Na Faria Lima, síndico põe até placa de alerta: ‘Cuidado, local com alto índice de roubo de celular’


Dados do governo estadual reforçam sensação de insegurança da região: houve aumento de 30% e 6,5% nos roubos nas áreas dos DPs do Itaim Bibi e de Pinheiros; secretaria diz que intensificou policiamento

Por Giovanna Castro

Cansado de ver pessoas tendo seus celulares roubados em frente ao prédio em que tem um escritório, no cruzamento da Avenida Faria Lima com a Rebouças, local onde fica um dos maiores centros comerciais de São Paulo, o empresário e síndico do edifício, Marcus Tavolari, 49 anos, decidiu colocar placas alertando os pedestres sobre o perigo.

“Cuidado. Local com alto índice de roubo de celular”, dizem as duas placas colocadas na calçada em frente ao edifício nesta quarta-feira, 13.

De acordo com Marcus, toda semana, pedestres têm seus celulares roubados enquanto passam por ali falando ao telefone ou digitando mensagens. Os ladrões costumam utilizar bicicletas.

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Placa foi colocada na Avenida Faria Lima, próximo à esquina com a Avenida Rebouças Foto: Wether Santana/Estadão

Recentemente, o Estadão reportou um modus operandi semelhante nos assaltos em Pinheiros, bairro que faz parte da região da Faria Lima. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, houve um aumento de 6,5% no total de roubos registrados na região de janeiro a julho de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. O bairro tem cerca de 10 ocorrências por dia.

No Itaim Bibi, também na região da Faria Lima, a subida do total de roubos foi de 30%. Só até o final de julho deste ano, já foram 1.306 ocorrências. Em 2022, foram mil roubos no mesmo período. São, em média, 6 roubos por dia.

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“O objetivo é chamar a atenção das autoridades para que eles façam um policiamento maior aqui na região”, diz Marcus. Segundo ele, o problema tem acontecido por toda a Faria Lima e seu entorno, mas é mais frequente em pontos como o do edifício no qual é síndico, em que há calçadas largas e cruzamento de grandes avenidas, garantindo grande fluxo de pessoas e facilidade de fuga para os ladrões de bike.

Mesmo com as placas, nesta quinta-feira, 14, de manhã, muitas pessoas circulavam no local utilizando o celular despreocupadas. Outras passavam e fotografavam os alertas. Nas redes sociais, fotos das placas viralizaram.

“São Paulo em uma imagem”, escreveu um perfil com mais de 69 mil seguidores no Instagram. Nos mais de 250 comentários do post, frequentadores da região deixaram relatos. “Na Rebouças, fui assaltada saindo do shopping”, escreveu uma mulher. “Não é só na Faria Lima, é por toda São Paulo”, reclamou um homem.

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Gangue das bikes

Segundo comerciantes e pedestres da região, os ladrões geralmente agem por volta das 18 horas, quando as pessoas estão saindo do trabalho. Eles costumam circular montados em bicicletas e utilizando mochilas de serviços de aplicativo para se camuflarem. Mas, esses não são os únicos recursos.

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“Já presenciei dois assaltos, principalmente na praça aqui do lado (no cruzamento da Faria Lima com a Rebouças). Um deles foi com bicicleta e mochila e o outro com um homem com roupas de obra, usando capacete. Nesse segundo, uma menina estava mexendo no celular, então ele pegou o aparelho e saiu correndo”, diz Douglas Rocha, 35 anos, assessor de investimentos que trabalha na região.

Ao verem uma pessoa utilizando o celular distraída, os ladrões tomam o aparelho e fogem rapidamente. Depois, se aproveitam do sistema aberto, já que as pessoas estavam utilizando os celulares no momento do roubo, para fazer transações bancárias. “Uma mulher teve um prejuízo de R$ 9 mil”, contou um porteiro à reportagem.

São os chamados “roubos de oportunidade”, quando os ladrões optam por vítimas distraídas e não utilizam tanta violência. É um tipo de roubo comum no centro da cidade.

