Metrô de SP parou? Linhas voltam a operar após protesto de metroviários; entenda


Companhia diz que paralisação é abusiva; sindicato afirma que protesto é resposta “contra punições”

Por Gabriela Forte, Gonçalo Junior e Caio Possati
Atualização:

Quatro linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no fim da manhã desta quinta-feira, 12, em uma manifestação do Sindicato dos Metroviários. A companhia classificou de abusiva a interrupção dos serviços. De acordo com o governo de São Paulo, as linhas estão retomando a operação no início da tarde desta quinta-feira.

As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, administradas pelo Metrô, foram paralisadas entre 10h18 e 13h45. Os ônibus da operação Paese entraram em circulação para minimizar os transtornos aos passageiros no feriado. Confira aqui a situação atualizada das linhas.

Por volta das 15h, a estação Santana, da Linha 1-Azul, na zona norte, operava normalmente. Segundo um funcionário do metrô, que pediu para não ser identificado, a estação voltou a funcionar normalmente por volta das 13h40. Segundo ele, cartazes chegaram a ser colados para informar o público sobre a paralisação da categoria, mas o material foi retirado depois que a operação se normalizou.

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Na estação Sé (linha 3-Vermelha) o funcionamento do metrô também estava normalizado entre 15h30 e 16h. Uma das entradas para a estação (próximo à catedral) estava fechada. Mas, segundo os funcionários, os portões estavam bloqueados em razão do feriado, e não por conta da paralisação.

Nesse período, o tempo médio entre os trens que fazem o circuito da linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda - Corinthians-Itaquera) foi de 5 minutos; e no trecho da linha 1-Azul (Tucuruvi - Jabaquara) foi de 6 minutos.

Segundo nota publicada em rede social do sindicato, a interrupção nos serviços é um protesto contra uma série de advertências “após cinco trabalhadores que não fazem parte da classe dos operadores de trem se recusarem a receberem treinamento para acumular funções em suas jornadas”. A nota ainda diz que as punições são ”uma clara retaliação à greve realizada no último dia 3″ .

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Estação fechada durante greve no começo de outubro. Foto: Werther Santana/Estadão

Em resposta às manifestações do sindicato, o Metrô de São Paulo afirmou que a ação é um protesto contra uma advertência por escrito dada pela empresa a cinco operadores de trem “em virtude da negativa reiterada destes cinco profissionais de desempenhar as suas atribuições”.

Segundo o Metrô, os trabalhadores se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimento que faz parte da rotina dos metroviários.

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“Vale ressaltar que a advertência não tem nada a ver com o objeto de greve recente, em 3/10, e que a advertência não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração. A advertência, por ora, cumpre apenas o seu papel de dar aos funcionários a oportunidade para que corrijam a conduta faltosa”, diz a nota.

O Metrô ainda afirma que estuda medidas legais que podem ser tomadas após a paralisação, “que prejudica a população sem aviso prévio”.

Sequência de paralisações e guerra política com Tarcísio

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No último dia 3, funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta para protestar contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No caso do sindicato dos trabalhadores do metrô, foi pelo menos a quarta ameaça desde março. Na primeira, os funcionários de três linhas (1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha) e do Monotrilho (15-Prata) cruzaram os braços, com reflexos de superlotação de trens e congestionamentos.

Houve até uma negociação com o Executivo para liberar as catracas, sob o argumento de diminuir os transtornos à população. Mas a tentativa terminou em desentendimento entre governo e sindicalistas após as ofensivas de Tarcísio na Justiça para encerrar a greve. O movimento foi encerrado após a categoria aceitar proposta de abono de R$ 2 mil (eles pediam R$ 7 mil) e a criação de Programa de Participação nos Resultados, a ser pago em 2024.

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Em junho, eles ameaçaram parar, mas aceitaram a proposta de contratar 115 agentes de segurança, que haviam sido aprovados em concurso de 2019, com resultado homologado em 2022. Já em agosto, outra ameaça foi cancelada após o Metrô adiar a licitação para terceirizar a manutenção do monotrilho.

