Queimadas em São Paulo: o que se sabe até agora sobre os incêndios


Segundo a Defesa Civil do Estado, não há mais focos ativos de fogo no momento, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas

Por Redação
Atualização:

Os incêndios que atingiram o interior de São Paulo provocaram mortes, o bloqueio total ou parcial de rodovias que cortam o Estado e restrição de atividades em aeroportos. O governo paulista decretou, na sexta-feira, 23, emergência em alguns municípios. Até o momento, quatro suspeitos de provocar queimadas foram presos.

Na manhã desta segunda-feira, 26, a Defesa Civil do Estado afirmou que não há mais registro de focos ativos de incêndios, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas.

Estradas estaduais estão liberadas e algumas escolas técnicas (Etecs) da região de Ribeirão Preto e Franca terão aulas remotas. O fogo já atingiu mais de 34 mil hectares.

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O governo federal acionou a Polícia Federal, no domingo, 25, para investigar possível ação criminosa. Já o governo estadual afirma não ver até agora sinais de ação orquestrada.

Governo de SP determinou a instauração de um gabinete de crise para incêndios. Foto: Divulgação/PRF

Veja a seguir o que se sabe até agora:

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Como começaram os incêndios?

O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, causando bloqueios de estradas e interrompendo operações em aeroportos. Somente na sexta-feira, 23, o Estado São Paulo registrou 1,8 mil focos de incêndio, número recorde desde os inícios das medições em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Polícia Civil diz estar mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no Estado. Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente.

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O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas que têm causado transtornos no interior de São Paulo desde o fim da semana passada. O Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual diz que prendeu quatro suspeitos e investiga crimes, mas afirma não ver sinais de ação organizada.

Grande incêndio atinge áreas no interior paulista. Na foto, queimadas em estradas fechadas na região de Sertãozinho, no sentido de Ribeirão Preto. Foto: CBM-SP - 24/08/2024

Como foram as prisões?

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Em São José do Rio Preto, o suspeito é um idoso de 76 anos, detido por policiais militares após atear fogo em lixo, em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.

A outra prisão aconteceu na manhã de domingo em Batatais. O suspeito foi flagrado com um galão de gasolina. O homem preso tem 42 anos e faz parte de uma facção criminosa.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o Estado “não vai tolerar” delitos desse tipo, ao citar o caso do detido em Batatais. “Não me parece (ação coordenada). Tem uma estiagem muito pesada, lavouras que estavam secas, calor extremo, baixa umidade relativa do ar e muito vento. Qualquer coisa pode provocar uma ignição”, afirmou ele, durante evento com empresários do setor imobiliário no Secovi-SP nesta segunda.

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A Polícia Militar prendeu também nesta segunda-feira, 26, mais um suspeito de atear fogo intencionalmente no interior de São PauloO detido é um homem de 27 anos, que foi flagrado provocando um incêndio criminoso no bairro Jardim Aurora, em Batatais, região de Franca. O suspeito foi preso em flagrante depois que a equipe do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) receber a denúncia de que um homem estaria colocando fogo em uma pastagem anexa à uma Área de Preservação Permanente (APP).

A SSP-SP informou ainda que houve uma outra prisão, no último dia 21. Na ocasião, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial localizado próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, na região de Barretos.

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Quais as ações adotadas pelo governo estadual?

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que a Defesa Civil de São Paulo instaurasse um Gabinete de Crise Emergencial. “Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente”, disse o governo. Também foi enviada ajuda humanitária para desabrigados.

O governo monitorou a situação durante o fim de semana, em ação que integra a Operação SP Sem Fogo. O trabalho teve participação de técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O governador sobrevoou as regiões afetadas no fim de semana.

A situação crítica levou a interdições totais e parciais de rodovias no Estado e impactam o tráfego em diferentes regiões. No momento, todas as estradas estão liberadas.

As aulas desta segunda-feira nas escolas da rede estadual estão mantidas, após avaliação da Secretaria de Estado da Educação e da Defesa Civil do Estado. As Etecs de Ribeirão Preto, Serrana, São Joaquim da Barra, Classe descentralizada de Morro Agudo, Batatais, Miguelópolis, Franca e Igarapava e na Fatec de Jaboticabal terão aulas remotas.

O governador decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas em razão das ocorrências de incêndios florestais entre 4 e 24 de agosto. O decreto 68.805/2024 foi publicado na edição de sábado do Diário Oficial do Estado.

Quantas pessoas morreram?

Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã.

O problema provocou o vazamento de combustível, que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos, e eram das cidades de Irapuã e José Bonifácio, respectivamente.

O que tem feito governo federal?

As causas dos incêndios também estão sob investigação das autoridades federais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspeita que os incêndios possam ter sido causados por uma coordenação criminosa, o que é objeto de investigação pela Polícia Federal (PF). Um inquérito foi instaurado ainda no domingo para apurar as causas das queimadas.

“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva no domingo, em Brasília.

“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra. Atualmente, a PF está conduzindo investigações em várias regiões do Brasil para identificar os responsáveis pelos incêndios.

Ao Estadão, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a grande maioria dos incêndios iniciados em São Paulo ocorrem em decorrência da ação humana. “A parte estranha é que, de fato, as ignições aconteceram quase todas no mesmo momento. Obviamente também estava quente, baixa umidade, ventando”, disse Agostinho. “Cria uma desconfiança, mas tem de ser investigado.”

Ele também descarta participação de produtores de fazendas de cana-de-açúcar. “Acabou a queima da cana há muito tempo. E, em São Paulo, as usinas não têm mais essa prática. As usinas aproveitam a palha para gerar energia dentro da própria usina. Não faz sentido que elas tenham colocado fogo”, diz.

SP tem maior nº de queimadas desde 1998, com 3,1 mil focos em agosto

O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os 23 dias de agosto somam 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

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Foco de incêndio próximo a um rebanho em Ribeirão Preto-SP, fogo é devido ao calor extremo e às condições secas dos últimos dias.

Como estão as regiões afetadas

Moradores da região de Ribeirão Preto, incluindo cidades como Sertãozinho e Jaboticabal, registraram cenas de fumaça escura e densa, que tomou o céu dos municípios. Nas redes sociais, usuários também comentaram sobre a situação.

