Museu Casa Mário de Andrade inicia ampliação e deve dobrar de tamanho até 2023


Espaço anexará dois sobrados vizinhos que pertenceram à família do escritor; transformação inclui auditório, cafeteria e acessibilidade

Por Priscila Mengue
Atualização:

Uma obra de ampliação que praticamente dobrará a área do Museu Casa Mário de Andrade foi iniciada nesta semana na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, centro expandido da cidade de São Paulo. A intervenção ligará a antiga residência a dois sobrados que também pertenceram à família do escritor, o que permitirá uma expansão das salas de exposição e pesquisa e a implantação de auditório, cafeteria, loja e acessibilidade, com novas rampas e elevador. A previsão é de reabertura entre o fim do 1º semestre e o início do 2º semestre de 2023.

A ampliação custará R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 1,12 milhão foi utilizado para desapropriar os sobrados, que mais recentemente funcionaram como pensão. Durante a obra, que durará sete meses, o museu realizará as atividades presenciais na Casa Guilherme de Almeida, no Pacaembu, e seguirá com uma programação virtual. O acesso para o público está temporariamente fechado desde a segunda-feira, 12.

Os dois sobrados são geminados à casa principal e foram comprados em conjunto pela mãe do escritor, Maria Luísa, em 1921. A ideia da matriarca, já viúva, era que os filhos homens se mudassem para os endereços vizinhos ao se casarem, o que ocorreu com Carlos, mas não com Mário, que permaneceu solteiro e vivendo com a mãe, a tia (Ana Francisca, a Tia Nhanhã) e a irmã (Maria de Lourdes).

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Foi na casa principal que o escritor passou boa parte da vida, encontrou os demais modernistas do Grupo dos Cinco nas terças-feiras de 1922, produziu obras icônicas e morreu, em 1945, por enfarte do miocárdio, aos 52 anos. Durante aqueles anos, escreveu sobre a residência em cartas e poemas, e, após dois anos no Rio, até citou a felicidade de voltar ao velho endereço.

Previsão é dobrar nº de visitantes

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A expectativa é de que a expansão também permita o aumento de público e a potencialização do local como espaço cultural, de pesquisa e turístico. Antes da pandemia, a média era de pouco mais de 4 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número ao menos dobre, segundo Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. “É um ganho para o bairro, vai colaborar com a revitalização da Barra Funda.”

Segundo ele, a expansão era um “anseio” de anos. “As casas são ligadas até pelo telhado. Ou seja, nada mais natural do que estender o museu às casas que já fazem parte da mesma história.”

Entrada atual do Museu Casa Mário de Andrade, que anexará sobrados vizinhos Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Entre as novas exposições, há a ideia de trazer um conceito idealizado por Mário, de “museu de reproduções”, com réplicas a serem apreciadas de forma sensorial. “Nos valeremos dos recursos atuais, inclusive da tecnologia, para trazer um ambiente cada vez mais dinâmico, com temas renovados”, comenta Tápia.

Outra ideia é que o estúdio de Mário ganhe espaço de realidade virtual, em que o visitante poderá visualizar as características de quando era parte da residência do escritor. Já o auditório, para 78 pessoas, receberá palestras, oficinas, sessões de cinema e outras atividades culturais.

A obra inclui ainda mudanças na casa principal. A entrada principal será por um dos sobrados, enquanto a atual será voltada à nova cafeteria e loja, dispostas no saguão. Já o porão hoje sem uso ganhará sanitários e vestiários e outras instalações.

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Já o secretário estadual da Economia Criativa e Cultura, Sérgio Sá Leitão, destaca que a ampliação será um legado deixado pelas atividades em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna. “É um legado bacana para a memória do Mário de Andrade, da cidade e do cenário cultural do Estado de São Paulo, para que a celebração não se esgote agora, dá um caráter de continuidade”, diz.

Porão da casa principal do museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O secretário avalia que o museu tinha uma estrutura muito “aquém” do potencial e necessidades. “Agora vamos ter um museu à altura do que Mário representa e significa para a cultura de São Paulo e do Brasil”, avalia. “Vai tornar mais atraente e confortável para o público.”