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As principais empresas de serviços de entrega que operam em São Paulo, iFood e Rappi, afirmam que suas mochilas só são disponibilizadas para entregadores parceiros e contam com mecanismos de segurança, como selo de verificação e tecnologia de reconhecimento facial em tempo real.

O iFood e Rappi afirmam que lamentam que seus equipamentos estejam sendo utilizados em atos criminosos e que esses roubos possam contribuir para depreciar a imagem e o trabalho de entregadores. As empresas dizem que estão abertas e dispostas a contribuir com a polícia para investigar os casos.

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“Para combater situações em que criminosos se passam por falsos entregadores do iFood, a empresa assinou em 2022 acordos de cooperação com diferentes Secretarias de Segurança Pública, dentre elas, do Estado de São Paulo, em que disponibiliza suas tecnologias para auxiliar a polícia na identificação dos criminosos”, disse o iFood.

Policiamento

Empresários da região da Faria Lima temem que o alto índice de roubos afaste clientes. E as placas colocadas na calçada colocaram holofotes ao problema. “Meu cliente chega aqui, vê essa situação e não volta mais”, diz Rafael Moreira, empresário. “Isso acaba atrapalhando os negócios também.”

Ao Estadão, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar, por meio do 23.° Batalhão Metropolitano, intensificou o policiamento na região e realiza diversas operações, como a Operação Impacto, para combater os roubos e furtos.

“Paralelamente, a Polícia Civil realiza operações rotineiras visando identificar e deter os criminosos que atuam na região. Entre as ações, está a Operação Mobile, realizada para combater o crime de furtos, roubos e receptação de celulares”, diz a nota.

Ainda de acordo com a pasta, de janeiro a agosto deste ano, 206 celulares foram restituídos às vítimas na área da 3° Seccional. Além disso, o trabalho das polícias resultou na prisão de 580 pessoas e na apreensão de 151 armas de fogo. “As forças policiais monitoram continuamente os índices criminais para planejar ações estratégicas a fim de coibir os crimes e para proporcionar uma maior sensação de segurança à população. Para isso, é essencial o registro da ocorrência nas delegacias territoriais ou pela Delegacia Eletrônica. Todos os casos registrados são investigados.”

Cansado de ver pessoas tendo seus celulares roubados em frente ao prédio em que tem um escritório, no cruzamento da Avenida Faria Lima com a Rebouças, local onde fica um dos maiores centros comerciais de São Paulo, o empresário e síndico do edifício, Marcus Tavolari, 49 anos, decidiu colocar placas alertando os pedestres sobre o perigo.

“Cuidado. Local com alto índice de roubo de celular”, dizem as duas placas colocadas na calçada em frente ao edifício nesta quarta-feira, 13.

De acordo com Marcus, toda semana, pedestres têm seus celulares roubados enquanto passam por ali falando ao telefone ou digitando mensagens. Os ladrões costumam utilizar bicicletas.

Placa foi colocada na Avenida Faria Lima, próximo à esquina com a Avenida Rebouças Foto: Wether Santana/Estadão

Recentemente, o Estadão reportou um modus operandi semelhante nos assaltos em Pinheiros, bairro que faz parte da região da Faria Lima. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, houve um aumento de 6,5% no total de roubos registrados na região de janeiro a julho de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. O bairro tem cerca de 10 ocorrências por dia.

No Itaim Bibi, também na região da Faria Lima, a subida do total de roubos foi de 30%. Só até o final de julho deste ano, já foram 1.306 ocorrências. Em 2022, foram mil roubos no mesmo período. São, em média, 6 roubos por dia.

“O objetivo é chamar a atenção das autoridades para que eles façam um policiamento maior aqui na região”, diz Marcus. Segundo ele, o problema tem acontecido por toda a Faria Lima e seu entorno, mas é mais frequente em pontos como o do edifício no qual é síndico, em que há calçadas largas e cruzamento de grandes avenidas, garantindo grande fluxo de pessoas e facilidade de fuga para os ladrões de bike.

