No centro de SP, luminárias a gás voltam a brilhar em prédio histórico; saiba onde e veja como é


É o resgate de uma tradição da cidade e mais uma ação de revitalização da região

Por Gonçalo Junior

Mesmo depois de substituídos pelas lâmpadas elétricas no início do século XX, os lampiões a gás se apagaram por pouco tempo no centro da cidade nas últimas décadas. Desde o início de agosto, a chama da nostalgia que eles carregam voltou a brilhar mais forte. Dezoito das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, no centro histórico, foram restauradas.

Os lampiões serão inaugurados oficialmente pela Subprefeitura da Sé no início de setembro em uma caminhada noturna, aberta ao público. O trajeto, todo iluminado pelas luzes antigas, vai desde a rua Boa Vista, junto ao Pátio do Colégio, até o Solar da Marquesa, na rua Roberto Simonsen. A ação contou com o apoio da Associação Comercial de São Paulo e o Páteo do Colégio.

É o resgate de uma tradição na iluminação da cidade e mais uma ação de revitalização em uma região ainda marcada por desafios nas áreas de segurança pública, moradia e assistência social.

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Das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, 18 foram restauradas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A nostalgia pela volta dos lampiões esbarra na sensação de insegurança causada pelo espalhamento dos usuários de drogas, a ação das gangues de bicicleta e os furtos e roubos de celulares, principalmente à noite. O aumento da população em situação de rua também preocupa.

Para o subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, a boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais. “Dentre os fatores de prevenção primária dos crimes, a iluminação é fundamental. Além disso, a iluminação ornamental traz visitas, passeios e eventos que movimentam e trazem vida ao centro, inclusive à noite”, diz o subprefeito.

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Subprefeitura da Sé restaurou 18 das 38 luminárias antigas do Páteo do Collegio

Camilo afirma ainda que a revitalização de lugares tradicionais estimula a visitação ao centro. “Pessoas circulando propiciam mais segurança para o centro de São Paulo”.

Na iluminação pública, a iniciativa realça os contrastes entre o passado e o presente. O conjunto de lamparinas traz dispositivos acionados por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador. Ao clarear, o fornecedor é desligado automaticamente.

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Dispositivo é acionado por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador; pela manhã, o fornecedor é desligado automaticamente Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Os lampiões convivem com as lâmpadas com tecnologia led, que possuem componentes eletrônicos que transformam energia elétrica em luminosa e proporcionam melhora de 40% na iluminação por metro quadrado. A SP Regula, responsável pelas concessões dos serviços públicos na cidade, informa que foram instalados 130 novos refletores com ganho de 30% em fluxo luminoso e em qualidade de distribuição de luz no Triângulo Histórico (Largo São Bento, Pateo do Collegio e Largo São Francisco) nos últimos meses.

Na Praça da Sé, Praça do Patriarca, Viaduto do Chá e nas regiões da Santa Ifigênia e República houve reforço na iluminação com trocas de luminárias e novos pontos. “Cada geração tem ferramentas e informações para contar novas histórias, sem apagar as histórias que já foram contadas”, diz Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé. “A tecnologia tem avançado muito, tornando nossas ruas mais claras. Com toda modernidade, a cidade não perdeu sua poesia. A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma”.

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Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé: 'A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma' Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Lampiões a gás já foram símbolo de modernidade

Os lampiões a gás já foram sinônimo de progresso e de modernização no centro, como explica Arruda. Até 1830, São Paulo não tinha sistema de iluminação pública. A cidade era escura, clareada quase que unicamente pela luz da lua. Cada casa tinha seu lampião. Quando alguém saía, ela levava sua própria luz.

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Foi só em 1863 que o governo paulista contratou um serviço de iluminação a gás, obtido através de carvão. Dez anos depois, a São Paulo Gás Company, hoje Comgás, espalhava 700 luminárias pelo centro, inclusive nas fachadas de cartões-postais, como a igreja da Sé.

A tarefa de acendê-los e apagá-los, de manhã e à tarde, rotina de funcionários da companhia de gás, fazia parte do cotidiano e até inspirou crônicas e canções. Os versos “lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz”, eternizados por Inezita Barroso, falecida em 2015, já foram símbolo da própria cidade.

A iluminação a gás representou um marco. As ruas, antes desertas à noite, passaram a ter mais movimento. Boêmios, estudantes, jornalistas, políticos e famílias circulavam a pé pelo Triângulo Histórico, agora às claras. No início dos anos 1900, os lampiões começaram a ser substituídos pelas lâmpadas elétricas, mas resistiram à modernidade.

