A Prefeitura de São Paulo publicou nesta terça-feira, 4, edital para a contratação da empresa ou consórcio que fará o restauro da marquise do Parque do Ibirapuera, interditada há mais de quatro anos. A obra é orçada em até R$ 71,5 milhões, com entrega prevista em 18 meses após a ordem de serviço, isto é, com possível reinauguração no primeiro semestre de 2025.
Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), a marquise apresenta infiltrações, trincas, fissuras, descascamento da pintura, queda de revestimentos e outros problemas. Antes da interdição, era um dos espaços mais frequentados do parque, procurada especialmente por adeptos de esportes sobre rodas, como skate.
Ao todo, são cerca de 27 mil metros quadrados. A estrutura tem um histórico de mais de 15 anos de problemas, com fissuras, infiltrações e quedas de parte do revestimento do teto. Antes da interdição atual, chegou a ter o acesso isolado por três anos, com reabertura em 2012.
O resultado do edital será divulgado em 15 de agosto, com a seleção da oferta de menor valor. A empresa ou consórcio escolhido também deverá fazer uma revisão do levantamento de todas as “patologias”.
Batizada de Marquise José Ermírio de Moraes, a estrutura foi parcialmente interditada em fevereiro de 2019, após uma vistoria identificar “danos na impermeabilização, infiltrações, pontos de segregação do concreto e corrosão da armadura”. Em dezembro do ano seguinte, foi totalmente isolada do acesso público após uma decisão judicial.
Embora o parque esteja concedido à iniciativa privada, a obra será contratada e paga pela Prefeitura, após o entendimento de que os problemas são anteriores à concessão. O restauro está autorizado pelos órgãos de patrimônio, segundo a Prefeitura.
Datada de 1954, a marquise faz parte das edificações tombada do parque (nas esferas nacional, estadual e municipal) por ter sido projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer – embora tenha sofrido alterações posteriores e tenha sido até rejeitada pelo arquiteto anos depois, como noticiou o Estadão.
A obra inclui uma série de intervenções obrigatórias, como a demolição do sistema de impermeabilização sobre a laje e dos elementos deteriorados (como forro, pisos etc), a recuperação estrutural, a recuperação e adequação do sistema de captação de água da chuva, a realização de uma nova impermeabilização, dentre outras. O local deverá seguir isolado e fechado por todos os acessos.
Segundo o edital, as últimas obras na marquise foram realizadas no período entre 2010 e 2014, porém foram menos abrangentes em comparação com a que será feito. Em 2014 e 2017, por exemplo, o espaço voltou a ter problemas, com quedas de revestimento, o que levou ao acionamento da garantia.
Em 2017, o Ministério Público se envolveu no caso, voltando a acionar a garantia, a “a fim de sanar problemas de vício ocultos derivados da obra finalizada em 2014″, porém os procedimentos foram insuficientes para resolver todos os problemas.
Leia mais:
Plano Diretor de SP: como podem mudar os prédios e apartamentos com as novas regras?
Quanto tempo vai levar para o Plano Diretor transformar os bairros de São Paulo?
Plano Diretor de SP aprovado retoma projeto barrado na Justiça e dá verba de mobilidade para asfalto
Plano Diretor de SP: o que pensam especialistas, políticos e entidades?
Plano Diretor de SP: veja o que pode mudar em uma quadra do seu bairro com as novas regras