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Com a obra, o museu também terá acessibilidade em braille, Libras e audiodescrição, além de receber um novo sistema de prevenção e combate a incêndios. Além disso, o objetivo é cada vez mais valorizar o legado de Mário, não apenas como artista, mas também como intelectual e gestor público, ligado a projetos inovadores na área de educação infantil, cultura, folclore e preservação do patrimônio cultural.

“Mário de Andrade foi uma dessas raras figuras que podemos definir como um homem do renascimento, um intelectual, um artista completo e um um gestor cultural que promoveu muitos avanços na história das políticas de cultura do nosso País”, destaca Sá Leitão.

Casas foram construídas no início do século 20 Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Casas foram erguidas em época de expansão da zona oeste de SP

A casa e os sobrados fazem parte de uma mesma construção, do engenheiro Oscar Americano, datada do início do século 20 e de estilo eclético. Os imóveis são geminados e com um telhado contínuo. Com os anexos, o museu passará de 417 m² para 783 m².

A residência de Mário foi tombada em 1975, pelo reconhecimento como espaço ligado a uma personalidade histórica, não pela arquitetura. Os demais foram considerados “área envoltória”, com restrições de altura, mas não precisavam ser preservados.

Para obra, decidiu-se pelo restauro da maior parte das características originais dos sobrados, especialmente das externas, como a fachada, pelo entendimento de que ambos também estão ligados à trajetória do escritor.

A avaliação técnica identificou que os sobrados estavam em “deterioração”. Entre os problemas, estão erosão de alvenaria, manchas de umidade e infiltrações.

Vista para um dos sobrados que serão anexados ao museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A obra manterá as características arquitetônicas externas dos dois sobrados, de alvenaria de tijolos, que passarão por modificações internas e ganharão uma ligação entre ambos e com a casa principal. Além disso, aos fundos, serão construídos anexos, que ficarão “invisíveis” a partir da rua e permitirão a implementação de acessibilidade e outras intervenções.

No documento enviado para aprovação do projeto em órgãos de patrimônio, foi destacado que as residências foram construídas “em terras expandidas a oeste na cidade de São Paulo, acompanhando a ocupação ferroviária e industrial de bairros, como Barra Funda, Brás e Mooca”.

A casa de Mário foi desapropriada em 1987 para virar um Museu de Literatura. Inicialmente, funcionou como uma Oficina Cultural e, em 2018, foi reaberta ao público como Museu Casa Mário de Andrade, quando ganhou uma exposição permanente com alguns itens do escritor, como o piano, estantes projetadas por ele e objetos pessoais. A maior parte de seu acervo é do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP).

Antes da Barra Funda, Mário viveu em residências na Rua Aurora e na esquina do Largo do Paiçandu com a Avenida Rio Branco, ambas no centro paulistano.

Mais informações sobre a programação do museu estão disponíveis em www.casamariodeandrade.org.br.

Entrada dos sobrados está isolada por tapumes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Uma obra de ampliação que praticamente dobrará a área do Museu Casa Mário de Andrade foi iniciada nesta semana na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, centro expandido da cidade de São Paulo. A intervenção ligará a antiga residência a dois sobrados que também pertenceram à família do escritor, o que permitirá uma expansão das salas de exposição e pesquisa e a implantação de auditório, cafeteria, loja e acessibilidade, com novas rampas e elevador. A previsão é de reabertura entre o fim do 1º semestre e o início do 2º semestre de 2023.

A ampliação custará R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 1,12 milhão foi utilizado para desapropriar os sobrados, que mais recentemente funcionaram como pensão. Durante a obra, que durará sete meses, o museu realizará as atividades presenciais na Casa Guilherme de Almeida, no Pacaembu, e seguirá com uma programação virtual. O acesso para o público está temporariamente fechado desde a segunda-feira, 12.

Os dois sobrados são geminados à casa principal e foram comprados em conjunto pela mãe do escritor, Maria Luísa, em 1921. A ideia da matriarca, já viúva, era que os filhos homens se mudassem para os endereços vizinhos ao se casarem, o que ocorreu com Carlos, mas não com Mário, que permaneceu solteiro e vivendo com a mãe, a tia (Ana Francisca, a Tia Nhanhã) e a irmã (Maria de Lourdes).