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Na década de 1970, passaram a ter como base o gás de nafta e, no fim dos anos 80, o gás natural, utilizado até hoje. O acendimento manual foi convertido para a ligação automatizada. Em 2013, os postes foram desligados de vez. Foi o único momento da história em que se apagaram. Cinco anos depois, eles foram reativados pela Prefeitura.

Para a Prefeitura da capital, boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Secretaria de Segurança Pública afirma que roubos e furtos estão caindo no centro

Os roubos e os furtos seguem em queda pela 20ª semana seguida na região central de São Paulo, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 109 roubos nos bairros de Campos Elísios e Santa Cecília.

Na primeira semana do monitoramento (de 27 de março a 2 de abril), foram 190 queixas de roubos, ou seja, uma redução de 27% nesses crimes. Os furtos praticados na região também seguem em queda. Desde a primeira semana, a redução chega a 43%. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 226 furtos, contra 311 contabilizados no final de março. “Essa queda reforça a tendência observada nos demais meses e evidencia uma melhoria contínua da situação na região em termos de segurança”, informou a SSP.

De acordo com o órgão, a Polícia Militar direciona atenção especial à região central de São Paulo, empregando estratégias de policiamento ostensivo e preventivo em diversas situações, incluindo eventos no Centro Histórico da cidade. Isso envolve patrulhamento de viaturas, motocicletas e bicicletas, assim como Bases Comunitárias Móveis. Essas estratégias são baseadas na análise dos índices criminais locais e contam com reforço policial da Atividade Delegada e DEJEM (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar).

Operações como Impacto, Visibilidade, Saturação e Pinçamento são realizadas para intensificar a presença policial, coibir ações criminosas e efetuar prisões. Essas ações contam com o apoio de outros órgãos públicos estaduais e municipais para manter a ordem e tranquilidade pública.

Tudo é feito sob o Programa de Policiamento Inteligente. Já a Polícia Civil atua durante eventos com grande aglomeração de pessoas por meio dos Distritos Policiais nas áreas correspondentes. Nesse contexto, são conduzidas investigações e operações de inteligência com o objetivo de reprimir possíveis crimes e identificar os responsáveis por delitos que ocorrem nesses eventos.

Mesmo depois de substituídos pelas lâmpadas elétricas no início do século XX, os lampiões a gás se apagaram por pouco tempo no centro da cidade nas últimas décadas. Desde o início de agosto, a chama da nostalgia que eles carregam voltou a brilhar mais forte. Dezoito das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, no centro histórico, foram restauradas.

Os lampiões serão inaugurados oficialmente pela Subprefeitura da Sé no início de setembro em uma caminhada noturna, aberta ao público. O trajeto, todo iluminado pelas luzes antigas, vai desde a rua Boa Vista, junto ao Pátio do Colégio, até o Solar da Marquesa, na rua Roberto Simonsen. A ação contou com o apoio da Associação Comercial de São Paulo e o Páteo do Colégio.

É o resgate de uma tradição na iluminação da cidade e mais uma ação de revitalização em uma região ainda marcada por desafios nas áreas de segurança pública, moradia e assistência social.

Das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, 18 foram restauradas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A nostalgia pela volta dos lampiões esbarra na sensação de insegurança causada pelo espalhamento dos usuários de drogas, a ação das gangues de bicicleta e os furtos e roubos de celulares, principalmente à noite. O aumento da população em situação de rua também preocupa.

Para o subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, a boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais. “Dentre os fatores de prevenção primária dos crimes, a iluminação é fundamental. Além disso, a iluminação ornamental traz visitas, passeios e eventos que movimentam e trazem vida ao centro, inclusive à noite”, diz o subprefeito.

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Subprefeitura da Sé restaurou 18 das 38 luminárias antigas do Páteo do Collegio

Camilo afirma ainda que a revitalização de lugares tradicionais estimula a visitação ao centro. “Pessoas circulando propiciam mais segurança para o centro de São Paulo”.

Na iluminação pública, a iniciativa realça os contrastes entre o passado e o presente. O conjunto de lamparinas traz dispositivos acionados por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador. Ao clarear, o fornecedor é desligado automaticamente.

