Mocidade Alegre é campeã do carnaval de São Paulo em 2024; confira a classificação geral


Escola de samba vencedora foi decidida após disputa no critério de desempate com a Dragões da Real; foram rebaixadas Independente Tricolor e Tom Maior

Por Ítalo Lo Re e Priscila Mengue
Atualização:

Vencedora em 2023, a Mocidade Alegre é novamente campeã do carnaval de São Paulo de 2024, somando 12 títulos e despontando como segunda maior vencedora do campeonato paulistano. A escola de samba desfilou com o samba-enredo “Brasiléia Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, repleto de referências às expedições que o intelectual e escritor fez pelo Brasil.

Mocidade Alegre levou o título com samba-enredo 'Brasiléia Desvairada, a busca de Mário de Andrade por um país' Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

O resultado foi decidido no desempate, com a Dragões da Real (em busca do título inédito) com os mesmos 270 pontos que a vencedora. O primeiro critério de desempate eram as notas descartadas, seguido de Harmonia.

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A Acadêmicos do Tatuapé ficou em terceiro lugar, seguida da Gaviões da Fiel (em quarto) e Mancha Verde (em quinto). O desfile das campeãs está marcado para o sábado, 17. Ligada a uma torcida do São Paulo, a Independente Tricolor foi rebaixada ao Grupo de Acesso 1, ao lado da Tom Maior.

Como em outros anos, a presidente da Mocidade, Solange Cruz Bichara, permaneceu com terços em mãos ao longo da leitura das notas, junto ao Mestre Sombra, no sambódromo do Anhembi. A escola do bairro do Limão, na zona norte paulistana, também foi campeã em 1971, 1972, 1973, 1980, 2004, 2007, 2009, 2012, 2013, 2014 e 2023. O desfile foi assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira.

“É uma emoção muito grande em um ano muito difícil e com um concurso muito acirrado, em que todas escolas foram muito bem e a gente não sabia quem iria ganhar”, disse Solange após a vitória. “A gente tem uma equipe fantástica”, continuou.

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Foliões comemoram bicampeonato da Mocidade na quadra da agremiação, na zona norte Foto: Felipe Rau/Estadão

A proposta do desfile da Mocidade Alegre, que se apresentou na “passarela do samba” na madrugada do último domingo, 11, foi “construir um novo País na avenida”, com base em registros de expedições feitas no século passado por Mário de Andrade.

Houve exaltação a elementos históricos, como o barroco mineiro e a dança do carimbó, além de referências diretas às obras consagradas do escritor, como um carro destinado a Macunaíma. “Bordei um país de felicidade / Na voz da minha Mocidade”, diz trecho do samba-enredo.

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Thelma Assis, vencedora da edição de 2020 do Big Brother Brasil, desfilou como uma das musas da agremiação. Já o ator Paschoal da Conceição abriu a apresentação de terno, cartola e gravata, representando o próprio Mário de Andrade. “Conseguiram fazer um desfile com uma riqueza… Esse é o samba. Foi muito forte, muito potente”, disse Paschoal ao Estadão após o desfile.

Ala das baianas da Mocidade Alegre fez referência a obras de pedra-sabão para homenagear Aleijadinho  Foto: Alex Silva/Estadão

A presidente Solange relembrou, nesta terça, que o título se dá exatos 20 anos após sua primeira conquista pela agremiação. “Ganhamos nos 450 anos de São Paulo e agora no aniversário de 470, é algo muito especial para a gente”, disse Solange. “Enredos culturais fazem toda a diferença hoje em dia, a gente precisa pôr um pouco mais disso no nosso carnaval.”

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Diretora de carnaval da escola, Victoria Catarine também exaltou a escolha pelo enredo. “Carnaval é para o povo, e quando a gente fala do povo, a gente tem que falar da cultura do povo”, disse. Já o Mestre Sombra destacou: “Mário de Andrade é um cidadão ‘barrafundense’, próximo de onde estamos. Parece que a energia dele pairou no ar. Mesmo já ganhando outras vezes, é uma sensação ímpar.”