“Ribeirão Preto e região está assim: tomada de fumaça, incêndios e com o vento a situação tá se agravando. É desesperador”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter).

O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) classificou a situação como “fora do comum”, mas afirmou que os planos de contingência elaborados em anos anteriores, justamente para o enfrentamento de episódios de seca e queimadas, ajudaram a cidade a mitigar os efeitos do fogo.

Quais os riscos à saúde?

As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o aumento da ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. O tempo de exposição deve ser reduzido ao máximo, devendo manter a permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar.

É recomendável ainda a utilização de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem perto das áreas de focos de queimadas. A medida reduz o desconforto das vias aéreas superiores.

O que fazer em caso de perigo?

As autoridades recomendam que, se avistar um foco de incêndio ou fumaça em grande intensidade, deixar o local imediatamente, abrigar-se e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

Cidades em estado de alerta máximo

  1. Monte Alegre do Sul
  2. Alumínio
  3. Santo Antônio do Aracanguá
  4. Piracicaba
  5. Pontal
  6. Monte Azul Paulista
  7. Sertãozinho
  8. Torrinha
  9. Santo Antônio da Alegria
  10. Nova Granada
  11. Iacanga
  12. Taquarituba
  13. Coronel Macedo
  14. Ubarana
  15. Pompeia
  16. Boa Esperança do Sul
  17. Pitangueiras
  18. Salmourão
  19. Lucélia
  20. Poloni
  21. Dourado
  22. Sabino
  23. Jaú
  24. Pirapora do Bom Jesus
  25. Itápolis
  26. Itirapina
  27. Bernardino de Campos
  28. São Simão
  29. Presidente Epitácio
  30. Bebedouro
  31. Bananal
  32. São Luís do Paraitinga
  33. Ibitinga
  34. Tabatinga
  35. Brodowski
  36. Luís Antônio
  37. Pedregulho
  38. Tambaú
  39. Urupês
  40. Turiúba
  41. Arealva
  42. Pradópolis
  43. Altinópolis
  44. Paulo de Faria
  45. Águas da Prata
  46. Morro Agudo
  47. Batatais
  48. Barrinha

Incêndios e fumaça que tomaram SP podem se espalhar novamente?

As condições climáticas para a propagação do fogo em São Paulo devem voltar até sexta-feira, 30, segundo especialistas em clima. Entre os fatores, estão a baixa umidade, o calor excessivo e ventos acima de 30km/h.

Com a entrada de uma frente fria, a expectativa é de que a temperatura volte a subir. O governo federal e os cientistas preveem que a temporada seca se estenda até outubro, o que eleva o risco de fogo.

Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente. “Temos uma ferramenta que estamos usando para informar à Defesa Civil, que leva em conta a temperatura, a umidade, a seca e o vento”, diz o coordenador de operações do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.

“São muitos dias consecutivos de seca, sem chuva, por isso esta época do ano é particularmente crítica, temperatura acima de 30ºC, umidade abaixo dos 30% e ventos acima de 30km/h”, acrescenta ele.

Conforme Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, a frente fria que passou pelo Centro-Sul do País ao fim da semana passada colabora para carregar a fumaça por tantos quilômetros. “O ar das queimadas é quente e, por isso, mais leve. Já o ar da frente fria é mais denso, pesado. A frente fria ajuda a compactar a fumaça, a impedindo de se dissipar e a arrastando para outros Estados”, diz.

Segundo os especialistas, são possíveis episódios similares, de fumaça e fuligem no céu mesmo em cidades e Estados que não enfrentam queimadas, até o começo do período de chuvas, no início da primavera, entre o fim de setembro e começo de outubro. Nos próximos dias, como a frente fria está chegando ao oceano, o risco diminui. “Se houver novas frentes frias até lá (fim da temporada seca), é bem provável acontecer de novo”, diz Borges.

Os incêndios que atingiram o interior de São Paulo provocaram mortes, o bloqueio total ou parcial de rodovias que cortam o Estado e restrição de atividades em aeroportos. O governo paulista decretou, na sexta-feira, 23, emergência em alguns municípios. Até o momento, quatro suspeitos de provocar queimadas foram presos.

Na manhã desta segunda-feira, 26, a Defesa Civil do Estado afirmou que não há mais registro de focos ativos de incêndios, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas.

Estradas estaduais estão liberadas e algumas escolas técnicas (Etecs) da região de Ribeirão Preto e Franca terão aulas remotas. O fogo já atingiu mais de 34 mil hectares.

O governo federal acionou a Polícia Federal, no domingo, 25, para investigar possível ação criminosa. Já o governo estadual afirma não ver até agora sinais de ação orquestrada.

Governo de SP determinou a instauração de um gabinete de crise para incêndios. Foto: Divulgação/PRF

Veja a seguir o que se sabe até agora:

Como começaram os incêndios?

O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, causando bloqueios de estradas e interrompendo operações em aeroportos. Somente na sexta-feira, 23, o Estado São Paulo registrou 1,8 mil focos de incêndio, número recorde desde os inícios das medições em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Polícia Civil diz estar mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no Estado. Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente.

O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas que têm causado transtornos no interior de São Paulo desde o fim da semana passada. O Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual diz que prendeu quatro suspeitos e investiga crimes, mas afirma não ver sinais de ação organizada.

Grande incêndio atinge áreas no interior paulista. Na foto, queimadas em estradas fechadas na região de Sertãozinho, no sentido de Ribeirão Preto. Foto: CBM-SP - 24/08/2024

Como foram as prisões?

Em São José do Rio Preto, o suspeito é um idoso de 76 anos, detido por policiais militares após atear fogo em lixo, em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.

A outra prisão aconteceu na manhã de domingo em Batatais. O suspeito foi flagrado com um galão de gasolina. O homem preso tem 42 anos e faz parte de uma facção criminosa.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o Estado “não vai tolerar” delitos desse tipo, ao citar o caso do detido em Batatais. “Não me parece (ação coordenada). Tem uma estiagem muito pesada, lavouras que estavam secas, calor extremo, baixa umidade relativa do ar e muito vento. Qualquer coisa pode provocar uma ignição”, afirmou ele, durante evento com empresários do setor imobiliário no Secovi-SP nesta segunda.

