As obras de construção da Linha 17-Ouro do metrô de São Paulo, que estavam suspensas após o governo rescindir o contrato com o Consórcio Monotrilho Ouro (CMO), serão retomadas. Na quinta-feira, 31 de agosto, o Estado assinou contrato com uma nova construtora, que será responsável por retomar os serviços. Agora, a previsão é de que as obras sejam concluídas no segundo trimestre de 2025, e a linha entre em operação no ano seguinte.
Os trabalhos serão concluídos pela Agis Construção S.A. A ordem de serviço será assinada no próximo dia 11, e a partir daí a empresa terá 30 dias para retomar as obras, que estão 80% concluídas. A previsão é de que sejam necessários mais 18 meses para a entrega em definitivo.
“A retomada das obras é um anúncio importante, mas exige sobriedade. Não é momento para qualquer celebração porque a sociedade aguarda esta entrega há uma década”, reconheceu Júlio Castiglioni, presidente do Metrô. “O conturbado histórico desta obra da Linha 17 exige mais trabalho e menos palavras.”
O acordo com o Consórcio CMO havia sido rescindido de forma unilateral pelo Metrô por descumprimentos contratuais na execução dos trabalhos e no atendimento ao cronograma de obras. Apesar disso, o governo do Estado manteve ativo o contrato de fabricação dos trens, que estão sendo feitos na China.
A construção da Linha 17 se arrasta desde 2011. Nos primeiros oito anos, foram construídas parte das estações e da via elevada, mas atrasos nas execuções causaram rompimentos dos acordos com as empresas responsáveis.
Uma nova leva de licitações foi realizada em 2020, momento em que o governo definiu a empresa para a fabricação dos trens e sistemas - que segue em execução - e que deu ao CMO o contrato para concluir sete das oito estações da Linha 17, além do Pátio Água Espraiada e da via elevada. Esse acordo, porém, foi rompido em maio. O Metrô ainda multou o consórcio em R$ 118 milhões.
A Linha 17-Ouro ligará o Aeroporto de Congonhas à estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da CPTM, e deveria estar em operação desde 2014. Ela seria um legado da Copa do Mundo no Brasil. A linha é vista como importante por interligar de forma direta o aeroporto à rede de transporte, além de atender a um trecho populoso da zona sul da cidade. Paraisópolis, onde a linha deve passar, é a segunda maior comunidade da capital.