Ao longo da apuração, Mocidade e Dragões da Real despontaram como as favoritas na avaliação dos quesitos, com o título decidido apenas na penúltima nota. Após a vitória, integrantes da vice-campeã foram parabenizar Solange e outros membros da escola campeã. A atitude foi elogiada pela presidente da Mocidade. “É algo muito importante para o nosso carnaval”, disse.

Mocidade Alegre chegou a 12º título do carnaval paulistano  Foto: Alex Silva/Estadão
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O Vai-Vai segue como maior vencedor do carnaval paulistano, com 15 campeonatos. Após o retorno do acesso, chamou a atenção neste ano com um desfile dedicado ao hip hop e marcado por críticas sociais. De volta à elite após anos no acesso e uma das maiores vencedoras do carnaval paulistano, a tradicional Camisa Verde e Branco conseguiu permanecer no Grupo Especial.

Pela primeira vez em 30 anos, a apuração não teve as notas anunciadas por Antônio Pereira da Silva, o Zulu. A voz do carnaval paulistano se aposentou e foi substituída pela locutora Eloise Matos, na estreia de uma mulher nessa função.

As escolas foram avaliadas em nove quesitos, com quatro jurados para cada. O primeiro a ser anunciado, a Evolução, já contou com diversas escolas com notas inferiores a 10, de modo que seis despontaram com pontuação máxima (Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tatuapé, Acadêmicos do Tucuruvi e Império de Casa Verde).

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Chamou a atenção que o envelope não trazia a nota de uma jurada para a Império de Casa Verde. Desse modo, foi aplicada uma norma prevista no regulamento, a partir da média das demais avaliações: como tinha recebido duas notas 10 e uma 9,9, ficou com uma quarta nota 10, com 30 pontos ao total (dado que a menor é descartada).

Mocidade Alegre celebrou Mário de Andrade no carnaval de 2024 Foto: Alex Silva/Estadão

A partir de Comissão de Frente, a disputa se afunilou e seguiram em primeiro lugar, com 60 pontos: Dragões, Mocidade e Tatuapé. As três continuaram dividindo a liderança no quesito seguinte, Fantasia, com 90 pontos.

A partir de Enredo, seguiu entre Dragões e Mocidade. Ambas seguiram com nota máxima na apuração parcial após a leitura das notas de Samba-Enredo, com 150 pontos, mediante o descarte das menores notas de cada quesito.

Na sequência, foi a vez de Bateria, na qual ambas seguiram no topo, com um total de 180 pontos. O próximo quesito foi Alegoria, igualmente com as duas escolas na ponta e com notas máximas (após os descartes), com 210 pontos.

O penúltimo quesito foi de Mestre Sala e Porta Bandeira, na qual ambas seguiram dividindo a liderança, com 240 pontos. Por fim, ocorreu a leitura das notas de Harmonia, quando as duas seguiram com a pontuação máxima, totalizando 270 pontos.

Neste ano, os jurados acompanharam os desfiles de cabines, não mais nas torres. Também ocorreram algumas alterações nas normas de avaliação das notas.

Celebração do título na quadra da Mocidade Alegre, na zona norte de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Confira classificação geral do Grupo Especial das escolas de samba do carnaval de SP 2024:

  1. Mocidade Alegre (270 pontos)
  2. Dragões da Real (270 pontos)
  3. Acadêmicos do Tatuapé (269,8 pontos)
  4. Gaviões da Fiel (269,6 pontos)
  5. Mancha Verde (269,6 pontos)
  6. Império de Casa Verde (269,6 pontos)
  7. Acadêmicos do Tucuruvi (269,4 pontos)
  8. Vai-Vai (269,4 pontos)
  9. Barroca Zona Sul (269,3 pontos)
  10. Águia de Ouro (269,1 pontos)
  11. Rosas de Ouro (269,1 pontos)
  12. Camisa Verde e Branco (269 pontos)
  13. Tom Maior (268,7 pontos)
  14. Independente Tricolor (268,7 pontos)