Foi na casa principal que o escritor passou boa parte da vida, encontrou os demais modernistas do Grupo dos Cinco nas terças-feiras de 1922, produziu obras icônicas e morreu, em 1945, por enfarte do miocárdio, aos 52 anos. Durante aqueles anos, escreveu sobre a residência em cartas e poemas, e, após dois anos no Rio, até citou a felicidade de voltar ao velho endereço.

Previsão é dobrar nº de visitantes

A expectativa é de que a expansão também permita o aumento de público e a potencialização do local como espaço cultural, de pesquisa e turístico. Antes da pandemia, a média era de pouco mais de 4 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número ao menos dobre, segundo Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. “É um ganho para o bairro, vai colaborar com a revitalização da Barra Funda.”

Segundo ele, a expansão era um “anseio” de anos. “As casas são ligadas até pelo telhado. Ou seja, nada mais natural do que estender o museu às casas que já fazem parte da mesma história.”

Entrada atual do Museu Casa Mário de Andrade, que anexará sobrados vizinhos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as novas exposições, há a ideia de trazer um conceito idealizado por Mário, de “museu de reproduções”, com réplicas a serem apreciadas de forma sensorial. “Nos valeremos dos recursos atuais, inclusive da tecnologia, para trazer um ambiente cada vez mais dinâmico, com temas renovados”, comenta Tápia.

Outra ideia é que o estúdio de Mário ganhe espaço de realidade virtual, em que o visitante poderá visualizar as características de quando era parte da residência do escritor. Já o auditório, para 78 pessoas, receberá palestras, oficinas, sessões de cinema e outras atividades culturais.

A obra inclui ainda mudanças na casa principal. A entrada principal será por um dos sobrados, enquanto a atual será voltada à nova cafeteria e loja, dispostas no saguão. Já o porão hoje sem uso ganhará sanitários e vestiários e outras instalações.

Já o secretário estadual da Economia Criativa e Cultura, Sérgio Sá Leitão, destaca que a ampliação será um legado deixado pelas atividades em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna. “É um legado bacana para a memória do Mário de Andrade, da cidade e do cenário cultural do Estado de São Paulo, para que a celebração não se esgote agora, dá um caráter de continuidade”, diz.

Porão da casa principal do museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O secretário avalia que o museu tinha uma estrutura muito “aquém” do potencial e necessidades. “Agora vamos ter um museu à altura do que Mário representa e significa para a cultura de São Paulo e do Brasil”, avalia. “Vai tornar mais atraente e confortável para o público.”

Com a obra, o museu também terá acessibilidade em braille, Libras e audiodescrição, além de receber um novo sistema de prevenção e combate a incêndios. Além disso, o objetivo é cada vez mais valorizar o legado de Mário, não apenas como artista, mas também como intelectual e gestor público, ligado a projetos inovadores na área de educação infantil, cultura, folclore e preservação do patrimônio cultural.

“Mário de Andrade foi uma dessas raras figuras que podemos definir como um homem do renascimento, um intelectual, um artista completo e um um gestor cultural que promoveu muitos avanços na história das políticas de cultura do nosso País”, destaca Sá Leitão.

Casas foram construídas no início do século 20 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Casas foram erguidas em época de expansão da zona oeste de SP

A casa e os sobrados fazem parte de uma mesma construção, do engenheiro Oscar Americano, datada do início do século 20 e de estilo eclético. Os imóveis são geminados e com um telhado contínuo. Com os anexos, o museu passará de 417 m² para 783 m².

A residência de Mário foi tombada em 1975, pelo reconhecimento como espaço ligado a uma personalidade histórica, não pela arquitetura. Os demais foram considerados “área envoltória”, com restrições de altura, mas não precisavam ser preservados.

Para obra, decidiu-se pelo restauro da maior parte das características originais dos sobrados, especialmente das externas, como a fachada, pelo entendimento de que ambos também estão ligados à trajetória do escritor.

A avaliação técnica identificou que os sobrados estavam em “deterioração”. Entre os problemas, estão erosão de alvenaria, manchas de umidade e infiltrações.

Vista para um dos sobrados que serão anexados ao museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A obra manterá as características arquitetônicas externas dos dois sobrados, de alvenaria de tijolos, que passarão por modificações internas e ganharão uma ligação entre ambos e com a casa principal. Além disso, aos fundos, serão construídos anexos, que ficarão “invisíveis” a partir da rua e permitirão a implementação de acessibilidade e outras intervenções.

