Moema, que teve morte na chuva, vê enchentes frequentes e prédios usam comportas para frear água


Idosa teve parada cardiorrespiratória dentro de carro durante o temporal; donos de imóveis da região relatam perdas de carro. ‘Foi o apocalipse’, diz um dos moradores

Por Ítalo Lo Re
Atualização:

Moema, bairro de classe média alta de São Paulo onde uma idosa morreu durante o temporal desta quarta-feira, 8, sofre com alagamentos frequentes e prédios usam comportas para frear a água da chuva. Moradores da Rua Gaivota, onde o carro da vítima ficou preso, e da Avenida Ibijaú relatam que as enxurradas são recorrentes por ali. Segundo eles, o problema piorou há pouco mais de 15 anos, quando a construção de prédios dificultou o escoamento de águas do Córrego Uberabinha.

Chuva alaga ruas no bairro de Moema, em São Paulo Foto: BRUNO RUAS

Quando há chuvas fortes, moradores chegam a ficar nas janelas para alertar quem não é da região. “Não vai, não passa de carro”, gritam para os motoristas. A vítima da chuva desta semana, Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, teve uma parada cardiorrespiratória após o automóvel ficar submerso. Segundo testemunhas, ela pedia socorro desesperada.

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“Hoje em dia todo mundo tem comportas ou as portarias (dos prédios) são pelo menos em um patamar mais alto, para tentar evitar que a água entre”, diz o corretor de imóveis Leandro Cimino, de 55 anos. Morador da Rua Ibijaú, ele tinha saído a trabalho quando a enchente começou. O nível da água chegou a quase dois metros de altura na rua, relata.

“Minha mulher estava em casa. Fiquei apavorado de não estar aqui para ajudar”, diz. Por ser uma residência de dois andares, Leandro conta que ela conseguiu se abrigar no patamar mais alto. Os prejuízos, ainda assim, foram enormes. “A geladeira mesmo, não teve o que fazer. Foi o apocalipse, igual ontem (quarta) nunca tinha visto.”

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Com consultório na região, o dentista Mauro Justino, de 61 anos, teve de sair às pressas do local onde atende. “Fechei tudo e achei que as comportas iam suportar, já que elas têm quase 2 metros, mas entrou muita água ainda assim”, diz. “O vidro da porta chegou a trincar, tamanha pressão.”

No consultório vizinho, o assistente administrativo Marcos Lima, de 34 anos, conta que a altura das comportas do local foi sendo aumentada ao longo dos últimos anos na tentativa de deixar o espaço mais protegido. “Dessa vez, isso até protegeu um pouco, mas a água entrou pelo vaso sanitário”, conta.

Dentista Mauro Justino diz que comportas não aguentaram Foto: Italo Lo Re/Estadao
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O Estadão percorreu o local na manhã desta quinta-feira, 9, e acompanhou dezenas de pessoas limpando casas e estabelecimentos. O barulho das bombas de água podia ser ouvido de todos os cantos. “A gente limpa mais uma vez, mas até quando? Tem um rio passando aqui embaixo, é preciso fazer alguma coisa”, cobra a arquiteta Marilene Gonzales, de 59 anos.

O funcionário de um prédio na região, que preferiu não se identificar, disse que a força da água foi tamanha que danificou uma comporta que impedia a entrada da água na garagem. Pelo menos 20 carros tiveram danos graves por conta disso, segundo ele. Na manhã desta quinta, era frequente a movimentação das seguradoras retirando automóveis de lá.

Conforme o funcionário, normalmente dá tempo de subir os carros do patamar mais baixo da garagem para evitar o que aconteceu. O prédio conta também com equipamentos de segurança, como bombas para escoar a água da garagem, justamente pela característica da região. Dessa vez, porém, a enxurrada foi mais intensa. “Se transformou num rio isso tudo aqui”, diz ele, que agora busca alternativas para reforçar ainda mais as comportas. Mesmo os elevadores do prédio foram danificados com a entrada da água, e ainda estão sem funcionar.