Vencedora em 2023, a Mocidade Alegre é novamente campeã do carnaval de São Paulo de 2024, somando 12 títulos e despontando como segunda maior vencedora do campeonato paulistano. A escola de samba desfilou com o samba-enredo “Brasiléia Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, repleto de referências às expedições que o intelectual e escritor fez pelo Brasil.

Mocidade Alegre levou o título com samba-enredo 'Brasiléia Desvairada, a busca de Mário de Andrade por um país' Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

O resultado foi decidido no desempate, com a Dragões da Real (em busca do título inédito) com os mesmos 270 pontos que a vencedora. O primeiro critério de desempate eram as notas descartadas, seguido de Harmonia.

A Acadêmicos do Tatuapé ficou em terceiro lugar, seguida da Gaviões da Fiel (em quarto) e Mancha Verde (em quinto). O desfile das campeãs está marcado para o sábado, 17. Ligada a uma torcida do São Paulo, a Independente Tricolor foi rebaixada ao Grupo de Acesso 1, ao lado da Tom Maior.

Como em outros anos, a presidente da Mocidade, Solange Cruz Bichara, permaneceu com terços em mãos ao longo da leitura das notas, junto ao Mestre Sombra, no sambódromo do Anhembi. A escola do bairro do Limão, na zona norte paulistana, também foi campeã em 1971, 1972, 1973, 1980, 2004, 2007, 2009, 2012, 2013, 2014 e 2023. O desfile foi assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira.

“É uma emoção muito grande em um ano muito difícil e com um concurso muito acirrado, em que todas escolas foram muito bem e a gente não sabia quem iria ganhar”, disse Solange após a vitória. “A gente tem uma equipe fantástica”, continuou.

Foliões comemoram bicampeonato da Mocidade na quadra da agremiação, na zona norte Foto: Felipe Rau/Estadão

A proposta do desfile da Mocidade Alegre, que se apresentou na “passarela do samba” na madrugada do último domingo, 11, foi “construir um novo País na avenida”, com base em registros de expedições feitas no século passado por Mário de Andrade.

Houve exaltação a elementos históricos, como o barroco mineiro e a dança do carimbó, além de referências diretas às obras consagradas do escritor, como um carro destinado a Macunaíma. “Bordei um país de felicidade / Na voz da minha Mocidade”, diz trecho do samba-enredo.

Thelma Assis, vencedora da edição de 2020 do Big Brother Brasil, desfilou como uma das musas da agremiação. Já o ator Paschoal da Conceição abriu a apresentação de terno, cartola e gravata, representando o próprio Mário de Andrade. “Conseguiram fazer um desfile com uma riqueza… Esse é o samba. Foi muito forte, muito potente”, disse Paschoal ao Estadão após o desfile.

Ala das baianas da Mocidade Alegre fez referência a obras de pedra-sabão para homenagear Aleijadinho  Foto: Alex Silva/Estadão

A presidente Solange relembrou, nesta terça, que o título se dá exatos 20 anos após sua primeira conquista pela agremiação. “Ganhamos nos 450 anos de São Paulo e agora no aniversário de 470, é algo muito especial para a gente”, disse Solange. “Enredos culturais fazem toda a diferença hoje em dia, a gente precisa pôr um pouco mais disso no nosso carnaval.”

Diretora de carnaval da escola, Victoria Catarine também exaltou a escolha pelo enredo. “Carnaval é para o povo, e quando a gente fala do povo, a gente tem que falar da cultura do povo”, disse. Já o Mestre Sombra destacou: “Mário de Andrade é um cidadão ‘barrafundense’, próximo de onde estamos. Parece que a energia dele pairou no ar. Mesmo já ganhando outras vezes, é uma sensação ímpar.”