A Polícia Militar prendeu também nesta segunda-feira, 26, mais um suspeito de atear fogo intencionalmente no interior de São PauloO detido é um homem de 27 anos, que foi flagrado provocando um incêndio criminoso no bairro Jardim Aurora, em Batatais, região de Franca. O suspeito foi preso em flagrante depois que a equipe do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) receber a denúncia de que um homem estaria colocando fogo em uma pastagem anexa à uma Área de Preservação Permanente (APP).

A SSP-SP informou ainda que houve uma outra prisão, no último dia 21. Na ocasião, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial localizado próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, na região de Barretos.

Quais as ações adotadas pelo governo estadual?

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que a Defesa Civil de São Paulo instaurasse um Gabinete de Crise Emergencial. “Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente”, disse o governo. Também foi enviada ajuda humanitária para desabrigados.

O governo monitorou a situação durante o fim de semana, em ação que integra a Operação SP Sem Fogo. O trabalho teve participação de técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O governador sobrevoou as regiões afetadas no fim de semana.

A situação crítica levou a interdições totais e parciais de rodovias no Estado e impactam o tráfego em diferentes regiões. No momento, todas as estradas estão liberadas.

As aulas desta segunda-feira nas escolas da rede estadual estão mantidas, após avaliação da Secretaria de Estado da Educação e da Defesa Civil do Estado. As Etecs de Ribeirão Preto, Serrana, São Joaquim da Barra, Classe descentralizada de Morro Agudo, Batatais, Miguelópolis, Franca e Igarapava e na Fatec de Jaboticabal terão aulas remotas.

O governador decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas em razão das ocorrências de incêndios florestais entre 4 e 24 de agosto. O decreto 68.805/2024 foi publicado na edição de sábado do Diário Oficial do Estado.

Quantas pessoas morreram?

Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã.

O problema provocou o vazamento de combustível, que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos, e eram das cidades de Irapuã e José Bonifácio, respectivamente.

O que tem feito governo federal?

As causas dos incêndios também estão sob investigação das autoridades federais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspeita que os incêndios possam ter sido causados por uma coordenação criminosa, o que é objeto de investigação pela Polícia Federal (PF). Um inquérito foi instaurado ainda no domingo para apurar as causas das queimadas.

“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva no domingo, em Brasília.

“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra. Atualmente, a PF está conduzindo investigações em várias regiões do Brasil para identificar os responsáveis pelos incêndios.

Ao Estadão, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a grande maioria dos incêndios iniciados em São Paulo ocorrem em decorrência da ação humana. “A parte estranha é que, de fato, as ignições aconteceram quase todas no mesmo momento. Obviamente também estava quente, baixa umidade, ventando”, disse Agostinho. “Cria uma desconfiança, mas tem de ser investigado.”

Ele também descarta participação de produtores de fazendas de cana-de-açúcar. “Acabou a queima da cana há muito tempo. E, em São Paulo, as usinas não têm mais essa prática. As usinas aproveitam a palha para gerar energia dentro da própria usina. Não faz sentido que elas tenham colocado fogo”, diz.

SP tem maior nº de queimadas desde 1998, com 3,1 mil focos em agosto

O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os 23 dias de agosto somam 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

Seu navegador não suporta esse video.

Foco de incêndio próximo a um rebanho em Ribeirão Preto-SP, fogo é devido ao calor extremo e às condições secas dos últimos dias.

Como estão as regiões afetadas

Moradores da região de Ribeirão Preto, incluindo cidades como Sertãozinho e Jaboticabal, registraram cenas de fumaça escura e densa, que tomou o céu dos municípios. Nas redes sociais, usuários também comentaram sobre a situação.

“Ribeirão Preto e região está assim: tomada de fumaça, incêndios e com o vento a situação tá se agravando. É desesperador”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter).

O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) classificou a situação como “fora do comum”, mas afirmou que os planos de contingência elaborados em anos anteriores, justamente para o enfrentamento de episódios de seca e queimadas, ajudaram a cidade a mitigar os efeitos do fogo.

Quais os riscos à saúde?

As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o aumento da ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. O tempo de exposição deve ser reduzido ao máximo, devendo manter a permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar.

É recomendável ainda a utilização de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem perto das áreas de focos de queimadas. A medida reduz o desconforto das vias aéreas superiores.

O que fazer em caso de perigo?

As autoridades recomendam que, se avistar um foco de incêndio ou fumaça em grande intensidade, deixar o local imediatamente, abrigar-se e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

Cidades em estado de alerta máximo

  1. Monte Alegre do Sul
  2. Alumínio
  3. Santo Antônio do Aracanguá
  4. Piracicaba
  5. Pontal
  6. Monte Azul Paulista
  7. Sertãozinho
  8. Torrinha
  9. Santo Antônio da Alegria
  10. Nova Granada
  11. Iacanga
  12. Taquarituba
  13. Coronel Macedo
  14. Ubarana
  15. Pompeia
  16. Boa Esperança do Sul
  17. Pitangueiras
  18. Salmourão
  19. Lucélia
  20. Poloni
  21. Dourado
  22. Sabino
  23. Jaú
  24. Pirapora do Bom Jesus
  25. Itápolis
  26. Itirapina
  27. Bernardino de Campos
  28. São Simão
  29. Presidente Epitácio
  30. Bebedouro
  31. Bananal
  32. São Luís do Paraitinga
  33. Ibitinga
  34. Tabatinga
  35. Brodowski
  36. Luís Antônio
  37. Pedregulho
  38. Tambaú
  39. Urupês
  40. Turiúba
  41. Arealva
  42. Pradópolis
  43. Altinópolis
  44. Paulo de Faria
  45. Águas da Prata
  46. Morro Agudo
  47. Batatais
  48. Barrinha

Incêndios e fumaça que tomaram SP podem se espalhar novamente?

As condições climáticas para a propagação do fogo em São Paulo devem voltar até sexta-feira, 30, segundo especialistas em clima. Entre os fatores, estão a baixa umidade, o calor excessivo e ventos acima de 30km/h.

Com a entrada de uma frente fria, a expectativa é de que a temperatura volte a subir. O governo federal e os cientistas preveem que a temporada seca se estenda até outubro, o que eleva o risco de fogo.

Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente. “Temos uma ferramenta que estamos usando para informar à Defesa Civil, que leva em conta a temperatura, a umidade, a seca e o vento”, diz o coordenador de operações do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.

“São muitos dias consecutivos de seca, sem chuva, por isso esta época do ano é particularmente crítica, temperatura acima de 30ºC, umidade abaixo dos 30% e ventos acima de 30km/h”, acrescenta ele.

Conforme Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, a frente fria que passou pelo Centro-Sul do País ao fim da semana passada colabora para carregar a fumaça por tantos quilômetros. “O ar das queimadas é quente e, por isso, mais leve. Já o ar da frente fria é mais denso, pesado. A frente fria ajuda a compactar a fumaça, a impedindo de se dissipar e a arrastando para outros Estados”, diz.

Segundo os especialistas, são possíveis episódios similares, de fumaça e fuligem no céu mesmo em cidades e Estados que não enfrentam queimadas, até o começo do período de chuvas, no início da primavera, entre o fim de setembro e começo de outubro. Nos próximos dias, como a frente fria está chegando ao oceano, o risco diminui. “Se houver novas frentes frias até lá (fim da temporada seca), é bem provável acontecer de novo”, diz Borges.

Os incêndios que atingiram o interior de São Paulo provocaram mortes, o bloqueio total ou parcial de rodovias que cortam o Estado e restrição de atividades em aeroportos. O governo paulista decretou, na sexta-feira, 23, emergência em alguns municípios. Até o momento, quatro suspeitos de provocar queimadas foram presos.

Na manhã desta segunda-feira, 26, a Defesa Civil do Estado afirmou que não há mais registro de focos ativos de incêndios, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas.

Estradas estaduais estão liberadas e algumas escolas técnicas (Etecs) da região de Ribeirão Preto e Franca terão aulas remotas. O fogo já atingiu mais de 34 mil hectares.

O governo federal acionou a Polícia Federal, no domingo, 25, para investigar possível ação criminosa. Já o governo estadual afirma não ver até agora sinais de ação orquestrada.

Governo de SP determinou a instauração de um gabinete de crise para incêndios. Foto: Divulgação/PRF

Veja a seguir o que se sabe até agora:

Como começaram os incêndios?

O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, causando bloqueios de estradas e interrompendo operações em aeroportos. Somente na sexta-feira, 23, o Estado São Paulo registrou 1,8 mil focos de incêndio, número recorde desde os inícios das medições em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Polícia Civil diz estar mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no Estado. Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente.

O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas que têm causado transtornos no interior de São Paulo desde o fim da semana passada. O Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual diz que prendeu quatro suspeitos e investiga crimes, mas afirma não ver sinais de ação organizada.

Grande incêndio atinge áreas no interior paulista. Na foto, queimadas em estradas fechadas na região de Sertãozinho, no sentido de Ribeirão Preto. Foto: CBM-SP - 24/08/2024

Como foram as prisões?

Em São José do Rio Preto, o suspeito é um idoso de 76 anos, detido por policiais militares após atear fogo em lixo, em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.

A outra prisão aconteceu na manhã de domingo em Batatais. O suspeito foi flagrado com um galão de gasolina. O homem preso tem 42 anos e faz parte de uma facção criminosa.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o Estado “não vai tolerar” delitos desse tipo, ao citar o caso do detido em Batatais. “Não me parece (ação coordenada). Tem uma estiagem muito pesada, lavouras que estavam secas, calor extremo, baixa umidade relativa do ar e muito vento. Qualquer coisa pode provocar uma ignição”, afirmou ele, durante evento com empresários do setor imobiliário no Secovi-SP nesta segunda.

A Polícia Militar prendeu também nesta segunda-feira, 26, mais um suspeito de atear fogo intencionalmente no interior de São PauloO detido é um homem de 27 anos, que foi flagrado provocando um incêndio criminoso no bairro Jardim Aurora, em Batatais, região de Franca. O suspeito foi preso em flagrante depois que a equipe do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) receber a denúncia de que um homem estaria colocando fogo em uma pastagem anexa à uma Área de Preservação Permanente (APP).

A SSP-SP informou ainda que houve uma outra prisão, no último dia 21. Na ocasião, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial localizado próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, na região de Barretos.

Quais as ações adotadas pelo governo estadual?

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que a Defesa Civil de São Paulo instaurasse um Gabinete de Crise Emergencial. “Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente”, disse o governo. Também foi enviada ajuda humanitária para desabrigados.

O governo monitorou a situação durante o fim de semana, em ação que integra a Operação SP Sem Fogo. O trabalho teve participação de técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O governador sobrevoou as regiões afetadas no fim de semana.

A situação crítica levou a interdições totais e parciais de rodovias no Estado e impactam o tráfego em diferentes regiões. No momento, todas as estradas estão liberadas.

As aulas desta segunda-feira nas escolas da rede estadual estão mantidas, após avaliação da Secretaria de Estado da Educação e da Defesa Civil do Estado. As Etecs de Ribeirão Preto, Serrana, São Joaquim da Barra, Classe descentralizada de Morro Agudo, Batatais, Miguelópolis, Franca e Igarapava e na Fatec de Jaboticabal terão aulas remotas.

O governador decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas em razão das ocorrências de incêndios florestais entre 4 e 24 de agosto. O decreto 68.805/2024 foi publicado na edição de sábado do Diário Oficial do Estado.

Quantas pessoas morreram?

Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã.

O problema provocou o vazamento de combustível, que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos, e eram das cidades de Irapuã e José Bonifácio, respectivamente.

O que tem feito governo federal?

As causas dos incêndios também estão sob investigação das autoridades federais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspeita que os incêndios possam ter sido causados por uma coordenação criminosa, o que é objeto de investigação pela Polícia Federal (PF). Um inquérito foi instaurado ainda no domingo para apurar as causas das queimadas.

“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva no domingo, em Brasília.

“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra. Atualmente, a PF está conduzindo investigações em várias regiões do Brasil para identificar os responsáveis pelos incêndios.

Ao Estadão, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a grande maioria dos incêndios iniciados em São Paulo ocorrem em decorrência da ação humana. “A parte estranha é que, de fato, as ignições aconteceram quase todas no mesmo momento. Obviamente também estava quente, baixa umidade, ventando”, disse Agostinho. “Cria uma desconfiança, mas tem de ser investigado.”