No início do mês, os três sindicatos se mobilizaram contra as privatizações, que chamam de “entrega das empresas à iniciativa privada”. Foi uma paralisação de 24 horas. Os sindicalistas dizem que a população deve se pronunciar especificamente sobre os projetos e que o governo não responde às tentativas de diálogo dos funcionários. Junto de outras entidades, os metroviários organizam uma espécie de plebiscito. As urnas estão instaladas nas estações do sistema metroferroviário, escolas, sedes de movimentos sociais e igrejas, entre outros locais, até 5 de novembro.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. No caso da Sabesp, o percentual de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, uma das sugestões dos metroviários.

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Como a determinação de contingente mínimo não foi cumprida ao longo do dia de paralisação, a Justiça aumentou o valor das multas para R$ 1,5 milhão para cada sindicato.

Tarcísio diz que modelo ainda será discutido

No início do mês, o governador Tarcísio de Freitas reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo Tarcísio, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

O modelo de gestão privada não é inédito no Estado. Duas linhas do metrô já nasceram privatizadas — a 4-Amarela e a 5-Lilás. E estão sob concessão duas linhas da CPTM 8-Diamante e 9-Esmeralda. Também há duas linhas, ainda em obras, que terão gestão privada: a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do Aeroporto de Congonhas).

Com movimento ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, o Metrô tem amargado resultados financeiros negativos, como mostrou o Estadão. Segundo relatório interno, a companhia terminou 2022 com prejuízo de R$ 1,16 bilhão. O ano passado também teve menos passageiros transportados ante 2019. No ano anterior ao início da pandemia, foram pouco mais de 1 bilhão. Já em 2022, foram só 794 milhões de passageiros.

Quatro linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no fim da manhã desta quinta-feira, 12, em uma manifestação do Sindicato dos Metroviários. A companhia classificou de abusiva a interrupção dos serviços. De acordo com o governo de São Paulo, as linhas estão retomando a operação no início da tarde desta quinta-feira.

As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, administradas pelo Metrô, foram paralisadas entre 10h18 e 13h45. Os ônibus da operação Paese entraram em circulação para minimizar os transtornos aos passageiros no feriado. Confira aqui a situação atualizada das linhas.

Por volta das 15h, a estação Santana, da Linha 1-Azul, na zona norte, operava normalmente. Segundo um funcionário do metrô, que pediu para não ser identificado, a estação voltou a funcionar normalmente por volta das 13h40. Segundo ele, cartazes chegaram a ser colados para informar o público sobre a paralisação da categoria, mas o material foi retirado depois que a operação se normalizou.

Na estação Sé (linha 3-Vermelha) o funcionamento do metrô também estava normalizado entre 15h30 e 16h. Uma das entradas para a estação (próximo à catedral) estava fechada. Mas, segundo os funcionários, os portões estavam bloqueados em razão do feriado, e não por conta da paralisação.

Nesse período, o tempo médio entre os trens que fazem o circuito da linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda - Corinthians-Itaquera) foi de 5 minutos; e no trecho da linha 1-Azul (Tucuruvi - Jabaquara) foi de 6 minutos.

Segundo nota publicada em rede social do sindicato, a interrupção nos serviços é um protesto contra uma série de advertências “após cinco trabalhadores que não fazem parte da classe dos operadores de trem se recusarem a receberem treinamento para acumular funções em suas jornadas”. A nota ainda diz que as punições são ”uma clara retaliação à greve realizada no último dia 3″ .

Estação fechada durante greve no começo de outubro. Foto: Werther Santana/Estadão

Em resposta às manifestações do sindicato, o Metrô de São Paulo afirmou que a ação é um protesto contra uma advertência por escrito dada pela empresa a cinco operadores de trem “em virtude da negativa reiterada destes cinco profissionais de desempenhar as suas atribuições”.