Ao longo da apuração, Mocidade e Dragões da Real despontaram como as favoritas na avaliação dos quesitos, com o título decidido apenas na penúltima nota. Após a vitória, integrantes da vice-campeã foram parabenizar Solange e outros membros da escola campeã. A atitude foi elogiada pela presidente da Mocidade. “É algo muito importante para o nosso carnaval”, disse.

Mocidade Alegre chegou a 12º título do carnaval paulistano  Foto: Alex Silva/Estadão

O Vai-Vai segue como maior vencedor do carnaval paulistano, com 15 campeonatos. Após o retorno do acesso, chamou a atenção neste ano com um desfile dedicado ao hip hop e marcado por críticas sociais. De volta à elite após anos no acesso e uma das maiores vencedoras do carnaval paulistano, a tradicional Camisa Verde e Branco conseguiu permanecer no Grupo Especial.

Pela primeira vez em 30 anos, a apuração não teve as notas anunciadas por Antônio Pereira da Silva, o Zulu. A voz do carnaval paulistano se aposentou e foi substituída pela locutora Eloise Matos, na estreia de uma mulher nessa função.

As escolas foram avaliadas em nove quesitos, com quatro jurados para cada. O primeiro a ser anunciado, a Evolução, já contou com diversas escolas com notas inferiores a 10, de modo que seis despontaram com pontuação máxima (Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tatuapé, Acadêmicos do Tucuruvi e Império de Casa Verde).

Chamou a atenção que o envelope não trazia a nota de uma jurada para a Império de Casa Verde. Desse modo, foi aplicada uma norma prevista no regulamento, a partir da média das demais avaliações: como tinha recebido duas notas 10 e uma 9,9, ficou com uma quarta nota 10, com 30 pontos ao total (dado que a menor é descartada).

Mocidade Alegre celebrou Mário de Andrade no carnaval de 2024 Foto: Alex Silva/Estadão

A partir de Comissão de Frente, a disputa se afunilou e seguiram em primeiro lugar, com 60 pontos: Dragões, Mocidade e Tatuapé. As três continuaram dividindo a liderança no quesito seguinte, Fantasia, com 90 pontos.

A partir de Enredo, seguiu entre Dragões e Mocidade. Ambas seguiram com nota máxima na apuração parcial após a leitura das notas de Samba-Enredo, com 150 pontos, mediante o descarte das menores notas de cada quesito.

Na sequência, foi a vez de Bateria, na qual ambas seguiram no topo, com um total de 180 pontos. O próximo quesito foi Alegoria, igualmente com as duas escolas na ponta e com notas máximas (após os descartes), com 210 pontos.

O penúltimo quesito foi de Mestre Sala e Porta Bandeira, na qual ambas seguiram dividindo a liderança, com 240 pontos. Por fim, ocorreu a leitura das notas de Harmonia, quando as duas seguiram com a pontuação máxima, totalizando 270 pontos.

Neste ano, os jurados acompanharam os desfiles de cabines, não mais nas torres. Também ocorreram algumas alterações nas normas de avaliação das notas.

Celebração do título na quadra da Mocidade Alegre, na zona norte de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Confira classificação geral do Grupo Especial das escolas de samba do carnaval de SP 2024:

  1. Mocidade Alegre (270 pontos)
  2. Dragões da Real (270 pontos)
  3. Acadêmicos do Tatuapé (269,8 pontos)
  4. Gaviões da Fiel (269,6 pontos)
  5. Mancha Verde (269,6 pontos)
  6. Império de Casa Verde (269,6 pontos)
  7. Acadêmicos do Tucuruvi (269,4 pontos)
  8. Vai-Vai (269,4 pontos)
  9. Barroca Zona Sul (269,3 pontos)
  10. Águia de Ouro (269,1 pontos)
  11. Rosas de Ouro (269,1 pontos)
  12. Camisa Verde e Branco (269 pontos)
  13. Tom Maior (268,7 pontos)
  14. Independente Tricolor (268,7 pontos)

Vencedora em 2023, a Mocidade Alegre é novamente campeã do carnaval de São Paulo de 2024, somando 12 títulos e despontando como segunda maior vencedora do campeonato paulistano. A escola de samba desfilou com o samba-enredo “Brasiléia Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, repleto de referências às expedições que o intelectual e escritor fez pelo Brasil.