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Moradores relatam que soluções paliativas adotadas pelos prédios, como instalação de comportas e até de bombas de escoamento de água nas garagens, até funcionam em alguns casos, mas pedem soluções mais estruturais, por parte da Prefeitura, para evitar alagamentos entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. Segundo eles, a última enxurrada havia ocorrido há pouco tempo, no fim do ano passado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve na região no fim da tarde desta quinta e conversou com alguns moradores sobre o ocorrido. Em nota, a Prefeitura disse que a chuva 67,2 mm na região de Moema nesta quarta. “Equivale a 38% da média esperada o mês inteiro”, disse a pasta. “Equipes de zeladoria da Subprefeitura Vila Mariana estiveram hoje nos locais para dar prosseguimento aos serviços de limpeza e zeladoria iniciados ontem (quarta).”

A Prefeitura afirmou ainda que o Córrego Uberabinha está canalizado há pelo menos 50 anos, mas, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, a pasta publicou o Caderno de Drenagem referente a esse córrego. “É um estudo que mostra a atual situação da bacia hidrográfica e quais as ações podem ser tomadas pelo poder público para mitigar os pontos críticos”, disse, em nota. A pasta afirmou também estudar a implantação de um novo reservatório para contenção das águas do córrego. “A previsão é que, até o final de março, estejam definidos o local de construção bem como o orçamento, o que possibilitará o desenvolvimento do projeto.”

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Moema, bairro de classe média alta de São Paulo onde uma idosa morreu durante o temporal desta quarta-feira, 8, sofre com alagamentos frequentes e prédios usam comportas para frear a água da chuva. Moradores da Rua Gaivota, onde o carro da vítima ficou preso, e da Avenida Ibijaú relatam que as enxurradas são recorrentes por ali. Segundo eles, o problema piorou há pouco mais de 15 anos, quando a construção de prédios dificultou o escoamento de águas do Córrego Uberabinha.

Chuva alaga ruas no bairro de Moema, em São Paulo Foto: BRUNO RUAS

Quando há chuvas fortes, moradores chegam a ficar nas janelas para alertar quem não é da região. “Não vai, não passa de carro”, gritam para os motoristas. A vítima da chuva desta semana, Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, teve uma parada cardiorrespiratória após o automóvel ficar submerso. Segundo testemunhas, ela pedia socorro desesperada.

“Hoje em dia todo mundo tem comportas ou as portarias (dos prédios) são pelo menos em um patamar mais alto, para tentar evitar que a água entre”, diz o corretor de imóveis Leandro Cimino, de 55 anos. Morador da Rua Ibijaú, ele tinha saído a trabalho quando a enchente começou. O nível da água chegou a quase dois metros de altura na rua, relata.

“Minha mulher estava em casa. Fiquei apavorado de não estar aqui para ajudar”, diz. Por ser uma residência de dois andares, Leandro conta que ela conseguiu se abrigar no patamar mais alto. Os prejuízos, ainda assim, foram enormes. “A geladeira mesmo, não teve o que fazer. Foi o apocalipse, igual ontem (quarta) nunca tinha visto.”

Com consultório na região, o dentista Mauro Justino, de 61 anos, teve de sair às pressas do local onde atende. “Fechei tudo e achei que as comportas iam suportar, já que elas têm quase 2 metros, mas entrou muita água ainda assim”, diz. “O vidro da porta chegou a trincar, tamanha pressão.”

No consultório vizinho, o assistente administrativo Marcos Lima, de 34 anos, conta que a altura das comportas do local foi sendo aumentada ao longo dos últimos anos na tentativa de deixar o espaço mais protegido. “Dessa vez, isso até protegeu um pouco, mas a água entrou pelo vaso sanitário”, conta.

Dentista Mauro Justino diz que comportas não aguentaram Foto: Italo Lo Re/Estadao

O Estadão percorreu o local na manhã desta quinta-feira, 9, e acompanhou dezenas de pessoas limpando casas e estabelecimentos. O barulho das bombas de água podia ser ouvido de todos os cantos. “A gente limpa mais uma vez, mas até quando? Tem um rio passando aqui embaixo, é preciso fazer alguma coisa”, cobra a arquiteta Marilene Gonzales, de 59 anos.

O funcionário de um prédio na região, que preferiu não se identificar, disse que a força da água foi tamanha que danificou uma comporta que impedia a entrada da água na garagem. Pelo menos 20 carros tiveram danos graves por conta disso, segundo ele. Na manhã desta quinta, era frequente a movimentação das seguradoras retirando automóveis de lá.