Segundo o Metrô, os trabalhadores se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimento que faz parte da rotina dos metroviários.

“Vale ressaltar que a advertência não tem nada a ver com o objeto de greve recente, em 3/10, e que a advertência não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração. A advertência, por ora, cumpre apenas o seu papel de dar aos funcionários a oportunidade para que corrijam a conduta faltosa”, diz a nota.

O Metrô ainda afirma que estuda medidas legais que podem ser tomadas após a paralisação, “que prejudica a população sem aviso prévio”.

Sequência de paralisações e guerra política com Tarcísio

No último dia 3, funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta para protestar contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No caso do sindicato dos trabalhadores do metrô, foi pelo menos a quarta ameaça desde março. Na primeira, os funcionários de três linhas (1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha) e do Monotrilho (15-Prata) cruzaram os braços, com reflexos de superlotação de trens e congestionamentos.

Houve até uma negociação com o Executivo para liberar as catracas, sob o argumento de diminuir os transtornos à população. Mas a tentativa terminou em desentendimento entre governo e sindicalistas após as ofensivas de Tarcísio na Justiça para encerrar a greve. O movimento foi encerrado após a categoria aceitar proposta de abono de R$ 2 mil (eles pediam R$ 7 mil) e a criação de Programa de Participação nos Resultados, a ser pago em 2024.

Em junho, eles ameaçaram parar, mas aceitaram a proposta de contratar 115 agentes de segurança, que haviam sido aprovados em concurso de 2019, com resultado homologado em 2022. Já em agosto, outra ameaça foi cancelada após o Metrô adiar a licitação para terceirizar a manutenção do monotrilho.

No início do mês, os três sindicatos se mobilizaram contra as privatizações, que chamam de “entrega das empresas à iniciativa privada”. Foi uma paralisação de 24 horas. Os sindicalistas dizem que a população deve se pronunciar especificamente sobre os projetos e que o governo não responde às tentativas de diálogo dos funcionários. Junto de outras entidades, os metroviários organizam uma espécie de plebiscito. As urnas estão instaladas nas estações do sistema metroferroviário, escolas, sedes de movimentos sociais e igrejas, entre outros locais, até 5 de novembro.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. No caso da Sabesp, o percentual de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, uma das sugestões dos metroviários.

Como a determinação de contingente mínimo não foi cumprida ao longo do dia de paralisação, a Justiça aumentou o valor das multas para R$ 1,5 milhão para cada sindicato.

Tarcísio diz que modelo ainda será discutido

No início do mês, o governador Tarcísio de Freitas reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo Tarcísio, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

O modelo de gestão privada não é inédito no Estado. Duas linhas do metrô já nasceram privatizadas — a 4-Amarela e a 5-Lilás. E estão sob concessão duas linhas da CPTM 8-Diamante e 9-Esmeralda. Também há duas linhas, ainda em obras, que terão gestão privada: a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do Aeroporto de Congonhas).

Com movimento ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, o Metrô tem amargado resultados financeiros negativos, como mostrou o Estadão. Segundo relatório interno, a companhia terminou 2022 com prejuízo de R$ 1,16 bilhão. O ano passado também teve menos passageiros transportados ante 2019. No ano anterior ao início da pandemia, foram pouco mais de 1 bilhão. Já em 2022, foram só 794 milhões de passageiros.

Quatro linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no fim da manhã desta quinta-feira, 12, em uma manifestação do Sindicato dos Metroviários. A companhia classificou de abusiva a interrupção dos serviços. De acordo com o governo de São Paulo, as linhas estão retomando a operação no início da tarde desta quinta-feira.

As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, administradas pelo Metrô, foram paralisadas entre 10h18 e 13h45. Os ônibus da operação Paese entraram em circulação para minimizar os transtornos aos passageiros no feriado. Confira aqui a situação atualizada das linhas.