Mocidade Alegre levou o título com samba-enredo 'Brasiléia Desvairada, a busca de Mário de Andrade por um país' Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

O resultado foi decidido no desempate, com a Dragões da Real (em busca do título inédito) com os mesmos 270 pontos que a vencedora. O primeiro critério de desempate eram as notas descartadas, seguido de Harmonia.

A Acadêmicos do Tatuapé ficou em terceiro lugar, seguida da Gaviões da Fiel (em quarto) e Mancha Verde (em quinto). O desfile das campeãs está marcado para o sábado, 17. Ligada a uma torcida do São Paulo, a Independente Tricolor foi rebaixada ao Grupo de Acesso 1, ao lado da Tom Maior.

Como em outros anos, a presidente da Mocidade, Solange Cruz Bichara, permaneceu com terços em mãos ao longo da leitura das notas, junto ao Mestre Sombra, no sambódromo do Anhembi. A escola do bairro do Limão, na zona norte paulistana, também foi campeã em 1971, 1972, 1973, 1980, 2004, 2007, 2009, 2012, 2013, 2014 e 2023. O desfile foi assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira.

“É uma emoção muito grande em um ano muito difícil e com um concurso muito acirrado, em que todas escolas foram muito bem e a gente não sabia quem iria ganhar”, disse Solange após a vitória. “A gente tem uma equipe fantástica”, continuou.

Foliões comemoram bicampeonato da Mocidade na quadra da agremiação, na zona norte Foto: Felipe Rau/Estadão

A proposta do desfile da Mocidade Alegre, que se apresentou na “passarela do samba” na madrugada do último domingo, 11, foi “construir um novo País na avenida”, com base em registros de expedições feitas no século passado por Mário de Andrade.

Houve exaltação a elementos históricos, como o barroco mineiro e a dança do carimbó, além de referências diretas às obras consagradas do escritor, como um carro destinado a Macunaíma. “Bordei um país de felicidade / Na voz da minha Mocidade”, diz trecho do samba-enredo.

Thelma Assis, vencedora da edição de 2020 do Big Brother Brasil, desfilou como uma das musas da agremiação. Já o ator Paschoal da Conceição abriu a apresentação de terno, cartola e gravata, representando o próprio Mário de Andrade. “Conseguiram fazer um desfile com uma riqueza… Esse é o samba. Foi muito forte, muito potente”, disse Paschoal ao Estadão após o desfile.

Ala das baianas da Mocidade Alegre fez referência a obras de pedra-sabão para homenagear Aleijadinho  Foto: Alex Silva/Estadão

A presidente Solange relembrou, nesta terça, que o título se dá exatos 20 anos após sua primeira conquista pela agremiação. “Ganhamos nos 450 anos de São Paulo e agora no aniversário de 470, é algo muito especial para a gente”, disse Solange. “Enredos culturais fazem toda a diferença hoje em dia, a gente precisa pôr um pouco mais disso no nosso carnaval.”

Diretora de carnaval da escola, Victoria Catarine também exaltou a escolha pelo enredo. “Carnaval é para o povo, e quando a gente fala do povo, a gente tem que falar da cultura do povo”, disse. Já o Mestre Sombra destacou: “Mário de Andrade é um cidadão ‘barrafundense’, próximo de onde estamos. Parece que a energia dele pairou no ar. Mesmo já ganhando outras vezes, é uma sensação ímpar.”

