Linha 6-Laranja do Metrô: por que tatuzão vai ‘pular’ uma estação?


Descoberta de um sítio arqueológico durante escavações na região da Praça 14 Bis vem causando atraso nas obras

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Com pouco mais de 10% das obras concluídas, a Estação 14 Bis pode ser deixada para o final do cronograma do governo estadual para a Linha-6 Laranja, do metrô de São Paulo. A 14 Bis é uma das 15 estações previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na zona norte, à região central da capital.

Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que tem atrasado as obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com “máxima celeridade”.

Na segunda-feira, 30, durante visita ao Pátio Morro Grande, ponto de partida da linha que está com 67,6% das obras concluídas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiantou que o ‘tatuzão’, como é conhecida a tuneladora, pode passar direto pela 14 Bis.

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Obras do túnel da Linha 6-Laranja vão seguir o cronograma até a Estação 14 Bis, segundo a Linha Uni. Foto: Governo de SP/Divulgação

Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas.“ Hoje a viagem entre Brasilândia e o centro de São Paulo é de uma hora e meia. A gente vai conseguir fazer esse percurso em 23 minutos”, disse Tarcísio.

Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações, até o fim de 2026. Já o trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.

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A Concessionária Linha Uni informou que a tuneladora sul, chamada ‘Maria Leopoldina’, seguirá o cronograma previsto assim que chegar à Estação 14 Bis-Saracura. “Em relação à construção da estação, que abrange escavação e outras obras civis, a concessionária está em tratativas com o governo do Estado e acompanha as liberações do Iphan, órgão que fiscaliza as atividades de resgate arqueológico na área”, disse, em nota.

Imagens de drone das obras da Linha 6 Laranja na Estação São Joaquim do Metrô Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A companhia tem outro ‘tatuzão’ que opera na parte norte da linha. “Até o momento, todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas paralelamente ao trabalho de resgate arqueológico já foram concluídas”, afirmou a LinhaUni.

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Das 15 estações previstas no projeto, a que tem as obras mais avançadas é a Estação Santa Marina, com 66,7% dos trabalhos concluídos. Outras sete – Brasilândia, João Paulo I, Freguesia do Ó, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida - têm mais de 50% das obras realizadas.

Ainda não chegaram à metade das obras as estações Maristela, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, Faap-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

A 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. Em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889.

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O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.

O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, “tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico”.

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O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. “Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras”, disse, em nota.

O Iphan informa que vem tratando com prioridade o empreendimento, “com manifestações feitas com máxima celeridade” e mantém “diálogo constante com os demais órgãos públicos e as organizações da sociedade civil”.

Lembra ainda que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras e as normas de proteção do patrimônio, “que permitem a conservação e o estudo de bens arqueológicos referentes às memórias das populações que habitaram a região e contribuíram para a formação histórica do país”.

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Obras interrompidas

Desde que foi lançada, em 2008, a construção da Linha 16-Laranja sofreu várias interrupções, chegando a ficar parada por quase cinco anos. No final de 2020, o grupo espanhol Acciona comprou os direitos do consórcio Move São Paulo e retomou as obras. Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha abriu uma cratera e interditou um trecho da Marginal do Tietê, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes, atrasando a construção.

Imagens da retomada a operação do tatuzão em 2022, seis meses após uma área da obra ter sido inundado por esgoto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em março deste ano, um documento público emitido pela concessionária comunicou ao governo um atraso de 1.096 dias (cerca de três anos) em relação ao cronograma inicial, que previa a conclusão da Linha-6 em 2025. A empresa alegou “riscos geotecnológicos não previstos inicialmente”. Na época, o governo estadual negociou com a concessionária uma aceleração nos serviços com reforço nas equipes para cumprir o cronograma.

A nova Linha 6-Laranja é também conhecida como ‘Linha das Universidades”, por passar próximo a diversas instituições de ensino, como Centro Universitário São Camilo, PUC-SP, FMU, Faap, Mackenzie, Unip e Uninove.

