ter sido destruídos.

Bombeiros tentam controlar o fogo no depósito da Cinemateca na Vila Leopoldina Foto: Carla Carniel/Reuters

"Assim como no Museu Nacional (que pegou fogo em 2018), isso não foi uma fatalidade. O abandono das instituições públicas brasileiras de memória é um assunto escandaloso", disse. E alertou que ainda há muito com o que se preocupar - inclusive no que diz respeito ao prédio principal da Cinemateca, na Vila Clementino, onde está o acervo inflamável. "A segurança da Cinemateca não se faz apenas com controles de temperatura e de segurança. Ela é feita pelo exame periódico desse acervo pelos técnicos, e a Cinemateca está sem técnico nenhum. Ela está fechada há mais de um ano." O cineasta completa: "Estão mantendo a Cinemateca como um doente por aparelhos. Não tem ninguém cuidando do acervo, examinando o material, que precisa ser examinado para dizer que ele está sob segurança."

O que ele espera que aconteça agora? "Francamente, não sei o que esperar. Eu achava que tínhamos chegado ao fundo do poço, mas pelo visto não chegamos", finaliza.

Ex-diretor da Cinemateca Brasileira e ex-secretário de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, hoje presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, classificou o incêndio que atingiu o galpão da Cinemateca na Vila Leopoldina nesta quinta-feira, 29, como um "desastre" e lembrou que este foi o 5º incêndio sofrido pela instituição - o primeiro ocorreu em 1957. "O que se perdeu agora no depósito foi o que havia sobrevivido à inundação de fevereiro de 2020. O que a água começou o fogo terminou", disse. 

O prejuízo ainda será contabilizado, mas, segundo ele, o que se perdeu, com certeza, foi algo como quatro toneladas de documentos do Instituto Nacional de Cinema, Concine, Embrafilme e Secretaria do Audiovisual. "Perdemos 60 anos de história, toda a memória da política pública de apoio ao cinema". Itens como projetores e aparelhos antigos, cópias e matrizes secundárias de filmes também podem ter sido destruídos.

Bombeiros tentam controlar o fogo no depósito da Cinemateca na Vila Leopoldina Foto: Carla Carniel/Reuters

"Assim como no Museu Nacional (que pegou fogo em 2018), isso não foi uma fatalidade. O abandono das instituições públicas brasileiras de memória é um assunto escandaloso", disse. E alertou que ainda há muito com o que se preocupar - inclusive no que diz respeito ao prédio principal da Cinemateca, na Vila Clementino, onde está o acervo inflamável. "A segurança da Cinemateca não se faz apenas com controles de temperatura e de segurança. Ela é feita pelo exame periódico desse acervo pelos técnicos, e a Cinemateca está sem técnico nenhum. Ela está fechada há mais de um ano." O cineasta completa: "Estão mantendo a Cinemateca como um doente por aparelhos. Não tem ninguém cuidando do acervo, examinando o material, que precisa ser examinado para dizer que ele está sob segurança."

O que ele espera que aconteça agora? "Francamente, não sei o que esperar. Eu achava que tínhamos chegado ao fundo do poço, mas pelo visto não chegamos", finaliza.

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