Ao longo da apuração, Mocidade e Dragões da Real despontaram como as favoritas na avaliação dos quesitos, com o título decidido apenas na penúltima nota. Após a vitória, integrantes da vice-campeã foram parabenizar Solange e outros membros da escola campeã. A atitude foi elogiada pela presidente da Mocidade. “É algo muito importante para o nosso carnaval”, disse.

Mocidade Alegre chegou a 12º título do carnaval paulistano  Foto: Alex Silva/Estadão

O Vai-Vai segue como maior vencedor do carnaval paulistano, com 15 campeonatos. Após o retorno do acesso, chamou a atenção neste ano com um desfile dedicado ao hip hop e marcado por críticas sociais. De volta à elite após anos no acesso e uma das maiores vencedoras do carnaval paulistano, a tradicional Camisa Verde e Branco conseguiu permanecer no Grupo Especial.

Pela primeira vez em 30 anos, a apuração não teve as notas anunciadas por Antônio Pereira da Silva, o Zulu. A voz do carnaval paulistano se aposentou e foi substituída pela locutora Eloise Matos, na estreia de uma mulher nessa função.

As escolas foram avaliadas em nove quesitos, com quatro jurados para cada. O primeiro a ser anunciado, a Evolução, já contou com diversas escolas com notas inferiores a 10, de modo que seis despontaram com pontuação máxima (Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tatuapé, Acadêmicos do Tucuruvi e Império de Casa Verde).

Chamou a atenção que o envelope não trazia a nota de uma jurada para a Império de Casa Verde. Desse modo, foi aplicada uma norma prevista no regulamento, a partir da média das demais avaliações: como tinha recebido duas notas 10 e uma 9,9, ficou com uma quarta nota 10, com 30 pontos ao total (dado que a menor é descartada).

Mocidade Alegre celebrou Mário de Andrade no carnaval de 2024 Foto: Alex Silva/Estadão

A partir de Comissão de Frente, a disputa se afunilou e seguiram em primeiro lugar, com 60 pontos: Dragões, Mocidade e Tatuapé. As três continuaram dividindo a liderança no quesito seguinte, Fantasia, com 90 pontos.

A partir de Enredo, seguiu entre Dragões e Mocidade. Ambas seguiram com nota máxima na apuração parcial após a leitura das notas de Samba-Enredo, com 150 pontos, mediante o descarte das menores notas de cada quesito.

Na sequência, foi a vez de Bateria, na qual ambas seguiram no topo, com um total de 180 pontos. O próximo quesito foi Alegoria, igualmente com as duas escolas na ponta e com notas máximas (após os descartes), com 210 pontos.

O penúltimo quesito foi de Mestre Sala e Porta Bandeira, na qual ambas seguiram dividindo a liderança, com 240 pontos. Por fim, ocorreu a leitura das notas de Harmonia, quando as duas seguiram com a pontuação máxima, totalizando 270 pontos.

Neste ano, os jurados acompanharam os desfiles de cabines, não mais nas torres. Também ocorreram algumas alterações nas normas de avaliação das notas.

Celebração do título na quadra da Mocidade Alegre, na zona norte de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Confira classificação geral do Grupo Especial das escolas de samba do carnaval de SP 2024:

  1. Mocidade Alegre (270 pontos)
  2. Dragões da Real (270 pontos)
  3. Acadêmicos do Tatuapé (269,8 pontos)
  4. Gaviões da Fiel (269,6 pontos)
  5. Mancha Verde (269,6 pontos)
  6. Império de Casa Verde (269,6 pontos)
  7. Acadêmicos do Tucuruvi (269,4 pontos)
  8. Vai-Vai (269,4 pontos)
  9. Barroca Zona Sul (269,3 pontos)
  10. Águia de Ouro (269,1 pontos)
  11. Rosas de Ouro (269,1 pontos)
  12. Camisa Verde e Branco (269 pontos)
  13. Tom Maior (268,7 pontos)
  14. Independente Tricolor (268,7 pontos)

Vencedora em 2023, a Mocidade Alegre é novamente campeã do carnaval de São Paulo de 2024, somando 12 títulos e despontando como segunda maior vencedora do campeonato paulistano. A escola de samba desfilou com o samba-enredo “Brasiléia Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, repleto de referências às expedições que o intelectual e escritor fez pelo Brasil.