Conforme o funcionário, normalmente dá tempo de subir os carros do patamar mais baixo da garagem para evitar o que aconteceu. O prédio conta também com equipamentos de segurança, como bombas para escoar a água da garagem, justamente pela característica da região. Dessa vez, porém, a enxurrada foi mais intensa. “Se transformou num rio isso tudo aqui”, diz ele, que agora busca alternativas para reforçar ainda mais as comportas. Mesmo os elevadores do prédio foram danificados com a entrada da água, e ainda estão sem funcionar.

Moradores relatam que soluções paliativas adotadas pelos prédios, como instalação de comportas e até de bombas de escoamento de água nas garagens, até funcionam em alguns casos, mas pedem soluções mais estruturais, por parte da Prefeitura, para evitar alagamentos entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. Segundo eles, a última enxurrada havia ocorrido há pouco tempo, no fim do ano passado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve na região no fim da tarde desta quinta e conversou com alguns moradores sobre o ocorrido. Em nota, a Prefeitura disse que a chuva 67,2 mm na região de Moema nesta quarta. “Equivale a 38% da média esperada o mês inteiro”, disse a pasta. “Equipes de zeladoria da Subprefeitura Vila Mariana estiveram hoje nos locais para dar prosseguimento aos serviços de limpeza e zeladoria iniciados ontem (quarta).”

A Prefeitura afirmou ainda que o Córrego Uberabinha está canalizado há pelo menos 50 anos, mas, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, a pasta publicou o Caderno de Drenagem referente a esse córrego. “É um estudo que mostra a atual situação da bacia hidrográfica e quais as ações podem ser tomadas pelo poder público para mitigar os pontos críticos”, disse, em nota. A pasta afirmou também estudar a implantação de um novo reservatório para contenção das águas do córrego. “A previsão é que, até o final de março, estejam definidos o local de construção bem como o orçamento, o que possibilitará o desenvolvimento do projeto.”

Moema, bairro de classe média alta de São Paulo onde uma idosa morreu durante o temporal desta quarta-feira, 8, sofre com alagamentos frequentes e prédios usam comportas para frear a água da chuva. Moradores da Rua Gaivota, onde o carro da vítima ficou preso, e da Avenida Ibijaú relatam que as enxurradas são recorrentes por ali. Segundo eles, o problema piorou há pouco mais de 15 anos, quando a construção de prédios dificultou o escoamento de águas do Córrego Uberabinha.

Chuva alaga ruas no bairro de Moema, em São Paulo Foto: BRUNO RUAS

Quando há chuvas fortes, moradores chegam a ficar nas janelas para alertar quem não é da região. “Não vai, não passa de carro”, gritam para os motoristas. A vítima da chuva desta semana, Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, teve uma parada cardiorrespiratória após o automóvel ficar submerso. Segundo testemunhas, ela pedia socorro desesperada.

“Hoje em dia todo mundo tem comportas ou as portarias (dos prédios) são pelo menos em um patamar mais alto, para tentar evitar que a água entre”, diz o corretor de imóveis Leandro Cimino, de 55 anos. Morador da Rua Ibijaú, ele tinha saído a trabalho quando a enchente começou. O nível da água chegou a quase dois metros de altura na rua, relata.

“Minha mulher estava em casa. Fiquei apavorado de não estar aqui para ajudar”, diz. Por ser uma residência de dois andares, Leandro conta que ela conseguiu se abrigar no patamar mais alto. Os prejuízos, ainda assim, foram enormes. “A geladeira mesmo, não teve o que fazer. Foi o apocalipse, igual ontem (quarta) nunca tinha visto.”

Com consultório na região, o dentista Mauro Justino, de 61 anos, teve de sair às pressas do local onde atende. “Fechei tudo e achei que as comportas iam suportar, já que elas têm quase 2 metros, mas entrou muita água ainda assim”, diz. “O vidro da porta chegou a trincar, tamanha pressão.”

No consultório vizinho, o assistente administrativo Marcos Lima, de 34 anos, conta que a altura das comportas do local foi sendo aumentada ao longo dos últimos anos na tentativa de deixar o espaço mais protegido. “Dessa vez, isso até protegeu um pouco, mas a água entrou pelo vaso sanitário”, conta.