Por volta das 15h, a estação Santana, da Linha 1-Azul, na zona norte, operava normalmente. Segundo um funcionário do metrô, que pediu para não ser identificado, a estação voltou a funcionar normalmente por volta das 13h40. Segundo ele, cartazes chegaram a ser colados para informar o público sobre a paralisação da categoria, mas o material foi retirado depois que a operação se normalizou.

Na estação Sé (linha 3-Vermelha) o funcionamento do metrô também estava normalizado entre 15h30 e 16h. Uma das entradas para a estação (próximo à catedral) estava fechada. Mas, segundo os funcionários, os portões estavam bloqueados em razão do feriado, e não por conta da paralisação.

Nesse período, o tempo médio entre os trens que fazem o circuito da linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda - Corinthians-Itaquera) foi de 5 minutos; e no trecho da linha 1-Azul (Tucuruvi - Jabaquara) foi de 6 minutos.

Segundo nota publicada em rede social do sindicato, a interrupção nos serviços é um protesto contra uma série de advertências “após cinco trabalhadores que não fazem parte da classe dos operadores de trem se recusarem a receberem treinamento para acumular funções em suas jornadas”. A nota ainda diz que as punições são ”uma clara retaliação à greve realizada no último dia 3″ .

Estação fechada durante greve no começo de outubro. Foto: Werther Santana/Estadão

Em resposta às manifestações do sindicato, o Metrô de São Paulo afirmou que a ação é um protesto contra uma advertência por escrito dada pela empresa a cinco operadores de trem “em virtude da negativa reiterada destes cinco profissionais de desempenhar as suas atribuições”.

Segundo o Metrô, os trabalhadores se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimento que faz parte da rotina dos metroviários.

“Vale ressaltar que a advertência não tem nada a ver com o objeto de greve recente, em 3/10, e que a advertência não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração. A advertência, por ora, cumpre apenas o seu papel de dar aos funcionários a oportunidade para que corrijam a conduta faltosa”, diz a nota.

O Metrô ainda afirma que estuda medidas legais que podem ser tomadas após a paralisação, “que prejudica a população sem aviso prévio”.

Sequência de paralisações e guerra política com Tarcísio

No último dia 3, funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta para protestar contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No caso do sindicato dos trabalhadores do metrô, foi pelo menos a quarta ameaça desde março. Na primeira, os funcionários de três linhas (1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha) e do Monotrilho (15-Prata) cruzaram os braços, com reflexos de superlotação de trens e congestionamentos.

Houve até uma negociação com o Executivo para liberar as catracas, sob o argumento de diminuir os transtornos à população. Mas a tentativa terminou em desentendimento entre governo e sindicalistas após as ofensivas de Tarcísio na Justiça para encerrar a greve. O movimento foi encerrado após a categoria aceitar proposta de abono de R$ 2 mil (eles pediam R$ 7 mil) e a criação de Programa de Participação nos Resultados, a ser pago em 2024.

Em junho, eles ameaçaram parar, mas aceitaram a proposta de contratar 115 agentes de segurança, que haviam sido aprovados em concurso de 2019, com resultado homologado em 2022. Já em agosto, outra ameaça foi cancelada após o Metrô adiar a licitação para terceirizar a manutenção do monotrilho.

No início do mês, os três sindicatos se mobilizaram contra as privatizações, que chamam de “entrega das empresas à iniciativa privada”. Foi uma paralisação de 24 horas. Os sindicalistas dizem que a população deve se pronunciar especificamente sobre os projetos e que o governo não responde às tentativas de diálogo dos funcionários. Junto de outras entidades, os metroviários organizam uma espécie de plebiscito. As urnas estão instaladas nas estações do sistema metroferroviário, escolas, sedes de movimentos sociais e igrejas, entre outros locais, até 5 de novembro.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. No caso da Sabesp, o percentual de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, uma das sugestões dos metroviários.

Como a determinação de contingente mínimo não foi cumprida ao longo do dia de paralisação, a Justiça aumentou o valor das multas para R$ 1,5 milhão para cada sindicato.