Mesmo com as placas, nesta quinta-feira, 14, de manhã, muitas pessoas circulavam no local utilizando o celular despreocupadas. Outras passavam e fotografavam os alertas. Nas redes sociais, fotos das placas viralizaram.

“São Paulo em uma imagem”, escreveu um perfil com mais de 69 mil seguidores no Instagram. Nos mais de 250 comentários do post, frequentadores da região deixaram relatos. “Na Rebouças, fui assaltada saindo do shopping”, escreveu uma mulher. “Não é só na Faria Lima, é por toda São Paulo”, reclamou um homem.

Gangue das bikes

Segundo comerciantes e pedestres da região, os ladrões geralmente agem por volta das 18 horas, quando as pessoas estão saindo do trabalho. Eles costumam circular montados em bicicletas e utilizando mochilas de serviços de aplicativo para se camuflarem. Mas, esses não são os únicos recursos.

“Já presenciei dois assaltos, principalmente na praça aqui do lado (no cruzamento da Faria Lima com a Rebouças). Um deles foi com bicicleta e mochila e o outro com um homem com roupas de obra, usando capacete. Nesse segundo, uma menina estava mexendo no celular, então ele pegou o aparelho e saiu correndo”, diz Douglas Rocha, 35 anos, assessor de investimentos que trabalha na região.

Ao verem uma pessoa utilizando o celular distraída, os ladrões tomam o aparelho e fogem rapidamente. Depois, se aproveitam do sistema aberto, já que as pessoas estavam utilizando os celulares no momento do roubo, para fazer transações bancárias. “Uma mulher teve um prejuízo de R$ 9 mil”, contou um porteiro à reportagem.

São os chamados “roubos de oportunidade”, quando os ladrões optam por vítimas distraídas e não utilizam tanta violência. É um tipo de roubo comum no centro da cidade.

As principais empresas de serviços de entrega que operam em São Paulo, iFood e Rappi, afirmam que suas mochilas só são disponibilizadas para entregadores parceiros e contam com mecanismos de segurança, como selo de verificação e tecnologia de reconhecimento facial em tempo real.

O iFood e Rappi afirmam que lamentam que seus equipamentos estejam sendo utilizados em atos criminosos e que esses roubos possam contribuir para depreciar a imagem e o trabalho de entregadores. As empresas dizem que estão abertas e dispostas a contribuir com a polícia para investigar os casos.

“Para combater situações em que criminosos se passam por falsos entregadores do iFood, a empresa assinou em 2022 acordos de cooperação com diferentes Secretarias de Segurança Pública, dentre elas, do Estado de São Paulo, em que disponibiliza suas tecnologias para auxiliar a polícia na identificação dos criminosos”, disse o iFood.

Policiamento

Empresários da região da Faria Lima temem que o alto índice de roubos afaste clientes. E as placas colocadas na calçada colocaram holofotes ao problema. “Meu cliente chega aqui, vê essa situação e não volta mais”, diz Rafael Moreira, empresário. “Isso acaba atrapalhando os negócios também.”

Ao Estadão, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar, por meio do 23.° Batalhão Metropolitano, intensificou o policiamento na região e realiza diversas operações, como a Operação Impacto, para combater os roubos e furtos.

“Paralelamente, a Polícia Civil realiza operações rotineiras visando identificar e deter os criminosos que atuam na região. Entre as ações, está a Operação Mobile, realizada para combater o crime de furtos, roubos e receptação de celulares”, diz a nota.

Ainda de acordo com a pasta, de janeiro a agosto deste ano, 206 celulares foram restituídos às vítimas na área da 3° Seccional. Além disso, o trabalho das polícias resultou na prisão de 580 pessoas e na apreensão de 151 armas de fogo. “As forças policiais monitoram continuamente os índices criminais para planejar ações estratégicas a fim de coibir os crimes e para proporcionar uma maior sensação de segurança à população. Para isso, é essencial o registro da ocorrência nas delegacias territoriais ou pela Delegacia Eletrônica. Todos os casos registrados são investigados.”