No documento enviado para aprovação do projeto em órgãos de patrimônio, foi destacado que as residências foram construídas “em terras expandidas a oeste na cidade de São Paulo, acompanhando a ocupação ferroviária e industrial de bairros, como Barra Funda, Brás e Mooca”.

A casa de Mário foi desapropriada em 1987 para virar um Museu de Literatura. Inicialmente, funcionou como uma Oficina Cultural e, em 2018, foi reaberta ao público como Museu Casa Mário de Andrade, quando ganhou uma exposição permanente com alguns itens do escritor, como o piano, estantes projetadas por ele e objetos pessoais. A maior parte de seu acervo é do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP).

Antes da Barra Funda, Mário viveu em residências na Rua Aurora e na esquina do Largo do Paiçandu com a Avenida Rio Branco, ambas no centro paulistano.

Mais informações sobre a programação do museu estão disponíveis em www.casamariodeandrade.org.br.

Entrada dos sobrados está isolada por tapumes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Uma obra de ampliação que praticamente dobrará a área do Museu Casa Mário de Andrade foi iniciada nesta semana na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, centro expandido da cidade de São Paulo. A intervenção ligará a antiga residência a dois sobrados que também pertenceram à família do escritor, o que permitirá uma expansão das salas de exposição e pesquisa e a implantação de auditório, cafeteria, loja e acessibilidade, com novas rampas e elevador. A previsão é de reabertura entre o fim do 1º semestre e o início do 2º semestre de 2023.

A ampliação custará R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 1,12 milhão foi utilizado para desapropriar os sobrados, que mais recentemente funcionaram como pensão. Durante a obra, que durará sete meses, o museu realizará as atividades presenciais na Casa Guilherme de Almeida, no Pacaembu, e seguirá com uma programação virtual. O acesso para o público está temporariamente fechado desde a segunda-feira, 12.

Os dois sobrados são geminados à casa principal e foram comprados em conjunto pela mãe do escritor, Maria Luísa, em 1921. A ideia da matriarca, já viúva, era que os filhos homens se mudassem para os endereços vizinhos ao se casarem, o que ocorreu com Carlos, mas não com Mário, que permaneceu solteiro e vivendo com a mãe, a tia (Ana Francisca, a Tia Nhanhã) e a irmã (Maria de Lourdes).

Foi na casa principal que o escritor passou boa parte da vida, encontrou os demais modernistas do Grupo dos Cinco nas terças-feiras de 1922, produziu obras icônicas e morreu, em 1945, por enfarte do miocárdio, aos 52 anos. Durante aqueles anos, escreveu sobre a residência em cartas e poemas, e, após dois anos no Rio, até citou a felicidade de voltar ao velho endereço.

Previsão é dobrar nº de visitantes

A expectativa é de que a expansão também permita o aumento de público e a potencialização do local como espaço cultural, de pesquisa e turístico. Antes da pandemia, a média era de pouco mais de 4 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número ao menos dobre, segundo Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. “É um ganho para o bairro, vai colaborar com a revitalização da Barra Funda.”

Segundo ele, a expansão era um “anseio” de anos. “As casas são ligadas até pelo telhado. Ou seja, nada mais natural do que estender o museu às casas que já fazem parte da mesma história.”

Entrada atual do Museu Casa Mário de Andrade, que anexará sobrados vizinhos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as novas exposições, há a ideia de trazer um conceito idealizado por Mário, de “museu de reproduções”, com réplicas a serem apreciadas de forma sensorial. “Nos valeremos dos recursos atuais, inclusive da tecnologia, para trazer um ambiente cada vez mais dinâmico, com temas renovados”, comenta Tápia.

Outra ideia é que o estúdio de Mário ganhe espaço de realidade virtual, em que o visitante poderá visualizar as características de quando era parte da residência do escritor. Já o auditório, para 78 pessoas, receberá palestras, oficinas, sessões de cinema e outras atividades culturais.

A obra inclui ainda mudanças na casa principal. A entrada principal será por um dos sobrados, enquanto a atual será voltada à nova cafeteria e loja, dispostas no saguão. Já o porão hoje sem uso ganhará sanitários e vestiários e outras instalações.