Tarcísio diz que modelo ainda será discutido

No início do mês, o governador Tarcísio de Freitas reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo Tarcísio, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

O modelo de gestão privada não é inédito no Estado. Duas linhas do metrô já nasceram privatizadas — a 4-Amarela e a 5-Lilás. E estão sob concessão duas linhas da CPTM 8-Diamante e 9-Esmeralda. Também há duas linhas, ainda em obras, que terão gestão privada: a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do Aeroporto de Congonhas).

Com movimento ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, o Metrô tem amargado resultados financeiros negativos, como mostrou o Estadão. Segundo relatório interno, a companhia terminou 2022 com prejuízo de R$ 1,16 bilhão. O ano passado também teve menos passageiros transportados ante 2019. No ano anterior ao início da pandemia, foram pouco mais de 1 bilhão. Já em 2022, foram só 794 milhões de passageiros.

Quatro linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no fim da manhã desta quinta-feira, 12, em uma manifestação do Sindicato dos Metroviários. A companhia classificou de abusiva a interrupção dos serviços. De acordo com o governo de São Paulo, as linhas estão retomando a operação no início da tarde desta quinta-feira.

As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, administradas pelo Metrô, foram paralisadas entre 10h18 e 13h45. Os ônibus da operação Paese entraram em circulação para minimizar os transtornos aos passageiros no feriado. Confira aqui a situação atualizada das linhas.

Por volta das 15h, a estação Santana, da Linha 1-Azul, na zona norte, operava normalmente. Segundo um funcionário do metrô, que pediu para não ser identificado, a estação voltou a funcionar normalmente por volta das 13h40. Segundo ele, cartazes chegaram a ser colados para informar o público sobre a paralisação da categoria, mas o material foi retirado depois que a operação se normalizou.

Na estação Sé (linha 3-Vermelha) o funcionamento do metrô também estava normalizado entre 15h30 e 16h. Uma das entradas para a estação (próximo à catedral) estava fechada. Mas, segundo os funcionários, os portões estavam bloqueados em razão do feriado, e não por conta da paralisação.

Nesse período, o tempo médio entre os trens que fazem o circuito da linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda - Corinthians-Itaquera) foi de 5 minutos; e no trecho da linha 1-Azul (Tucuruvi - Jabaquara) foi de 6 minutos.

Segundo nota publicada em rede social do sindicato, a interrupção nos serviços é um protesto contra uma série de advertências “após cinco trabalhadores que não fazem parte da classe dos operadores de trem se recusarem a receberem treinamento para acumular funções em suas jornadas”. A nota ainda diz que as punições são ”uma clara retaliação à greve realizada no último dia 3″ .

Estação fechada durante greve no começo de outubro. Foto: Werther Santana/Estadão

Em resposta às manifestações do sindicato, o Metrô de São Paulo afirmou que a ação é um protesto contra uma advertência por escrito dada pela empresa a cinco operadores de trem “em virtude da negativa reiterada destes cinco profissionais de desempenhar as suas atribuições”.

Segundo o Metrô, os trabalhadores se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimento que faz parte da rotina dos metroviários.

“Vale ressaltar que a advertência não tem nada a ver com o objeto de greve recente, em 3/10, e que a advertência não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração. A advertência, por ora, cumpre apenas o seu papel de dar aos funcionários a oportunidade para que corrijam a conduta faltosa”, diz a nota.

O Metrô ainda afirma que estuda medidas legais que podem ser tomadas após a paralisação, “que prejudica a população sem aviso prévio”.

Sequência de paralisações e guerra política com Tarcísio

No último dia 3, funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta para protestar contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No caso do sindicato dos trabalhadores do metrô, foi pelo menos a quarta ameaça desde março. Na primeira, os funcionários de três linhas (1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha) e do Monotrilho (15-Prata) cruzaram os braços, com reflexos de superlotação de trens e congestionamentos.