Dispositivo é acionado por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador; pela manhã, o fornecedor é desligado automaticamente Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Os lampiões convivem com as lâmpadas com tecnologia led, que possuem componentes eletrônicos que transformam energia elétrica em luminosa e proporcionam melhora de 40% na iluminação por metro quadrado. A SP Regula, responsável pelas concessões dos serviços públicos na cidade, informa que foram instalados 130 novos refletores com ganho de 30% em fluxo luminoso e em qualidade de distribuição de luz no Triângulo Histórico (Largo São Bento, Pateo do Collegio e Largo São Francisco) nos últimos meses.

Na Praça da Sé, Praça do Patriarca, Viaduto do Chá e nas regiões da Santa Ifigênia e República houve reforço na iluminação com trocas de luminárias e novos pontos. “Cada geração tem ferramentas e informações para contar novas histórias, sem apagar as histórias que já foram contadas”, diz Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé. “A tecnologia tem avançado muito, tornando nossas ruas mais claras. Com toda modernidade, a cidade não perdeu sua poesia. A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma”.

Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé: 'A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma' Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Lampiões a gás já foram símbolo de modernidade

Os lampiões a gás já foram sinônimo de progresso e de modernização no centro, como explica Arruda. Até 1830, São Paulo não tinha sistema de iluminação pública. A cidade era escura, clareada quase que unicamente pela luz da lua. Cada casa tinha seu lampião. Quando alguém saía, ela levava sua própria luz.

Foi só em 1863 que o governo paulista contratou um serviço de iluminação a gás, obtido através de carvão. Dez anos depois, a São Paulo Gás Company, hoje Comgás, espalhava 700 luminárias pelo centro, inclusive nas fachadas de cartões-postais, como a igreja da Sé.

A tarefa de acendê-los e apagá-los, de manhã e à tarde, rotina de funcionários da companhia de gás, fazia parte do cotidiano e até inspirou crônicas e canções. Os versos “lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz”, eternizados por Inezita Barroso, falecida em 2015, já foram símbolo da própria cidade.

A iluminação a gás representou um marco. As ruas, antes desertas à noite, passaram a ter mais movimento. Boêmios, estudantes, jornalistas, políticos e famílias circulavam a pé pelo Triângulo Histórico, agora às claras. No início dos anos 1900, os lampiões começaram a ser substituídos pelas lâmpadas elétricas, mas resistiram à modernidade.

Na década de 1970, passaram a ter como base o gás de nafta e, no fim dos anos 80, o gás natural, utilizado até hoje. O acendimento manual foi convertido para a ligação automatizada. Em 2013, os postes foram desligados de vez. Foi o único momento da história em que se apagaram. Cinco anos depois, eles foram reativados pela Prefeitura.

Para a Prefeitura da capital, boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Secretaria de Segurança Pública afirma que roubos e furtos estão caindo no centro

Os roubos e os furtos seguem em queda pela 20ª semana seguida na região central de São Paulo, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 109 roubos nos bairros de Campos Elísios e Santa Cecília.

Na primeira semana do monitoramento (de 27 de março a 2 de abril), foram 190 queixas de roubos, ou seja, uma redução de 27% nesses crimes. Os furtos praticados na região também seguem em queda. Desde a primeira semana, a redução chega a 43%. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 226 furtos, contra 311 contabilizados no final de março. “Essa queda reforça a tendência observada nos demais meses e evidencia uma melhoria contínua da situação na região em termos de segurança”, informou a SSP.

De acordo com o órgão, a Polícia Militar direciona atenção especial à região central de São Paulo, empregando estratégias de policiamento ostensivo e preventivo em diversas situações, incluindo eventos no Centro Histórico da cidade. Isso envolve patrulhamento de viaturas, motocicletas e bicicletas, assim como Bases Comunitárias Móveis. Essas estratégias são baseadas na análise dos índices criminais locais e contam com reforço policial da Atividade Delegada e DEJEM (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar).

Operações como Impacto, Visibilidade, Saturação e Pinçamento são realizadas para intensificar a presença policial, coibir ações criminosas e efetuar prisões. Essas ações contam com o apoio de outros órgãos públicos estaduais e municipais para manter a ordem e tranquilidade pública.

Tudo é feito sob o Programa de Policiamento Inteligente. Já a Polícia Civil atua durante eventos com grande aglomeração de pessoas por meio dos Distritos Policiais nas áreas correspondentes. Nesse contexto, são conduzidas investigações e operações de inteligência com o objetivo de reprimir possíveis crimes e identificar os responsáveis por delitos que ocorrem nesses eventos.