Já o secretário estadual da Economia Criativa e Cultura, Sérgio Sá Leitão, destaca que a ampliação será um legado deixado pelas atividades em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna. “É um legado bacana para a memória do Mário de Andrade, da cidade e do cenário cultural do Estado de São Paulo, para que a celebração não se esgote agora, dá um caráter de continuidade”, diz.

Porão da casa principal do museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O secretário avalia que o museu tinha uma estrutura muito “aquém” do potencial e necessidades. “Agora vamos ter um museu à altura do que Mário representa e significa para a cultura de São Paulo e do Brasil”, avalia. “Vai tornar mais atraente e confortável para o público.”

Com a obra, o museu também terá acessibilidade em braille, Libras e audiodescrição, além de receber um novo sistema de prevenção e combate a incêndios. Além disso, o objetivo é cada vez mais valorizar o legado de Mário, não apenas como artista, mas também como intelectual e gestor público, ligado a projetos inovadores na área de educação infantil, cultura, folclore e preservação do patrimônio cultural.

“Mário de Andrade foi uma dessas raras figuras que podemos definir como um homem do renascimento, um intelectual, um artista completo e um um gestor cultural que promoveu muitos avanços na história das políticas de cultura do nosso País”, destaca Sá Leitão.

Casas foram construídas no início do século 20 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Casas foram erguidas em época de expansão da zona oeste de SP

A casa e os sobrados fazem parte de uma mesma construção, do engenheiro Oscar Americano, datada do início do século 20 e de estilo eclético. Os imóveis são geminados e com um telhado contínuo. Com os anexos, o museu passará de 417 m² para 783 m².

A residência de Mário foi tombada em 1975, pelo reconhecimento como espaço ligado a uma personalidade histórica, não pela arquitetura. Os demais foram considerados “área envoltória”, com restrições de altura, mas não precisavam ser preservados.

Para obra, decidiu-se pelo restauro da maior parte das características originais dos sobrados, especialmente das externas, como a fachada, pelo entendimento de que ambos também estão ligados à trajetória do escritor.

A avaliação técnica identificou que os sobrados estavam em “deterioração”. Entre os problemas, estão erosão de alvenaria, manchas de umidade e infiltrações.

Vista para um dos sobrados que serão anexados ao museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A obra manterá as características arquitetônicas externas dos dois sobrados, de alvenaria de tijolos, que passarão por modificações internas e ganharão uma ligação entre ambos e com a casa principal. Além disso, aos fundos, serão construídos anexos, que ficarão “invisíveis” a partir da rua e permitirão a implementação de acessibilidade e outras intervenções.

No documento enviado para aprovação do projeto em órgãos de patrimônio, foi destacado que as residências foram construídas “em terras expandidas a oeste na cidade de São Paulo, acompanhando a ocupação ferroviária e industrial de bairros, como Barra Funda, Brás e Mooca”.

A casa de Mário foi desapropriada em 1987 para virar um Museu de Literatura. Inicialmente, funcionou como uma Oficina Cultural e, em 2018, foi reaberta ao público como Museu Casa Mário de Andrade, quando ganhou uma exposição permanente com alguns itens do escritor, como o piano, estantes projetadas por ele e objetos pessoais. A maior parte de seu acervo é do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP).

Antes da Barra Funda, Mário viveu em residências na Rua Aurora e na esquina do Largo do Paiçandu com a Avenida Rio Branco, ambas no centro paulistano.

Mais informações sobre a programação do museu estão disponíveis em www.casamariodeandrade.org.br.

Entrada dos sobrados está isolada por tapumes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Uma obra de ampliação que praticamente dobrará a área do Museu Casa Mário de Andrade foi iniciada nesta semana na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, centro expandido da cidade de São Paulo. A intervenção ligará a antiga residência a dois sobrados que também pertenceram à família do escritor, o que permitirá uma expansão das salas de exposição e pesquisa e a implantação de auditório, cafeteria, loja e acessibilidade, com novas rampas e elevador. A previsão é de reabertura entre o fim do 1º semestre e o início do 2º semestre de 2023.

A ampliação custará R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 1,12 milhão foi utilizado para desapropriar os sobrados, que mais recentemente funcionaram como pensão. Durante a obra, que durará sete meses, o museu realizará as atividades presenciais na Casa Guilherme de Almeida, no Pacaembu, e seguirá com uma programação virtual. O acesso para o público está temporariamente fechado desde a segunda-feira, 12.