A linha pode ser ampliada com a construção das estações Velha Campinas e Morro Grande, no sentido noroeste, a partir da futura estação Brasilândia, mas a proposta ainda está em estudos. A partir de São Joaquim, sentido região leste, são propostas as estações Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos.

Evolução das obras das estações*:

  • Brasilândia: 61,60%
  • Maristela: 89,02%
  • Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 48,13%
  • João Paulo I: 56,27%
  • Freguesia do Ó: 50,60%
  • Santa Marina: 66,73%
  • Água Branca: 64,85%
  • Sesc-Pompeia: 52,91%
  • Perdizes: 64,88%
  • PUC-Cardoso de Almeida: 54,15%
  • Faap-Pacaembu: 43,16%
  • Higienópolis-Mackenzie: 44,07%
  • 14 Bis-Saracura: 10,13%
  • Bela Vista: 49,68%
  • São Joaquim: 40,20%

*Dados disponibilizados no site da Linha Uni

Com pouco mais de 10% das obras concluídas, a Estação 14 Bis pode ser deixada para o final do cronograma do governo estadual para a Linha-6 Laranja, do metrô de São Paulo. A 14 Bis é uma das 15 estações previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na zona norte, à região central da capital.

Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que tem atrasado as obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com “máxima celeridade”.

Na segunda-feira, 30, durante visita ao Pátio Morro Grande, ponto de partida da linha que está com 67,6% das obras concluídas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiantou que o ‘tatuzão’, como é conhecida a tuneladora, pode passar direto pela 14 Bis.

Obras do túnel da Linha 6-Laranja vão seguir o cronograma até a Estação 14 Bis, segundo a Linha Uni. Foto: Governo de SP/Divulgação

Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas.“ Hoje a viagem entre Brasilândia e o centro de São Paulo é de uma hora e meia. A gente vai conseguir fazer esse percurso em 23 minutos”, disse Tarcísio.

Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações, até o fim de 2026. Já o trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.

A Concessionária Linha Uni informou que a tuneladora sul, chamada ‘Maria Leopoldina’, seguirá o cronograma previsto assim que chegar à Estação 14 Bis-Saracura. “Em relação à construção da estação, que abrange escavação e outras obras civis, a concessionária está em tratativas com o governo do Estado e acompanha as liberações do Iphan, órgão que fiscaliza as atividades de resgate arqueológico na área”, disse, em nota.

Imagens de drone das obras da Linha 6 Laranja na Estação São Joaquim do Metrô Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A companhia tem outro ‘tatuzão’ que opera na parte norte da linha. “Até o momento, todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas paralelamente ao trabalho de resgate arqueológico já foram concluídas”, afirmou a LinhaUni.

Das 15 estações previstas no projeto, a que tem as obras mais avançadas é a Estação Santa Marina, com 66,7% dos trabalhos concluídos. Outras sete – Brasilândia, João Paulo I, Freguesia do Ó, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida - têm mais de 50% das obras realizadas.

Ainda não chegaram à metade das obras as estações Maristela, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, Faap-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

A 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. Em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889.

O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.

O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, “tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico”.

O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. “Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras”, disse, em nota.

O Iphan informa que vem tratando com prioridade o empreendimento, “com manifestações feitas com máxima celeridade” e mantém “diálogo constante com os demais órgãos públicos e as organizações da sociedade civil”.

Lembra ainda que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras e as normas de proteção do patrimônio, “que permitem a conservação e o estudo de bens arqueológicos referentes às memórias das populações que habitaram a região e contribuíram para a formação histórica do país”.

Obras interrompidas

Desde que foi lançada, em 2008, a construção da Linha 16-Laranja sofreu várias interrupções, chegando a ficar parada por quase cinco anos. No final de 2020, o grupo espanhol Acciona comprou os direitos do consórcio Move São Paulo e retomou as obras. Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha abriu uma cratera e interditou um trecho da Marginal do Tietê, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes, atrasando a construção.