Houve até uma negociação com o Executivo para liberar as catracas, sob o argumento de diminuir os transtornos à população. Mas a tentativa terminou em desentendimento entre governo e sindicalistas após as ofensivas de Tarcísio na Justiça para encerrar a greve. O movimento foi encerrado após a categoria aceitar proposta de abono de R$ 2 mil (eles pediam R$ 7 mil) e a criação de Programa de Participação nos Resultados, a ser pago em 2024.

Em junho, eles ameaçaram parar, mas aceitaram a proposta de contratar 115 agentes de segurança, que haviam sido aprovados em concurso de 2019, com resultado homologado em 2022. Já em agosto, outra ameaça foi cancelada após o Metrô adiar a licitação para terceirizar a manutenção do monotrilho.

No início do mês, os três sindicatos se mobilizaram contra as privatizações, que chamam de “entrega das empresas à iniciativa privada”. Foi uma paralisação de 24 horas. Os sindicalistas dizem que a população deve se pronunciar especificamente sobre os projetos e que o governo não responde às tentativas de diálogo dos funcionários. Junto de outras entidades, os metroviários organizam uma espécie de plebiscito. As urnas estão instaladas nas estações do sistema metroferroviário, escolas, sedes de movimentos sociais e igrejas, entre outros locais, até 5 de novembro.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. No caso da Sabesp, o percentual de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, uma das sugestões dos metroviários.

Como a determinação de contingente mínimo não foi cumprida ao longo do dia de paralisação, a Justiça aumentou o valor das multas para R$ 1,5 milhão para cada sindicato.

Tarcísio diz que modelo ainda será discutido

No início do mês, o governador Tarcísio de Freitas reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo Tarcísio, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

O modelo de gestão privada não é inédito no Estado. Duas linhas do metrô já nasceram privatizadas — a 4-Amarela e a 5-Lilás. E estão sob concessão duas linhas da CPTM 8-Diamante e 9-Esmeralda. Também há duas linhas, ainda em obras, que terão gestão privada: a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do Aeroporto de Congonhas).

Com movimento ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, o Metrô tem amargado resultados financeiros negativos, como mostrou o Estadão. Segundo relatório interno, a companhia terminou 2022 com prejuízo de R$ 1,16 bilhão. O ano passado também teve menos passageiros transportados ante 2019. No ano anterior ao início da pandemia, foram pouco mais de 1 bilhão. Já em 2022, foram só 794 milhões de passageiros.

Quatro linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no fim da manhã desta quinta-feira, 12, em uma manifestação do Sindicato dos Metroviários. A companhia classificou de abusiva a interrupção dos serviços. De acordo com o governo de São Paulo, as linhas estão retomando a operação no início da tarde desta quinta-feira.

As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, administradas pelo Metrô, foram paralisadas entre 10h18 e 13h45. Os ônibus da operação Paese entraram em circulação para minimizar os transtornos aos passageiros no feriado. Confira aqui a situação atualizada das linhas.

Por volta das 15h, a estação Santana, da Linha 1-Azul, na zona norte, operava normalmente. Segundo um funcionário do metrô, que pediu para não ser identificado, a estação voltou a funcionar normalmente por volta das 13h40. Segundo ele, cartazes chegaram a ser colados para informar o público sobre a paralisação da categoria, mas o material foi retirado depois que a operação se normalizou.

Na estação Sé (linha 3-Vermelha) o funcionamento do metrô também estava normalizado entre 15h30 e 16h. Uma das entradas para a estação (próximo à catedral) estava fechada. Mas, segundo os funcionários, os portões estavam bloqueados em razão do feriado, e não por conta da paralisação.

Nesse período, o tempo médio entre os trens que fazem o circuito da linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda - Corinthians-Itaquera) foi de 5 minutos; e no trecho da linha 1-Azul (Tucuruvi - Jabaquara) foi de 6 minutos.