Cansado de ver pessoas tendo seus celulares roubados em frente ao prédio em que tem um escritório, no cruzamento da Avenida Faria Lima com a Rebouças, local onde fica um dos maiores centros comerciais de São Paulo, o empresário e síndico do edifício, Marcus Tavolari, 49 anos, decidiu colocar placas alertando os pedestres sobre o perigo.

“Cuidado. Local com alto índice de roubo de celular”, dizem as duas placas colocadas na calçada em frente ao edifício nesta quarta-feira, 13.

De acordo com Marcus, toda semana, pedestres têm seus celulares roubados enquanto passam por ali falando ao telefone ou digitando mensagens. Os ladrões costumam utilizar bicicletas.

Placa foi colocada na Avenida Faria Lima, próximo à esquina com a Avenida Rebouças Foto: Wether Santana/Estadão

Recentemente, o Estadão reportou um modus operandi semelhante nos assaltos em Pinheiros, bairro que faz parte da região da Faria Lima. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, houve um aumento de 6,5% no total de roubos registrados na região de janeiro a julho de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. O bairro tem cerca de 10 ocorrências por dia.

No Itaim Bibi, também na região da Faria Lima, a subida do total de roubos foi de 30%. Só até o final de julho deste ano, já foram 1.306 ocorrências. Em 2022, foram mil roubos no mesmo período. São, em média, 6 roubos por dia.

“O objetivo é chamar a atenção das autoridades para que eles façam um policiamento maior aqui na região”, diz Marcus. Segundo ele, o problema tem acontecido por toda a Faria Lima e seu entorno, mas é mais frequente em pontos como o do edifício no qual é síndico, em que há calçadas largas e cruzamento de grandes avenidas, garantindo grande fluxo de pessoas e facilidade de fuga para os ladrões de bike.

Mesmo com as placas, nesta quinta-feira, 14, de manhã, muitas pessoas circulavam no local utilizando o celular despreocupadas. Outras passavam e fotografavam os alertas. Nas redes sociais, fotos das placas viralizaram.

“São Paulo em uma imagem”, escreveu um perfil com mais de 69 mil seguidores no Instagram. Nos mais de 250 comentários do post, frequentadores da região deixaram relatos. “Na Rebouças, fui assaltada saindo do shopping”, escreveu uma mulher. “Não é só na Faria Lima, é por toda São Paulo”, reclamou um homem.

Gangue das bikes

Segundo comerciantes e pedestres da região, os ladrões geralmente agem por volta das 18 horas, quando as pessoas estão saindo do trabalho. Eles costumam circular montados em bicicletas e utilizando mochilas de serviços de aplicativo para se camuflarem. Mas, esses não são os únicos recursos.

“Já presenciei dois assaltos, principalmente na praça aqui do lado (no cruzamento da Faria Lima com a Rebouças). Um deles foi com bicicleta e mochila e o outro com um homem com roupas de obra, usando capacete. Nesse segundo, uma menina estava mexendo no celular, então ele pegou o aparelho e saiu correndo”, diz Douglas Rocha, 35 anos, assessor de investimentos que trabalha na região.

Ao verem uma pessoa utilizando o celular distraída, os ladrões tomam o aparelho e fogem rapidamente. Depois, se aproveitam do sistema aberto, já que as pessoas estavam utilizando os celulares no momento do roubo, para fazer transações bancárias. “Uma mulher teve um prejuízo de R$ 9 mil”, contou um porteiro à reportagem.

São os chamados “roubos de oportunidade”, quando os ladrões optam por vítimas distraídas e não utilizam tanta violência. É um tipo de roubo comum no centro da cidade.

As principais empresas de serviços de entrega que operam em São Paulo, iFood e Rappi, afirmam que suas mochilas só são disponibilizadas para entregadores parceiros e contam com mecanismos de segurança, como selo de verificação e tecnologia de reconhecimento facial em tempo real.