Ele também descarta participação de produtores de fazendas de cana-de-açúcar. “Acabou a queima da cana há muito tempo. E, em São Paulo, as usinas não têm mais essa prática. As usinas aproveitam a palha para gerar energia dentro da própria usina. Não faz sentido que elas tenham colocado fogo”, diz.

SP tem maior nº de queimadas desde 1998, com 3,1 mil focos em agosto

O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os 23 dias de agosto somam 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

Seu navegador não suporta esse video.

Foco de incêndio próximo a um rebanho em Ribeirão Preto-SP, fogo é devido ao calor extremo e às condições secas dos últimos dias.

Como estão as regiões afetadas

Moradores da região de Ribeirão Preto, incluindo cidades como Sertãozinho e Jaboticabal, registraram cenas de fumaça escura e densa, que tomou o céu dos municípios. Nas redes sociais, usuários também comentaram sobre a situação.

“Ribeirão Preto e região está assim: tomada de fumaça, incêndios e com o vento a situação tá se agravando. É desesperador”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter).

O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) classificou a situação como “fora do comum”, mas afirmou que os planos de contingência elaborados em anos anteriores, justamente para o enfrentamento de episódios de seca e queimadas, ajudaram a cidade a mitigar os efeitos do fogo.

Quais os riscos à saúde?

As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o aumento da ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. O tempo de exposição deve ser reduzido ao máximo, devendo manter a permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar.

É recomendável ainda a utilização de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem perto das áreas de focos de queimadas. A medida reduz o desconforto das vias aéreas superiores.

O que fazer em caso de perigo?

As autoridades recomendam que, se avistar um foco de incêndio ou fumaça em grande intensidade, deixar o local imediatamente, abrigar-se e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

Cidades em estado de alerta máximo

  1. Monte Alegre do Sul
  2. Alumínio
  3. Santo Antônio do Aracanguá
  4. Piracicaba
  5. Pontal
  6. Monte Azul Paulista
  7. Sertãozinho
  8. Torrinha
  9. Santo Antônio da Alegria
  10. Nova Granada
  11. Iacanga
  12. Taquarituba
  13. Coronel Macedo
  14. Ubarana
  15. Pompeia
  16. Boa Esperança do Sul
  17. Pitangueiras
  18. Salmourão
  19. Lucélia
  20. Poloni
  21. Dourado
  22. Sabino
  23. Jaú
  24. Pirapora do Bom Jesus
  25. Itápolis
  26. Itirapina
  27. Bernardino de Campos
  28. São Simão
  29. Presidente Epitácio
  30. Bebedouro
  31. Bananal
  32. São Luís do Paraitinga
  33. Ibitinga
  34. Tabatinga
  35. Brodowski
  36. Luís Antônio
  37. Pedregulho
  38. Tambaú
  39. Urupês
  40. Turiúba
  41. Arealva
  42. Pradópolis
  43. Altinópolis
  44. Paulo de Faria
  45. Águas da Prata
  46. Morro Agudo
  47. Batatais
  48. Barrinha

Incêndios e fumaça que tomaram SP podem se espalhar novamente?

As condições climáticas para a propagação do fogo em São Paulo devem voltar até sexta-feira, 30, segundo especialistas em clima. Entre os fatores, estão a baixa umidade, o calor excessivo e ventos acima de 30km/h.

Com a entrada de uma frente fria, a expectativa é de que a temperatura volte a subir. O governo federal e os cientistas preveem que a temporada seca se estenda até outubro, o que eleva o risco de fogo.

Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente. “Temos uma ferramenta que estamos usando para informar à Defesa Civil, que leva em conta a temperatura, a umidade, a seca e o vento”, diz o coordenador de operações do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.

“São muitos dias consecutivos de seca, sem chuva, por isso esta época do ano é particularmente crítica, temperatura acima de 30ºC, umidade abaixo dos 30% e ventos acima de 30km/h”, acrescenta ele.

Conforme Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, a frente fria que passou pelo Centro-Sul do País ao fim da semana passada colabora para carregar a fumaça por tantos quilômetros. “O ar das queimadas é quente e, por isso, mais leve. Já o ar da frente fria é mais denso, pesado. A frente fria ajuda a compactar a fumaça, a impedindo de se dissipar e a arrastando para outros Estados”, diz.

Segundo os especialistas, são possíveis episódios similares, de fumaça e fuligem no céu mesmo em cidades e Estados que não enfrentam queimadas, até o começo do período de chuvas, no início da primavera, entre o fim de setembro e começo de outubro. Nos próximos dias, como a frente fria está chegando ao oceano, o risco diminui. “Se houver novas frentes frias até lá (fim da temporada seca), é bem provável acontecer de novo”, diz Borges.

Os incêndios que atingiram o interior de São Paulo provocaram mortes, o bloqueio total ou parcial de rodovias que cortam o Estado e restrição de atividades em aeroportos. O governo paulista decretou, na sexta-feira, 23, emergência em alguns municípios. Até o momento, quatro suspeitos de provocar queimadas foram presos.

Na manhã desta segunda-feira, 26, a Defesa Civil do Estado afirmou que não há mais registro de focos ativos de incêndios, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas.

Estradas estaduais estão liberadas e algumas escolas técnicas (Etecs) da região de Ribeirão Preto e Franca terão aulas remotas. O fogo já atingiu mais de 34 mil hectares.

O governo federal acionou a Polícia Federal, no domingo, 25, para investigar possível ação criminosa. Já o governo estadual afirma não ver até agora sinais de ação orquestrada.

Governo de SP determinou a instauração de um gabinete de crise para incêndios. Foto: Divulgação/PRF

Veja a seguir o que se sabe até agora:

Como começaram os incêndios?

O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, causando bloqueios de estradas e interrompendo operações em aeroportos. Somente na sexta-feira, 23, o Estado São Paulo registrou 1,8 mil focos de incêndio, número recorde desde os inícios das medições em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Polícia Civil diz estar mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no Estado. Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente.

O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas que têm causado transtornos no interior de São Paulo desde o fim da semana passada. O Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual diz que prendeu quatro suspeitos e investiga crimes, mas afirma não ver sinais de ação organizada.