Mesmo depois de substituídos pelas lâmpadas elétricas no início do século XX, os lampiões a gás se apagaram por pouco tempo no centro da cidade nas últimas décadas. Desde o início de agosto, a chama da nostalgia que eles carregam voltou a brilhar mais forte. Dezoito das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, no centro histórico, foram restauradas.

Os lampiões serão inaugurados oficialmente pela Subprefeitura da Sé no início de setembro em uma caminhada noturna, aberta ao público. O trajeto, todo iluminado pelas luzes antigas, vai desde a rua Boa Vista, junto ao Pátio do Colégio, até o Solar da Marquesa, na rua Roberto Simonsen. A ação contou com o apoio da Associação Comercial de São Paulo e o Páteo do Colégio.

É o resgate de uma tradição na iluminação da cidade e mais uma ação de revitalização em uma região ainda marcada por desafios nas áreas de segurança pública, moradia e assistência social.

Das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, 18 foram restauradas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A nostalgia pela volta dos lampiões esbarra na sensação de insegurança causada pelo espalhamento dos usuários de drogas, a ação das gangues de bicicleta e os furtos e roubos de celulares, principalmente à noite. O aumento da população em situação de rua também preocupa.

Para o subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, a boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais. “Dentre os fatores de prevenção primária dos crimes, a iluminação é fundamental. Além disso, a iluminação ornamental traz visitas, passeios e eventos que movimentam e trazem vida ao centro, inclusive à noite”, diz o subprefeito.

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Subprefeitura da Sé restaurou 18 das 38 luminárias antigas do Páteo do Collegio

Camilo afirma ainda que a revitalização de lugares tradicionais estimula a visitação ao centro. “Pessoas circulando propiciam mais segurança para o centro de São Paulo”.

Na iluminação pública, a iniciativa realça os contrastes entre o passado e o presente. O conjunto de lamparinas traz dispositivos acionados por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador. Ao clarear, o fornecedor é desligado automaticamente.

Dispositivo é acionado por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador; pela manhã, o fornecedor é desligado automaticamente Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Os lampiões convivem com as lâmpadas com tecnologia led, que possuem componentes eletrônicos que transformam energia elétrica em luminosa e proporcionam melhora de 40% na iluminação por metro quadrado. A SP Regula, responsável pelas concessões dos serviços públicos na cidade, informa que foram instalados 130 novos refletores com ganho de 30% em fluxo luminoso e em qualidade de distribuição de luz no Triângulo Histórico (Largo São Bento, Pateo do Collegio e Largo São Francisco) nos últimos meses.

Na Praça da Sé, Praça do Patriarca, Viaduto do Chá e nas regiões da Santa Ifigênia e República houve reforço na iluminação com trocas de luminárias e novos pontos. “Cada geração tem ferramentas e informações para contar novas histórias, sem apagar as histórias que já foram contadas”, diz Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé. “A tecnologia tem avançado muito, tornando nossas ruas mais claras. Com toda modernidade, a cidade não perdeu sua poesia. A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma”.

Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé: 'A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma' Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Lampiões a gás já foram símbolo de modernidade

Os lampiões a gás já foram sinônimo de progresso e de modernização no centro, como explica Arruda. Até 1830, São Paulo não tinha sistema de iluminação pública. A cidade era escura, clareada quase que unicamente pela luz da lua. Cada casa tinha seu lampião. Quando alguém saía, ela levava sua própria luz.

Foi só em 1863 que o governo paulista contratou um serviço de iluminação a gás, obtido através de carvão. Dez anos depois, a São Paulo Gás Company, hoje Comgás, espalhava 700 luminárias pelo centro, inclusive nas fachadas de cartões-postais, como a igreja da Sé.

A tarefa de acendê-los e apagá-los, de manhã e à tarde, rotina de funcionários da companhia de gás, fazia parte do cotidiano e até inspirou crônicas e canções. Os versos “lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz”, eternizados por Inezita Barroso, falecida em 2015, já foram símbolo da própria cidade.

A iluminação a gás representou um marco. As ruas, antes desertas à noite, passaram a ter mais movimento. Boêmios, estudantes, jornalistas, políticos e famílias circulavam a pé pelo Triângulo Histórico, agora às claras. No início dos anos 1900, os lampiões começaram a ser substituídos pelas lâmpadas elétricas, mas resistiram à modernidade.