Dentista Mauro Justino diz que comportas não aguentaram Foto: Italo Lo Re/Estadao

O Estadão percorreu o local na manhã desta quinta-feira, 9, e acompanhou dezenas de pessoas limpando casas e estabelecimentos. O barulho das bombas de água podia ser ouvido de todos os cantos. “A gente limpa mais uma vez, mas até quando? Tem um rio passando aqui embaixo, é preciso fazer alguma coisa”, cobra a arquiteta Marilene Gonzales, de 59 anos.

O funcionário de um prédio na região, que preferiu não se identificar, disse que a força da água foi tamanha que danificou uma comporta que impedia a entrada da água na garagem. Pelo menos 20 carros tiveram danos graves por conta disso, segundo ele. Na manhã desta quinta, era frequente a movimentação das seguradoras retirando automóveis de lá.

Conforme o funcionário, normalmente dá tempo de subir os carros do patamar mais baixo da garagem para evitar o que aconteceu. O prédio conta também com equipamentos de segurança, como bombas para escoar a água da garagem, justamente pela característica da região. Dessa vez, porém, a enxurrada foi mais intensa. “Se transformou num rio isso tudo aqui”, diz ele, que agora busca alternativas para reforçar ainda mais as comportas. Mesmo os elevadores do prédio foram danificados com a entrada da água, e ainda estão sem funcionar.

Moradores relatam que soluções paliativas adotadas pelos prédios, como instalação de comportas e até de bombas de escoamento de água nas garagens, até funcionam em alguns casos, mas pedem soluções mais estruturais, por parte da Prefeitura, para evitar alagamentos entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. Segundo eles, a última enxurrada havia ocorrido há pouco tempo, no fim do ano passado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve na região no fim da tarde desta quinta e conversou com alguns moradores sobre o ocorrido. Em nota, a Prefeitura disse que a chuva 67,2 mm na região de Moema nesta quarta. “Equivale a 38% da média esperada o mês inteiro”, disse a pasta. “Equipes de zeladoria da Subprefeitura Vila Mariana estiveram hoje nos locais para dar prosseguimento aos serviços de limpeza e zeladoria iniciados ontem (quarta).”

A Prefeitura afirmou ainda que o Córrego Uberabinha está canalizado há pelo menos 50 anos, mas, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, a pasta publicou o Caderno de Drenagem referente a esse córrego. “É um estudo que mostra a atual situação da bacia hidrográfica e quais as ações podem ser tomadas pelo poder público para mitigar os pontos críticos”, disse, em nota. A pasta afirmou também estudar a implantação de um novo reservatório para contenção das águas do córrego. “A previsão é que, até o final de março, estejam definidos o local de construção bem como o orçamento, o que possibilitará o desenvolvimento do projeto.”

Moema, bairro de classe média alta de São Paulo onde uma idosa morreu durante o temporal desta quarta-feira, 8, sofre com alagamentos frequentes e prédios usam comportas para frear a água da chuva. Moradores da Rua Gaivota, onde o carro da vítima ficou preso, e da Avenida Ibijaú relatam que as enxurradas são recorrentes por ali. Segundo eles, o problema piorou há pouco mais de 15 anos, quando a construção de prédios dificultou o escoamento de águas do Córrego Uberabinha.

Chuva alaga ruas no bairro de Moema, em São Paulo Foto: BRUNO RUAS

Quando há chuvas fortes, moradores chegam a ficar nas janelas para alertar quem não é da região. “Não vai, não passa de carro”, gritam para os motoristas. A vítima da chuva desta semana, Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, teve uma parada cardiorrespiratória após o automóvel ficar submerso. Segundo testemunhas, ela pedia socorro desesperada.

“Hoje em dia todo mundo tem comportas ou as portarias (dos prédios) são pelo menos em um patamar mais alto, para tentar evitar que a água entre”, diz o corretor de imóveis Leandro Cimino, de 55 anos. Morador da Rua Ibijaú, ele tinha saído a trabalho quando a enchente começou. O nível da água chegou a quase dois metros de altura na rua, relata.

“Minha mulher estava em casa. Fiquei apavorado de não estar aqui para ajudar”, diz. Por ser uma residência de dois andares, Leandro conta que ela conseguiu se abrigar no patamar mais alto. Os prejuízos, ainda assim, foram enormes. “A geladeira mesmo, não teve o que fazer. Foi o apocalipse, igual ontem (quarta) nunca tinha visto.”