O iFood e Rappi afirmam que lamentam que seus equipamentos estejam sendo utilizados em atos criminosos e que esses roubos possam contribuir para depreciar a imagem e o trabalho de entregadores. As empresas dizem que estão abertas e dispostas a contribuir com a polícia para investigar os casos.

“Para combater situações em que criminosos se passam por falsos entregadores do iFood, a empresa assinou em 2022 acordos de cooperação com diferentes Secretarias de Segurança Pública, dentre elas, do Estado de São Paulo, em que disponibiliza suas tecnologias para auxiliar a polícia na identificação dos criminosos”, disse o iFood.

Policiamento

Empresários da região da Faria Lima temem que o alto índice de roubos afaste clientes. E as placas colocadas na calçada colocaram holofotes ao problema. “Meu cliente chega aqui, vê essa situação e não volta mais”, diz Rafael Moreira, empresário. “Isso acaba atrapalhando os negócios também.”

Ao Estadão, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar, por meio do 23.° Batalhão Metropolitano, intensificou o policiamento na região e realiza diversas operações, como a Operação Impacto, para combater os roubos e furtos.

“Paralelamente, a Polícia Civil realiza operações rotineiras visando identificar e deter os criminosos que atuam na região. Entre as ações, está a Operação Mobile, realizada para combater o crime de furtos, roubos e receptação de celulares”, diz a nota.

Ainda de acordo com a pasta, de janeiro a agosto deste ano, 206 celulares foram restituídos às vítimas na área da 3° Seccional. Além disso, o trabalho das polícias resultou na prisão de 580 pessoas e na apreensão de 151 armas de fogo. “As forças policiais monitoram continuamente os índices criminais para planejar ações estratégicas a fim de coibir os crimes e para proporcionar uma maior sensação de segurança à população. Para isso, é essencial o registro da ocorrência nas delegacias territoriais ou pela Delegacia Eletrônica. Todos os casos registrados são investigados.”

Cansado de ver pessoas tendo seus celulares roubados em frente ao prédio em que tem um escritório, no cruzamento da Avenida Faria Lima com a Rebouças, local onde fica um dos maiores centros comerciais de São Paulo, o empresário e síndico do edifício, Marcus Tavolari, 49 anos, decidiu colocar placas alertando os pedestres sobre o perigo.

“Cuidado. Local com alto índice de roubo de celular”, dizem as duas placas colocadas na calçada em frente ao edifício nesta quarta-feira, 13.

De acordo com Marcus, toda semana, pedestres têm seus celulares roubados enquanto passam por ali falando ao telefone ou digitando mensagens. Os ladrões costumam utilizar bicicletas.

Placa foi colocada na Avenida Faria Lima, próximo à esquina com a Avenida Rebouças Foto: Wether Santana/Estadão

Recentemente, o Estadão reportou um modus operandi semelhante nos assaltos em Pinheiros, bairro que faz parte da região da Faria Lima. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, houve um aumento de 6,5% no total de roubos registrados na região de janeiro a julho de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. O bairro tem cerca de 10 ocorrências por dia.

No Itaim Bibi, também na região da Faria Lima, a subida do total de roubos foi de 30%. Só até o final de julho deste ano, já foram 1.306 ocorrências. Em 2022, foram mil roubos no mesmo período. São, em média, 6 roubos por dia.

“O objetivo é chamar a atenção das autoridades para que eles façam um policiamento maior aqui na região”, diz Marcus. Segundo ele, o problema tem acontecido por toda a Faria Lima e seu entorno, mas é mais frequente em pontos como o do edifício no qual é síndico, em que há calçadas largas e cruzamento de grandes avenidas, garantindo grande fluxo de pessoas e facilidade de fuga para os ladrões de bike.