Os dois sobrados são geminados à casa principal e foram comprados em conjunto pela mãe do escritor, Maria Luísa, em 1921. A ideia da matriarca, já viúva, era que os filhos homens se mudassem para os endereços vizinhos ao se casarem, o que ocorreu com Carlos, mas não com Mário, que permaneceu solteiro e vivendo com a mãe, a tia (Ana Francisca, a Tia Nhanhã) e a irmã (Maria de Lourdes).

Foi na casa principal que o escritor passou boa parte da vida, encontrou os demais modernistas do Grupo dos Cinco nas terças-feiras de 1922, produziu obras icônicas e morreu, em 1945, por enfarte do miocárdio, aos 52 anos. Durante aqueles anos, escreveu sobre a residência em cartas e poemas, e, após dois anos no Rio, até citou a felicidade de voltar ao velho endereço.

Previsão é dobrar nº de visitantes

A expectativa é de que a expansão também permita o aumento de público e a potencialização do local como espaço cultural, de pesquisa e turístico. Antes da pandemia, a média era de pouco mais de 4 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número ao menos dobre, segundo Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. “É um ganho para o bairro, vai colaborar com a revitalização da Barra Funda.”

Segundo ele, a expansão era um “anseio” de anos. “As casas são ligadas até pelo telhado. Ou seja, nada mais natural do que estender o museu às casas que já fazem parte da mesma história.”

Entrada atual do Museu Casa Mário de Andrade, que anexará sobrados vizinhos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as novas exposições, há a ideia de trazer um conceito idealizado por Mário, de “museu de reproduções”, com réplicas a serem apreciadas de forma sensorial. “Nos valeremos dos recursos atuais, inclusive da tecnologia, para trazer um ambiente cada vez mais dinâmico, com temas renovados”, comenta Tápia.

Outra ideia é que o estúdio de Mário ganhe espaço de realidade virtual, em que o visitante poderá visualizar as características de quando era parte da residência do escritor. Já o auditório, para 78 pessoas, receberá palestras, oficinas, sessões de cinema e outras atividades culturais.

A obra inclui ainda mudanças na casa principal. A entrada principal será por um dos sobrados, enquanto a atual será voltada à nova cafeteria e loja, dispostas no saguão. Já o porão hoje sem uso ganhará sanitários e vestiários e outras instalações.

Já o secretário estadual da Economia Criativa e Cultura, Sérgio Sá Leitão, destaca que a ampliação será um legado deixado pelas atividades em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna. “É um legado bacana para a memória do Mário de Andrade, da cidade e do cenário cultural do Estado de São Paulo, para que a celebração não se esgote agora, dá um caráter de continuidade”, diz.

Porão da casa principal do museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O secretário avalia que o museu tinha uma estrutura muito “aquém” do potencial e necessidades. “Agora vamos ter um museu à altura do que Mário representa e significa para a cultura de São Paulo e do Brasil”, avalia. “Vai tornar mais atraente e confortável para o público.”

Com a obra, o museu também terá acessibilidade em braille, Libras e audiodescrição, além de receber um novo sistema de prevenção e combate a incêndios. Além disso, o objetivo é cada vez mais valorizar o legado de Mário, não apenas como artista, mas também como intelectual e gestor público, ligado a projetos inovadores na área de educação infantil, cultura, folclore e preservação do patrimônio cultural.

“Mário de Andrade foi uma dessas raras figuras que podemos definir como um homem do renascimento, um intelectual, um artista completo e um um gestor cultural que promoveu muitos avanços na história das políticas de cultura do nosso País”, destaca Sá Leitão.

Casas foram construídas no início do século 20 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Casas foram erguidas em época de expansão da zona oeste de SP

A casa e os sobrados fazem parte de uma mesma construção, do engenheiro Oscar Americano, datada do início do século 20 e de estilo eclético. Os imóveis são geminados e com um telhado contínuo. Com os anexos, o museu passará de 417 m² para 783 m².

A residência de Mário foi tombada em 1975, pelo reconhecimento como espaço ligado a uma personalidade histórica, não pela arquitetura. Os demais foram considerados “área envoltória”, com restrições de altura, mas não precisavam ser preservados.