Grande incêndio atinge áreas no interior paulista. Na foto, queimadas em estradas fechadas na região de Sertãozinho, no sentido de Ribeirão Preto. Foto: CBM-SP - 24/08/2024

Como foram as prisões?

Em São José do Rio Preto, o suspeito é um idoso de 76 anos, detido por policiais militares após atear fogo em lixo, em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.

A outra prisão aconteceu na manhã de domingo em Batatais. O suspeito foi flagrado com um galão de gasolina. O homem preso tem 42 anos e faz parte de uma facção criminosa.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o Estado “não vai tolerar” delitos desse tipo, ao citar o caso do detido em Batatais. “Não me parece (ação coordenada). Tem uma estiagem muito pesada, lavouras que estavam secas, calor extremo, baixa umidade relativa do ar e muito vento. Qualquer coisa pode provocar uma ignição”, afirmou ele, durante evento com empresários do setor imobiliário no Secovi-SP nesta segunda.

A Polícia Militar prendeu também nesta segunda-feira, 26, mais um suspeito de atear fogo intencionalmente no interior de São PauloO detido é um homem de 27 anos, que foi flagrado provocando um incêndio criminoso no bairro Jardim Aurora, em Batatais, região de Franca. O suspeito foi preso em flagrante depois que a equipe do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) receber a denúncia de que um homem estaria colocando fogo em uma pastagem anexa à uma Área de Preservação Permanente (APP).

A SSP-SP informou ainda que houve uma outra prisão, no último dia 21. Na ocasião, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial localizado próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, na região de Barretos.

Quais as ações adotadas pelo governo estadual?

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que a Defesa Civil de São Paulo instaurasse um Gabinete de Crise Emergencial. “Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente”, disse o governo. Também foi enviada ajuda humanitária para desabrigados.

O governo monitorou a situação durante o fim de semana, em ação que integra a Operação SP Sem Fogo. O trabalho teve participação de técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O governador sobrevoou as regiões afetadas no fim de semana.

A situação crítica levou a interdições totais e parciais de rodovias no Estado e impactam o tráfego em diferentes regiões. No momento, todas as estradas estão liberadas.

As aulas desta segunda-feira nas escolas da rede estadual estão mantidas, após avaliação da Secretaria de Estado da Educação e da Defesa Civil do Estado. As Etecs de Ribeirão Preto, Serrana, São Joaquim da Barra, Classe descentralizada de Morro Agudo, Batatais, Miguelópolis, Franca e Igarapava e na Fatec de Jaboticabal terão aulas remotas.

O governador decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas em razão das ocorrências de incêndios florestais entre 4 e 24 de agosto. O decreto 68.805/2024 foi publicado na edição de sábado do Diário Oficial do Estado.

Quantas pessoas morreram?

Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã.

O problema provocou o vazamento de combustível, que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos, e eram das cidades de Irapuã e José Bonifácio, respectivamente.

O que tem feito governo federal?

As causas dos incêndios também estão sob investigação das autoridades federais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspeita que os incêndios possam ter sido causados por uma coordenação criminosa, o que é objeto de investigação pela Polícia Federal (PF). Um inquérito foi instaurado ainda no domingo para apurar as causas das queimadas.

“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva no domingo, em Brasília.

“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra. Atualmente, a PF está conduzindo investigações em várias regiões do Brasil para identificar os responsáveis pelos incêndios.

Ao Estadão, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a grande maioria dos incêndios iniciados em São Paulo ocorrem em decorrência da ação humana. “A parte estranha é que, de fato, as ignições aconteceram quase todas no mesmo momento. Obviamente também estava quente, baixa umidade, ventando”, disse Agostinho. “Cria uma desconfiança, mas tem de ser investigado.”

Ele também descarta participação de produtores de fazendas de cana-de-açúcar. “Acabou a queima da cana há muito tempo. E, em São Paulo, as usinas não têm mais essa prática. As usinas aproveitam a palha para gerar energia dentro da própria usina. Não faz sentido que elas tenham colocado fogo”, diz.

SP tem maior nº de queimadas desde 1998, com 3,1 mil focos em agosto

O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os 23 dias de agosto somam 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

Seu navegador não suporta esse video.

Foco de incêndio próximo a um rebanho em Ribeirão Preto-SP, fogo é devido ao calor extremo e às condições secas dos últimos dias.

Como estão as regiões afetadas

Moradores da região de Ribeirão Preto, incluindo cidades como Sertãozinho e Jaboticabal, registraram cenas de fumaça escura e densa, que tomou o céu dos municípios. Nas redes sociais, usuários também comentaram sobre a situação.

“Ribeirão Preto e região está assim: tomada de fumaça, incêndios e com o vento a situação tá se agravando. É desesperador”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter).

O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) classificou a situação como “fora do comum”, mas afirmou que os planos de contingência elaborados em anos anteriores, justamente para o enfrentamento de episódios de seca e queimadas, ajudaram a cidade a mitigar os efeitos do fogo.

Quais os riscos à saúde?

As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o aumento da ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. O tempo de exposição deve ser reduzido ao máximo, devendo manter a permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar.

É recomendável ainda a utilização de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem perto das áreas de focos de queimadas. A medida reduz o desconforto das vias aéreas superiores.

O que fazer em caso de perigo?

As autoridades recomendam que, se avistar um foco de incêndio ou fumaça em grande intensidade, deixar o local imediatamente, abrigar-se e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

Cidades em estado de alerta máximo

  1. Monte Alegre do Sul
  2. Alumínio
  3. Santo Antônio do Aracanguá
  4. Piracicaba
  5. Pontal
  6. Monte Azul Paulista
  7. Sertãozinho
  8. Torrinha
  9. Santo Antônio da Alegria
  10. Nova Granada
  11. Iacanga
  12. Taquarituba
  13. Coronel Macedo
  14. Ubarana
  15. Pompeia
  16. Boa Esperança do Sul
  17. Pitangueiras
  18. Salmourão
  19. Lucélia
  20. Poloni
  21. Dourado
  22. Sabino
  23. Jaú
  24. Pirapora do Bom Jesus
  25. Itápolis
  26. Itirapina
  27. Bernardino de Campos
  28. São Simão
  29. Presidente Epitácio
  30. Bebedouro
  31. Bananal
  32. São Luís do Paraitinga
  33. Ibitinga
  34. Tabatinga
  35. Brodowski
  36. Luís Antônio
  37. Pedregulho
  38. Tambaú
  39. Urupês
  40. Turiúba
  41. Arealva
  42. Pradópolis
  43. Altinópolis
  44. Paulo de Faria
  45. Águas da Prata
  46. Morro Agudo
  47. Batatais
  48. Barrinha

Incêndios e fumaça que tomaram SP podem se espalhar novamente?