Imagens da retomada a operação do tatuzão em 2022, seis meses após uma área da obra ter sido inundado por esgoto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em março deste ano, um documento público emitido pela concessionária comunicou ao governo um atraso de 1.096 dias (cerca de três anos) em relação ao cronograma inicial, que previa a conclusão da Linha-6 em 2025. A empresa alegou “riscos geotecnológicos não previstos inicialmente”. Na época, o governo estadual negociou com a concessionária uma aceleração nos serviços com reforço nas equipes para cumprir o cronograma.

A nova Linha 6-Laranja é também conhecida como ‘Linha das Universidades”, por passar próximo a diversas instituições de ensino, como Centro Universitário São Camilo, PUC-SP, FMU, Faap, Mackenzie, Unip e Uninove.

A linha pode ser ampliada com a construção das estações Velha Campinas e Morro Grande, no sentido noroeste, a partir da futura estação Brasilândia, mas a proposta ainda está em estudos. A partir de São Joaquim, sentido região leste, são propostas as estações Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos.

Evolução das obras das estações*:

  • Brasilândia: 61,60%
  • Maristela: 89,02%
  • Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 48,13%
  • João Paulo I: 56,27%
  • Freguesia do Ó: 50,60%
  • Santa Marina: 66,73%
  • Água Branca: 64,85%
  • Sesc-Pompeia: 52,91%
  • Perdizes: 64,88%
  • PUC-Cardoso de Almeida: 54,15%
  • Faap-Pacaembu: 43,16%
  • Higienópolis-Mackenzie: 44,07%
  • 14 Bis-Saracura: 10,13%
  • Bela Vista: 49,68%
  • São Joaquim: 40,20%

*Dados disponibilizados no site da Linha Uni

Com pouco mais de 10% das obras concluídas, a Estação 14 Bis pode ser deixada para o final do cronograma do governo estadual para a Linha-6 Laranja, do metrô de São Paulo. A 14 Bis é uma das 15 estações previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na zona norte, à região central da capital.

Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que tem atrasado as obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com “máxima celeridade”.

Na segunda-feira, 30, durante visita ao Pátio Morro Grande, ponto de partida da linha que está com 67,6% das obras concluídas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiantou que o ‘tatuzão’, como é conhecida a tuneladora, pode passar direto pela 14 Bis.

Obras do túnel da Linha 6-Laranja vão seguir o cronograma até a Estação 14 Bis, segundo a Linha Uni. Foto: Governo de SP/Divulgação

Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas.“ Hoje a viagem entre Brasilândia e o centro de São Paulo é de uma hora e meia. A gente vai conseguir fazer esse percurso em 23 minutos”, disse Tarcísio.

Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações, até o fim de 2026. Já o trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.

A Concessionária Linha Uni informou que a tuneladora sul, chamada ‘Maria Leopoldina’, seguirá o cronograma previsto assim que chegar à Estação 14 Bis-Saracura. “Em relação à construção da estação, que abrange escavação e outras obras civis, a concessionária está em tratativas com o governo do Estado e acompanha as liberações do Iphan, órgão que fiscaliza as atividades de resgate arqueológico na área”, disse, em nota.

Imagens de drone das obras da Linha 6 Laranja na Estação São Joaquim do Metrô Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A companhia tem outro ‘tatuzão’ que opera na parte norte da linha. “Até o momento, todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas paralelamente ao trabalho de resgate arqueológico já foram concluídas”, afirmou a LinhaUni.

Das 15 estações previstas no projeto, a que tem as obras mais avançadas é a Estação Santa Marina, com 66,7% dos trabalhos concluídos. Outras sete – Brasilândia, João Paulo I, Freguesia do Ó, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida - têm mais de 50% das obras realizadas.

Ainda não chegaram à metade das obras as estações Maristela, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, Faap-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

A 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. Em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889.

O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.

O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, “tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico”.

O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. “Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras”, disse, em nota.