Com consultório na região, o dentista Mauro Justino, de 61 anos, teve de sair às pressas do local onde atende. “Fechei tudo e achei que as comportas iam suportar, já que elas têm quase 2 metros, mas entrou muita água ainda assim”, diz. “O vidro da porta chegou a trincar, tamanha pressão.”

No consultório vizinho, o assistente administrativo Marcos Lima, de 34 anos, conta que a altura das comportas do local foi sendo aumentada ao longo dos últimos anos na tentativa de deixar o espaço mais protegido. “Dessa vez, isso até protegeu um pouco, mas a água entrou pelo vaso sanitário”, conta.

Dentista Mauro Justino diz que comportas não aguentaram Foto: Italo Lo Re/Estadao

O Estadão percorreu o local na manhã desta quinta-feira, 9, e acompanhou dezenas de pessoas limpando casas e estabelecimentos. O barulho das bombas de água podia ser ouvido de todos os cantos. “A gente limpa mais uma vez, mas até quando? Tem um rio passando aqui embaixo, é preciso fazer alguma coisa”, cobra a arquiteta Marilene Gonzales, de 59 anos.

O funcionário de um prédio na região, que preferiu não se identificar, disse que a força da água foi tamanha que danificou uma comporta que impedia a entrada da água na garagem. Pelo menos 20 carros tiveram danos graves por conta disso, segundo ele. Na manhã desta quinta, era frequente a movimentação das seguradoras retirando automóveis de lá.

Conforme o funcionário, normalmente dá tempo de subir os carros do patamar mais baixo da garagem para evitar o que aconteceu. O prédio conta também com equipamentos de segurança, como bombas para escoar a água da garagem, justamente pela característica da região. Dessa vez, porém, a enxurrada foi mais intensa. “Se transformou num rio isso tudo aqui”, diz ele, que agora busca alternativas para reforçar ainda mais as comportas. Mesmo os elevadores do prédio foram danificados com a entrada da água, e ainda estão sem funcionar.

Moradores relatam que soluções paliativas adotadas pelos prédios, como instalação de comportas e até de bombas de escoamento de água nas garagens, até funcionam em alguns casos, mas pedem soluções mais estruturais, por parte da Prefeitura, para evitar alagamentos entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. Segundo eles, a última enxurrada havia ocorrido há pouco tempo, no fim do ano passado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve na região no fim da tarde desta quinta e conversou com alguns moradores sobre o ocorrido. Em nota, a Prefeitura disse que a chuva 67,2 mm na região de Moema nesta quarta. “Equivale a 38% da média esperada o mês inteiro”, disse a pasta. “Equipes de zeladoria da Subprefeitura Vila Mariana estiveram hoje nos locais para dar prosseguimento aos serviços de limpeza e zeladoria iniciados ontem (quarta).”

A Prefeitura afirmou ainda que o Córrego Uberabinha está canalizado há pelo menos 50 anos, mas, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, a pasta publicou o Caderno de Drenagem referente a esse córrego. “É um estudo que mostra a atual situação da bacia hidrográfica e quais as ações podem ser tomadas pelo poder público para mitigar os pontos críticos”, disse, em nota. A pasta afirmou também estudar a implantação de um novo reservatório para contenção das águas do córrego. “A previsão é que, até o final de março, estejam definidos o local de construção bem como o orçamento, o que possibilitará o desenvolvimento do projeto.”

Moema, bairro de classe média alta de São Paulo onde uma idosa morreu durante o temporal desta quarta-feira, 8, sofre com alagamentos frequentes e prédios usam comportas para frear a água da chuva. Moradores da Rua Gaivota, onde o carro da vítima ficou preso, e da Avenida Ibijaú relatam que as enxurradas são recorrentes por ali. Segundo eles, o problema piorou há pouco mais de 15 anos, quando a construção de prédios dificultou o escoamento de águas do Córrego Uberabinha.

Chuva alaga ruas no bairro de Moema, em São Paulo Foto: BRUNO RUAS

Quando há chuvas fortes, moradores chegam a ficar nas janelas para alertar quem não é da região. “Não vai, não passa de carro”, gritam para os motoristas. A vítima da chuva desta semana, Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, teve uma parada cardiorrespiratória após o automóvel ficar submerso. Segundo testemunhas, ela pedia socorro desesperada.

