Um dia depois do empresário Oscar Maroni, dono da boate Bahamas e do Oscar's Hotel, sair da prisão, os tapumes de seu hotel serviram de tela para cinco grupos de pichadores no início da madrugada desta quinta-feira, 4. O alvo das pichações: o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). O hotel fica ao lado da boate Bahamas, em Moema, na zona sul de São Paulo, teve os tapumes pichados com frases como "Kassab, 199 morreram e você prendeu o dono do Bahamas"; " Kassab, o povo quer emprego!" e "Kassab, você é o vagabundo." A boate e o hotel continuam lacrados pela Prefeitura. Maroni foi preso em 14 de agosto e responde a processo por favorecimento à prostituição, tráfico interno de mulheres, exploração de prostíbulo e formação de quadrilha. Embora o advogado José Thales Solon de Mello tenha orientado Maroni a evitar manifestações ruidosas que compliquem sua defesa, antes mesmo de deixar a detenção seu cliente já convocava uma entrevista coletiva para comentar sua prisão e explicar as estratégias para enfrentar o Ministério Público Estadual no processo. E escolheu como palco o próprio Bahamas, um dos pivôs da briga do empresário com Kassab e o MP. "Ele vai falar, mas nada de polêmica. Vai apenas comentar a decisão da Justiça", adiantou o advogado. "Não havia motivos para decretar sua prisão preventiva", avaliou, na quarta. Para o promotor José Carlos Blat, que abriu o inquérito contra Maroni, "a liberdade provisória não minimiza a gravidade da denúncia". "É um direito dele, conseguiu esse benefício judicialmente e se cometer alguma afronta à ordem pública, às testemunhas, à preservação das provas, o habeas-corpus pode ser cassado. Só depende do comportamento dele." (Colaborou Rodrigo Pereira, do Estadão.)
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