O Iphan informa que vem tratando com prioridade o empreendimento, “com manifestações feitas com máxima celeridade” e mantém “diálogo constante com os demais órgãos públicos e as organizações da sociedade civil”.

Lembra ainda que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras e as normas de proteção do patrimônio, “que permitem a conservação e o estudo de bens arqueológicos referentes às memórias das populações que habitaram a região e contribuíram para a formação histórica do país”.

Obras interrompidas

Desde que foi lançada, em 2008, a construção da Linha 16-Laranja sofreu várias interrupções, chegando a ficar parada por quase cinco anos. No final de 2020, o grupo espanhol Acciona comprou os direitos do consórcio Move São Paulo e retomou as obras. Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha abriu uma cratera e interditou um trecho da Marginal do Tietê, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes, atrasando a construção.

Imagens da retomada a operação do tatuzão em 2022, seis meses após uma área da obra ter sido inundado por esgoto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em março deste ano, um documento público emitido pela concessionária comunicou ao governo um atraso de 1.096 dias (cerca de três anos) em relação ao cronograma inicial, que previa a conclusão da Linha-6 em 2025. A empresa alegou “riscos geotecnológicos não previstos inicialmente”. Na época, o governo estadual negociou com a concessionária uma aceleração nos serviços com reforço nas equipes para cumprir o cronograma.

A nova Linha 6-Laranja é também conhecida como ‘Linha das Universidades”, por passar próximo a diversas instituições de ensino, como Centro Universitário São Camilo, PUC-SP, FMU, Faap, Mackenzie, Unip e Uninove.

A linha pode ser ampliada com a construção das estações Velha Campinas e Morro Grande, no sentido noroeste, a partir da futura estação Brasilândia, mas a proposta ainda está em estudos. A partir de São Joaquim, sentido região leste, são propostas as estações Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos.

Evolução das obras das estações*:

  • Brasilândia: 61,60%
  • Maristela: 89,02%
  • Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 48,13%
  • João Paulo I: 56,27%
  • Freguesia do Ó: 50,60%
  • Santa Marina: 66,73%
  • Água Branca: 64,85%
  • Sesc-Pompeia: 52,91%
  • Perdizes: 64,88%
  • PUC-Cardoso de Almeida: 54,15%
  • Faap-Pacaembu: 43,16%
  • Higienópolis-Mackenzie: 44,07%
  • 14 Bis-Saracura: 10,13%
  • Bela Vista: 49,68%
  • São Joaquim: 40,20%

*Dados disponibilizados no site da Linha Uni

Com pouco mais de 10% das obras concluídas, a Estação 14 Bis pode ser deixada para o final do cronograma do governo estadual para a Linha-6 Laranja, do metrô de São Paulo. A 14 Bis é uma das 15 estações previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na zona norte, à região central da capital.

Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que tem atrasado as obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com “máxima celeridade”.

Na segunda-feira, 30, durante visita ao Pátio Morro Grande, ponto de partida da linha que está com 67,6% das obras concluídas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiantou que o ‘tatuzão’, como é conhecida a tuneladora, pode passar direto pela 14 Bis.

Obras do túnel da Linha 6-Laranja vão seguir o cronograma até a Estação 14 Bis, segundo a Linha Uni. Foto: Governo de SP/Divulgação

Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas.“ Hoje a viagem entre Brasilândia e o centro de São Paulo é de uma hora e meia. A gente vai conseguir fazer esse percurso em 23 minutos”, disse Tarcísio.

Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações, até o fim de 2026. Já o trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.

A Concessionária Linha Uni informou que a tuneladora sul, chamada ‘Maria Leopoldina’, seguirá o cronograma previsto assim que chegar à Estação 14 Bis-Saracura. “Em relação à construção da estação, que abrange escavação e outras obras civis, a concessionária está em tratativas com o governo do Estado e acompanha as liberações do Iphan, órgão que fiscaliza as atividades de resgate arqueológico na área”, disse, em nota.