As condições climáticas para a propagação do fogo em São Paulo devem voltar até sexta-feira, 30, segundo especialistas em clima. Entre os fatores, estão a baixa umidade, o calor excessivo e ventos acima de 30km/h.

Com a entrada de uma frente fria, a expectativa é de que a temperatura volte a subir. O governo federal e os cientistas preveem que a temporada seca se estenda até outubro, o que eleva o risco de fogo.

Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente. “Temos uma ferramenta que estamos usando para informar à Defesa Civil, que leva em conta a temperatura, a umidade, a seca e o vento”, diz o coordenador de operações do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.

“São muitos dias consecutivos de seca, sem chuva, por isso esta época do ano é particularmente crítica, temperatura acima de 30ºC, umidade abaixo dos 30% e ventos acima de 30km/h”, acrescenta ele.

Conforme Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, a frente fria que passou pelo Centro-Sul do País ao fim da semana passada colabora para carregar a fumaça por tantos quilômetros. “O ar das queimadas é quente e, por isso, mais leve. Já o ar da frente fria é mais denso, pesado. A frente fria ajuda a compactar a fumaça, a impedindo de se dissipar e a arrastando para outros Estados”, diz.

Segundo os especialistas, são possíveis episódios similares, de fumaça e fuligem no céu mesmo em cidades e Estados que não enfrentam queimadas, até o começo do período de chuvas, no início da primavera, entre o fim de setembro e começo de outubro. Nos próximos dias, como a frente fria está chegando ao oceano, o risco diminui. “Se houver novas frentes frias até lá (fim da temporada seca), é bem provável acontecer de novo”, diz Borges.

Os incêndios que atingiram o interior de São Paulo provocaram mortes, o bloqueio total ou parcial de rodovias que cortam o Estado e restrição de atividades em aeroportos. O governo paulista decretou, na sexta-feira, 23, emergência em alguns municípios. Até o momento, quatro suspeitos de provocar queimadas foram presos.

Na manhã desta segunda-feira, 26, a Defesa Civil do Estado afirmou que não há mais registro de focos ativos de incêndios, mas 48 municípios permanecem em alerta máximo para queimadas.

Estradas estaduais estão liberadas e algumas escolas técnicas (Etecs) da região de Ribeirão Preto e Franca terão aulas remotas. O fogo já atingiu mais de 34 mil hectares.

O governo federal acionou a Polícia Federal, no domingo, 25, para investigar possível ação criminosa. Já o governo estadual afirma não ver até agora sinais de ação orquestrada.

Governo de SP determinou a instauração de um gabinete de crise para incêndios. Foto: Divulgação/PRF

Veja a seguir o que se sabe até agora:

Como começaram os incêndios?

O Estado vem sofrendo com incêndios florestais que avançam pelas cidades, causando bloqueios de estradas e interrompendo operações em aeroportos. Somente na sexta-feira, 23, o Estado São Paulo registrou 1,8 mil focos de incêndio, número recorde desde os inícios das medições em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Polícia Civil diz estar mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no Estado. Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente.

O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas que têm causado transtornos no interior de São Paulo desde o fim da semana passada. O Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual diz que prendeu quatro suspeitos e investiga crimes, mas afirma não ver sinais de ação organizada.

Grande incêndio atinge áreas no interior paulista. Na foto, queimadas em estradas fechadas na região de Sertãozinho, no sentido de Ribeirão Preto. Foto: CBM-SP - 24/08/2024

Como foram as prisões?

Em São José do Rio Preto, o suspeito é um idoso de 76 anos, detido por policiais militares após atear fogo em lixo, em uma área de mata no bairro Jardim Maracanã. O homem foi denunciado por uma moradora, que presenciou a cena e acionou os agentes.

A outra prisão aconteceu na manhã de domingo em Batatais. O suspeito foi flagrado com um galão de gasolina. O homem preso tem 42 anos e faz parte de uma facção criminosa.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o Estado “não vai tolerar” delitos desse tipo, ao citar o caso do detido em Batatais. “Não me parece (ação coordenada). Tem uma estiagem muito pesada, lavouras que estavam secas, calor extremo, baixa umidade relativa do ar e muito vento. Qualquer coisa pode provocar uma ignição”, afirmou ele, durante evento com empresários do setor imobiliário no Secovi-SP nesta segunda.

A Polícia Militar prendeu também nesta segunda-feira, 26, mais um suspeito de atear fogo intencionalmente no interior de São PauloO detido é um homem de 27 anos, que foi flagrado provocando um incêndio criminoso no bairro Jardim Aurora, em Batatais, região de Franca. O suspeito foi preso em flagrante depois que a equipe do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) receber a denúncia de que um homem estaria colocando fogo em uma pastagem anexa à uma Área de Preservação Permanente (APP).

A SSP-SP informou ainda que houve uma outra prisão, no último dia 21. Na ocasião, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial localizado próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, na região de Barretos.

Quais as ações adotadas pelo governo estadual?

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que a Defesa Civil de São Paulo instaurasse um Gabinete de Crise Emergencial. “Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente”, disse o governo. Também foi enviada ajuda humanitária para desabrigados.

O governo monitorou a situação durante o fim de semana, em ação que integra a Operação SP Sem Fogo. O trabalho teve participação de técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O governador sobrevoou as regiões afetadas no fim de semana.

A situação crítica levou a interdições totais e parciais de rodovias no Estado e impactam o tráfego em diferentes regiões. No momento, todas as estradas estão liberadas.