“Hoje em dia todo mundo tem comportas ou as portarias (dos prédios) são pelo menos em um patamar mais alto, para tentar evitar que a água entre”, diz o corretor de imóveis Leandro Cimino, de 55 anos. Morador da Rua Ibijaú, ele tinha saído a trabalho quando a enchente começou. O nível da água chegou a quase dois metros de altura na rua, relata.

“Minha mulher estava em casa. Fiquei apavorado de não estar aqui para ajudar”, diz. Por ser uma residência de dois andares, Leandro conta que ela conseguiu se abrigar no patamar mais alto. Os prejuízos, ainda assim, foram enormes. “A geladeira mesmo, não teve o que fazer. Foi o apocalipse, igual ontem (quarta) nunca tinha visto.”

Com consultório na região, o dentista Mauro Justino, de 61 anos, teve de sair às pressas do local onde atende. “Fechei tudo e achei que as comportas iam suportar, já que elas têm quase 2 metros, mas entrou muita água ainda assim”, diz. “O vidro da porta chegou a trincar, tamanha pressão.”

No consultório vizinho, o assistente administrativo Marcos Lima, de 34 anos, conta que a altura das comportas do local foi sendo aumentada ao longo dos últimos anos na tentativa de deixar o espaço mais protegido. “Dessa vez, isso até protegeu um pouco, mas a água entrou pelo vaso sanitário”, conta.

Dentista Mauro Justino diz que comportas não aguentaram Foto: Italo Lo Re/Estadao

O Estadão percorreu o local na manhã desta quinta-feira, 9, e acompanhou dezenas de pessoas limpando casas e estabelecimentos. O barulho das bombas de água podia ser ouvido de todos os cantos. “A gente limpa mais uma vez, mas até quando? Tem um rio passando aqui embaixo, é preciso fazer alguma coisa”, cobra a arquiteta Marilene Gonzales, de 59 anos.

O funcionário de um prédio na região, que preferiu não se identificar, disse que a força da água foi tamanha que danificou uma comporta que impedia a entrada da água na garagem. Pelo menos 20 carros tiveram danos graves por conta disso, segundo ele. Na manhã desta quinta, era frequente a movimentação das seguradoras retirando automóveis de lá.

Conforme o funcionário, normalmente dá tempo de subir os carros do patamar mais baixo da garagem para evitar o que aconteceu. O prédio conta também com equipamentos de segurança, como bombas para escoar a água da garagem, justamente pela característica da região. Dessa vez, porém, a enxurrada foi mais intensa. “Se transformou num rio isso tudo aqui”, diz ele, que agora busca alternativas para reforçar ainda mais as comportas. Mesmo os elevadores do prédio foram danificados com a entrada da água, e ainda estão sem funcionar.

Moradores relatam que soluções paliativas adotadas pelos prédios, como instalação de comportas e até de bombas de escoamento de água nas garagens, até funcionam em alguns casos, mas pedem soluções mais estruturais, por parte da Prefeitura, para evitar alagamentos entre a Rua Gaivota e a Avenida Ibijaú. Segundo eles, a última enxurrada havia ocorrido há pouco tempo, no fim do ano passado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve na região no fim da tarde desta quinta e conversou com alguns moradores sobre o ocorrido. Em nota, a Prefeitura disse que a chuva 67,2 mm na região de Moema nesta quarta. “Equivale a 38% da média esperada o mês inteiro”, disse a pasta. “Equipes de zeladoria da Subprefeitura Vila Mariana estiveram hoje nos locais para dar prosseguimento aos serviços de limpeza e zeladoria iniciados ontem (quarta).”

A Prefeitura afirmou ainda que o Córrego Uberabinha está canalizado há pelo menos 50 anos, mas, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, a pasta publicou o Caderno de Drenagem referente a esse córrego. “É um estudo que mostra a atual situação da bacia hidrográfica e quais as ações podem ser tomadas pelo poder público para mitigar os pontos críticos”, disse, em nota. A pasta afirmou também estudar a implantação de um novo reservatório para contenção das águas do córrego. “A previsão é que, até o final de março, estejam definidos o local de construção bem como o orçamento, o que possibilitará o desenvolvimento do projeto.”

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