Imagens de drone das obras da Linha 6 Laranja na Estação São Joaquim do Metrô Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A companhia tem outro ‘tatuzão’ que opera na parte norte da linha. “Até o momento, todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas paralelamente ao trabalho de resgate arqueológico já foram concluídas”, afirmou a LinhaUni.

Das 15 estações previstas no projeto, a que tem as obras mais avançadas é a Estação Santa Marina, com 66,7% dos trabalhos concluídos. Outras sete – Brasilândia, João Paulo I, Freguesia do Ó, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida - têm mais de 50% das obras realizadas.

Ainda não chegaram à metade das obras as estações Maristela, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, Faap-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

A 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. Em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889.

O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.

O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, “tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico”.

O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. “Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras”, disse, em nota.

O Iphan informa que vem tratando com prioridade o empreendimento, “com manifestações feitas com máxima celeridade” e mantém “diálogo constante com os demais órgãos públicos e as organizações da sociedade civil”.

Lembra ainda que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras e as normas de proteção do patrimônio, “que permitem a conservação e o estudo de bens arqueológicos referentes às memórias das populações que habitaram a região e contribuíram para a formação histórica do país”.

Obras interrompidas

Desde que foi lançada, em 2008, a construção da Linha 16-Laranja sofreu várias interrupções, chegando a ficar parada por quase cinco anos. No final de 2020, o grupo espanhol Acciona comprou os direitos do consórcio Move São Paulo e retomou as obras. Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha abriu uma cratera e interditou um trecho da Marginal do Tietê, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes, atrasando a construção.

Imagens da retomada a operação do tatuzão em 2022, seis meses após uma área da obra ter sido inundado por esgoto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em março deste ano, um documento público emitido pela concessionária comunicou ao governo um atraso de 1.096 dias (cerca de três anos) em relação ao cronograma inicial, que previa a conclusão da Linha-6 em 2025. A empresa alegou “riscos geotecnológicos não previstos inicialmente”. Na época, o governo estadual negociou com a concessionária uma aceleração nos serviços com reforço nas equipes para cumprir o cronograma.

A nova Linha 6-Laranja é também conhecida como ‘Linha das Universidades”, por passar próximo a diversas instituições de ensino, como Centro Universitário São Camilo, PUC-SP, FMU, Faap, Mackenzie, Unip e Uninove.

A linha pode ser ampliada com a construção das estações Velha Campinas e Morro Grande, no sentido noroeste, a partir da futura estação Brasilândia, mas a proposta ainda está em estudos. A partir de São Joaquim, sentido região leste, são propostas as estações Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos.

Evolução das obras das estações*:

  • Brasilândia: 61,60%
  • Maristela: 89,02%
  • Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 48,13%
  • João Paulo I: 56,27%
  • Freguesia do Ó: 50,60%
  • Santa Marina: 66,73%
  • Água Branca: 64,85%
  • Sesc-Pompeia: 52,91%
  • Perdizes: 64,88%
  • PUC-Cardoso de Almeida: 54,15%
  • Faap-Pacaembu: 43,16%
  • Higienópolis-Mackenzie: 44,07%
  • 14 Bis-Saracura: 10,13%
  • Bela Vista: 49,68%
  • São Joaquim: 40,20%

*Dados disponibilizados no site da Linha Uni

Com pouco mais de 10% das obras concluídas, a Estação 14 Bis pode ser deixada para o final do cronograma do governo estadual para a Linha-6 Laranja, do metrô de São Paulo. A 14 Bis é uma das 15 estações previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na zona norte, à região central da capital.

Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que tem atrasado as obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com “máxima celeridade”.

Na segunda-feira, 30, durante visita ao Pátio Morro Grande, ponto de partida da linha que está com 67,6% das obras concluídas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiantou que o ‘tatuzão’, como é conhecida a tuneladora, pode passar direto pela 14 Bis.