Na década de 1970, passaram a ter como base o gás de nafta e, no fim dos anos 80, o gás natural, utilizado até hoje. O acendimento manual foi convertido para a ligação automatizada. Em 2013, os postes foram desligados de vez. Foi o único momento da história em que se apagaram. Cinco anos depois, eles foram reativados pela Prefeitura.

Para a Prefeitura da capital, boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Secretaria de Segurança Pública afirma que roubos e furtos estão caindo no centro

Os roubos e os furtos seguem em queda pela 20ª semana seguida na região central de São Paulo, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 109 roubos nos bairros de Campos Elísios e Santa Cecília.

Na primeira semana do monitoramento (de 27 de março a 2 de abril), foram 190 queixas de roubos, ou seja, uma redução de 27% nesses crimes. Os furtos praticados na região também seguem em queda. Desde a primeira semana, a redução chega a 43%. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 226 furtos, contra 311 contabilizados no final de março. “Essa queda reforça a tendência observada nos demais meses e evidencia uma melhoria contínua da situação na região em termos de segurança”, informou a SSP.

De acordo com o órgão, a Polícia Militar direciona atenção especial à região central de São Paulo, empregando estratégias de policiamento ostensivo e preventivo em diversas situações, incluindo eventos no Centro Histórico da cidade. Isso envolve patrulhamento de viaturas, motocicletas e bicicletas, assim como Bases Comunitárias Móveis. Essas estratégias são baseadas na análise dos índices criminais locais e contam com reforço policial da Atividade Delegada e DEJEM (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar).

Operações como Impacto, Visibilidade, Saturação e Pinçamento são realizadas para intensificar a presença policial, coibir ações criminosas e efetuar prisões. Essas ações contam com o apoio de outros órgãos públicos estaduais e municipais para manter a ordem e tranquilidade pública.

Tudo é feito sob o Programa de Policiamento Inteligente. Já a Polícia Civil atua durante eventos com grande aglomeração de pessoas por meio dos Distritos Policiais nas áreas correspondentes. Nesse contexto, são conduzidas investigações e operações de inteligência com o objetivo de reprimir possíveis crimes e identificar os responsáveis por delitos que ocorrem nesses eventos.

Mesmo depois de substituídos pelas lâmpadas elétricas no início do século XX, os lampiões a gás se apagaram por pouco tempo no centro da cidade nas últimas décadas. Desde o início de agosto, a chama da nostalgia que eles carregam voltou a brilhar mais forte. Dezoito das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, no centro histórico, foram restauradas.

Os lampiões serão inaugurados oficialmente pela Subprefeitura da Sé no início de setembro em uma caminhada noturna, aberta ao público. O trajeto, todo iluminado pelas luzes antigas, vai desde a rua Boa Vista, junto ao Pátio do Colégio, até o Solar da Marquesa, na rua Roberto Simonsen. A ação contou com o apoio da Associação Comercial de São Paulo e o Páteo do Colégio.

É o resgate de uma tradição na iluminação da cidade e mais uma ação de revitalização em uma região ainda marcada por desafios nas áreas de segurança pública, moradia e assistência social.

Das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, 18 foram restauradas Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

A nostalgia pela volta dos lampiões esbarra na sensação de insegurança causada pelo espalhamento dos usuários de drogas, a ação das gangues de bicicleta e os furtos e roubos de celulares, principalmente à noite. O aumento da população em situação de rua também preocupa.

Para o subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, a boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais. “Dentre os fatores de prevenção primária dos crimes, a iluminação é fundamental. Além disso, a iluminação ornamental traz visitas, passeios e eventos que movimentam e trazem vida ao centro, inclusive à noite”, diz o subprefeito.

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Subprefeitura da Sé restaurou 18 das 38 luminárias antigas do Páteo do Collegio

Camilo afirma ainda que a revitalização de lugares tradicionais estimula a visitação ao centro. “Pessoas circulando propiciam mais segurança para o centro de São Paulo”.

Na iluminação pública, a iniciativa realça os contrastes entre o passado e o presente. O conjunto de lamparinas traz dispositivos acionados por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador. Ao clarear, o fornecedor é desligado automaticamente.

Dispositivo é acionado por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador; pela manhã, o fornecedor é desligado automaticamente Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Os lampiões convivem com as lâmpadas com tecnologia led, que possuem componentes eletrônicos que transformam energia elétrica em luminosa e proporcionam melhora de 40% na iluminação por metro quadrado. A SP Regula, responsável pelas concessões dos serviços públicos na cidade, informa que foram instalados 130 novos refletores com ganho de 30% em fluxo luminoso e em qualidade de distribuição de luz no Triângulo Histórico (Largo São Bento, Pateo do Collegio e Largo São Francisco) nos últimos meses.

