SÃO PAULO - Um galpão de uma marcenaria pegou fogo em Santos, no litoral paulista, na madrugada desta segunda-feira, 8, e causou o vazamento de um produto tóxico. No local estavam armazenadas, em garrafas, duas toneladas de fosfeto de alumínio. Sessenta e duas pessoas que moram perto do local das chamas foram retiradas de suas casas e levadas à Santa Casa da cidade.
Segundo Daniel Onias, coordenador da Defesa Civil de Santos, o incêndio começou à meia-noite e somente às 4 horas o responsável pelo galpão informou que havia produtos químicos no local. A carga pertencia a uma empresa que faz controle de pragas em porões de navios. Em contato com a água, o fosfeto de alumínio libera o gás fosfina, altamente tóxico.
Entre as 62 pessoas levadas à Santa Casa, havia 14 crianças. Seis vítimas ficaram em observação, mas tinham quadro estável nesta segunda. Vinte e oito bombeiros que atuaram no combate às chamas também foram levados ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, para uma avaliação preventiva, e foram liberados.
Gravidade
“É bastante grave a intoxicação por esse gás”, diz o clínico geral da Santa Casa de Santos, Silas Oliveira. Se inalado em grande quantidade, ele pode causar fraqueza, náuseas, falta de ar, diarreia, convulsões e até evoluir para parada respiratória. Quem atende pacientes que entraram em contato com a substância, diz Oliveira, deve usar proteção respiratória.
No início da noite desta segunda, a Rua Doutor Cochrane, onde ocorreu o incêndio, continuava interditada e o imóvel atingido permanecia isolado para que os produtos químicos fossem completamente retirados.
Os moradores retornaram às casas. Como não havia mais fogo ou fumaça, o risco de inalação de gás tóxico foi descartado pela Defesa Civil. A previsão é de que o restante dos produtos seja retirado nesta terça.