As aulas desta segunda-feira nas escolas da rede estadual estão mantidas, após avaliação da Secretaria de Estado da Educação e da Defesa Civil do Estado. As Etecs de Ribeirão Preto, Serrana, São Joaquim da Barra, Classe descentralizada de Morro Agudo, Batatais, Miguelópolis, Franca e Igarapava e na Fatec de Jaboticabal terão aulas remotas.

O governador decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas em razão das ocorrências de incêndios florestais entre 4 e 24 de agosto. O decreto 68.805/2024 foi publicado na edição de sábado do Diário Oficial do Estado.

Quantas pessoas morreram?

Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã.

O problema provocou o vazamento de combustível, que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos, e eram das cidades de Irapuã e José Bonifácio, respectivamente.

O que tem feito governo federal?

As causas dos incêndios também estão sob investigação das autoridades federais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspeita que os incêndios possam ter sido causados por uma coordenação criminosa, o que é objeto de investigação pela Polícia Federal (PF). Um inquérito foi instaurado ainda no domingo para apurar as causas das queimadas.

“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva no domingo, em Brasília.

“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra. Atualmente, a PF está conduzindo investigações em várias regiões do Brasil para identificar os responsáveis pelos incêndios.

Ao Estadão, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a grande maioria dos incêndios iniciados em São Paulo ocorrem em decorrência da ação humana. “A parte estranha é que, de fato, as ignições aconteceram quase todas no mesmo momento. Obviamente também estava quente, baixa umidade, ventando”, disse Agostinho. “Cria uma desconfiança, mas tem de ser investigado.”

Ele também descarta participação de produtores de fazendas de cana-de-açúcar. “Acabou a queima da cana há muito tempo. E, em São Paulo, as usinas não têm mais essa prática. As usinas aproveitam a palha para gerar energia dentro da própria usina. Não faz sentido que elas tenham colocado fogo”, diz.

SP tem maior nº de queimadas desde 1998, com 3,1 mil focos em agosto

O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os 23 dias de agosto somam 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

Seu navegador não suporta esse video.

Foco de incêndio próximo a um rebanho em Ribeirão Preto-SP, fogo é devido ao calor extremo e às condições secas dos últimos dias.

Como estão as regiões afetadas

Moradores da região de Ribeirão Preto, incluindo cidades como Sertãozinho e Jaboticabal, registraram cenas de fumaça escura e densa, que tomou o céu dos municípios. Nas redes sociais, usuários também comentaram sobre a situação.

“Ribeirão Preto e região está assim: tomada de fumaça, incêndios e com o vento a situação tá se agravando. É desesperador”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter).

O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) classificou a situação como “fora do comum”, mas afirmou que os planos de contingência elaborados em anos anteriores, justamente para o enfrentamento de episódios de seca e queimadas, ajudaram a cidade a mitigar os efeitos do fogo.

Quais os riscos à saúde?

As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o aumento da ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. O tempo de exposição deve ser reduzido ao máximo, devendo manter a permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar.

É recomendável ainda a utilização de máscaras do tipo cirúrgica, pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem perto das áreas de focos de queimadas. A medida reduz o desconforto das vias aéreas superiores.

O que fazer em caso de perigo?

As autoridades recomendam que, se avistar um foco de incêndio ou fumaça em grande intensidade, deixar o local imediatamente, abrigar-se e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).

Cidades em estado de alerta máximo

  1. Monte Alegre do Sul
  2. Alumínio
  3. Santo Antônio do Aracanguá
  4. Piracicaba
  5. Pontal
  6. Monte Azul Paulista
  7. Sertãozinho
  8. Torrinha
  9. Santo Antônio da Alegria
  10. Nova Granada
  11. Iacanga
  12. Taquarituba
  13. Coronel Macedo
  14. Ubarana
  15. Pompeia
  16. Boa Esperança do Sul
  17. Pitangueiras
  18. Salmourão
  19. Lucélia
  20. Poloni
  21. Dourado
  22. Sabino
  23. Jaú
  24. Pirapora do Bom Jesus
  25. Itápolis
  26. Itirapina
  27. Bernardino de Campos
  28. São Simão
  29. Presidente Epitácio
  30. Bebedouro
  31. Bananal
  32. São Luís do Paraitinga
  33. Ibitinga
  34. Tabatinga
  35. Brodowski
  36. Luís Antônio
  37. Pedregulho
  38. Tambaú
  39. Urupês
  40. Turiúba
  41. Arealva
  42. Pradópolis
  43. Altinópolis
  44. Paulo de Faria
  45. Águas da Prata
  46. Morro Agudo
  47. Batatais
  48. Barrinha

Incêndios e fumaça que tomaram SP podem se espalhar novamente?

As condições climáticas para a propagação do fogo em São Paulo devem voltar até sexta-feira, 30, segundo especialistas em clima. Entre os fatores, estão a baixa umidade, o calor excessivo e ventos acima de 30km/h.

Com a entrada de uma frente fria, a expectativa é de que a temperatura volte a subir. O governo federal e os cientistas preveem que a temporada seca se estenda até outubro, o que eleva o risco de fogo.

Dadas as condições climáticas favoráveis, o fogo se espalhou rapidamente. “Temos uma ferramenta que estamos usando para informar à Defesa Civil, que leva em conta a temperatura, a umidade, a seca e o vento”, diz o coordenador de operações do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi.

“São muitos dias consecutivos de seca, sem chuva, por isso esta época do ano é particularmente crítica, temperatura acima de 30ºC, umidade abaixo dos 30% e ventos acima de 30km/h”, acrescenta ele.

Conforme Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, a frente fria que passou pelo Centro-Sul do País ao fim da semana passada colabora para carregar a fumaça por tantos quilômetros. “O ar das queimadas é quente e, por isso, mais leve. Já o ar da frente fria é mais denso, pesado. A frente fria ajuda a compactar a fumaça, a impedindo de se dissipar e a arrastando para outros Estados”, diz.

Segundo os especialistas, são possíveis episódios similares, de fumaça e fuligem no céu mesmo em cidades e Estados que não enfrentam queimadas, até o começo do período de chuvas, no início da primavera, entre o fim de setembro e começo de outubro. Nos próximos dias, como a frente fria está chegando ao oceano, o risco diminui. “Se houver novas frentes frias até lá (fim da temporada seca), é bem provável acontecer de novo”, diz Borges.

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