Na Praça da Sé, Praça do Patriarca, Viaduto do Chá e nas regiões da Santa Ifigênia e República houve reforço na iluminação com trocas de luminárias e novos pontos. “Cada geração tem ferramentas e informações para contar novas histórias, sem apagar as histórias que já foram contadas”, diz Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé. “A tecnologia tem avançado muito, tornando nossas ruas mais claras. Com toda modernidade, a cidade não perdeu sua poesia. A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma”.

Luiz Eduardo Pesce de Arruda, historiador e supervisor de Cultura da Subprefeitura Sé: 'A luz de led ilumina a rua, o lampião ilumina a alma' Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Lampiões a gás já foram símbolo de modernidade

Os lampiões a gás já foram sinônimo de progresso e de modernização no centro, como explica Arruda. Até 1830, São Paulo não tinha sistema de iluminação pública. A cidade era escura, clareada quase que unicamente pela luz da lua. Cada casa tinha seu lampião. Quando alguém saía, ela levava sua própria luz.

Foi só em 1863 que o governo paulista contratou um serviço de iluminação a gás, obtido através de carvão. Dez anos depois, a São Paulo Gás Company, hoje Comgás, espalhava 700 luminárias pelo centro, inclusive nas fachadas de cartões-postais, como a igreja da Sé.

A tarefa de acendê-los e apagá-los, de manhã e à tarde, rotina de funcionários da companhia de gás, fazia parte do cotidiano e até inspirou crônicas e canções. Os versos “lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz”, eternizados por Inezita Barroso, falecida em 2015, já foram símbolo da própria cidade.

A iluminação a gás representou um marco. As ruas, antes desertas à noite, passaram a ter mais movimento. Boêmios, estudantes, jornalistas, políticos e famílias circulavam a pé pelo Triângulo Histórico, agora às claras. No início dos anos 1900, os lampiões começaram a ser substituídos pelas lâmpadas elétricas, mas resistiram à modernidade.

Na década de 1970, passaram a ter como base o gás de nafta e, no fim dos anos 80, o gás natural, utilizado até hoje. O acendimento manual foi convertido para a ligação automatizada. Em 2013, os postes foram desligados de vez. Foi o único momento da história em que se apagaram. Cinco anos depois, eles foram reativados pela Prefeitura.

Para a Prefeitura da capital, boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Secretaria de Segurança Pública afirma que roubos e furtos estão caindo no centro

Os roubos e os furtos seguem em queda pela 20ª semana seguida na região central de São Paulo, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 109 roubos nos bairros de Campos Elísios e Santa Cecília.

Na primeira semana do monitoramento (de 27 de março a 2 de abril), foram 190 queixas de roubos, ou seja, uma redução de 27% nesses crimes. Os furtos praticados na região também seguem em queda. Desde a primeira semana, a redução chega a 43%. De 14 a 20 de agosto, foram registrados 226 furtos, contra 311 contabilizados no final de março. “Essa queda reforça a tendência observada nos demais meses e evidencia uma melhoria contínua da situação na região em termos de segurança”, informou a SSP.

De acordo com o órgão, a Polícia Militar direciona atenção especial à região central de São Paulo, empregando estratégias de policiamento ostensivo e preventivo em diversas situações, incluindo eventos no Centro Histórico da cidade. Isso envolve patrulhamento de viaturas, motocicletas e bicicletas, assim como Bases Comunitárias Móveis. Essas estratégias são baseadas na análise dos índices criminais locais e contam com reforço policial da Atividade Delegada e DEJEM (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar).

Operações como Impacto, Visibilidade, Saturação e Pinçamento são realizadas para intensificar a presença policial, coibir ações criminosas e efetuar prisões. Essas ações contam com o apoio de outros órgãos públicos estaduais e municipais para manter a ordem e tranquilidade pública.

Tudo é feito sob o Programa de Policiamento Inteligente. Já a Polícia Civil atua durante eventos com grande aglomeração de pessoas por meio dos Distritos Policiais nas áreas correspondentes. Nesse contexto, são conduzidas investigações e operações de inteligência com o objetivo de reprimir possíveis crimes e identificar os responsáveis por delitos que ocorrem nesses eventos.

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