Obras do túnel da Linha 6-Laranja vão seguir o cronograma até a Estação 14 Bis, segundo a Linha Uni. Foto: Governo de SP/Divulgação

Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas.“ Hoje a viagem entre Brasilândia e o centro de São Paulo é de uma hora e meia. A gente vai conseguir fazer esse percurso em 23 minutos”, disse Tarcísio.

Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações, até o fim de 2026. Já o trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.

A Concessionária Linha Uni informou que a tuneladora sul, chamada ‘Maria Leopoldina’, seguirá o cronograma previsto assim que chegar à Estação 14 Bis-Saracura. “Em relação à construção da estação, que abrange escavação e outras obras civis, a concessionária está em tratativas com o governo do Estado e acompanha as liberações do Iphan, órgão que fiscaliza as atividades de resgate arqueológico na área”, disse, em nota.

Imagens de drone das obras da Linha 6 Laranja na Estação São Joaquim do Metrô Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A companhia tem outro ‘tatuzão’ que opera na parte norte da linha. “Até o momento, todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas paralelamente ao trabalho de resgate arqueológico já foram concluídas”, afirmou a LinhaUni.

Das 15 estações previstas no projeto, a que tem as obras mais avançadas é a Estação Santa Marina, com 66,7% dos trabalhos concluídos. Outras sete – Brasilândia, João Paulo I, Freguesia do Ó, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida - têm mais de 50% das obras realizadas.

Ainda não chegaram à metade das obras as estações Maristela, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, Faap-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

A 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. Em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889.

O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.

O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, “tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico”.

O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. “Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras”, disse, em nota.

O Iphan informa que vem tratando com prioridade o empreendimento, “com manifestações feitas com máxima celeridade” e mantém “diálogo constante com os demais órgãos públicos e as organizações da sociedade civil”.

Lembra ainda que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras e as normas de proteção do patrimônio, “que permitem a conservação e o estudo de bens arqueológicos referentes às memórias das populações que habitaram a região e contribuíram para a formação histórica do país”.

Obras interrompidas

Desde que foi lançada, em 2008, a construção da Linha 16-Laranja sofreu várias interrupções, chegando a ficar parada por quase cinco anos. No final de 2020, o grupo espanhol Acciona comprou os direitos do consórcio Move São Paulo e retomou as obras. Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha abriu uma cratera e interditou um trecho da Marginal do Tietê, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes, atrasando a construção.

Imagens da retomada a operação do tatuzão em 2022, seis meses após uma área da obra ter sido inundado por esgoto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em março deste ano, um documento público emitido pela concessionária comunicou ao governo um atraso de 1.096 dias (cerca de três anos) em relação ao cronograma inicial, que previa a conclusão da Linha-6 em 2025. A empresa alegou “riscos geotecnológicos não previstos inicialmente”. Na época, o governo estadual negociou com a concessionária uma aceleração nos serviços com reforço nas equipes para cumprir o cronograma.

A nova Linha 6-Laranja é também conhecida como ‘Linha das Universidades”, por passar próximo a diversas instituições de ensino, como Centro Universitário São Camilo, PUC-SP, FMU, Faap, Mackenzie, Unip e Uninove.

A linha pode ser ampliada com a construção das estações Velha Campinas e Morro Grande, no sentido noroeste, a partir da futura estação Brasilândia, mas a proposta ainda está em estudos. A partir de São Joaquim, sentido região leste, são propostas as estações Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos.

Evolução das obras das estações*:

  • Brasilândia: 61,60%
  • Maristela: 89,02%
  • Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 48,13%
  • João Paulo I: 56,27%
  • Freguesia do Ó: 50,60%
  • Santa Marina: 66,73%
  • Água Branca: 64,85%
  • Sesc-Pompeia: 52,91%
  • Perdizes: 64,88%
  • PUC-Cardoso de Almeida: 54,15%
  • Faap-Pacaembu: 43,16%
  • Higienópolis-Mackenzie: 44,07%
  • 14 Bis-Saracura: 10,13%
  • Bela Vista: 49,68%
  • São Joaquim: 40,20%

*Dados disponibilizados no site da Linha Uni

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