Mocidade Alegre levou o título com samba-enredo 'Brasiléia Desvairada, a busca de Mário de Andrade por um país' Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

O resultado foi decidido no desempate, com a Dragões da Real (em busca do título inédito) com os mesmos 270 pontos que a vencedora. O primeiro critério de desempate eram as notas descartadas, seguido de Harmonia.

A Acadêmicos do Tatuapé ficou em terceiro lugar, seguida da Gaviões da Fiel (em quarto) e Mancha Verde (em quinto). O desfile das campeãs está marcado para o sábado, 17. Ligada a uma torcida do São Paulo, a Independente Tricolor foi rebaixada ao Grupo de Acesso 1, ao lado da Tom Maior.

Como em outros anos, a presidente da Mocidade, Solange Cruz Bichara, permaneceu com terços em mãos ao longo da leitura das notas, junto ao Mestre Sombra, no sambódromo do Anhembi. A escola do bairro do Limão, na zona norte paulistana, também foi campeã em 1971, 1972, 1973, 1980, 2004, 2007, 2009, 2012, 2013, 2014 e 2023. O desfile foi assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira.

“É uma emoção muito grande em um ano muito difícil e com um concurso muito acirrado, em que todas escolas foram muito bem e a gente não sabia quem iria ganhar”, disse Solange após a vitória. “A gente tem uma equipe fantástica”, continuou.

Foliões comemoram bicampeonato da Mocidade na quadra da agremiação, na zona norte Foto: Felipe Rau/Estadão

A proposta do desfile da Mocidade Alegre, que se apresentou na “passarela do samba” na madrugada do último domingo, 11, foi “construir um novo País na avenida”, com base em registros de expedições feitas no século passado por Mário de Andrade.

Houve exaltação a elementos históricos, como o barroco mineiro e a dança do carimbó, além de referências diretas às obras consagradas do escritor, como um carro destinado a Macunaíma. “Bordei um país de felicidade / Na voz da minha Mocidade”, diz trecho do samba-enredo.

Thelma Assis, vencedora da edição de 2020 do Big Brother Brasil, desfilou como uma das musas da agremiação. Já o ator Paschoal da Conceição abriu a apresentação de terno, cartola e gravata, representando o próprio Mário de Andrade. “Conseguiram fazer um desfile com uma riqueza… Esse é o samba. Foi muito forte, muito potente”, disse Paschoal ao Estadão após o desfile.

Ala das baianas da Mocidade Alegre fez referência a obras de pedra-sabão para homenagear Aleijadinho  Foto: Alex Silva/Estadão

A presidente Solange relembrou, nesta terça, que o título se dá exatos 20 anos após sua primeira conquista pela agremiação. “Ganhamos nos 450 anos de São Paulo e agora no aniversário de 470, é algo muito especial para a gente”, disse Solange. “Enredos culturais fazem toda a diferença hoje em dia, a gente precisa pôr um pouco mais disso no nosso carnaval.”

Diretora de carnaval da escola, Victoria Catarine também exaltou a escolha pelo enredo. “Carnaval é para o povo, e quando a gente fala do povo, a gente tem que falar da cultura do povo”, disse. Já o Mestre Sombra destacou: “Mário de Andrade é um cidadão ‘barrafundense’, próximo de onde estamos. Parece que a energia dele pairou no ar. Mesmo já ganhando outras vezes, é uma sensação ímpar.”