Para obra, decidiu-se pelo restauro da maior parte das características originais dos sobrados, especialmente das externas, como a fachada, pelo entendimento de que ambos também estão ligados à trajetória do escritor.

A avaliação técnica identificou que os sobrados estavam em “deterioração”. Entre os problemas, estão erosão de alvenaria, manchas de umidade e infiltrações.

Vista para um dos sobrados que serão anexados ao museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A obra manterá as características arquitetônicas externas dos dois sobrados, de alvenaria de tijolos, que passarão por modificações internas e ganharão uma ligação entre ambos e com a casa principal. Além disso, aos fundos, serão construídos anexos, que ficarão “invisíveis” a partir da rua e permitirão a implementação de acessibilidade e outras intervenções.

No documento enviado para aprovação do projeto em órgãos de patrimônio, foi destacado que as residências foram construídas “em terras expandidas a oeste na cidade de São Paulo, acompanhando a ocupação ferroviária e industrial de bairros, como Barra Funda, Brás e Mooca”.

A casa de Mário foi desapropriada em 1987 para virar um Museu de Literatura. Inicialmente, funcionou como uma Oficina Cultural e, em 2018, foi reaberta ao público como Museu Casa Mário de Andrade, quando ganhou uma exposição permanente com alguns itens do escritor, como o piano, estantes projetadas por ele e objetos pessoais. A maior parte de seu acervo é do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP).

Antes da Barra Funda, Mário viveu em residências na Rua Aurora e na esquina do Largo do Paiçandu com a Avenida Rio Branco, ambas no centro paulistano.

Mais informações sobre a programação do museu estão disponíveis em www.casamariodeandrade.org.br.

Entrada dos sobrados está isolada por tapumes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Uma obra de ampliação que praticamente dobrará a área do Museu Casa Mário de Andrade foi iniciada nesta semana na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, centro expandido da cidade de São Paulo. A intervenção ligará a antiga residência a dois sobrados que também pertenceram à família do escritor, o que permitirá uma expansão das salas de exposição e pesquisa e a implantação de auditório, cafeteria, loja e acessibilidade, com novas rampas e elevador. A previsão é de reabertura entre o fim do 1º semestre e o início do 2º semestre de 2023.

A ampliação custará R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 1,12 milhão foi utilizado para desapropriar os sobrados, que mais recentemente funcionaram como pensão. Durante a obra, que durará sete meses, o museu realizará as atividades presenciais na Casa Guilherme de Almeida, no Pacaembu, e seguirá com uma programação virtual. O acesso para o público está temporariamente fechado desde a segunda-feira, 12.

Os dois sobrados são geminados à casa principal e foram comprados em conjunto pela mãe do escritor, Maria Luísa, em 1921. A ideia da matriarca, já viúva, era que os filhos homens se mudassem para os endereços vizinhos ao se casarem, o que ocorreu com Carlos, mas não com Mário, que permaneceu solteiro e vivendo com a mãe, a tia (Ana Francisca, a Tia Nhanhã) e a irmã (Maria de Lourdes).

Foi na casa principal que o escritor passou boa parte da vida, encontrou os demais modernistas do Grupo dos Cinco nas terças-feiras de 1922, produziu obras icônicas e morreu, em 1945, por enfarte do miocárdio, aos 52 anos. Durante aqueles anos, escreveu sobre a residência em cartas e poemas, e, após dois anos no Rio, até citou a felicidade de voltar ao velho endereço.

Previsão é dobrar nº de visitantes

A expectativa é de que a expansão também permita o aumento de público e a potencialização do local como espaço cultural, de pesquisa e turístico. Antes da pandemia, a média era de pouco mais de 4 mil visitantes por ano. A expectativa é de que o número ao menos dobre, segundo Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. “É um ganho para o bairro, vai colaborar com a revitalização da Barra Funda.”

Segundo ele, a expansão era um “anseio” de anos. “As casas são ligadas até pelo telhado. Ou seja, nada mais natural do que estender o museu às casas que já fazem parte da mesma história.”

Entrada atual do Museu Casa Mário de Andrade, que anexará sobrados vizinhos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as novas exposições, há a ideia de trazer um conceito idealizado por Mário, de “museu de reproduções”, com réplicas a serem apreciadas de forma sensorial. “Nos valeremos dos recursos atuais, inclusive da tecnologia, para trazer um ambiente cada vez mais dinâmico, com temas renovados”, comenta Tápia.

