Moradores relataram ao Estado que pagavam "aluguel" para o Movimento Luta por Moradia Digna (LMD) para morar no prédio que desabou na madrugada desta terça-feira, 1, no centro de São Paulo. Segundo o coordenador do LMD, Ricardo Luciano, o pagamento era de R$ 80, para custear a manutenção do local. No entanto, integrantes do Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), que faz parte do LMD, afirmam que os valores seriam mais altos, em torno de R$ 250 a R$ 500. Ao menos 120 famílias viviam irregularmente no imóvel, segundo informações do Corpo de Bombeiros. + ACOMPANHE A COBERTURA AO VIVO O imóvel era uma antiga instalação da Polícia Federal e depois foi ocupado por imigrantes e brasileiros. A Secretaria Municipal de Habitação atuava na ocupação do edifício por meio do grupo de Mediação de Conflitos, uma vez que no local estava previsto haver a reintegração de posse, movida pela Secretaria de Patrimônio da União. Uma vez desocupado, o imóvel seria cedido à Prefeitura.+ Prédio que desabou foi invadido por facção criminosa, diz Doria A Secretaria de Habitação realizou seis reuniões com as lideranças da ocupação, entre fevereiro e abril, para esclarecer a necessidade de desocupação do prédio, por causa do risco e da ação judicial. No dia 10 de março, a secretaria cadastrou cerca de 150 famílias, com 400 pessoas, ocupantes do prédio. Desse total, 25% são famílias estrangeiras. Esse cadastro foi realizado para identificar a quantidade de famílias, o grau de vulnerabilidade social e a necessidade de encaminhamento à rede socioassistencial.
A Prefeitura de São Paulo estima em cerca de 70 prédios ocupados na região central com aproximadamente 4 mil famílias. Trata-se de uma estimativa uma vez que em sua maioria são prédios particulares. Nestes casos, cabe ao proprietário ações junto à Justiça e às lideranças da ocupação.
A Secretaria Municipal de Habitação criou em 2017 um Núcleo de Mediação de Conflitos que monitora 206 ocupações em toda a cidade comcerca de 46 mil famílias. Desse total, 25% da atuação do grupo ocorre em ocupações na região central,com 3.500 famílias. Para essas ocupações, o grupo atua no sentido de buscar uma solução conciliada com a desocupação voluntária e sem confronto.