Mesmo com as placas, nesta quinta-feira, 14, de manhã, muitas pessoas circulavam no local utilizando o celular despreocupadas. Outras passavam e fotografavam os alertas. Nas redes sociais, fotos das placas viralizaram.

“São Paulo em uma imagem”, escreveu um perfil com mais de 69 mil seguidores no Instagram. Nos mais de 250 comentários do post, frequentadores da região deixaram relatos. “Na Rebouças, fui assaltada saindo do shopping”, escreveu uma mulher. “Não é só na Faria Lima, é por toda São Paulo”, reclamou um homem.

Gangue das bikes

Segundo comerciantes e pedestres da região, os ladrões geralmente agem por volta das 18 horas, quando as pessoas estão saindo do trabalho. Eles costumam circular montados em bicicletas e utilizando mochilas de serviços de aplicativo para se camuflarem. Mas, esses não são os únicos recursos.

“Já presenciei dois assaltos, principalmente na praça aqui do lado (no cruzamento da Faria Lima com a Rebouças). Um deles foi com bicicleta e mochila e o outro com um homem com roupas de obra, usando capacete. Nesse segundo, uma menina estava mexendo no celular, então ele pegou o aparelho e saiu correndo”, diz Douglas Rocha, 35 anos, assessor de investimentos que trabalha na região.

Ao verem uma pessoa utilizando o celular distraída, os ladrões tomam o aparelho e fogem rapidamente. Depois, se aproveitam do sistema aberto, já que as pessoas estavam utilizando os celulares no momento do roubo, para fazer transações bancárias. “Uma mulher teve um prejuízo de R$ 9 mil”, contou um porteiro à reportagem.

São os chamados “roubos de oportunidade”, quando os ladrões optam por vítimas distraídas e não utilizam tanta violência. É um tipo de roubo comum no centro da cidade.

As principais empresas de serviços de entrega que operam em São Paulo, iFood e Rappi, afirmam que suas mochilas só são disponibilizadas para entregadores parceiros e contam com mecanismos de segurança, como selo de verificação e tecnologia de reconhecimento facial em tempo real.

O iFood e Rappi afirmam que lamentam que seus equipamentos estejam sendo utilizados em atos criminosos e que esses roubos possam contribuir para depreciar a imagem e o trabalho de entregadores. As empresas dizem que estão abertas e dispostas a contribuir com a polícia para investigar os casos.

“Para combater situações em que criminosos se passam por falsos entregadores do iFood, a empresa assinou em 2022 acordos de cooperação com diferentes Secretarias de Segurança Pública, dentre elas, do Estado de São Paulo, em que disponibiliza suas tecnologias para auxiliar a polícia na identificação dos criminosos”, disse o iFood.

Policiamento

Empresários da região da Faria Lima temem que o alto índice de roubos afaste clientes. E as placas colocadas na calçada colocaram holofotes ao problema. “Meu cliente chega aqui, vê essa situação e não volta mais”, diz Rafael Moreira, empresário. “Isso acaba atrapalhando os negócios também.”

Ao Estadão, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar, por meio do 23.° Batalhão Metropolitano, intensificou o policiamento na região e realiza diversas operações, como a Operação Impacto, para combater os roubos e furtos.

“Paralelamente, a Polícia Civil realiza operações rotineiras visando identificar e deter os criminosos que atuam na região. Entre as ações, está a Operação Mobile, realizada para combater o crime de furtos, roubos e receptação de celulares”, diz a nota.

Ainda de acordo com a pasta, de janeiro a agosto deste ano, 206 celulares foram restituídos às vítimas na área da 3° Seccional. Além disso, o trabalho das polícias resultou na prisão de 580 pessoas e na apreensão de 151 armas de fogo. “As forças policiais monitoram continuamente os índices criminais para planejar ações estratégicas a fim de coibir os crimes e para proporcionar uma maior sensação de segurança à população. Para isso, é essencial o registro da ocorrência nas delegacias territoriais ou pela Delegacia Eletrônica. Todos os casos registrados são investigados.”

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