Ao longo da apuração, Mocidade e Dragões da Real despontaram como as favoritas na avaliação dos quesitos, com o título decidido apenas na penúltima nota. Após a vitória, integrantes da vice-campeã foram parabenizar Solange e outros membros da escola campeã. A atitude foi elogiada pela presidente da Mocidade. “É algo muito importante para o nosso carnaval”, disse.

Mocidade Alegre chegou a 12º título do carnaval paulistano  Foto: Alex Silva/Estadão

O Vai-Vai segue como maior vencedor do carnaval paulistano, com 15 campeonatos. Após o retorno do acesso, chamou a atenção neste ano com um desfile dedicado ao hip hop e marcado por críticas sociais. De volta à elite após anos no acesso e uma das maiores vencedoras do carnaval paulistano, a tradicional Camisa Verde e Branco conseguiu permanecer no Grupo Especial.

Pela primeira vez em 30 anos, a apuração não teve as notas anunciadas por Antônio Pereira da Silva, o Zulu. A voz do carnaval paulistano se aposentou e foi substituída pela locutora Eloise Matos, na estreia de uma mulher nessa função.

As escolas foram avaliadas em nove quesitos, com quatro jurados para cada. O primeiro a ser anunciado, a Evolução, já contou com diversas escolas com notas inferiores a 10, de modo que seis despontaram com pontuação máxima (Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tatuapé, Acadêmicos do Tucuruvi e Império de Casa Verde).

Chamou a atenção que o envelope não trazia a nota de uma jurada para a Império de Casa Verde. Desse modo, foi aplicada uma norma prevista no regulamento, a partir da média das demais avaliações: como tinha recebido duas notas 10 e uma 9,9, ficou com uma quarta nota 10, com 30 pontos ao total (dado que a menor é descartada).

Mocidade Alegre celebrou Mário de Andrade no carnaval de 2024 Foto: Alex Silva/Estadão

A partir de Comissão de Frente, a disputa se afunilou e seguiram em primeiro lugar, com 60 pontos: Dragões, Mocidade e Tatuapé. As três continuaram dividindo a liderança no quesito seguinte, Fantasia, com 90 pontos.

A partir de Enredo, seguiu entre Dragões e Mocidade. Ambas seguiram com nota máxima na apuração parcial após a leitura das notas de Samba-Enredo, com 150 pontos, mediante o descarte das menores notas de cada quesito.

Na sequência, foi a vez de Bateria, na qual ambas seguiram no topo, com um total de 180 pontos. O próximo quesito foi Alegoria, igualmente com as duas escolas na ponta e com notas máximas (após os descartes), com 210 pontos.

O penúltimo quesito foi de Mestre Sala e Porta Bandeira, na qual ambas seguiram dividindo a liderança, com 240 pontos. Por fim, ocorreu a leitura das notas de Harmonia, quando as duas seguiram com a pontuação máxima, totalizando 270 pontos.

Neste ano, os jurados acompanharam os desfiles de cabines, não mais nas torres. Também ocorreram algumas alterações nas normas de avaliação das notas.

Celebração do título na quadra da Mocidade Alegre, na zona norte de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Confira classificação geral do Grupo Especial das escolas de samba do carnaval de SP 2024:

  1. Mocidade Alegre (270 pontos)
  2. Dragões da Real (270 pontos)
  3. Acadêmicos do Tatuapé (269,8 pontos)
  4. Gaviões da Fiel (269,6 pontos)
  5. Mancha Verde (269,6 pontos)
  6. Império de Casa Verde (269,6 pontos)
  7. Acadêmicos do Tucuruvi (269,4 pontos)
  8. Vai-Vai (269,4 pontos)
  9. Barroca Zona Sul (269,3 pontos)
  10. Águia de Ouro (269,1 pontos)
  11. Rosas de Ouro (269,1 pontos)
  12. Camisa Verde e Branco (269 pontos)
  13. Tom Maior (268,7 pontos)
  14. Independente Tricolor (268,7 pontos)

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