Segundo nota publicada em rede social do sindicato, a interrupção nos serviços é um protesto contra uma série de advertências “após cinco trabalhadores que não fazem parte da classe dos operadores de trem se recusarem a receberem treinamento para acumular funções em suas jornadas”. A nota ainda diz que as punições são ”uma clara retaliação à greve realizada no último dia 3″ .

Estação fechada durante greve no começo de outubro. Foto: Werther Santana/Estadão

Em resposta às manifestações do sindicato, o Metrô de São Paulo afirmou que a ação é um protesto contra uma advertência por escrito dada pela empresa a cinco operadores de trem “em virtude da negativa reiterada destes cinco profissionais de desempenhar as suas atribuições”.

Segundo o Metrô, os trabalhadores se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimento que faz parte da rotina dos metroviários.

“Vale ressaltar que a advertência não tem nada a ver com o objeto de greve recente, em 3/10, e que a advertência não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração. A advertência, por ora, cumpre apenas o seu papel de dar aos funcionários a oportunidade para que corrijam a conduta faltosa”, diz a nota.

O Metrô ainda afirma que estuda medidas legais que podem ser tomadas após a paralisação, “que prejudica a população sem aviso prévio”.

Sequência de paralisações e guerra política com Tarcísio

No último dia 3, funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) agendaram greve conjunta para protestar contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No caso do sindicato dos trabalhadores do metrô, foi pelo menos a quarta ameaça desde março. Na primeira, os funcionários de três linhas (1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha) e do Monotrilho (15-Prata) cruzaram os braços, com reflexos de superlotação de trens e congestionamentos.

Houve até uma negociação com o Executivo para liberar as catracas, sob o argumento de diminuir os transtornos à população. Mas a tentativa terminou em desentendimento entre governo e sindicalistas após as ofensivas de Tarcísio na Justiça para encerrar a greve. O movimento foi encerrado após a categoria aceitar proposta de abono de R$ 2 mil (eles pediam R$ 7 mil) e a criação de Programa de Participação nos Resultados, a ser pago em 2024.

Em junho, eles ameaçaram parar, mas aceitaram a proposta de contratar 115 agentes de segurança, que haviam sido aprovados em concurso de 2019, com resultado homologado em 2022. Já em agosto, outra ameaça foi cancelada após o Metrô adiar a licitação para terceirizar a manutenção do monotrilho.

No início do mês, os três sindicatos se mobilizaram contra as privatizações, que chamam de “entrega das empresas à iniciativa privada”. Foi uma paralisação de 24 horas. Os sindicalistas dizem que a população deve se pronunciar especificamente sobre os projetos e que o governo não responde às tentativas de diálogo dos funcionários. Junto de outras entidades, os metroviários organizam uma espécie de plebiscito. As urnas estão instaladas nas estações do sistema metroferroviário, escolas, sedes de movimentos sociais e igrejas, entre outros locais, até 5 de novembro.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. No caso da Sabesp, o percentual de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, uma das sugestões dos metroviários.

Como a determinação de contingente mínimo não foi cumprida ao longo do dia de paralisação, a Justiça aumentou o valor das multas para R$ 1,5 milhão para cada sindicato.

Tarcísio diz que modelo ainda será discutido

No início do mês, o governador Tarcísio de Freitas reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo Tarcísio, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

O modelo de gestão privada não é inédito no Estado. Duas linhas do metrô já nasceram privatizadas — a 4-Amarela e a 5-Lilás. E estão sob concessão duas linhas da CPTM 8-Diamante e 9-Esmeralda. Também há duas linhas, ainda em obras, que terão gestão privada: a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do Aeroporto de Congonhas).

Com movimento ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, o Metrô tem amargado resultados financeiros negativos, como mostrou o Estadão. Segundo relatório interno, a companhia terminou 2022 com prejuízo de R$ 1,16 bilhão. O ano passado também teve menos passageiros transportados ante 2019. No ano anterior ao início da pandemia, foram pouco mais de 1 bilhão. Já em 2022, foram só 794 milhões de passageiros.

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