Outra ideia é que o estúdio de Mário ganhe espaço de realidade virtual, em que o visitante poderá visualizar as características de quando era parte da residência do escritor. Já o auditório, para 78 pessoas, receberá palestras, oficinas, sessões de cinema e outras atividades culturais.

A obra inclui ainda mudanças na casa principal. A entrada principal será por um dos sobrados, enquanto a atual será voltada à nova cafeteria e loja, dispostas no saguão. Já o porão hoje sem uso ganhará sanitários e vestiários e outras instalações.

Já o secretário estadual da Economia Criativa e Cultura, Sérgio Sá Leitão, destaca que a ampliação será um legado deixado pelas atividades em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna. “É um legado bacana para a memória do Mário de Andrade, da cidade e do cenário cultural do Estado de São Paulo, para que a celebração não se esgote agora, dá um caráter de continuidade”, diz.

Porão da casa principal do museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O secretário avalia que o museu tinha uma estrutura muito “aquém” do potencial e necessidades. “Agora vamos ter um museu à altura do que Mário representa e significa para a cultura de São Paulo e do Brasil”, avalia. “Vai tornar mais atraente e confortável para o público.”

Com a obra, o museu também terá acessibilidade em braille, Libras e audiodescrição, além de receber um novo sistema de prevenção e combate a incêndios. Além disso, o objetivo é cada vez mais valorizar o legado de Mário, não apenas como artista, mas também como intelectual e gestor público, ligado a projetos inovadores na área de educação infantil, cultura, folclore e preservação do patrimônio cultural.

“Mário de Andrade foi uma dessas raras figuras que podemos definir como um homem do renascimento, um intelectual, um artista completo e um um gestor cultural que promoveu muitos avanços na história das políticas de cultura do nosso País”, destaca Sá Leitão.

Casas foram construídas no início do século 20 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Casas foram erguidas em época de expansão da zona oeste de SP

A casa e os sobrados fazem parte de uma mesma construção, do engenheiro Oscar Americano, datada do início do século 20 e de estilo eclético. Os imóveis são geminados e com um telhado contínuo. Com os anexos, o museu passará de 417 m² para 783 m².

A residência de Mário foi tombada em 1975, pelo reconhecimento como espaço ligado a uma personalidade histórica, não pela arquitetura. Os demais foram considerados “área envoltória”, com restrições de altura, mas não precisavam ser preservados.

Para obra, decidiu-se pelo restauro da maior parte das características originais dos sobrados, especialmente das externas, como a fachada, pelo entendimento de que ambos também estão ligados à trajetória do escritor.

A avaliação técnica identificou que os sobrados estavam em “deterioração”. Entre os problemas, estão erosão de alvenaria, manchas de umidade e infiltrações.

Vista para um dos sobrados que serão anexados ao museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A obra manterá as características arquitetônicas externas dos dois sobrados, de alvenaria de tijolos, que passarão por modificações internas e ganharão uma ligação entre ambos e com a casa principal. Além disso, aos fundos, serão construídos anexos, que ficarão “invisíveis” a partir da rua e permitirão a implementação de acessibilidade e outras intervenções.

No documento enviado para aprovação do projeto em órgãos de patrimônio, foi destacado que as residências foram construídas “em terras expandidas a oeste na cidade de São Paulo, acompanhando a ocupação ferroviária e industrial de bairros, como Barra Funda, Brás e Mooca”.

A casa de Mário foi desapropriada em 1987 para virar um Museu de Literatura. Inicialmente, funcionou como uma Oficina Cultural e, em 2018, foi reaberta ao público como Museu Casa Mário de Andrade, quando ganhou uma exposição permanente com alguns itens do escritor, como o piano, estantes projetadas por ele e objetos pessoais. A maior parte de seu acervo é do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP).

Antes da Barra Funda, Mário viveu em residências na Rua Aurora e na esquina do Largo do Paiçandu com a Avenida Rio Branco, ambas no centro paulistano.

Mais informações sobre a programação do museu estão disponíveis em www.casamariodeandrade.org.br.

Entrada dos sobrados está isolada por tapumes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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